Peabody Museum, Harvard. Revista BRASIL-EUROPA 128. Bispo, A.A. (Ed.). Organização de estudos culturais em relações internacionais





Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 

Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 128/18 (2010:6)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
da
Organização Brasil-Europa de estudos teóricos de processos inter- e transculturais e estudos culturais nas relações internacionais (reg. 1968)
- Academia Brasil-Europa -
de Ciência da Cultura e da Ciência

e institutos integrados

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2010 by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2674


A.B.E.


O Brasil nas coleções do Peabody Museum de Harvard: Louis Agassiz (1807-1873)
Questões de continuidade à luz da exposição "Storied Walls"

Ciclo "Indian Summer" preparatório aos 300 anos da ida ao Canadá de Joseph-François Lafitau (1681-1746)
pioneiro dos estudos culturais comparados, da Antropologia Cultural e disciplinas afins
Boston: The Peabody Museum of Archaeology & Ethnology, Harvard University

 
  1. Peabody Museum, Harvard. Foto A.A.Bispo

  2. Peabody Museum, Harvard. Foto A.A.Bispo

  3. Peabody Museum, Harvard. Foto A.A.Bispo









 
Peabody Museum, Harvard. Foto A.A.Bispo

Com uma visita ao The Peabody Museum of Archaeology & Ethnology da Universidade de Harvard, pretendeu-se dar continuidade aos trabalhos da A.B.E. relativos aos elos entre os estudos interamericanos e transatlânticos.

Esse museu oferece-se como instituição particularmente significativa para o prosseguimento dessas reflexões, uma vez que desenvolve estudos arqueológicos e etnológicos referentes ao continente americano no seu todo. A história de seu acervo e de suas atividades de pesquisa é marcada por expedições que ultrapassaram fronteiras nacionais.

Em especial relativamente ao Brasil, cumpre salientar que uma das primeiras aquisições do museu foi a coleção de Jean Louis Rodolphe Agassiz (1807-1873) e seu filho Alexander Emanuel Agassiz (1835-1910), dos anos de 1879/80, que contém, entre outros objetos, obras de penas do Amazonas de considerável valor histórico-cultural e etnográfico.

Já esse fato salienta o significado da instituição no desenvolvimento interamericano dos estudos e pesquisas, uma vez que a insere na história do interesse de cientistas dos Estados Unidos pelo Brasil e por outros países da América do Sul e Central, marcado por expedições que promoveram a partir de meados do século XIX. Se até então haviam sido pesquisadores e observadores europeus que viajaram pelo Brasil, levando para a Europa materiais e resultados de suas experiências pessoais, os elos entre o Brasil e os Estados Unidos tornaram-se cada vez mais intensos com a vinda, na segunda metade do século, de cientistas vinculados a instituições norte-americanas.

Essa intensificação de relações internas nas Américas apenas pode ser considerada na sua inserção em processos histórico-culturais e político-culturais que dizem respeito ao fortalecimento da consciência nacional e continental dos países que haviam alcançado a sua independência em passado não muito distante.

Os nomes de Louis e Alexander Agassiz trazem à consciência que esse desenvolvimento inter-americano não pode ser analisado sem a consideração de seus pressupostos transatlânticos, de suas relações com a Europa, uma veu que ambos nasceram na Suíça.

As concepções de Louis Agassiz - e os seus elos com o Brasil desenvolveram-se no contexto de sua formação cultural e científica na Europa e a partir de impulsos recebidos por pesquisadores e pensadores europeus, também por aqueles que haviam estado em países do continente americano. O direcionamento de sua pesquisa havia sido determinada pelos trabalhos de Johann Baptist von Spix (1781-1826), Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868) e, entre outros, pela orientação clarividente de Alexander von Humboldt (1769-1859).

As principais bases do trabalho de Agassiz e de seu pensamento teórico haviam sido lançadas na Europa, sendo que nos Estados Unidos dedicou-se sobretudo à sua difusão e ao ensino universitário. Tem-se, assim, na transferência de Louis e Alexander Agassiz aos Estados Unidos, uma questão de emigração e imigração, assim como de deslocamento de projetos e correntes de pensamento. Tratou-se, aqui, de um novo ponto de partida de iniciativas, o que não significa, porém, que tenha ocorrido apenas uma extensão, que o novo contexto não haja condicionado os desenvolvimentos.

