Bispo, A.A..Capela Real de Sto. Antonio em Goa. Rev. BRASIL-EUROPA 131/14. Academia Brasil-Europa e ISMPS





Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 

Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 131/14 (2011:3)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
da
Organização Brasil-Europa de estudos teóricos de processos inter- e transculturais e estudos culturais nas relações internacionais (reg. 1968)
- Academia Brasil-Europa -
de Ciência da Cultura e da Ciência

e institutos integrados

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ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2752


A.B.E.


Capitão e cabeça: a mente iluminada como guia e a cura
Santo Antonio, Cosme e Damião e Nossa Sra. das Febres
Estudos indo-antonianos


Trabalhos da A.B.E. por motivo dos 500 anos da "reconquista" de Goa por Afonso de Albuquerque. 30 anos do Simpósio Internacional "Música Sacra e Cultura Brasileira" e 20 anos de sessão acadêmica na Universidade Urbaniana em Roma.
Capela Real de Santo Antonio de Goa, Convento das Franciscanas Hospitalárias.

 
Capela Real. Goa. Foto A.A.Bispo©

A consideração de concepções e expressões do culto a Santo Antonio de Lisboa/Pádua assume particular significado para os estudos relacionados com o mundo influenciado culturalmente pelos portugueses.


Nascido em Lisboa, em 1195, tendo entrado cedo para os Cônegos Regulares de São Vicente, estudado em Santa Cruz em Coimbra, dos Cônegos Agostinhos, passando para o Convento Franciscano de Santo Antonio em Coimbra sob a impressão da transladação os mártires do Marrocos, Antonio é o santo português por excelência, que alcançou fama de milagroso e santidade em vida, sendo elevado aos altares logo após a sua morte.


Pelo seu desejo em atuar como missionário no Marrocos, inseriu-se no contexto da luta contra os mouros. Impedido de lutar por doença, chegou, ao retorno, à Sicília. Foi admitido no Capítulo Geral dos Franciscanos em Assis, em 1221. Destacando-se como pregador de extraordinárias qualidades de espírito, dedicou-se ao combate de heresias no Norte da Itália e, a partir de 1224, no sul da França contra os Albigenses.


Pelos seus profundos conhecimentos e capacidade de interpretação das Escrituras foi nomeado por São Francisco como mestre da Teologia, sobretudo na tradição de Santo Agostinho. Já em 1232 foi canonizado. Em 1263, o seu corpo transferido para a basílica de Pádua.


A extraordinária importância do culto a Santo Antonio na Índia pode ser explicada pela difusão de  seu culto, pelo papel relevante desempenhado pelos Franciscanos nos Descobrimentos e pelo fato de ser o empreendimento no Oriente compreendido como parte de um combate aos mouros em dimensões globais e no sentido espiritual ou figurado do termo.


Um dos monumentos históricos mais relevantes para os estudos do culto antoniano na Índia é a Capela Real de Santo Antonio em Goa. Junto a ela levanta-se um instituto religioso, com atividades de assistência e formação (Holy Family Novitiate da Holy Family Sisters).



Leitura da Capela Real de Santo Antonio - capitão de exército


A capela de Santo Antonio, no altos do planalto do Monte Santo, remonta a construção de 1543. Nos seus aspectos externos, sugere um conservativismo de concepções e expressões. O observador sente-se até mesmo tentado de nela ver uma longínqua ressonância de Tomar.


Capela Real. Goa. Foto A.A.Bispo©

Não distante da igreja do Rosário, e construida à mesma época, porém voltada a outra direção, com a sua porta abrindo para o Oriente, surpreende tal como aquela pela aparência militar que oferece. As duas igrejas, porém, não possuiram sentido militar ou de defesa real. Se o aspecto da igreja do Rosário, correspondente a essa prática de oração, podendo ser interpretada como um sinal da proteção em que os cristãos se inserem ao elevarem-se à esfera de Maria, ou como Torre Davídica (Veja artigo a respeito neste número), a de Santo Antonio exige uma leitura diversa de seu significado.


Um ponto de partida para a interpretação do sentido da arquitetura da capela reside no fato de ser ela claramente relacionada com a concepção de Santo Antonio como capitão. Assim, o seu capelão recebia não apenas o seu ordenado, mas também um soldo como capitão do exército. Recebia, assim, o pagamento a que Santo Antonio fazia jus por possuir oficialmente essa patente.


