Brasil em East Hampton.-EUROPA 129. Bispo, A.A. (Ed.). Organização de estudos culturais em relações internacionais





Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 
East Hampton. Fotos A.A.Bispo©

East Hampton. Fotos A.A.Bispo©
East Hampton, situada no litoral sul do leste da Long Island, no Atlântico, Estado de Nova York, com as localidades de Montauk, Amagansett, Wainscott e Springs, é conhecida não apenas como área de alta qualidade de vida, marcada pelas residências de verão de famílias da aristocracia financeira de Nova Iorque, e pelos muitos nomes de políticos que ali viveram, mas sim também como cidade que abrigou colonia de artistas que exerceram papel relevante na vida cultural americana, sobretudo os assim-chamados Expressionistas Abstratos.

Significado de East Hampton para a história da arte contemporânea

Instituições locais relembram esse passado artístico e intelectual da localidade, transformando-a em significativo centro e objeto de estudos relativos à história da arte contemporânea. Entre os nomes, salienta-se o de Paul Jackson Pollock (1912-1958), que ali residiu na década com a artista Lee Krasner (1908-1984), e cujo atelier é hoje propriedade da State University of New York. Ali são lembrados também de nomes e da obra de muitos outros artistas de relêvo na história mais recente das artes e do pensamento estético-artístico, entre eles de Willem de Kooning, Mark Rothko, Thomas Moran, Franz Kline, Ian Hornak, Alfonso Ossorio, Robert Motherwell, Andy Warhol, Paul Morrissey e Larry Rivers.

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Significado de East Hampton para os estudos culturais

Para além desse significado para a história das artes, a localidade apresenta particular interesse sob o aspecto dos cultural studies voltados à cultura popular e a questões da mídia e da cinematografia, uma vez que nomes como John Lennon, Elizabeth Taylor, Liza Minnelli, dos The Rolling Stones, Bianca Jagger, Jerry Hall e outros são constantemente lembrados por terem tomado ou tomarem parte na vida social da localidade. Esta é marcada por nomes de políticos que ali viveram ou vivem, assim como de esposas de presidentes, como Julia Gardiner Tyler (1820-1889) e Jacqueline Kennedy Onassis (1929-1994), membro do Maidstone Club. Os seus elos com East Hampton tornaram-se mais conhecidos através de documentário Grey Gardens, tema também tratado em musical da Broadway. A localidade se orgulha de ser escolhida ainda hoje como local de férias de personalidades internacionalmente conhecidas da vida poilítica.

Sobretudo para estudos de cunho sociológico que considerem relações entre rêdes sociais de alto poder aquisitivo, modos de vida da aristocracia financeira, social e política dos Estados Unidos e desenvolvimentos culturais, ou seja, que se dediquem a relações entre economia, política, cultura e artes, East Hampton e outras localidades de Long Island adquirem particular interesse.

Considerações mais diferenciadas chamam a atenção à coexistência singular entre a imagem local marcada por expressões artísticas progressistas e aquela decorrente da própria configuração urbana e modo de vida da área, e que sugere a existência de estruturas sociais marcadas por alto conservativismo.

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Consciência histórica local e círculos femininos

A consciência histórica de East Hampton é fundamentada na suas antigas origens. Tendo sido adquirida do povo Montaukett por Lion Gardiner, em 1639, foi a primeira povoação inglêsa no Estado de Nova York. Em 1640. algumas famílias puritanas de Lynn, Massachusetts, se estabeleceram no atual Southhampton, transferindo-se posteriormente a East Hampton, chamada inicialmente de Maidston. Esse passado mantém-se vivo na casa de fazenda Mulford, construída em 1680 e que representa a residência mais bem preservada do século XVII na localidade.

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A Clinton Academy, de 1787, dedicada ao fomento da literatura, é considerada como a mais antiga instituição acadêmica do Estado de New York.
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Chama a atenção o papel desempenhado por mulheres na criação da imagem aristocrática e de distinção cultural que marca a localidade até o presente. Em 1895, constituiu-se a The Ladies' Village Improvement Society, num anexo da Clinton Academy, dando início ao levantamento de fundos para a melhoria e o embelezamento da área. O objetivo dessa sociedade é, até o presente, o da preservação, conservação, educação e embelezamento de edifícios, ruas e da região em geral.

