Missions Étrangères e Padroado Português. Revista BRASIL-EUROPA 127/11. Bispo, A.A. (Ed.). Organização de estudos culturais em relações internacionais





Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 

Pelos 25 anos da oficialização alemã dos Instituto de Estudos da Cultura Musical do Mundo de Lingua Portuguesa, realizaram-se trabalhos em Singapura motivados pelo significado do processo de transformações culturais desencadeado pela tomada de Málaca pelos portugueses, em 1511. Esse processo experimentou, no século XIX, com a fundação de Singapura pelos inglêses, uma nova fase de extraordinária dinâmica.


Sendo conduzidos no âmbito do ciclo de estudos dedicados a problemas de „Direitos Humanos, Estudos Culturais e História Diplomatico-Cultural“, os trabalhos deram especial atenção a questões relacionadas com Direito e Ética. Um dos aspectos considerados nesse direcionamento da atenção disse respeito a problemas de jurisdição eclesiástica e missionária, que marcaram de forma singular o passado e mesmo o presente da vida cultural de Singapura.


Ponto de partida: órgãos em Singapura e elos com a Alemanha


Singapura desperta atualmente a atenção na Alemanha e em outros países sobretudo pelo órgão da firma alemã Johannes Kleis instalado no Centro de Artes The Esplanade, construido em 2002. Esse complexo, dando prosseguimento à tradição do Victoria Memorial Hall, sob condições técnicas mais avançadas, surge como o principal centro da vida musical do Sudeste Asiático.


Correspondendo à arquitetura desse centro, do renomado escritório de arquitetos Sterling e Wilford, a sala de concerto apresenta excepcionais qualidades acústicas, planejadas pela firma norteamericana ARTEC. O auditório pode ter as suas condições acústicas variadas através de câmaras de ressonância distribuídas em todo o espaço, fecháveis com portas de concreto, passando acusticamente de sala de concerto a catedral sonora.


Os elos com a tradição e o desenvolvimento construtivo de órgãos da Alemanha já estavam presentes no instrumento de concerto de Johannes Kleis no Victoria Memorial Hall de Singapura, também uma das salas de melhor acústica do globo.


Vários outros vínculos músico-culturais existem entre Singapura e a Alemanha, entre êles aqueles proporcionados pela formação do organeiro Robert Navaratham e pela visita de organistas alemãs a Singapura, entre êles Markus Grohmann (2005).



Transformações de instrumento inglês


O visitante da catedral depara-se com uma imponente fachada de tubos; o órgão original, porém, consistui apenas a parte central, sendo as laterais adicionadas. O instrumento, não utilizado nos anos que se seguiram às reformas introduzidas pelo Concílio Vaticano II, tendo-se deteriorado, permaneceu sem uso por quase vinte anos. A sua recuperação foi impulsionada por um engenheiro belga residente em Singapura, Hugo Loos.


Esse órgão é um instrumento histórico, quase centenário, o mais antigo em uso em Singapura. Foi consagrado por D. Emile Barillon (1860-1935), Bispo de Malaca, em 20 de outubro de 1912. Trata-se de um instrumento construído pela firma Bevington & Sons, responsável por vários instrumentos em igrejas anglicanas e católicas da Grã-Bretanha e da Irlanda, entre elas: St. Martin's in the Fields, St Paul's Church Covent Garden, St. Canice's Cathedral, Kilkenny, St. Patrick's Cathedral, em Dublin, assim como em igrejas do interior, no Foundling Hospital e na Royal Military Academy, em Sandhurst. Esses órgãos inserem-se numa tradição que remonta a Henry Bevington, em 1794, e que havia sido aprendiz dos sucessores de John Snetzler (1710-1785), de origem suíça.


Em 1983, por intermédio do Pe. Robert Balhetchet, Robert Navaratnam, após a sua formação de organeiro na Alemanha, passou a cuidar do instrumento e tambem a executá-lo. Incluiu tubos de outros órgãos já não mais existentes, entre êles de um antigo órgão St. Clair que havia no Victoria Concert Hall. A tração, antes eletro-pneumática, passou a ser completamente elétrica. O órgão foi reinaugurado com um concerto a 16 de dezembro de 1984, realizado conjuntamente com a organista Dr. Margaret Chen, curadora do órgão Klais no Victoria Memorial Hall.