O capelão assumia no sentido figurado uma posição de cabeça e guia, o que pode ser compreendido em princípio tanto nas suas associações com a vida militar como com a náutica. Neste último, seria - figurativamente - aquele que, como cabeça da comunidade, capitanearia a nave, responsável pelo seu rumo e pelos navegadores, uma interpretação que corresponde às imagens náuticas da Igreja.


A patente de capitão do exército de Santo Antonio, porém, indica que as associações possuem antes cunho militar. Ambos as interpretações, porém, não se contradizem se consideradas sob o aspecto da transformação de sentidos que o termo experimentou na história da navegação. O capitão militar, à frente de soldados do mar, passou a acompanhar navios em viagens sujeitas a ataques, assumindo o comando em situações de combate; por fim, com a militarização das viagens, o título passou a designar também aquele que dirigia a navegação.


Como capela do paradigma santo de capitão do exército, pago pelo Govêrno, este também encarregava-se dos meios para a sua manutenção. O Estado possibilitava não apenas a sua conservação e limpeza, como também subsidiava o óleo para a sua lâmpada. (Manoel José Gabriel Saldanha, História de Goa: política e arqueologica, 1898, 2a.ed.1925, 27).


Correspondendo a seu significado e seus vínculos oficiais, a igreja era denominada de Capela Real. Assim como um capitão militar em navio serve de guia aos oficiais e a seus soldados do mar, também a capela do modêlo santificado de capitães era procurado pelos oficiais e dignatários do Govêrno. Esses elos com o Estado, por serem baseados na linguagem de imagens de conteúdo religioso, manter-se-ia através dos séculos, sobrevivendo mesmo épocas de decadência e longos períodos em que a capela permaneceu fechada. Ainda em 1961, ano do término da presença oficial portuguesa em Goa, foi ela renovada com recursos do Govêrno.


Culto a Santo Antonio na devoção popular


Capela Real. Goa. Foto A.A.Bispo©
Uma necessária diferenciação deve ser assim feita: a designação de capitão e as associações que despertam não foram resultados primordias da ação por assim dizer nacionalista do Govêrno pelo fato de Santo Antonio ter sido português, mas sim derivadas da própria linguagem de imagens do edifício de concepções e visões do mundo e do homem. Como tal, era inerente à própria cultura, transportando através dos séculos complexos figurativos de remotas origens, subjacentes à reinterpretação que experimentaram com a cristianização, admitindo, pelas próprias características do sistema, atualizações históricas.


Explica-se, sob esta perspectiva, a força do antonismo na cultura popular e o próprio cunho popular da veneração de Santo Antonio. O culto a Santo Antonio foi próprio da cultura franciscana dos religiosos que acompanharam as naves dos Descobrimentos, tendo a sua imagem venerada nos altares dos Franciscanos e denominado, na Índia, a sua primeira capela em Cochim (Veja artigo sobre a Igreja de São Francisco de Cochim, nesta edição).


Esse culto nas igrejas da Ordem, porém, tinha a sua intensidade baseada na ampla e profundamente enraizada veneração popular de Santo Antonio. Elucida-se, assim, não apenas a existência de sua Capela independentemente do grande Convento de São Francisco de Goa, mas sim as características populares que apresenta nas suas expressões.


O interior da Capela Real surpreende o observador que espera ali encontrar, nas suas imagens e ornamentações, referências correspondentes à sua designação. Embora possua magnífico altar-mór e púlpito de talha dourada, as imagens nos seus altares são aquelas de santos particularmente venerados na devoção popular. Apresentam, também, quanto à confecção, expressão e colorido, traços conhecidos de representações populares ou mesmo folclóricas. Procedendo de diferentes épocas, a ingenuidade das expressões surge como uma constante através dos séculos.


A inserção da Capela na esfera popular da cultura pode ser percebida também das práticas tradicionais e das características do culto ali praticado.


Assim, era muito frequentada, sobretudo às terças-feiras. (Manoel José Gabriel Saldanha, op. cit. 27) A veneração de Santo Antonio nesse dia da semana, de antiga tradição, conhecida em muitas regiões onde o seu culto foi difundido e que marca a cultura religiosa popular cristã da Índia até o presente (Veja artigo sobre Santo Antonio em Cochim, nesta edição), indica a permanência de uma interpretação de sentidos dos dias da semana de antigas raízes.


Os atos religiosos das terças-feiras da Capela entraram na história de Goa pela importância dada à música sacra. Referências quanto à tradição de prática coral com o acompanhamento de órgão sugere uma atmosfera marcada por intensidade de qualidades emocionais de uma forma de veneração marcada por concepções de amor.



