Intercâmbio Brasil/EUA nos anos 40. BRASIL-EUROPA 129. Bispo, A.A. (Ed.). Organização de estudos culturais em relações internacionais





Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 
Rockfeller Center NY. A.A.Bispo©

O estudo da história cultural no contexto das relações Brasil-Estados Unidos necessita dar particular atenção aos anos de guerras na Europa. Tanto à época da Primeira Guerra como à da Segunda Guerra, assim como nos anos que as antecederam e seguiram, as relações culturais entre os dois países foram intensificadas.


Nesses anos, artistas e intelectuais brasileiros tiveram maiores possibilidades de atuação na América do Norte, obras brasileiras foram ali divulgadas, projetos em comum foram encetados e, vice-versa, constata-se uma maior influência de tendências intelectuais e artísticas norte-americanas no Brasil. Esse fato demonstra a exigência de consideração em conjunto de processos interamericanos e transatlânticos. (Veja Tema em Debate)


Um aspecto a ser salientado é o papel desempenhado pela iniciativa particular nessas fases mais intensas de intercâmbio cultural, em particular naquela da Segunda Guerra. Devido ao próprio sistema político-social norte-americano, a iniciativa particular e empresarial foi aqui mais acentuada, sendo ações governamentais mais apoiadas do que na Europa em empreendimentos de individuos, grupos e firmas que se empenharamm por razões econômicas, interesses comerciais e mesmo ideais, de convicção interamericana ou de dupla identificação patriótica.


Esse fenômeno faz com que a maior intensidade das relações nessas fases críticas das relações internacionais saliente a necessidade de estudos de orientação teórico-cultural, uma vez que diz respeito a questões de identidade de brasileiros e norte-americanos atuando ou residindo nos dois países.


Política da Boa Vizinhança e interesse por expressões culturais diferenciadoras


Os anos da Segunda Guerra e aqueles que a antecederam marcaram uma maior atenção a obras de compositores brasileiros que evidenciavam traços diferenciadores nos Estados Unidos. Essa divulgação internacional teve, por sua vez, consequências para o Brasil, pois aumentou o prestígio de determinados compositores e suas obras, influenciando o desenvolvimento estético no próprio país.


O interesse, a simpatia e a disposição em apreciar expressões culturais latinoamericanas nos Estados Unidos foram resultados em grande parte da visão política da Good Neighbor Policy de Franklin Delano Roosevelt (1882-1945).


É compreensível que essa receptividade fosse dirigida sobretudo a expressões mais claramente identificáveis como provenientes de nações americanas, próximas, fáceis para serem compreendidas mas ao mesmo tempo distintas, não confundíveis, aptas assim a receberem protestos de boa vontade.


Se, devido a outra situação político-cultural,  o interesse à época da Primeira Guerra fora justamente o contrário, valorizando expressões que demonstrassem vínculos com a cultura cosmopolita de Paris, mesmo se cultivadas por artistas latinoamericanos (Veja artigo), nos anos trinta e quarenta a simpatia passou a ser despertada sobretudo por intelectuais e artistas que demonstravam, que, embora sendo vizinhos, possuiam culturas com elementos diferenciados, a serem apreendidos e apreciados em gestos de simpatia. Ao contrário, expressões culturais de cunho internacional, não apresentando conotações distintivas, perdiam agora em interesse.


Essas características fundamentadas politicamente da recepção cultural nos Estados Unidos influenciaram o desenvolvimentos dos vários países latinoamericanos. Levaram à criação de obras com maior possibilidade de serem percebidas como expressões próprias, em geral com a utilização de elementos dos respectivos folclores.


Nos estudos relativos ao nacional e ao nacionalismo nas culturas e nas artes nos diferentes países latinoamericanas, esse fator externo não pode deixar de ser considerado. Devendo ser cuidadosamente diferenciado segundo épocas e tendências, o nacional na cultura e nas artes nem sempre foi realmente produto de um ímpeto próprio, mas sim, ao contrário, expressão de projeções de expectativas externas.


Nesse sentido, a divulgação de obras de compositores brasileiros nos Estados Unidos nas décadas de trinta e quarenta não representam apenas testemunhos de reconhecimento internacional de extraordinariedade criadora, mas sim fenômenos culturais a serem estudados sobretudo sob o aspecto de processos receptivos de fundamentação político-cultural.


Perspectivas exclusivamente internas, a de procura de expressão nacional, de valorização da música popular na criação erudita ou de conscientização das próprias raízes não são suficientes nos estudos das tendências estéticas de cunho nacional das décadas de trinta e quarenta; a ótica exógena necessita ser considerada.


Divulgação de música de conotação brasileira nos EUA por Guiomar Novaes (1895-1979)


Um exemplo eminente a ser aqui mencionado é o da pianista brasileira Guiomar Novaes. Se, à época da Primeira Guerra, essa pianista executara, de compositores brasileiros apenas obras de Henrique Oswald (1852-1931), com títulos franceses e de orientação estética francesa (Veja artigo), na década de trinta passou a apresentar sistematicamente obras de compositores mais conotadas como brasileiras.