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Essa atividade de embelezamento foi acompanhada por uma singular atenção à arte culinária, entre outros testemunhada pelo lançamento de livros: o The Way We Cook in East Hampton. Em 1925, as damas de East Hampton alcançaram que fossem proibidas postos de abastecimento de automóveis na rua principal e a proibição de salas de jogos. Em 1950, deram início a um programa educacional, estabelecendo caminhos guiados em áreas de interesse ambiental e paisagístico, o Nature Trail. Nos anos seguintes, empenharam-se na restauração de casas históricas.

East Hampton. Fotos A.A.Bispo©

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Imagem do Brasil em East Hampton

Nesse contexto, aquele que se dedica a estudos de relações culturais Brasil/Estados Unidos indaga-se se haveria uma presença brasileira no universo - não sem traços contraditórios - de East  Hampton e localidades circunvizinhas. Devido aos elos entre East Hampton e os meios sociais influentes artisticamente da não distante Nova York, essa questão não surge como sem maior significado, pois pode dirigir a atenção a aspectos que elucidam a aceitação e a projeção de personalidades e expressões culturais brasileiras nos Estados Unidos.

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Primeiros rastros no sentido de descobrimento de elos podem ser encontrados em bibliotecas e museus locais. Constata-se, entre outros aspectos, que o presidente Theodore Roosevelt (1858-1919), após retornar da Guerra Hispano-Americana, ali passou algum tempo. Sabe-se que esse presidente realizou viagem científica pelo Brasil e que manteve contatos estreitos com cientistas e políticos brasileiros. Esses contatos contribuiram à aceitação e à projeção de personalidades de brasileiros ligadas às artes e à cultura na sociedade americana (Veja artigo).

Devido ao importante papel desempenhado por damas de sociedade na história cultural de East Hampton, a  constatação da presença de brasileiros e a percepção da imagem do Brasil nesses círculos privilegiados dos Estados Unidos podem-se orientar por expressões de mulheres que se projetaram na literatura e nas artes, entre elas Dorothy Quick (1900-1962)

Dorothy Quick e o círculo de Mark Twain (1835-1910)

Dorothy Quick Mayer entrou na história cultural e literária norte-americana como escritora, poetisa e autora de contos de mistérios. Ainda criança, em viagem transatlântica de retorno da Europa, com a sua família, encontrou Mark Twain (Samuel Langhorne Clemens), com o qual passou a manter uma amizade que se prolongou até à morte do autor, em 1910. Tornou-se membro do "grupo de meninas de Mark Twain", chamado de Aquarium Club. A respeito, pode-se obter informações a respeito de suas recordações, publicadas pela University of Oklahoma Press. A partir de 1960, tornou-se presidente honorária da The Mark Twain Association of New York. A intensidade de suas atividades em âmbito nacional, sobretudo nos meios femininos, evidencia-se nas muitas associações a que pertenceu, entre outras a The National League of American Penwomen, o The Brooklyn Poetry Circle, as Women Poets of New York e, no campo artístico-musical, a The Society of Composers, Artists and Authors.

Dorothy Quick possuia uma coluna semana em jornais de East Hampton e Riverhead, Long Island, de onde pode-se tomar conhecimento de sua admiração pela pianista brasileira Guiomar Novaes (1895-1979) e da imagem que esta gozava na sociedade local.

O simpatético entre Guiomar Novaes e os círculos de East Hampton


No The East Hampton Star, de quinta-feira, dia 14 de março de 1940, Dorothy Quick publicou, na coluna "What's New in New York", extensos e significativos comentários a respeito do primeiro recital de Guiomar Novaes realizado no Town Hall de Nova York daquela saison. É digno de menção que esse recital ocorreu paralelamente àquele do renomado pianista de origem polonesa Józef Hofmann (1876-1957) no Carnegie Hall. No seu programa, a intérprete brasileira apresentou, além de obras que faziam há muito parte do seu repertório, em especial a Sonata em fá menor de J. Brahms e peças da Prole do Bebê, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959).