Caput: capitão e cabeça. Terminologia e linguagem de imagens


Considerando-se o interior da Capela Real de Santo Antonio, o observador constata dificuldades em compreender as características da veneração que nela se constatam com as associações derivadas da patente de Santo Antonio como capitão do exército. Diferentemente de um São Jorge ou mesmo São Sebastião, Santo Antonio não é representado como soldado.


Chama a atenção, porém, a importância dada ao púlpito e, assim, o papel preponderante desempenhado pela pregação na Capela. Esse significado corresponde ao tipo de combate guiado por Santo Antonio.


Como mencionado, a reação de Antonio perante a impressão causada pela trasladação daqueles que tinham perdido a vida no mundo mouro do Marrocos foi a de tornar-se Franciscano. Após a sua tentativa de atuação missionária no Norte da África, a sua vida foi marcada pela papel de guia que desempenhou na luta contra movimentos considerados como heréticos na própria Europa cristã e que punham em risco a Igreja.


Esse papel de guia desempenhou-o pela palavra, como pregador, mas a extraordinária ação de suas palavras e a fama de santidade que alcançou derivava do seu pensamento, sendo este determinado pelo amor à Sabedoria, não por aquele dirigido à matéria.


Esse direcionamento do pensamento ao invisível, a sentidos ocultos em amor à Sabedoria manifestava-se na sua ciência e arte de interpretação das Escrituras. O seu pensamento era dirigido ao Logos interno, subjacente ou intrínseco ao visível, oculto no texto, não dirigido ao sentido literal das palavras. A sua imagem mais difundida, e a que se encontra no altar da Capela Real de Goa pode ser interpretada sob esse aspecto: o santo surge com um livro aberto, de cujo âmago surge o menino Jesus como o Logos encarnado.


As concepções e as imagens no contexto da veneração de Santo Antonio dizem respeito, assim, à mente. Êle surge figurativamente como cabeça e, ao mesmo tempo, capitão. É guia dos combatentes de uma luta antes mental, do pensamento voltado ao imaterial, espiritual ou celestial.


Como preparador a esse combate, é êle que forja as armas. É o oposto não do guerreiro, mas sim do paradigma do ferreiro, daquele que dirige a sua mente à conformação da matéria, regido opostamente pelo perceptível pelos sentidos, sendo antes expressão de um pensamento determinado por ciúmes, invejas, despeitos e ódios. Se este é dirigido à matéria e, portanto à riqueza material, e aquele ao imaterial, compreende-se que Santo Antonio seja visto como aquele que dá "pão aos pobres", como manifestado em práticas tradicionais.


Titulações de admiral, capitão ou de outras lideranças militares e náuticas conferidas figurativamente a Santo Antonio apenas podem ser compreendidas nesse vínculo de sua imagem como produto paradigmático de uma mentalidade. Não há, assim, contradição entre a linguagem visual marcada por associações militares e aquelas que expressam um vínculo das concepções antonianas com o amor, manifestadas popularmente no fato de de ser procurado como "santo casamenteiro".


Santo Antonio e os "Gêmeos" - culto a Cosme e Damião


A Capela Real de Santo Antonio de Goa dirige a atenção particularmente a um complexo de significados relacionados com o culto antoniano: aquele de cunho curativo. O motivo da doença surge na história de Santo Antonio pelo fato de não ter podido atuar no Marrocos.


Esse vínculo com a cura de males indica a vigência de concepções relativas ao papel desempenhado pela cura da alma - e do pensamento como sua expressão - na cura do corpo.  Na Capela, esse relacionamento do culto a Santo Antonio com processos de cura manifesta-se na veneração de Cosme e Damião e Nossa Senhora das Febres.


O culto dos médicos Cosme e Damião indicam a introdução na Índia pelos europeus de concepções e práticas que, pelos seus fundamentos de remotas origens, ali teriam vindo de encontro a tradições afins relacionadas com a imagem de gêmeos. A antiguidade das expressões do culto a Cosme e Damião manifestava-se, na Europa, entre outros aspectos, na assim chamada prática da "incubação". Em reclusão, no afastamento do mundo externo, na introspecção e redirecionamento interior, os doentes procuravam a cura espiritual vista como pré-condição da cura física. A separação dos dois impulsos mentais ou rebentos da alma, devia ser evitada, dando origem a um único sob a supremacia do primeiro, concepção expressa visualmente através de fitas que uniam as imagens.(Bispo, A.A. "Heterodoxe Kosmas-und Damian-Vorstellungen", Grundlagen christlicher Musikkultur in der außereuropäischen Welt der Neuzeit, Musices Aptatio 1987-88, Roma 1989, 772-773)


Essas estreitas relações entre o culto de Cosme e Damião e Santo Antonio correspondia a uma estruturação do ciclo festivo do ano, expressas nas festividades dos santos gêmeos em setembro e de Santo Antonio em junho.