Inicialmente de forma discreta, substituindo, na parte "franco-ibérica" de seus programas um Granados, Falla ou Albeniz por Camargo Guarnieri (1907-1993), significativamente recebido por críticos como compositor espanhol ou íbero-americano (Veja artigo), a pianista passou a incluir cada vez mais obras com características mais nitidamente perceptíveis como distintivas à medida que os anos se aproximaram da Grande Guerra.


Em 1940, apresentara, em primeira audição, Momo Precoce, de Heitor Villa-Lobos, em programa da National Symphony Orchestra, no Constitution Hall, de Washington, quando apresentou-se como solista de um concerto de Mozart sob a regência do Dr. Hans Kindler (1892-1949).


"A new composition by the contemporary Brazilian composer, Heitor Villa-Lobos, will be introduced tonight by Guiomar Novaes, renowned Brazilian pianist, during her appearance as soloist with the National Symphony Orchestra in Constitution Hall.

The work which Miss Novaes considers one of the outstanding modern efforts of a Latin American composer, is Momo Precoce, sprightly musical delineation of carnival time in her homeland" (The Evening Star, Washington, January 17, 1940,A-6x).


Nessa ocasião, o seu marido, Octavio Pinto, mencionou à imprensa desejos do Govêrno brasileiro:


"Mr. Pinto says he has been suggesting to the government of Brazil that concert tours of young artists be sponsored by it in the United States to instill them to try their wings. He points out numerous talents are lost to the public because finding no immediate opportunities to perform publicity after they have completed formal education, their young possessors become discouraged and start looking for a job." (loc.cit.)


Um ponto alto nesse desenvolvimento deu-se em 1941, quando Guiomar Novaes fêz uma grande tournée pelos Estados Unidos. Realizada em tempo de guerra, essa viagem artística diferenciou-se das muitas que anteriormente realizara pelo número de composições de autores brasileiros que incluiu, fato conscientemente intendido e captado como contribuição à Política de Boa Vizinhança.


Nesses seus programas, além de composições do seu marido, Octávio Pinto (Veja artigo), apresentou obras de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), Itiberê da Cunha (1896-1967) e Francisco Mignone (1897-1986). Em Grand Rapids e Kansas City executou com orquestra o concerto op.105 n° 2 de Heckel Tavares (1896-1969), regido por Karl Krueger (1894-1974).


Iniciativa própria a favor da fraternidade americano-brasileira


Demonstração da necessidade de análises diferenciadas de processos culturais de personalidades envolvidas nas relações Brasil-Estados oferece essa pianista brasileira a assumir uma função que, em outros contextos, cabe antes a instituições de cunho oficial ou oficiosos: a da iniciativa de intercâmbio de artistas brasileiros e norte-americanos a favor do estreitamento de laços de uma fraternidade americano-brasileira.


Atuando há décadas nos Estados Unidos, tendo ali passado por um processo de integração na sociedade americana em época de exaltação patriótica da Primeira Guerra, participando de seus movimentos sócio-culturais, sendo ali aceita e reconhecida, a pianista brasileira demonstrou na situação crítica da Segunda Guerra os seus profundos elos com a sociedade norte-americana, assumindo manifestadamente a sua perspectiva na consideração dos desenvolvimentos internacionais.


Expressão máxima de sua bi-culturalidade ou talvez duplo-patriotismo foi o da instituição de um Prêmio Guiomar Novaes para contribuir ao intercâmbio cultural e à confraternização artística entre os dois países. A pianista brasileira se sentia tão integrada na sociedade americana que tomava agora a iniciativa de oferecer a um jovem americano a possibilidade de vir ao Brasil e apresentar-se em recitais pelo país. Para isso, instituiu um concurso para a escolha de um pianista, que deveria ser jovem, com menos de 30 anos de idade. Estava disposta a custear todas as despesas da viagem do pianista americano ao Brasil e a sua estadia no país. O vencedor faria a viagem por um dos vapores da linha Moore & MacCormack. Em reciprocidade, um pianista brasileiro deveria ir aos Estados Unidos, nesse caso subvencionado por americanos.


Em visão retrospectiva, o pesquisador surpreende-se pelo pouco espaço de tempo decorrente entre o anúncio do concurso e a sua realização, assim como a da premiação e a viagem ao Brasil. Também a surprêsa com que o empreendimento foi conhecido no Brasil indica que o seu projeto foi resultado de ímpetos emocionais e de convicção política sob a impressão dos acontecimentos internacionais, de um entusiasmo bi-patriótico que havia sido fomentado pelos sucessos obtidos através da execução de obras de conotação brasileira.


A proclamação de que o concurso seria realizado surge em textos de jornais americanos às vésperas de sua partida para o Brasil pelo transatlântico Uruguay, retornando de sua tournée brasileira pelos Estados Unidos e, no Brasil, à sua chegada. Assim, o New York Sun, de 10 de abril, um dia antes de sua partida, anunciou publicamente a criação do prêmio.