As palavras de Dorothy Quick testemunham a extraordinária onda de admiração e entusiasmo que a artista brasileira irradiava no início da década de 40 e o seu prestígio em círculos femininos da aristocracia de Nova York de cunho conservador.


Dorothy Quick parte de considerações estéticas baseadas em concepções simpatéticas de vibrações de cordas igualmente afinadas. O próprio fascínio que a intérprete brasileira exercia possuia um cunho por assim dizer acústico-musical, pois fazia vibrar almas em sintonia.


There is no doubt about the effect of vibrations on human beings or that people themselves can produce emotions that can be sensed. The radio has proved it, of course, but I never was more convinced than at the Town Hall recital of Guiomar Novaes. (The East Hampton Star, 14 de março de 1940, pág. 4)


Com pensamentos assim fundamentados, procura descrever a atmosfera de excitamento e tensa antecipação que dominava o público antes do início do concerto, e que tomava conta mesmo daqueles que esperavam a sua admissão no auditório. A mesma tensão reinava na sala, e essa expectativa foi plenamente satisfeita pela artista.


There was an atmosphere of excitement and anticipation, even before it began, that extended to the street. When I arrived there was a crowd milling around, and a man calling out, "If you have tickets please come this way", which diverted some of the people, but the majority still pushed toward the box office, and I heard one girl say; "I want to hear her play more than anything in the world!

I had tickets but they were waiting in the box office, so I, too, pushed through the queue to get my bits of pasteboard. The woman in front of me, white-haired and elegantly dressed, was begging for standing room. I hurried off with my tickets, afraid I might surrender them to the hungry longing in the eyes of those waiting in line.

Inside the auditorium there was the same tension - high-pitched feeling of waiting, eager anticipation of a rare musical treat - and then Mme. Novaes came out on the stage and fulfilled all their expectations. (loc. cit.)


Tecendo comentários sobre a constituição do programa, Dorothy Quick confessava que a pianista brasileira conseguira até mesmo que se emocionasse com a arte de Brahms, que para ela era, de comum, pesada demais. Corroborava, assim, a opinião de jornal de Chicago que afirmara que a interpretação da Sonata desse compositor alemão justificava o título que a brasileira tinha como a maior mulher intérprete da época.


The next group consistet solely of the Brahms "Sonata in F Minor" and here Novaes lived up to the Chicago Daily Tribune's statement that she should have the title of the greatest woman player of today. Brahms is ordinarily, and I blush to confess it! - a little hard for me to take, but not as Novaes interprets it! I was particularly impressed by the dreamy singing quality in the Andante Expressivo, and the nuances of tone throughout the other parts to the final magnificence of the end. There were times when it seemed as though a stringed instrument was backgrounding some of the exquisite notes, and I was lost in admiration of the pedal work which could accomplish such miracles. (loc. cit.)


Repercussão de A Prole do Bebê de Villa-Lobos


De particular interesse sob a perspectiva brasileira são as observações de Dorothy Quick em que menciona composições de Heitor Villa-Lobos e obras de Chopin. Para a autora, o fascínio que despertava não resultava da perfeição técnica e da qualidade tonal da artista, mas da sua profunda compreensão e interpretação de emoções humanas.


The last group had fascinating, distinctive interpretations of four numbers from Villa Lobos' The Baby's Family suite, and two Chopin selections. (...)

Here, all afternoon, was the piano as it should be played, and I didn't wonder that Novaes held her audience - from Oscar Levant to a little girl of six- completely enthralled. She was very generous, too, with encores and the applause was neverending.

Guiomar Novaes is a Brazilian and a child prodigy who, like Menuhin, fulfilled her early promise. Her artist's soul falls short of no demand, and she brings to the keyboard not only technical perfection and tonal quality, but a deep understanding and interpretation of human emotions. (loc.cit.)


Interesse da comentarista de East Hampton pela elegância da brasileira


Dorothy Quick dedica uma singular atenção à elegância de trajes e de porte da pianista brasileira,  assim como a imagem que oferecia de uma exemplar família, com a presença de seu marido e sua filha, o que indica o quanto esta correspondia às convenções e às expectativas de uma sociedade de cunho aristocrático segundo os critérios de seus leitores de East Hampton.