Com os seus dois órgãos de tubos, um acima do portal de entrada, e outro, menor e mais recente, no espaço do altar, a catedral apresenta possibilidades únicas na região para um diálogo entre os dois órgãos, um para o acompanhamento do coral, outro o da assembléia. (Lin Yangchen, "Singapore's Answer to Notre Dame de Paris", The Organ 334, 2005, 8-10) Essas possibilidades são aproveitadas em missas solenes, nas quais participa o coro da Church of the Risen Christ, fundado em 1970, com ca. de 70 cantores, e que desde 2002 passou a ter a sua sede na catedral.


O órgão do coro, também com dois manuais e pedal, foi construído por Robert Navaratnam em 1994. Também aqui o organeiro serviu-se de elementos de outros órgãos.


Jurisdições missionárias e inserções culturais do Catolicismo em Malaca/Singapura


A história cultural da comunidade de língua portuguesa de Singapura é marcada por situações de tensões internas ao Catolicismo e referentes às jurisdições missionárias. Essas tensões não disseram apenas respeito a questões administrativas sem maior relevância para os estudos culturais. Representaram inserções da comunidade em configurações globais de diferentes pressupostos, contextualizações históricas e político-culturais em dimensões mundiais.


O estudo da história religioso-cultural de Singapura assume significado transcendente, pois possibilita, no exemplo de uma situação de extremos de impérios coloniais, o reconhecimento de processos culturais vinculados a determinadas nações européias que não se manifestam nessa intensidade em outras regiões do globo.


Devido à situação de dupla jurisdição, o panorama da história cultural dos europeus católicos e seus descendentes em Singapura apresenta uma singular situação de diferentes perspectivações e acentuações historiográficas. De acordo com o respectivo enfoque, outros nomes são salientados e outras são as interpretações e valorações das ocorrências. Considera-se, aqui, a perspectiva não-portuguesa dos desenvolvimentos. (Veja http://www.revista.brasil-europa.eu/127/Portugueses-em-Singapura.html)


Irlandeses, escocêses e francêses em Singapura à época da Independência do Brasil


Se, nos primeiros anos de Singapura, os portugueses em Singapura podiam contar com uma tradição secular da Diocese de Málaca nos seus vínculos com Macau e com Goa, os franceses precisavam orientar-se segundo outros parâmetros da geografia e da história missionária.


À época da Independência do Brasil, os primeiros franceses em Singapura dirigiram-se ao Vigário Apostólico em Sião para solicitar o envio de um sacerdote, uma vez que ali atuava apenas um padre português. A necessidade de um sacerdote francês pode ser compreendida, por questões de língua e cultura.


O estreito relacionamento entre Catolicismo e identidade portuguesa fazia com que europeus de outros países se sentissem estranhos na comunidade. O trabalho missionário francês na região não era recente. Já no século XVII haviam ali atuado os missionários Albrand e Meurel, de modo que na literatura histórico-missiológica encontra-se o nome do P. Beuvel como fundador da Singapura católica. (J. Schmidlin, Katholische Missionsgeschichte, Post Kaldenkirchen: Missionsdruckerei Steyl, Rheinland 1924, 460).


Assim, se os portugueses, nos primeiros anos, reuniam-se para a celebração de missas na residência do Dr. José d'Almeida (Veja http://www.revista.brasil-europa.eu/127/Brasil-Singapura-Cultura-Natureza.html), os franceses passaram a assistir às celebrações na casa de Denis Lesley McSwiney.


Esse comerciante e contratador chegou a Singapura em 1828, ali permanecendo até 1847, vindo como empregado de George Drumgoole Coleman (1795-1844). Coleman era um engenheiro-arquiteto irlandês, de County Louth, que, vindo de Calcutá através de Batávia, desempenhou importante papel no planejamento urbano e na infra-estrutura de Singapura em 1822, e na qual havia uma área destinada aos europeus. Projetou a sua própria residência (Coleman Street, 3), assim como vários edifícios da cidade, entre outros o da original igreja anglicana de Saint Andrew's Church (Veja artigo nesta edição). Da sua obra, distingue-se a Igreja Armênia de São Gregório o Iluminador, de 1835.



Grupos europeus em Singapura e construção da catedral


O empenho de Denis Lesley McSwiney levou à construção de uma primeira capela, em 1832, terminada em 1833. Situava-se no bairro dos europeus, no local onde foi levantada posteriormente a Saint Joseph's Institution, hoje Museu de Arte de Singapura. Nessa capela, passou a atuar o Pe. Jean-Baptiste Boucho, missionário francês vindo de Penang.