Novaes Award. Guiomar Novaes, Brazilian pianist, on the eve of sailing for her native sao Paulo tomorrow on the steamship Uruguay, announces the creation of the Guiomar Novaes Award, which provides for a young American pianist to go to Brazil for concerts at Mme. Novaes's expense. The award comprises transportation from New York to Rio de Janeiro and return on the Moore-McCormack Line and a tour of at least four concerts in Brazil. The offer is made as the artist's personal contribution toward a wider cultural intercourse between the Americas.

Selection of this American pianist will be made by a contest in New York, under the general supervision of Arthur Judson, president of Columbia Concerts Corporation. Four distinguished musicians, whose names will be announced later, will serve as the committee of judges." ("Shipping and Mails", New York Sun, Thursday, April 10, 1941, 25)


Recepção da iniciativa "yankee-brasileira" no Brasil


No Brasil, o empreendimento tornou-se conhecido após algumas semanas de sua partida dos Estados Unidos. O jornal Diario de Notícias, de 24 de abril de 1941, registrou a chegada do Uruguay, trazendo Guiomar Novaes e sua família ao lado de grupo de modas e representantes do Instituto Carnegie para o fomento de relações pecuárias entre os Estados Unidos e o Brasil.


Do tom do relato pode-se perceber que a pianista se encontrava no apogeu de sua carreira, inspirada pelo entusiasmo patriótico despertado pela difusão de obras de compositores nacionais:


Rockfeller Center NY. A.A.Bispo©

"Em companhia do seu esposo, o compositor e urbanista patrício Otavio Pinto, chegou a pianista Guiomar Novais Pinto, que regressa de uma das suas tournées de arte aos Estados Unidos. Encontramos no deck superior do transatlântico da Moore McCormack ao lado do seu esposo e de dois filhinhos do casal, em palestra com diversas pessoas das suas relações que foram levar-lhe votos de boas-vindas.

Palestrando com o reporter, a sra. Guiomar Novais declarou que regressa satisfeita, informando haver realizado, nestes ultimos três meses, uma serie de concertos em varias cidades norte-americanas, tendo executado, com bastante agrado, para as platéias, músicas de compositores brasileiros, inclusive de Itibere da Cunha, Villa-Lobos, Heckel Tavares e Otavio Pinto.

Disse ainda a artista que, visando estimular o intercambio artístico yankee-brasileiro, estabeleceu um premio, dando direito a um pianista da jovem geração americana vir ao Brasil realizar concertos. Para tal fim haverá, em julho, um concurso em Nova York, sendo o juri composto de quatro grandes figuras das artes daquele país, inclusive a musicista Olga Samaroff Stokowski, esposa do maestro Leopold Stokowski, a qual, brevemente, visitará o Rio de Janeiro."


Essa edição surge como significativa para a consideração contextualizada da iniciativa de Guiomar Novaes no cenário político-cultural determinado pela política interamericana. Assim, na mesma página, o jornal anunciava a vinda do ator cinematográfico Douglas Fairbanks Junior (1909-2000) como "embaixador da Boa Vontade", em avião da Panair. Esse ator realizava, a pedido do presidente Franklin D. Roosevelt, e sob os auspícios da Secretaria de Estado, de Washington, uma viagem de aproximação cultural pela América do Sul, incumbido da tarefa de, com a simpatia que irradiava, intensificar as relações culturais entre os Estados Unidos e as demais repúblicas do hemisfério ocidental.


Douglas Fairbanks Jr. não era, porém, apenas um ator, mas sim personalidade de alta formação artística, intelectual e político-militar. Nascido em Nova York, estudara na Escola Politécnica de Passadena, California, na Harward Military School, na Bovée School, Collegiate Military School e Knickerbocker Greys, de Nova York. Estudara arquitetura e artes em Paris, em Londres e nos próprios Estados Unidos. Era, além de ator de filmes conhecidos no Brasil, membro da Academia de Ciências e Artes e da Sociedade Geográfica do Pacífico, sendo autor de vários artigos. Vinha acompanhado ao Brasil por familiar do Presidente Rooselvet, que atuava como seu conselheiro. A sua vinda havia sido anunciada por Nelson Rockfeller (1908-1979), que salientara que a excursão tinha como objetivo conhecer os pontos de vista e sugestões dos países a serem visitados sobre o caminho mais adequado para a utilização da arte cênica como meio de aproximação entre os povos americanos.


Heckel Tavares entre Dardanelos e bombardeamentos alemães


Em entrevista concedida ao jornal A Noite, Guiomar Novaes exaltou a Política da Boa Vizinhança e o entusiasmo que esta continuava a criar no público americano. Segundo ela, o Presidente Roosevelt, ao inaugurá-la, criara na América do Norte um ambiente de simpatia e compreensão pela América Latina.


"Um entusiasmo enorme... O exito dos compositores brasileiros foi grandissimo. Toquei Villa Lobos, Octavio Pinto, Itiberê da Cunha, Mignone... Em Grand Rapids e Kansas City toquei com orquestra o concerto de Hekel Tavares, op. 105, n. 2. Foi um exito integral. Regeram-no Karl Krueger e Thore Trompson. Hekel Tavares foi festejadissimo nos Estados Unidos."


