Taiti e Caribe: fruta pão. Revista BRASIL-EUROPA 125. ACADEMIA BRASIL-EUROPA. Bispo, A.A. (Ed.) e Conselho Especializado. Organização de estudos culturais em relações internacionais

 
 

Distantes parecem ser, à primeira vista, sob a perspectiva dos estudos culturais, situações e contextos do Mar do Sul e aqueles do Caribe. As diferenças geográficas, de configurações étnicas e sócio-culturais são consideráveis, e tal distância parece manifestar-se da forma mais evidente na música e na dança.

Diferenças e aproximações entre a Polinésia e o Caribe

Em primeiras impressões, um observador pouco preparado constata o contraste entre uma predominante suavidade melodiosa da géstica e da música Taiti com a expressão mais energicamente rítmica de muitas expressões do Caribe. O universo que lhe parece, sob um ponto de vista de gênero, marcado pela feminilidade de danças polinésias pouco teria a ver com aquele que lhe parece mais masculino do Reggae.

Surpreende-se, assim, ao verificar que uma aproximação entre uma cultura que pouco apresenta influências africanas com outra de identificação afroamericana é possível, e que, hoje, em empreendimentos turísticos, grupos conotados respectivamente com o mundo polinésio e o caribenho atuam lado a lado, sugerindo elos para além da evidência das diferenças. Proximidade profissional possibilitada pela indústria turística levam a aproximações humanas e a experiências artísticas comuns entre representantes de contextos culturais tão diversos.

Na tentativa de detectar possíveis elos histórico-culturais, o observador pensa primeiramente em processos de americanização vigentes tanto na Polinésia como no Caribe, e que podem ser documentados da forma mais evidente no caso do Hawai. Entretanto, os elos entre o Mar do Sul e o Caribe remontam a uma fase ainda mais remota da história colonial e dirigem a atenção a um complexo de questões que vinculam a história cultural em contextos globais e aquela do cultivo de plantas.

Esses elos remontam a uma época anterior à abertura do canal do Panamá, quando o tráfego com a Europa fazia-se pelo sul da América do Sul ou pelo Sul da África. O contato natural do Mar do Sul com o continente americano era o litoral sulamericano do Pacífico, em particular do Chile. Relações entre as duas esferas do globo sob a influência européia necessitam ser estudadas no contexto desses longos caminhos de contorno de continentes e que passavam pelas metrópoles européias.

Ponto de partida das reflexões: Catedral de Papeete

À porta da catedral católica da capital do Taiti, Papeete, aqueles que entram são recebidos por uma imagem de Maria segurando o seu Filho, o qual traz nos braços uma grande fruta. O observador se surpreende com esse símbolo, desconhecido da iconografia européia e brasileira.

Associando conceitos e imagens, compreende então que se trata da Fruta-Pão, que aqui é utilizada para significar concepções teológicas: o Fruto de Maria, Jesus Cristo, é o Pão, alimentação espiritual, presente no mistério da Eucaristia.

Essa linguagem visual, resultado da procura do Catolicismo das últimas décadas em considerar o contexto cultural das respectivas nações e neles implantar o Evangelho ("inculturação"), corresponde a outras tentativas de adaptação de imagens naquele templo, onde santos são ornamentados com colares de flores e na representação da via-sacra os protagonistas aparecem vestidos com trajes taitianos, atualizando a história sagrada no meio polinésio.

Como se explicaria, porém, a conotação taitiana da fruta-pão, a transcendente importância que a ela é concedida dentro de um repertório de imagens que caracterizaria a cultura das ilhas Sociedade?


Constatação do significado da fruta-pão no Taiti

A Botânica não era apenas importante para fins de conhecimentos científicos, mas sim por práticos, sobretudo medicinais e econômicos. Entre esses, procuravam-se plantas que poderiam servir como medicamento contra o escorbuto. Uma das diretrizes de Cook era a de identificar plantas de interesse comercial. Uma dessas foi a fruta-pão, cuja importância foi constatata no Taiiti, em 1769.

Solander registrou o significado da planta e o seu valor nutritivo para a população local. Na segunda viagem de Cook, o cientista alemão Johann Forster e seu filho Georg salientaram a importância da árvore da fruta-pão. Os seus frutos, cortados em fatias, fritos ou cozidos em brasas ou em pedras quentes, forneciam alimentação vigorosa, conservável por longo tempo, substituindo bem as batatas européias. Apenas três árvores seriam suficientes para a alimentação de toda uma família, por um ano. As plantas não exigiam cuidados maiores, cresciam e se reproduziam por si mesmo, exigindo apenas um clima tropical apropriado, quente e húmido. Forster havia procurado conhecer como era o cultivo da árvore, mas havia sempre recebido a informação de que ela não era plantada. As mudas nasciam das raízes da árvore que se espraiam ao rés do chão. As árvores cobririam assim a superfície do terreno. Por isso podia-se concluir que os taitianos, ao invés de precisar "ganhar o pão de cada dia através do suor do trabalho", precisavam até mesmo por obstáculos à magnanimidade da natureza. Assim, chegavam a cortar as árvores de fruta-pão para plantarem outras árvores. Havia, no Taiti, 28 diferentes espécies da árvore. Muitas vezes plantavam, no lugar da árvore, bananeiras e coqueiros.