Com o crescimento da comunidade católica não-portuguesa, o Vigário Apostólico do Sião, o bispo Jean-Paul-Hilaire-Michel Courvezy, com a recomendação do pároco Pe. Jean-Marie Beurel, decidiu que se construísse uma igreja mais ampla. Entre as áreas oferecidas pelo Governador George Bonham, escolheu-se terreno situado nas proximidades da antiga igreja, entre as ruas Victoria, Bras Basah e Queen.


Para a obtenção de fundos para a construção do templo, realizou-se uma subscrição, em 1840. Entre os principais contribuintes encontrava-se a rainha da França, Marie-Amélie Thérèse (1782-1866), espôsa de Louis Philippe (1773-1850), filha do rei de Nápoles, conhecida pelo seu fervoroso catolicismo.


Essa iniciativa decorreu em época de mudanças de jurisdição eclesiástica. O bispado de Málaca, ereto em 1558 como diocese sob o Padroado Português, assim se manteve até 1838, quando, por determinação pontifícia (Multa Praeclare) a jurisdição foi transferida para o Vicariado Apostólico de Ava e Pegu, em Burma.


Em 1840, toda a península malaia passou ao Vicariado Apostólico do Sião e, em 1841 (Universi Dominici Gregis), transformou-se no Vicariado Apostólico de Málaca-Singapura (Malacensis-Singaporensis),



Arquitetura no contexto determinado por jurisdições


1) John Turnbull Thomson (1821-1884)


O primeiro projeto da catedral fo de autoria de John Turnbull Thomson, um engenheiro civil britânico e artista de Northumberland que atuou do desenvolvimento urbano de Singapura e da Nova Zelândia. Estudara na Wooler and Duns Academy, mais tarde também no Marischal College, em Aberdeen, assim como na Universidade de Edinburg, antes de estudar Engenharia no Peter Nicholson's School of Engineering, em Newcastle-on-Tyne.


Chegou aos Estreitos em 1838. Em 1841, foi nomeado supervisor do govêrno em Singapura e, em 1844, de vias e obras públicas. Realizou o projeto de várias obras de engenharia, pontes, entre elas a Kallang Bridge, ruas e hospitais, de topografia e loteamento, de suprimento de água, assim como de marinha, entre outros o da construção do farol Horsburgh de Pedra Branca, assim como o do obelisco Dalhousie .


Foi responsável por parte da St. Andrew's Cathedral e pela mesquita Hajjah Fatimah. Com problemas de saúde, retornou à Inglaterra, em 1853, quando estudou novas técnicas de engenharia.


Em 1856, emigrou para a Nova Zelândia, onde atuou como supervisor-chefe da província de Otago até 1873. De 1876 a 1879, foi Surveyor-General da Nova Zelândia. Foi o fundador dos institutos de Otago e Southland, importantes organizações de pesquisas. Com conhecimento de hindustão e malaio, interessou-se por linguística comparada e desenvolveu uma teoria de difusão racial com base em comparações filológicas.


Tendo sido o projeto de J. T. Thomson considerado como mais dispendioso em comparação ao de Denis Lesley McSwiney inspirado na obra de George Dromgoole Coleman, pelo que tudo indica no seu primeiro projeto da igreja anglicana.


Nos seus elementos neoclássicos, a catedral denota a a continuidade do Palladianismo na esfera britânica, introduzido em Singapura por G. D. Coleman, tendo como modêlos as igrejas londrinas de St Paul, Covent Garden e St. Martin-in-the-Fields.


2) Charles Andrew Dyce (1816–1853)


Outro arquiteto que colaborou na construção da catedral foi Charles Andrew Dyce, autor do seu portal e da torre inspirada no plano da segunda catedral anglicana de Saint Andrew's Church, de autoria de John Turnbull Thomson.

Nascido em Aberdeen, Escócia, foi irmão mais novo de William Dyce (1806-1864), renomado artista escocês e Royal Academician. Chegou a Singapura, vindo da Índia, em 1842. Na sua estada, foi Primeiro Secretário do Singapore Sporting Club, um Thespian amador e, em 1847, principal delegado dos povoamentos de Singapura, Malaca e Penang.

Charles A. Dyce produziu pinturas em sepia e aquarela de paisagens e costumes do Sudeste asático, hoje parte do The Charles Dyce Collection da Galeria da Ásia do Sul e Sudeste do Museu da Universidade Nacional de Singapura.

A catedral de Singapura, consagrada em 1847, insere-se, assim, emcontexto cultural e da história missionária distinto daquele do Padroado português. Essa diferença se manifestou na sua dedicação ao Bom Pastor, relacionada com a veneração do missionário Laurent-Marie-Joseph Imbert.