O jornalista, lembrando que Heckel Tavares se encontrava no Rio de Janeiro, sugere que seria interessante ouvir essa obra no próprio país. (A Noite, 24 de abril de 1941)


A apreciação desse texto na sua inserção político-cultural é facilitada pelo próprio conjunto de noticias que o emolduravam na página do jornal: de um lado, o leitor deparava-se com um texto sobre o valor estratégico dos Dardanelos, de outro, era informado sobre o ataque brutal de aviadores alemães em transportes britânicos.



"Propaganda musical do Brasil" nos Estados Unidos


A coluna "Correio Musical", do Correio da Manhã, de 2 de maio de 1941, publicou o texto mais pormenorizado a respeito do concurso no Brasil. Nesse texto, a atividade de Guiomar Novaes é descrita como sendo a de uma iniciativa de propaganda cultural do Brasil.


"Guiomar Novais é um nome familiar nos Estados Unidos entre os astros que percorrem anualmente o território da grande República Americana: faz parte da constelação dos artistas queridos do público.

Seus triunfos já se contam antecipadamente, tão grato é ao gosto do auditório americano o seu peregrino talento de virtuose do teclado.

Felizmente Guiomar Novais fez e sempre tem feito a melhor propaganda musical do Brasil. A sua atuação compensa um pouco das (nem sepre ingênuas) lucubrações carnavalescas cariocas que por lá andam... fingindo de música brasiliense...

Gravou a artista patrícia para a Columbia vários discos novos. Fez também ouvir, em primeira audição, o Concerto, para piano e orquestra, de Hekel Tavares.

Mas a sua atuação mais destacada, o seu ato mais significativo desta vez, foi a criação do Premio Guiomar Novais, lindamente destinado a incentivar o intercambio artístico entre o Brasil e os Estados Unidos da América. Esse Premio permite que um jovem pianista americano da nova geração, escolhido em concurso, possa realizar concertos no nosso país. Ainda mais, tendo conseguido a reciprocidade por parte dos nossos amigos ianquis, obtendo para um pianista nosso as mesmas condições." (Correio da Manhã, 2 de maio de 1941, pág. 5)


Papel da mulher: Olga Samaroff-Stokowsky e Music Clubs


Esse texto assume ainda um significado especial por testemunhar o papel desempenhado por associações femininas nesse processo político-cultural de difusão de música conotada como brasileira nos Estados Unidos. Se desde os primeiros anos de sua presença na América do Norte a carreira de Guiomar Novaes fora fomentada por círculos femininos (Veja artigo), na década de trinta, correspondendo ao papel relevante desempenhado por mulheres na vida político-cultural à luz de atividades de benemerência (Veja artigo), as suas atividades continuaram a ser estreitamente relacionadas com esses círculos. Tratava-se, agora, em sequência aos impulsos da Política da Boa Vizinhança e da intensificação dos elos de fraternidade americano-brasileiras, não apenas de trazer grandes personalidades femininas ao Brasil, mas sim de estender as rêdes sócio-político-culturais das norteamericanas ao país.


Como o jornal testemunha, um vulto de particular significado no círculo de Guiomar Novaes e Octávio Pinto era a da pianista, professora e crítica musical Olga Samaroff-Stokowsky (1880-1948), esposa em segunda núpcias do regente Leopold Stokowsky (1882-1977), professora da Julliard School de Nova York.


Essa menção do jornal é um primeiro indício do papel significativo que Olga Samaroff-Stokowsky, admiradora da pianista brasileira, desempenhou no contexto da instituição do prêmio Guiomar Novaes. Os iniciadores brasileiros desse prêmio desejavam que viesse ao Brasil, estreitando elos que seriam importantes para garantir a planejada ida, em reciprocidade, de um pianista brasileiro aos Estados Unidos.


Os planos de Guiomar Novaes e de seu marido iam, porém, mais longe. Desejavam criar no Brasil uma rêde feminina de ação cultural correspondente àquela dos Estados Unidos, que admiravam pelos clubes que possuiam por todo o país. Essa organização, porém, como o jornal acentua, deveria ser vinculada estreitamente à National Federation of Music Clubs, equivalendo, assim, à extensão dessa rêde feminina norte-americana ao Brasil.


"Por sugestão do dr. Otavio Pinto, que também é artista apreciado, virá ao Brasil a celebre pianista e conferencista americana Olga Samaroff-Stokowsky, professora do Juliard School of Music, que deseja conhecer o nosso país e a nossa música.

Afim de obter intercambio e cooperação mais bem organizados, Guiomar Novais e seu esposo dr. Otavio Pinto, tiveram ensejo de conversar com a presidente da National Federation of Music Clubs, organização admirável, espalhada por todos os Estados Unidos e que conta um Music Club em cada cidade.

Trata-se de uma organização feminina, em que todos os socios e dirigentes são mulheres. Todas elas trabalham para o maior e melhor desenvolvimento da música, levando a efeito concertos, conferencias, convenções, concursos, premios, etc.

O ilustre casal patrício teve ocasião de demonstrar o interesse que teria o Brasil - assim como outros paises da America do Sul - em que fossem criadas instituições similares à National Federation no nosso hemisfério, e, muito especialmente, a ela filiados.