She wore a picture dress of rustling blue taffeta with a wide, flaring skirt, leg-of-mutton sleeves, and a heart-shaped neck accentuated with clips. Braids of dark hair corwned her sweet face.

Not even the critics paid as much attention to each note as her tall, good-looking husband, who quite obviously rejoiced in his wife's triumphs. Her pretty young daughter fluttered about looking as fresh and lovely as the white flowers on her hat. I was glad to hear her say to a friend, "Oh yes, we'll be back next year," and I certainly hope that Mme. Novaes will give more than one New York recital in 1941.


Diferenças na percepção do "simpatético" com aquelas de outros críticos


As palavras entusiásticas de Dorothy Quick, que revelam o quanto a intérprete brasileira vinha de encontro aos critérios de apreciação dos círculos femininos da sociedade de East Hampton, podem ser melhor avaliadas se comparadas com os comentários publicados em outros jornais. Embora todos elogiosos, pormenores na apreciação denotam diferenças significativas.


Assim, Grena Bennet, no New York Journal and American Greatest Sunday Newspaper, encontrou palavras para salientar que a muito talentosa artista demonstrara a sua arte com técnica impecável.


Guiomar Novaes, on an unusual visit to New York from her native Brazil, gave her first piano recital this season at Town Hall yesterday afternoon to a S.R.O. audience. This generously talented artist demonstrated her keyboard ability with impeccable technique. ('SRO' Throng Hails Brazilian Pianist", America's Greatest Sunday Newspaper, 3 de março, 24-L)


Wilella Waldorf, no The New York Post, ainda que salientando o charm e a elegância da intérprete em diferentes escolas e estilos, expressa até mesmo comentários opostos ao da comentarista de East Hampson a respeito da Sonata de Brahms. Esta teria sido executada de forma não-simpatética (!).


Guiomar Novaes, the Brazilian pianist whose playing over a period of years has won her a large and enthusiastic following here, gave another of the inimitable recitals at Town Hall Saturday afternoon.

Except for an unsympathetic playing of the Brahms sonata, Miss Novaes again exhibited her surpassing charm and elegance in a variety of schools and styles. It was a colorful recital, deftly accomplished in a technical way, and eagerly applauded by a large audience. (The New York Post, 4 de março)


Para Noel Straus, no The New York Times, de 3 de março de 1940, a pianista brasileira se encontrara ao contrário em ótimas condições e em estado comunicativo e simpatético no recital oferecido no Town Hall, levando a grande audiência ao entusiasmo pela sua individualidade, brilhantismo e beleza das interpretação. Ela nunca teria estado mais fascinante no jogo de coloridos e na sutilezas dos detalhes.


Entretanto, Noel Straus considerou também como infeliz a escolha da sonada em fá menor de Brahms pela artista. As razões que aqui apontam não são aquelas sugeridas por Dorothy Quick, ou seja, a dificuldade de apreciação de Brahms por ouvintes amadores, mas referentes à própria artista. Essa obra teria um caráter substancial, com a sua exuberância de paixão e fogo, e a pianista se salientava por uma feminilidade de interpretação, fato aliás que poderia também colocar limitações à apreciação de sua leitura da Fantasia Cromática de J.S. Bach e da Fuga, apresentada em versão de Bülow, por demais romantizada. Para Noel Straus, a arte da intérprete brasileira se manifestava sobretudo na interpretação dos primeiros clássicos, em La tendre Nanette de Couperin, L'Hirondelle de Daquin e duas sonatas de Scarlatti, assim como nos números pitorescos do The Baby's Family de Villa-Lobos.


Jerome D. Bohm, no The New York Times, também foi da opinião de que a sonata em fá menor de Brahms não fora a obra na qual a arte de Novaes se revelara da forma mais feliz. Ela nunca havia executado obras de tal exigência e caráter:


She has never been a player whose interpretations were cast in a heroic mould and this Sonata is one which is considered on broad lines and demands a vision and intensity of utterance in its conveyance which Miss Novaes did not bring to it.