Hagiografia como expressão de situação cultural: Saint Laurent-Marie-Joseph Imbert (1796-1839), mártir da Coréia


Laurent-Marie-Joseph Imbert, nascido em família pobre, em Marignane, França, estudou no seminário das Missions Étrangeres de Paris, em 1818, sendo ordenado em 1819 e enviado à China em 1820. No caminho, exerceu funções docentes no Seminário Maior de Penang, na Malásia, em 1821/22. Foi enviado a Singapura para observar a situação local pelo bispo Esprit-Marie-Joseph Florens, Vicário Apostólico do Sião. Este bispo, que recebera pedidos dos católicos franceses residentes em Singapura, decidiu estabelecer um missão nos Estreitos.


Laurent-Marie-Joseph Imbert chegou em Singapura em dezembro de 1821. Segundo os historiadores franceses, teria sido provavelmente o primeiro sacerdote a celebrar missa na localidade. Em 1822, dirigindo-se a Macau e não podendo ali chegar diretamente, passou dois anos em Tonkin, na Indochina francesa.


No âmbito de sua atividade missionária na China, na província Szechuan, fundou um seminário em Moupin.Em 1836, foi nomeado Vicário Apostólico da Coréia e, ordenado bispo, atravessou, em disfarce, a Manchúria em direção à Coréia.


A catedral de Singapura foi dedicada ao Bom Pastor com base em notícia escrita por Laurent-Marie-Joseph Imbert a seus missionários Pierre-Philibert Maubant e Jacques-Honoré Chastan, também mártires na Coréia (1839). O conceito do Bom Pastor foi empregado por Laurent-Marie-Joseph Imbert em estreita relação com o martírio: o bom pastor estaria disposto a morrer pelas suas ovelhas.


A notícia do martírio dos missionários na Coréia chegou a Singapura à época em que se procurava uma dedicação à catedral, sendo a do Bom Pastor sugerida pelo bispo Jean-Baptiste Boucho.


Missions Étrangères de Paris e a cultura francesa


Pressuposto para a compreensão do desenvolvimento histórico-cultural do Catolicismo do século XIX no Sudeste asiático é a consideração da Sociedade de Missões Estrangeiras de Paris nas suas relações com o direito do Padroado Português.


Foi instituída entre 1658 e 1663, entre outros por D. Pallu, Vicário Apostólico de Tongking, e D. Lambert de la Motte, Vicário Apostólico da Conchinchina. O objetivo dessa sociedade era a de cristianizar países não-cristãos, fundando igrejas e formando um clero nativo.


Estabeleceu-se uma casa em 1663 para a formação de sacerdotes para vida apostólica em Paris e que passou a ser conhecida como seminário das missões estrangeiras. Foi aprovada pelo Papa Alexandre VII e reconhecido pelo govêrno.


Não se tratava de uma ordem religiosa, mas sim de uma sociedade de sacerdotes seculares, unidos por uma regra aprovada pela Santa Sé e pelo vínculo com o seminário das missões estrangeiras. Os bispos e os vicários apostólicos eram indicados pelo papa depois de serem propostos pelos missionarios e apresentados pelos diretores do seminário. Na ação missionária, dependiam exclusivamente da Propaganda Fide, ou seja de instâncias pontifícias.


No século XVII, fundou-se um seminário geral no Sião (Juthia), e os missionários atuaram, além do Sião, em Tongking, Cochinchina e Cambodja. Criou-se um instituto de religiosas anamitas e ordenaram-se ca. de 30 sacerdotes nativos.


Com os seus vínculos com a França, os missionários contribuiram ao estabelecimento de tratos comerciais entre a França, a Indochina e a Índia, ao envio de embaixadas, à realização de expedições e à tomada de Bangkok.


A dimensão política dos interesses franceses na Indochina não pode, assim, deixar de ser considerada na história missionária. Fundamental na sua ação foi o princípio da organização de igrejas por sacerdotes e bispos nativos.


Na segunda metade do século XVIII, a sociedade passou a ser encarregada das missões até então dirigidas pelos jesuítas na Índia, atingidos pela supressão da Companhia de Jesus em Portugal. Ainda que muitos jesuítas tivessem permanecido, a orientação da ação missionária modificou-se substancialmente. A situação da França na Indochina alcançou uma época particularmente promissora no período imediatamente anterior à Revolução Francesa.