A presidente da Federação Americana mostrou-se muitissimo interessada pela idéía e colocou imediatamente os seus serviços à disposição dos iniciadores, afim de dar começo ao estudo e pormenores da instituição." (loc.cit.)


Olin Downes (1886-1955), Józef Hofmann (1876-1957) e Lazare Saminski (1882-1959)


A pressa, ou melhor, a urgência que parece ter acompanhado a instituição e a realização do concurso, da premiação e da viagem de intercâmbio explica menções não homogêneas quanto à constituição da comissão julgadora. O prestígio dos nomes envolvidos surgia como uma garantia da sua relevância. Os nomes citados surgem como significativos para considerações a respeito das inserções político-culturais do empreendimento, concordantes com as posições altamente conservadoras da pianista.


Da comissão geral da iniciativa fazia parte Edwin Olin Downes, crítico do New York Times. Olin Downes, apesar de seu conservativismo, apoiara a execução de obras de compositores do século XX, interessando-se sobretudo por Jean Sibelius (1865-1957), com quem mantinha relações de amizade. Havia comentado recitais da pianista brasileira, era seu admirador e amigo.


Outro componente procurado para fazer parte da comissão foi o compositor Lazare Saminski. Nascido em Odessa, era renomado compositor, regente e musicólogo norte-americano, tendo estudado filosofia e matemática na Universidade de St. Petersburgo. Desde 1920 nos EUA, foi um dos fundadores de festivais corais e pesquisador de cantos populares judaicos. Publicara, em 1934, a sua obra Música do Ghetto e da Bíblia, que causara grande repercussão; também algumas de suas obras composicionais apresentavam explícita identificação cultural judaica (Cantata Rei Saul)


Além desses nomes, representativos da crítica e da composição, o jovem americano a vir ao Brasil deveria ser co-escolhido por um outro pianista, o renomado polonês Józef Kazinierz Hofmann (1876-1957), de grande prestígio no meio musical norte-americano. Havia realizado concertos e recitais paralelamente àqueles de Guiomar Novaes, com a qual mantinha relações de amizade. Era desde 1924 cidadão americano e havia sido por longos anos diretor e professor do Curtis Institute of Music, em Philadelphia. Nessa época, já se havia despedido da vida musical, tendo dado o seu último recital como solista no Carnegie Hall, em 1946.


Supervisão de Arthur Leon Judson (1881-1975)


Para a supervisão geral de sua iniciativa de intercâmbio artístico a favor da confraternização Brasil-Estados Unidos, a pianista brasileira conseguiu ganhar uma das personalidades mais influentes da vida musical americana: Arthur Leon Judson, presidente da Columbia Concerts Corporation e manager da New York Philharmonic. Nessa posição, Judson, personalidade conhecida pela sua presença e poder, controlava sete agências promotoras de concertos, conhecida como o "império de Judson".


Sob a sua supervisão encontravam-se  a sua própria agência - o Concert Management Arthur Judson -, assim como os escritórios de Wolfsohn Music Bureau, Haensel and Jones, - a própria agência promotora de Guiomar Novaes -, o The Metropolitan Musical Bureau, Evans and Salter, American Opera Company e o Community Concert Service of Ward French.


Com Judson à testa da sua iniciativa, a pianista brasileira garantia a participação de excelentes candidatos, pois esses tinham a expectativa de serem considerados por um manager que controlava acima de dois terços dos principais músicos dos Estados Unidos. Judson havia garantido a reciprocidade da iniciativa, comprometendo-se a trazer um artista brasileiro para a estação de 1942/43, fato que Guiomar Novaes e Octavio Pinto cuidaram que fosse adequadamente registrado pela imprensa.


Patrocínios de Eleanor Roosevelt (1884-1962) e do embaixador Dr. Carlos Martins


Apesar de partir de iniciativa particular da pianista e ser por ela subvencionado, o concurso para o envio de um pianista americano ao Brasil contou com o patrocínio de altos representantes dos dois países, nada menos do que a First Lady Eleanor Roosevelt, e do embaixador do Brasil, Dr. Carlos Martins. Já esse fato demonstra o prestígio e os elos da pianista brasileira com as mais altas instâncias do govêrno e da diplomacia.


O jornal World-Telegram, de 27 de maio, anunciando o término das inscrições, salientava os nomes de alto prestígio vinculados ao concurso, ainda que já indicando algumas substituições.


"Applications close May 31 for entry in the Guiomar Novaes Pianists Contest awarding the winning American pianist a round-trip ticket to Rio de Janeiro and a series of recitals and orchestral solo appearances throughout Brazil. Blanks are obtainable from Arthur Judson, president of Columbia Concerts Corp., acting Award Supervisor.

The contest was planned as a goodwill gesture in developing closer cultural ties between America and Brazil. American-born pianists between 17 and 30 are eligible, and applicants must either hold a major piano prize awarded in the last two seasons by a recognized institution or be approved by the Supervisor or members of the Novaes Award jury.