Na denominação da planta e seu fruto, ocorreram mal-entendidos causados pelas circunstâncias de seu registro por diferentes botânicos, por Banks e Solander, assim como por Forster. Os primeiros denominaram a fruta de Sitodium altile; Forster rebatizou-a em Artocarpis communis.

Projeto de emprêgo da fruta-pão nas colonias inglêsas do Caribe

Banks percebeu o potencial da fruta-pão para a alimentação de escravos africanos nas colonias britânicas das Índias Ocidentais. Nas grandes plantações inglêsas do Caribe, sobretudo naquelas de tabaco e de cana na Jamaica e em Barbados, levantava-se na época a questão da nutrição do grande número de escravos africanos que ali trabalhavam. A alimentação baseada em bananas demonstrava ser insuficiente, também pelo fato de serem as bananeiras facilmente destruídas pelos temporais.

A introdução da árvore de fruta-pão do Taiti ao Caribe prometia solucionar em poucos anos o problema da alimentação escrava e isso de forma altamente vantajosa do ponto de vista econômico. Havia, porém, o problema do transplante, uma vez que a árvore taitiana podia apenas ser reproduzida a partir de rebentos, e esses apenas podiam ser transportados quando novos, devido ao pouco espaço disponível nas naves, exigindo cuidados especiais. Cada um dos vasos devia ser fixado cuidadosamente em armações especiais para que as mudas pudessem sobreviver ao longo trajeto transoceânico.

Primeira tentativa de transplante da fruta-pão: o caso Bounty

Decidida a realização do empreendimento do transplante, a sua supervisão foi entregue a dois especialistas em plantas tropicais do Jardim Botânico de Kew, o botânico David Nelson (ca. 1740-1789) e o jardineiro William Brown. Para comandante da expedição nomeou-se William Bligh (1754-1817). Bligh havia atuado na última viagem de Cook e conhecia tanto o Taiiti como o Caribe.

Para o transporte das plantas, preparou-se a nave Bounty, de três mastros. Levava mercadorias para a respectiva troca com os taitianos: panos coloridos, vidrilhos, pregos, facas e machados de modêlo taitiano seriam cambiados com mudas de árvore da fruta-pão. A expedição partiu em 1787.

Com essa viagem vincula-se um motim que se tornou famoso na história da navegação britânica, onde a lealdade a autoridades de comando era considerada como uma questão de honra inquestionável, e a insubordinação ato imperdoável.

Esse motim, relacionando-se com circunstâncias exóticas do mundo polinésio, com casos amorosos e aventuras, tornou-se amplamente conhecido, dando origem a livros de ampla divulgação, entre êles os de James Normann Hall (1887-1951): Mutiny on the Bounty (1932); Men Against the Sea (1934); Pitcairn's Island (1934), The Bounty Trilogy (1940) (trad. al. C. Nordhoff e J. N. Hall, Die Meuterei auf der Bounty: Schiff ohne Hafen, Meehr ohne Grenzen, Viena, Munique, Basileia: Kurt Desch 1961). Tornou-se conhecida também no Brasil sobretudo pelos filmes relativos ao tema, o mais antigo (1935) com Charles Laughton (1899-1962), o mais conhecido de 1962, com Marlon Brando (1924-2004) e Trevor Howard (1913-1988) nos papéis prinipais.

Entretanto, a imagem que, com base nessas obras se criou a respeito dos acontecimentos históricos e dos respectivos protagonistas seria falsa, na opinião de Hans-Otto Meissner, autor especializado em assuntos da Oceania (Inseln der Südsee: Sieben Reisen ins Paradies, Munique, 1979). Esse autor procurou, com base em pesquisas de fontes, corrigir as interpretações dos fatos, o que o levou à ilha Pitcairn, onde vivem hoje descendentes dos amotinados de então (Das fünftze Paradies, Stuttgart: Cotta, 102-145; "Pitcairn und die Meuterer von der Bounty", Inseln der Südsee, op.cit. 174-210).

Ao contrário das representações cinematográficas, Bligh teria sido um capitão de altas qualidades pessoais e cheio de cuidados para com os tripulantes, ainda que de temperamento colérico. Também teria sido êle, ao contrário dos filmes, há muito um amigo do posterior cabeça do motim, Fletcher Christian (1764-1793), que o acompanhara em quatro viagens ao Caribe.