Essas reflexões, incetadas do ponto de vista dos estudos euro-brasileiros, permitem uma aproximação ao The Peabody Museum que considere a sua inserção em processos histórico-culturais globais.

George Peabody (1795-1869)

A denominação do museu de arqueologia e etnologia da Universidade de Harvard indica um procedimento comum em instituições americanas, e que pode, em muitos casos, levar a mal-entendidos: o da perpetuação de nomes de mecenas, no caso, George Peabody (1795-1869).

Provindo de condições familiares modestas, e com pouca formação escolar, George Peabody surge como exemplo de uma carreira de vida americana, que o levou da pobreza a uma situação de grande sucesso econômico. Após ter participação da guerra de 1812-1814, estabeleceu-se em Baltimore com uma casa comercial, em 1816. A sua grande fortuna, porém, alcançou-a ao transferir-se para Londres, onde fundou um banco, em 1837. Esteve em condições, assim, de doar grandes quantias para fins beneméritos, em particular voltados à Educação.

Ao lado do museu de arqueologia e etnologia de Harvard, fundado em 1866, que traz o seu nome, também o Peabody Museum of Natural History da Yale University devem o seu trabalho à generosidade de Peabody. O primeiro curador do museu foi o médico e naturalista Jeffries Wyman (1814-1874), formado na Harvard Medical School, em 1837, desde 1858 presidente da Associação Americana para o Progresso da Ciência, e que desenvolveu coleções em anatomia comparativa e arqueologia.

O vir-a-ser do Peabody Museum de Harvard testemunha, assim, o estreito relacionamento entre as História Natural, a Medicina, a Arqueologia e a Etnologia nessa fase do desenvolvimento da história da pequisa e do ensino universitário. Também Louis Agassiz foi médico, acompanhando a sua formação em medicina com estudos histórico-naturais que o levaram à zoologia e à geologia, sendo o seu interesse por questões antropológico-culturais antes decorrentes desses estudos e do contato com as populações de regiões visitadas.

Ainda hoje o Peabody Museum ocupa um edifício onde se localiza também o Harvard Museum of Natural History.

Significado dos acervos do Peabody Museum

A primeira exibição dos materiais coletados pelo Museu apresentou um pequeno número de objetos pré-históricos do Merrimack Valley. Nos anos que se seguiram, a coleção cresceu consideravelmente através de aquisições feitas em vários continentes, de objetos descobertos em expedições e através de doações de particulares e instituições. Assim, o museu chegou à situação atual de possuir acima de cinco milhões de objetos.

Essa riqueza de materiais, com coleções provenientes da África, da Oceânia, da América do Norte, Central e do Sul, assim como da antiga Europa, faz do Peabody Museum um dos mais importantes museus do gênero do globo. Das ilhas do Pacífico, possui coleções históricas de remoto passado, da África, salienta-se uma coleção bem documentada de raras máscaras da África Ocidental. Nos seus acervos, possui também coleções de pinturas, gravuras impressas e desenhos, assim como mais de 500.000 fotografias. As suas coleções de arqueologia e de etnologia da América do Norte são das maiores do mundo, possuindo ca. de dois milhões e meio de objetos. O seu acervo fotográfico relativo a indígenas é um dos dez maiores do gênero. Para os estudos da história da pesquisa antropológica e arqueológica, o museu conserva documentos e notícias de pesquisadores.

O museu participa ativamente do trabalho científico internacional e em atividades de comunidades locais, possibilitando de forma efetiva o desenvolvimento de pesquisas, expedições, exibições e programas educacionais. Como parte da comunidade universitária de Harvard, os seus serviços são utilizados por professores e estudantes. Além do mais, organiza programas de informação pública e de difusão de conhecimentos, com eventos interativos para crianças, classes escolares e workshops.