The judges are Olin Dowen, Olga Samaroff-Stokowski, Hans Wilhelm Steinberg, Sigismund Stojowski and Leon Barzin. The sponsors are Mrs. Eleanor Roosevelt and Dr. Carlos Martins, the Brazilian Ambassador.

(...)

Mme. Novaes, a widely known concert pianist here and abroad, planned the award in response to increasing Brasilian interest in young American talent. Mr. Judson announces that a reciprocal arrangement will be made bringing a Brazilian artist here during the season 1942-43." (World-Telegram, 27 de maio de 1941)


O concurso, a ser realizado no Carnegie Hall, nos dias 16, 17, 18 e 19 de junho, obedecia aos mais exigentes critérios de seleção. Os candidatos deveriam apresentar dois recitais completos de uma hora e 20 minutos. Para além de peças de confrontro, cada pianista devia executar, por detrás de uma tela, composição de própria escolha de dez minutos de duração. O vencedor seria escolhido entre três finalistas. Poucas semanas depois, a 3 de julho, o vencedor já deveria partir para a sua tournée pelo Brasil.


Joseph Battista, discípulo de Olga Samaroff-Stokowsky


O jornal New York Sun, de 20 de junho de 1941, anunciou o nome do pianista vencedor: Joseph Battista, jovem da Pennsylvania:


"Joseph Battista, young pianist from Pennsylvania, who is announced as winner of the Giomar Novaes award, offered by the distinguished Brazilian pianist as a means of encouraging closer cultural relations between the United States and Brazil. He will tour the South American republic this summer."


O detentor do prêmio, com 23 anos de idade, filho de um industrial de calçados, provinha de passado familiar de imigração italiana. Estudara na Julliard School, de Nova York. Com a idade de 18 anos vencera concurso para estudar com Olga Samaroff-Stokowsky e, em 1938, concurso juvenil da Orquestra da Filadélfia que lhe deu a oportunidade de com ela apresentar-se como solista. Em 18 de janeiro de 1939, executara o concerto de Rachmaninoff em do-menor sob a regência de Eugene Ormandy (1899-1985), obtendo extraordinário sucesso, sendo contratado para mais dois concertos naquela estação. A sua estréía em Nova York dera-se no dia 12 de novembro de 1940, tendo-se apresentado em recital no Town Hall, dando início a uma série de concertos que o levou a várias cidades dos Estados Unidos, entre elas de New Hampshire, Connecticut, Tennessee, North Carolina, Florida, Alabama, Maryland e Georgia.


Recepção de Joseph Battista no Brasil


A chegada do pianista ao Brasil foi prevista para o dia 15 de julho de 1941, sendo o seu concerto marcado para o dia 21 desse mês.


A sua chegada foi preparada por longa matéria no Diário de Notícias do Rio de Janeiro de 12 de julho, e que adquire significado especial por dois motivos: por testemunhar a constituição definitiva da comissão julgadora e incluir carta de Arthur Judson confirmando a intenção da Columbia Concerts Corporation de, em reciprocidade, patrocionar uma tournée de artista brasileiro pelos Estados Unidos com a finalidade exclusiva de promoção do intercâmbio artístico entre as duas nações.


Na foto publicada do vencedor recebendo congratulações dos membros da comissão julgadora, no Carnegie Hall, vê-se o belga Leon Barzin (1908-1999), regente da National Orchestra Association, antiga American Orchestral Society e da Hartford Symphony Orchestra, o pianista polonês Myeczislaw Munz (1863-1958), Hans Wilhelm Steinberg  ou William Steinberg (1899-1976), regente nascido em Colonia e que fundara a Palestine Symphony, futura Israel Philharmonic, em 1936, e Sigismund Stojowski (1869-1946). A menção de que a comissão julgadora teve dois membros honorários: Olga Samaroff Stokowski e Isidor Philipp (1863-1958) surpreende, pois nem a professora de Joseph Battista e o antigo professor de Guiomar Novaes haviam sido anteriormente mencionados como constituintes da comissão.



"Entra, assim, na fase principal da execucução a iniciativa feliz da genial pianista patrícia, instituindo nos Estados Unidos, mediante concurso, o premio que tem seu nome e que consiste em uma viagem de ida e volta dos Estados Unidos ao Brasil e a realização no nosso país de, pelo menos, quatro concertos pelo beneficiado. O concurso de que saiu vencedor Joseph Baptiste, realizou-se em Nova York e foi patrocinado pela exma. esposa do presidente Roosevelt e pelo embaixador do Brasil, dr. Carlos Martins, sendo o juri constituido por cinco personalidades do maior relevo do mundo musical novayorkino: Alvin Down, primeiro critico de música do New York Times, Olga Samaroff-Stokowsky, pianista e diretora do Julliard Conservatory of Music; Sigismund Stokowski, célebre compositor e pedagogo; Leon Barzin, notavel chefe de orquestra e Wilson Steinberg, compositor e pedagogo. Só foram admitidos pianistas já laureados em outros concursos.

(...)

Como já foi por nós divulgado, o premio instituído por Guiomar Novais, sugeriu, desde logo, idêntica iniciativa por parte de organizações americanas, com relação à ida aos Estados Unidos, de um pianista brasileiro selecionado em concurso previamente realizado no Rio de Janeiro.