Para esse crítico, também a sua interpretação do Allegro maestoso não teria sido majestosa como a indicação impõe. O ardor do Andante espressivo também fora pouco sugerido e não houvera a realização do atributo demoníaco do Scherzo. A Fantasia Cromática e Fuga de J. S. Bach fora apresentada com consistência lírica, ainda que a aproximação à obra fora demasiadamente totalmente feminina. ("Brazilian Pianist Presents Siloti's Arrangement of Bach's Organ Prelude", The New York Times, 3 de março de 1940)


Similares elogios ao estilo refinado e à finesse do toque da pianista brasileira e à insuficiência de sua interpretação de Brahms pode ser lido no texto de Pitts Sanborn (1879-1941), crítico to The New York World-Telegram e que era também crítico do The New York Globe e autor de livros de divulgação popular (The Metropolitan Book of the Opera, Prima Donna: A Novel of the Opera, Ludwig van Beethoven). Para o comentarista, faltou-lhe potência e "estatura heróica".


Two pianists of eminent standing, Guiomar Novaes and Josef Hofmann, made their first local appearances of the season on Saturday afternoon in the Town Hall and last evening in Carnegie Hall, respectively.


The refined style and the finesse of Guiomar Novaes' playing were abundantly applauded by a sizable audience. (...) Mme. Novaes was at her technical best all through, and, taxing though the list was, she communicated her ideas intelligently and articulately. If her performance of the Brahms lacked the power and scope of the warranted heoric stature, it was yet complete in a more restricted compass.

The strong architecture of the Bach pieces was clearly announced, and the pianist's account of the lighter music proved charming and altogether persuasive.

("Two Noted Pianists in Concerts Here", The New York World-Telegramm, em texto assinado por R.C.B.)


O cotejo dos comentários de Dorothy Quick e de outros críticos a respeito do recital de Guiomar Novaes no Town Hall de Nova York indica a existência de critérios relacionados com questões de gênero.


As opiniões expressas manifestam que certas obras eram consideradas mais conotadas masculinamente ou femininamente, ou seja, que teriam implicações inerentes de gênero, e que esses poderiam ser mais adequadamente correspondidos por artistas homens ou mulheres.


Pode-se perceber, sob este aspecto, uma diferença entre os comentários de pena feminina e aqueles escritos por homens. Os críticos masculinos apresentam maiores reticências quanto à interpretação de peças conotadas masculinamente por uma intérprete feminina, enquanto que autoras mulheres mostram aqui maior condescendência ou simpatia. Nesse contexto, a questão do "simpatético" - o do vibrar em emoções de almas afinadas em sintonia -, tão comum na argumentação dos musicógrafos da época, adquire um sentido relacionado com questões de Gender. Correspondentemente, tais aspectos necessitam ser levados em consideração em estudos relativos à presença do Brasil nos meios sociais de East Hampton, tão fortemente condicionados por círculos femininos.


East Hampton. Fotos A.A.Bispo©

Antonio Alexandre Bispo


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Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A.."A mulher nas relações culturais Brasil/Estados Unidos III: Dorothy Quick (1900-1962) e o 'simpatético' com círculos femininos de refinamento estético de East Hampton" Revista Brasil-Europa 129/19 (2011:1). http://www.revista.brasil-europa.eu/129/Brasil_em_East_Hampton.html


  1. Observação: o texto aqui publicado oferece apenas um relato suscinto de trabalhos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui aparato científico. O seu escopo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição e o índice geral da revista (acesso acima). Pede-se ao leitor, sobretudo, que se oriente segundo os objetivos e a estrutura da Organização Brasil-Europa, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral e de onde poderá alcançar os demais ítens relativos à Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência (culturologia e sociologia da ciência), a seus institutos integrados de pesquisa e aos Centros de Estudos Culturais Brasil-Europa: http://www.brasil-europa.eu


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Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 129/19 (2011:1)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
da
Organização Brasil-Europa de estudos teóricos de processos inter- e transculturais e estudos culturais nas relações internacionais (reg. 1968)
- Academia Brasil-Europa -
de Ciência da Cultura e da Ciência

e institutos integrados

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ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2705



A mulher nas relações culturais Brasil/Estados Unidos III:
Dorothy Quick (1900-1962)
e o "simpatético" em círculos femininos de refinamento estético de East Hampton

Trabalhos da A.B.E. em Nova York, Los Angeles e Boston - Ano Edward MacDowell 2010 e Ano Listz 2011

 

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