América Central e do Sul nas coleções do museu

O The Peabody Museum destaca-se internacionalmente sobretudo pelos seus trabalhos relativos à América Central. As suas coleções nessa área são as maiores e mais diversificadas fora do México. Uma particular atenção merece a documentação arqueológica relativa aos maias, tendo ali trabalhado nessa área de estudos, de 1958 a 1977, a renomada especialista Tatiana Avenirovna Proskouriakoff.

O museu conserva também valiosas coleções de outras partes da América Central e do Caribe, entre elas a de objetos arqueológicos de Puerto Rico. Inclui, também, expressões da cultura popular e de obras que as documentam, entre outros, pinturas de mulheres do Caribe de Augustin Brunias (c. 1730-1796).


Uma outra região que tem merecido especial atenção do museu é a do planalto andino e da Venezuela. Possui valiosas coleções de objetos do Peru, obras de metal dos Incas, coleções osteológicas, documentos obtidos em escavações de sítios arqueológicos, de cerâmica e de tecidos. O museu conserva coleção de objetos de William Farabee (1865-1925), doutorado em antropologia física pela Harvard, professor e pesquisador nas áreas da genética da geografia e da etnologia na América do Sul, em particular na bacia amazônica.


Na sala de exposições, o Brasil está representado com vitrines que contém fotografias e objetos indígenas. O significado da pintura corporal, salientado como sinal de identidade e de consciência indígena no Amazonas é exemplificado com documentos fotográficos disponibilizados por firmas e particulares (Anthrophoto File; Malkin, Bamberger). Particular atenção e dedicada à cultura Wai-Wai.

Nota-se uma preocupação para a consideração de transformações culturais de época mais recente em forma de fotografias, atualizando, assim, os objetos tradicionais expostos. Dentre os exemplos apresentados, menciona-se a integração em contextos culturais tradicionais indígenas de produtos industrializados, no testemunho de uma fotografia de criança caiapó com pequeno caminhão de brinquedo, um documento colocado à disposição pelo Cultural Survival, Inc. Clay. Dá-se particular atenção ao protesto indígena contra a construção da represa hidroelétrica no Xingú.


Storied Walls: Murals of the Americas

Se a própria conservação de objetos arqueológicos e etnológicos indígenas em museu cujo significado pode ser lido no contexto de processos interamericanos e transatlânticos levanta questões de natureza historiográfica, é o próprio Peabody Museum que chama a atenção para um aspecto da historiografia a ser considerado da perspectiva indígena: o da fixação da memória e da transmissão de conhecimentos e imagens ancestrais em pinturas murais.

O museu procura, aqui, não apenas apresentar exemplos da pintura mural como uma das extraordinárias expressõs artístico-culturais dos povos indígenas do continente. A complexidade das concepções envolvidas e suas relações com questões historiográficas manifesta-se na consideração dessas obras, de seus sentidos e usos conjuntamente com própria história de suas descobertas e exames. Dá-se, aqui, uma particular atenção à questão da continuidade na arte mural em diferentes países do continente.

A exposição considera com especial atenção murais Awatovi, Moche, San Bartolo e Bonambak, assim como a respectiva história das pesquisas.

Awatovi

Com relação aos Awatovi, ancestrais dos Hopi no norte do Arizona, o museu traz à consciência a necessidade de uma perspectiva adequada no estudo da arte pictórica em superfícies de paredes em contextos indígenas.

O uso de critérios convencionais da história da arte não se mostra aqui apropriado, uma vez que essas obras não foram feitas, em geral, para serem contempladas como pinturas em uma galeria de quadros.

Assim, entre os Awatovi, as pinturas eram feitas em espaços parcialmente subterrâneos, denominados kivas, ainda utilizados pelos povos Pueblo no sudoeste dos Estados Unidos.

Os murais, de alta dramaticidade, sugerem que o início dessa arte remonta ao século XIV D.C.

Na obscuridade, à luz das chamas, as pessoas, os seres sobrenaturais e os objetos ganhavam vida e força sugestiva.

A contemplação era aqui estreitamente vinculada à participação interior nas imagens, constituindo uma experiência ritual que, após vivenciada, já não exigia a conservação das pinturas. Assim, essas eram recobertas, em alguns casos, mais de cem vezes. Por outro lado, essa prática possibilitou a conservação das pinturas após o declínio dessa prática, suposto ter ocorrido entre 1400 e 1500.