A este propósito, recebeu o dr.- Otavio Pinto, esposo da pianista patrícia, a seguinte carta do sr. Artur Judson, presidente da Columbia Concerts Corporation, a qual vale por uma afirmativa dos seus propósitos nesse sentido:

"Meu caro sr. Pinto:

Tendo consultado os demais diretores da Columbia Concerts Corporation, posso agora comunicar-lhe oficialmente e autorizá-lo a anunciar que esta organização terá muito prazer em apresentar nos Estados Unidos da América, no princípio da estação de 1942-43, um pianista representativo do Brasil escolhido por justo meio, sob a sua direção e de outras autoridades que o senhor houver por bem escolher.

O artista brasileiro terá´suas despesas pagas de ida e volta aos Estados Unidos e lhe será dado tantos contratos neste país suficientes para cobrir todas as suas despesas e ainda lhe deixar algum proveito adicional. Assim, sua tournée constará de um recital em Nova York, uma ou mais audições no radio, recitais em outras cidades e provavelmente uma ou mais apresentações com uma importante orquestra sinfonica.

Eu não pretendo, ainda aqui, lhe oferecer os detalhes de tal organização, pois estes só podem ser definitivamente acertados com o desenvolvimento deste plano. Pretendo tão somente por meio desta lhe dar a autoridade necessaria para fazer este anuncio em qualquer tempo e de qualquer maneira que o senhor julgar apropriado. A única razão para tal oferecimento é promover o intercambio artístico entre o Brasil e os Estados Unidos da América.

Com os votos de felicidade parao sr. e exma. sra., sou, Atenciosamente, Artur Judson."


O fomento do espírito de competição no Brasil como objetivo


Esta carta foi republicada na edição do Diário de Noticias de 13 de julho 8 (pág. 6), sob o título "Oportunidade Feliz", sob fotografia de alunos que haviam participado de uma audição do Conservatório Brasileiro de Música, com um comentário a respeito da necessidade de promover-se o espírito competitivo entre os estudantes de música do Brasil:


"Não há dúvida que temos pianistas capazes de de bem desempenhar essa honrosa missão. Basta, apenas, que não fujam à competição.

Não é habito, entre nós, se submeterem a concursos os melhores elementos. Fogem sempre a tais ocasiões que, por isto mesmo, não têm nunca o interesse que poderiam ter. Convem, porem, notar, que todos quantos aqui temos realizado se revestem de simples carater doméstico, ao passo que aquele a que nos referimos, patrocinado pela Columbia Concerts Corporation, alarga o horizonte dos seus concorrentes, projetando-os, de um dia para outro, no maior centro musical do momento.

Será missão espinhosa, portanto, a que terá de cumprir o vencedor. Porque irá competir com os mais célebres pianistas que ali se encontram, vindos de toda parte, como, ainda, e principalmente, porque irá credenciado como embaixador artístico de um pais que tem tido permanentemente, na América, como sua representante musical, a propria Guiomar Novais.

Da dificuldade do encargo, nasce a dificuldade da seleção. E não será entre pianistas mediocres que teremos de apontar o nome vitorioso.

Cumpre, pois, que se apresentem os nossos melhores virtuoses, os pianistas já reconhecidos como tal, oferecendo, assim, ao juri, o ensejo de bem julgar, escolhendo o maior entre os maiores.

A oportunidade feliz de uma viagem à America do Norte, com exibições asseguradas, não é coisa para se desprezar. Guiomar Novais e o sr. Judson oferecem-na aos pianistas patricios. Esperemos que saibam aproveitá-la, compreendendo a intenção da iniciativa. D'Or."


Joseph Battista executou, no Rio de Janeiro, um programa que constou, na sua primeira parte, de corais de J. S. JBach e da sonata opus 110 de Beethoven, e, na segunda, de composições de Chopin, Octavio Pinto, Griffes, Shostakovich, Rachmaninoff e Strauss. O crítico O. Bevilacqua, de O Globo, assim se expressou na coluna "O Globo na Música":


"Este jovem pianista, apresentado ao  público carioca com as credenciais de Prêmio Guiomar Novais, deixou em todos os que tiveram o prazer de ouvi-lo a melhor das impressões.

Não se trata de um mocinho galardoado com um justo premio para coroar seus esforços como se diz em gíria escolar, senão de um jovem otimamente dotado para triunfar facilmente em sua carreira de pianista. Suas interpretações, embora deixando transparecer ainda um ímpeto moço, tem caráter pessoal e vivacidade de expressão. Suas melodias são cantadas com sinceridade de expansão interior.
Quanto à parte puramente técnica, pode-se dizer, o artista já está perfeitamente aparelhado para arcar com as mais serias dificuldades, sem grande esforço."


O Diário de Noticias, de 30 de julho, apresentou Joseph Battista como um exemplo aos jovens brasileiros, demonstrador do significado do espírito competitivo:


"Joseph Batista, aliás, o jovem pianista norte-americano ora entre nós, é um exemplo a ser olhado e seguido, sob esse aspecto: Com 23 anos, apenas, já participou de cinco concursos, vencendo-o os todos. É, portanto, um recordman musical digno de servir de modelo à nossa juventude.