Nossa Senhora das Febres


Os estreitos elos das concepções e práticas curativas com o culto mariano podem ser deduzidas do culto de Nossa Sra. das Febres na Capela Real de Santo Antonio. Assim como o culto a Cosme e Damião foi particularmente intenso em regiões assoladas por epidemias, essa singular designação de Maria parece relacionar-se com as precárias condições de salubridade de Goa. A fundamentação mariana das formas de veneração se manifesta na própria configuração do altar-mór da capela, onde Maria surge ao alto, acima de Santo Antonio.


Um quadro a óleo nas paredes da capela apresentava Maria cercada de doentes e que a ela apresentavam os seus pedidos, dois dos quais eram legíveis. Nesse altar celebravam-se missas às quarta-feiras. (Saldanha, op.cit. 27-28)


Essa representação assume particular interesse aos estudos culturais, uma vez que sugere a continuidade de antigas práticas incubatórias e abre caminhos para estudos de sua orientação mariana.


Externo e interno: forja e atmosfera de transparência celestial


Sob essa perspectiva, não causa perplexidade maior o estranho contraste que se observa entre o exterior e o interior da igreja de Santo Antonio de Goa. Por fora construção fechada e pouco convidativa, com uma única entrada, sugerindo uma gruta ou forja, por dentro um espaço envolto em atmosfera suave e transparente, de pureza e ingenuidade. Como o azul celeste escolhido para a sua pintura parece sugerir, a igreja transmite uma atmosfera iluminada, do ar transparente pela luz.


Transformações do culto a Santo Antonio


Até início do século XVII, a Capela foi administrada pelo Cabido da Sé de Goa. Situando-se próxima ao Convento dos Agostinhos, compreende-se que, a partir de 1606, passasse a ser administrada por esses frades. Essa medida, porém, deve ser considerada à luz da orientação religiosa do Arcebispo D. Aleixo de Menezes (1559-1617), também pertencente á Ordem dos Eremitas Descalços ou Recoletos de Santo Agostinho (Veja artigo a respeito).



Esse vínculo com a Ordem dos Agostinhos fazia sentido pela importância da mística na veneração de Santo Antonio e dos fundamentos agostinianos de sua teologia. Deve ter representado, porém, uma intensificação da mística antoniana devido à acentuada emocionalidade derivada da tendência passional da mística da cruz na tradição de Santa Clara de Montefalco (Veja artigo sobre os Agostinhos, nesta edição).


Esse vínculo com o convento dos Agostinhos, porém, teve consequências graves para a capela no século XIX. Com a extinção das ordens, permaneceu fechada e caiu em abandono. Somente foi relembrada em 1894, ano comemorativo de Santo Antonio. Nessa ocasião, a igreja foi reaberta, passando a ser administrada pelo vizinho convento de Santa Mônica.





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Indicação bibliográfica para citações e referências:

Bispo, A.A. "Capitão e cabeça: a mente iluminada como guia e a cura
Santo Antonio, Cosme e Damião e Nossa Sra. das Febres. Estudos indo-antonianos". Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 131/14 (2011:3). http://www.revista.brasil-europa.eu/131/Goa-Santo_Antonio.html



  1. Observação: o texto aqui publicado oferece apenas um relato suscinto de trabalhos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui aparato científico. O seu escopo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição e o índice geral da revista (acesso acima). Pede-se ao leitor, sobretudo, que se oriente segundo os objetivos e a estrutura da Organização Brasil-Europa, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral e de onde poderá alcançar os demais ítens relativos à Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência (culturologia e sociologia da ciência), a seus institutos integrados de pesquisa e aos Centros de Estudos Culturais Brasil-Europa: http://www.brasil-europa.eu


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  3. Não deve ser confundida com outras instituições, publicações, iniciativas de fundações, academias de letras ou outras páginas da Internet que passaram a empregar designações similares.








 








Fotos A.A.Bispo
©Arquivo A.B.E.

 

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