Em 1930, o Peabody Museum, em expedição arqueológica ao Antelope Mesa, revelou mais de 14 kivas, pesquisando-se 21 sítios e recuperando-se mais de 10000 objetos. De acordo com os critérios de pesquisa da época, os murais foram removidos, conservando-se partes de 16 murais, de um total de mais de 240 superfícies pintadas.

Salienta-se, aqui, que esse descobrimento contribuiu a uma revitalização da arte mural. Assim, o artista Fred Kabotie, dos Hopi, realizou, com base nas obras recuperadas, murais nas paredes do centro de vistas do Grand Canyion e na Petrified Forest in Arizona. Eles e outros artistas recriaram um dos murais Awatovi no Museum of Modern Art em Nova Iorque, em 1941. Mais recentemente Lomawywesa, continuando na tradição de seu pai, criou um mural inspirado nos murais Awatovi para o Museum of Northern Arizona.

Bonampak

O mural de Bonampak, no Yucatan, testemunha que essas condições especiais da produção e da vivência de pinturas de superfícies em culturas indígenas - e que exigem esforços para a sua interpretação adequada pela pesquisa - não se restringiam a espaços semi-subterrâneos naturais, mas também valiam para espaços construídos e de alto significado arquitetônico.

A descoberta do sítio arqueológico maia de Bonampaka, nas florestas de Chiapas, que abriga uma das mais relevantes obras artístico-culturais das Américas, deu-se no decorrer de uma produção cinematográfica entre os maias Lacandón, para a United Fruit Company, em 1946. No decorrer dos trabalhos, Giles Healey foi conduzido por dois indígenas a ruínas existentes na floresta, onde as pinturas foram descobertas.

A publicação desses murais em artigos de revistas ilustradas de ampla difusão causou sensação e contribuiu à revitalização da arte mural. Segundo as pesquisas, essas pinturas, em três salas de uma pequena casa de alvenaria situada no outeiro local, remontam nos seus inícios ao século VIII, representando as mais completas pinturas maias do período clássico tardio, de 600 a 900 DC.

A descoberta dessa obra trouxe modificações na imagem que os pesquisadores faziam da cultura maia, pois apresentam uma sociedade complexa do ponto de vista político e militar, fundamentada religiosamente, o que demonstra cenas sacrificiais. Essas representações, grandiosas, pintadas em espaço restrito, que comportava um número limitado de pessoas, eram destinadas a uma audiência ou assistência reservada, à qual pertencia o rei.

Nos anos 90, o projeto de documentação Bonampak, dirigido por Mary Miller, de Yale, fotografou as pinturas em normal e infravermelho, revelando detalhes não visíveis a olho nú. Guiados por essas imagens, os artistas Heather Hurst e Leonard Ashby completaram, em 2002, uma acurada reprodução dos murais.

A exposição do museu salienta, aqui, a continuidade da prática mural na cultura mexicana, sobretudo após a Revolução Mexicana de 1910, e que determinou o Movimento Muralista Mexicano. Esses muralistas dramatizaram o passado mexicano pré-columbiano e a invasão espanhola, celebrando movimentos sociais e visualizando um futuro egalitário. A ênfase numa arte nova, moderna, do povo, inspirou o Movimento Mural Chicano dos anos 60 e 70, sobretudo no sul da Califonia, Arizona e Texas.

San Bartolo

No caso das pinturas em San Bartolo, Guatemala, a história de sua pesquisa prende-se às atividades de um doutorado pela Harvard, William Saturno. No âmbito de um projeto destinado a levantar um corpo de inscrições hieroglíficas maias, em 2001, encontrou, na região Petén, um túnel que, em explorações que se seguiram, levou à descoberta de pinturas. Essas representam uma complexa história da Criação, de remotas origens, e que servia para fundamentar e atualizar a autoridade real.

A inserção do todo em concepções cosmológicas é marcada por uma tira celestial ao alto. Em cores vivas, a parede norte permite que se perceba a representação do ciclo da vida, da morte e do reviver na natureza. A exposição enfatiza, aqui, os problemas criados para a conservação pelo seu próprio descobrimento, ou seja, pela sua exposição a condições adversas de clima e luz.