No século XIX, a sociedade experimentou um grande desenvolvimento, graças sobretudo ao auxílio da Propaganda Fide e da Sociedade da Santa Infância (Oeuvre des Ecoles d'Orient), fundada em 1856. Também a perseguição religiosa contribuiu indiretamente para o aumento da autoridade da organização. Ela podia testemunhar a existência de vários mártires entre os missionários. Esses sacrifícios foram largamente difundidos na Europa através de relatos, livros, revistas e panfletos, levando a despertar novas vocações junto a jovens. Esses relatos contribuíram a que nações européias, em particular a França e a Inglaterra, interviessem na Indochina e na China.



Educação católica segundo novos critérios


Em 1852, fundou-se a Saint Joseph‘s Institution, o primeiro estabelecimento missionario da irmandade de La Salle no Extremo Oriente. A iniciativa remontou a Jean-Marie Beurel MEP, que ofereceu seis membros da irmandade que, vindos da Europa, deveriam criar uma escola utilizando-se de antiga capela anterior à catedral.


Primeiramente conhecida como escola St. John, passou, com a construção do novo edifício, iniciado no dia da festa de São José, a 19 de março de 1855, a ser designado como Saint Joseph‘s Institution.


Essa instituição, ainda que não sendo a primeira da cidade, antecedida que foi pela escola de Raffles e pela St. Margaret‘s Secondary School, guiou-se por outros critérios de formação religiosa.


Com a formação de novas gerações segundo um espírito de renovação católica, contribuiu à transformação e superação de um tipo de formação religioso-cultural advinda da tradição católica do Padroado Português.



Restauração da Diocese de Málaca em novo contexto cultural


O papa Leão XIII, em 1888, redenominou a diocese em Bispado de Malaca, agregando-o como sufragâneo ao arcebispado Pondicherry, na Índia.


Com a restauração da diocese de Malaca, a igreja do Bom Pastor foi elevada a catedral. O primeiro bispo da Diocese de Málaca assim restaurada, D. Edouard Gasnier (1833+1896), nascido em Angers, salientou-se pelo seu empenho na dignificação da igreja.


A sua nave foi ampliada em 1889. O sucessor de D. Gasnier, René-Michel-Marie Féé (1896-1904), marcou uma época de reformas no espirito do movimento de restauração católica.


Em 1911, construiu-se a segunda casa paroquial, projetada pelo Pe.. Charles-Benedict Nain. Como mencionado, o órgão foi instalado em 1912 e consagrado pelo Bispo Marie-Luc-Alphonse-Emile Barillon. Os três sinos da igreja foram fundidos por Auguste Hildebrand Foundry, em Paris.




Significado para os estudos euro-brasileiros


O estudo do papel exercido pelos franceses e, sobretudo, de religiosos franceses no Brasil adquire novas possibilidades de diferenciação sob o pano de fundo da situação conflitante existente entre um Catolicismo marcado pela ação francesa e aquele derivado do Direito de Padroado português.


O desenvolvimento no Brasil passa a ser enquadrado num contexto mundial que foi marcado por uma mudança relevante na orientação cultural das comunidades católicas e pelo enfraquecimento e mesmo término de uma tradição cultural secular vinculada a Portugal.




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Indicação bibliográfica para citações e referências:

Bispo, A.A. (ed.) "Missions Étrangères e Padroado Português: problemas de jurisdição missionária e de inserção cultural". Revista Brasil-Europa 127/11 (2010:5). www.revista.brasil-europa.eu/127/Franceses-e-Padroado-Portugues.html




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  3. Não deve ser confundida com outras instituições, publicações, iniciativas de fundações, academias de letras ou outras páginas da Internet que passaram a empregar designações similares.




 

Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 127/11 (2010:5)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
da
Organização Brasil-Europa de estudos teóricos de processos inter- e transculturais e estudos culturais nas relações internacionais (reg. 1968)
- Academia Brasil-Europa -
de Ciência da Cultura e da Ciência

e institutos integrados

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2010 by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2644




Missions Étrangères e Padroado Português:
problemas de jurisdição missionária e de inserção cultural



Ciclo „Direitos Humanos, Estudos Culturais e História Diplomático-Cultural“ da A.B.E.
Preparatórias à passagem dos 500 anos da tomada de Goa e de Málaca pelos portugueses
Catedral Of The Good Shepherd, Singapura
25 anos de fundação alemã do
Institut für Studien der Musikkultur des portugiesischen Sprachraumes e.V.

 











  1. Singapura
    Fotos A.A.Bispo 2010
    ©Arquivo A.B.E.


 

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