É bem verdade que ele é filho de uma terra dinâmica, por excelencia. Mas, é latino o sangue que lhe corre nas veias. E, este, nós tambem o temos.

A sua vista deve, pois, nos servir de exemplo, como de exemplo nos serviu a visita dos estudantes de Yale" (pág. 9)


Carta de Olga Samaroff-Stokowski


O papel relevante desempenhado por Olga Samaroff-Stokowski nesse empreendimento é testemunhado por carta por ela enviada a Octavio Pinto, em 13 de setembro de 1941, então em São Paulo. Nessa carta, a pianista e professora mostrou-se impressionada pela recepção dada ao jovem Joseph Battista no Brasil, colocando-se à disposição para também tudo fazer para que, em reciprocidade, o artista brasileiro a ser enviado aos Estados Unidos fosse bem recebido:


"Dear Mr. Pinto,

Your letter of August 28th gave me the greatest possible pleasure and increased the strong feeling I have gained through this whole experience of Joseph Battista's that Brazil must indeed be a musically inspiring country. Outside of my knowledge of your wife's great gifts, I knew very little about it, but I am happy to know of the existence of such a warm and stimulating public and of critics who have the courage to praise the young and unknown as they did Joseph. Here there is so much indifference and often antagonism towards young musicians!

I shall, of course, learn of the arrival of the Brazilian winner of the American Award from the papers, but any added information you could give about him or her would be much appreciated by me, as I have a sincere desire to do everything I can personally for that young artist. I am now well enough to take up life again even though I still limp from stiffness in the knee of my broken leg, and I should much like to see that this young artist meets leading personalities in the musical and social world as well as to offer hospitality, etc.

Please keep me informed, therefore, who the young artist is and above all, let me know if you and your wife can think of anything I can do to be helpful.

With renewed thanks for all you have done,

Very faithfully yours,

Olga Samaroff Stokowski"


Antonio Alexandre Bispo


Todos os direitos relativos a texto e imagens reservados. Reproduções apenas com a autorização explícita do editor.

Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A.."A mulher nas relações culturais Brasil/Estados Unidos IV: a força da bi-culturalidade em tempos de guerra- intercâmbio cultural particular a favor da fraternidade americano-brasileira
- o "Prêmio Guiomar Novaes" e Olga Samaroff-Stokowsky (1880-1948)." Revista Brasil-Europa 129/22(2011:1). http://www.revista.brasil-europa.eu/129/Intercambio_Brasil-EUA_nos_anos_40.html





  1. Observação: o texto aqui publicado oferece apenas um relato suscinto de trabalhos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui aparato científico. O seu escopo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição e o índice geral da revista (acesso acima). Pede-se ao leitor, sobretudo, que se oriente segundo os objetivos e a estrutura da Organização Brasil-Europa, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral e de onde poderá alcançar os demais ítens relativos à Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência (culturologia e sociologia da ciência), a seus institutos integrados de pesquisa e aos Centros de Estudos Culturais Brasil-Europa: http://www.brasil-europa.eu


  2. Brasil-Europa é organização exclusivamente de natureza científica, dedicada a estudos teóricos de processos interculturais e a estudos culturais nas relações internacionais. Não tem, expressamente, finalidades jornalísticas ou literárias e não considera nos seus textos dados divulgados por agências de notícias e emissoras. É, na sua orientação culturológica, a primeira do gênero, pioneira no seu escopo, independente, não-governamental, sem elos políticos ou religiosos, não vinculada a nenhuma fundação de partido político europeu ou brasileiro e originada de iniciativa brasileira. Foi registrada em 1968, sendo continuamente atualizada. A A.B.E. insere-se em antiga tradição que remonta ao século XIX.


  3. Não deve ser confundida com outras instituições, publicações, iniciativas de fundações, academias de letras ou outras páginas da Internet que passaram a empregar designações similares.




 

Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 129/22 (2011:1)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
da
Organização Brasil-Europa de estudos teóricos de processos inter- e transculturais e estudos culturais nas relações internacionais (reg. 1968)
- Academia Brasil-Europa -
de Ciência da Cultura e da Ciência

e institutos integrados

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2010 by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2708



A mulher nas relações culturais Brasil/Estados Unidos IV:
a força da bi-culturalidade em tempos de guerra:
intercâmbio cultural particular a favor da fraternidade americano-brasileira
- o "Prêmio Guiomar Novaes" e Olga Samaroff-Stokowsky (1880-1948)


Trabalhos da A.B.E. em Nova York, Los Angeles e Boston - Ano Edward MacDowell 2010 e Ano Listz 2011

 

_________________________________________________________________________________________________________________________________


Índice da edição     Índice geral     Portal Brasil-Europa     Academia     Contato     Convite     Impressum     Editor     Estatística     Atualidades

_________________________________________________________________________________________________________________________________









Radio City music Hall, NY. Fotos A.A.Bispo
©Arquivo A.B.E./I.S.M.P.S.e.V