Assim, o pesquisador e seus colegas do Getty Conservation Institute e da Smithsonian Institution dirigiram a atenção ao manejamento ambiental e à estabilização das paredes, dando início a outras excavações apenas quando se encontram seguros relativamente às condições de segurança. Ao contrário das pesquisas mais antigas, novas técnicas permitem a reprodução do todo sem prejuízos para o original. Assim, passou-se a escanear os muros, vinculando-se posteriormente as imagens para a reprodução do todo.

Moxos

A América do Sul encontra-se representada na exposição através das pinturas murais dos Moxos, provenientes de trabalhos realizados no litoral norte do Peru. Essas obras foram descobertas nas primeiras décadas do século XX por arqueólogos que visitaram a Huaca de la Luna. Em 1972, membros do Harvard's Chan Chan-Moche Valley Project encontraram murais adicionais nesse sítio. Desde 1980, um projeto periano revelou murais no conjunto todo do complexo arquitetônico, inclusive no interior dos pátios e nos terraços frontais do templo.

Aqui, os murais não se limitavam à experiência interior de um número restrito de participantes. Foram realizados, em partes exteriores, para impressionar, tendo sido pintados em tintas vivas, brilhantes, visíveis de longe. Nos pátios do templo, grandes temas eram representados. Nas câmaras interiores, estreitas, as imagens eram, porém, mais repetitivas e abstratas.

Essa tradição de pintura mural, segundo as pesquisas, possui mais de mil anos. Os murais eram pintados em paredes de adobes de complexos amplos, aterraçados, as huacas, onde se faziam rituais e atos sacrificiais. Como novos blocos de adobes foram colocados acima dos velhos, as representações puderam ser salvas. Também aqui os pesquisadores confrontaram-se com o problema de conservação das pinturas reveladas, utilizando-se produtos químicos para a sua estabilização. Nos esforços de relacionar a arqueologia com a conservação, fotografou-se todo o patrimônio e construiram-se telhados sobre os muros e outros sistemas de proteção.

Também aqui, a exposição preocupa-se em traçar uma ponte entre a arqueologia e prática artística da atualidade, mostrando a existência de linhas de continuidade. Salienta que, no Peru e em outros países andinos, continuou-se a pintar murais no período colonial e em épocas posteriores, até o presente. Com a cristianização, sinais cristãos substituiram ou se sobrepuseram a figuras de deuses e prisioneiros. Seguindo-se à independência do Peru, em 1821, a linguagem de imagens modificou-se novamente, e símbolos nacionais peruanos passaram a ser usados para adornar edifícios públicos.

O desenvolvimento das descobertas de murais mochos e o aumento do turismo serviu como incentivo para artistas locais, constatando-se uma revitalização da pintura mural. Hoje, restaurantes, lojas e espaços públicos apresentam desenhos inspirados no passado e utilizam-se de materiais e técnicas de antigas eras.




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Indicação bibliográfica para citações e referências:


Bispo, A.A. (ed.). "O Brasil nas coleções do Peabody Museum de Harvard: Louis Agassiz (1807-1873). Questões de continuidade à luz da exposição "Storied Walls"". Revista Brasil-Europa 128/18 (2010:6). www.revista.brasil-europa.eu/128/Peabody-Museum.html




  1. Observação: o texto aqui publicado oferece apenas um relato suscinto de trabalhos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui aparato científico. O seu escopo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição e o índice geral da revista (acesso acima). Pede-se ao leitor, sobretudo, que se oriente segundo os objetivos e a estrutura da Organização Brasil-Europa, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral e de onde poderá alcançar os demais ítens relativos à Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência (culturologia e sociologia da ciência), a seus institutos integrados de pesquisa e aos Centros de Estudos Culturais Brasil-Europa: http://www.brasil-europa.eu


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  3. Não deve ser confundida com outras instituições, publicações, iniciativas de fundações, academias de letras ou outras páginas da Internet que passaram a empregar designações similares.



 

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