Afeição à ilha dos amores como possível causa do motim

A nave atingiu o Taiti em 25 de outubro de 1788, ancorando na Baía Matavi. De novembro a abril procedeu-se ao carregamento de mudas. Durante esse período, ao contrário do comandante, que se dedicava a estudos científicos, os marujos e sobretudo Fletcher teriam gozado de vida fácil, relacionando-se com jovens nativas.

A 4 de abril de 1789, a nave, carregada com centenas de vasos, partiu para a viagem de retorno, para o descontento dos marujos, que teriam preferido continuar na ilha paradisíaca. Essa insatisfação teria sido a verdadeira causa do posterior motim, não aquela das interpretações cinematográficas. A eclosão ter-se-ia dado por um incidente sem maior importância, o roubo de alguns côcos, mas que levara a ímpetos coléricos do comandante Bligh. No decorrer da rebelião, o comandante e aqueles que lhe permaneceram leais foram obrigados a abandonar a nave. Todos os vasos de plantas foram atirados ao mar.

Os amotinados, temendo as consequências de sua ação, não voltaram de início ao Taiti, mas procuraram outra ilha do Mar do Sul onde pensavam em viver de forma tão agradável como aquela que haviam experimentado no paraíso taitiano. Entretanto, após estadia acidentada em Tubai, retornaram ao Taiiti, onde Fletcher pode trazer a bordo a amada que ali deixara, a jovem Mauhatea. Essa taitiana é que teria permitido que conseguissem os proviantes necessários para a fundação de uma colonia em ilha distante.

Assim, o motim de Bounty adquiriu uma dimensão de romance amoroso que explica em grande parte a sua popularidade. Tal como o rapto das Sabinas na história romana, os amotinados, após embebedarem os taitianos em festa de despedida, sequestraram jovens nativas, levando-as no Bounty para a fundação de futuras famílias em distante ilha a ser ainda descoberta.

A rota posterior do Bounty parece ter levado os fugitivos às ilhas Salomão, a Rarotonga, Tonga, Fidschi, Lau e, finalmente, a Pitcairn. Aqui fundou-se a nova colonia, com 28 pessoas. Sob circunstâncias não exatamente esclarecidas, a nave foi incendiada, impedindo que os seus habitantes deixassem a ilha. A comunidade, reduzida por problemas internos, passou, no decorrer dos anos, a ser dirigida por um converso, Alexander Smith. Pitcairn tornou-se, assim, a primeira posse britânica no Mar do Sul.

Memória da nave Bounty e da colheita de árvores de fruta-pão no Taiti

Na Baía de Matavi levantou-se, em 2005, na área marcada pelo farol edificado sob o reinado de Pomare IV, um monumento dedicado à chegada da nave Bounty a 27 de outubro de 1788. Nas proximidades, criou-se uma área memorial dedicada à missionação cristã da Polinésia. Tais monumentos históricos e comemorativos dirigem a atenção a diferentes contextos nas relações entre a Europa, o Mar do Sul e as Américas.

Segundo empreendimento para o transplante da fruta-pão

Se a primeira tentativa de introdução da fruta-pão taitiana nas Índias Ocidentais falhou devido ao motim e à destruição das mudas jogadas ao mar, o mesmo capitão Bligh conseguiu realizar o projeto em nova expedição, agora com a nave HMS Providence, em 1792.

Partiu a 3 de agosto de 1791 da Grã-Bretanha em direção ao Taiti, onde após uma viagem sem maiores obstáculos, de oito meses, obteve 1200 plantas, colhidas no prazo de três meses. Trazidas à Inglaterra e levadas ao Caribe, a primeira árvore foi plantada em 1793 no Jardim de São Vicente, na Jamaica. Daqui, espalhou-se pelo continente americano. Passando das colonias inglêsas às francesas, foi introduzida nas Guianas.

Introdução da fruta-pão no Brasil

Em 1801, o governador do Pará, D. Francisco de Sousa Coutinho, mandou que se buscasse mudas em Caiena. Nesse mesmo ano, enviou mudas para o Maranhão. Tudo indica que também aqui se pensasse no seu uso para a alimentação da numerosa população escrava da Capitania.

A introdução da fruta-pão no Brasil ter-se-ia dado assim segundo uma singular e complexa rota, procedendo do Norte. No Rio de Janeiro, teriam sido apenas introduzidas em 1809, sendo as mudas também provenientes de Caiena, possibilitadas pelo Governador interino, Brigadeiro Manuel Marques. Do Brasil, teriam sido levadas à África, em particular a São Tomé.

Essa explicação da entrada da fruta-pão no Brasil, na qual os inglêses teriam desempenhado papel fundamental, contraria porém hipóteses que procuram valorizar o papel dos portuguêses na difusão das plantas. Essas hipóteses partem do pressuposto que já haveria frutas-pão no Brasil anteriormente. A fonte para essa opinião é a memória de Rodrigo de Sousa Coutinho (1755-1812), que em 1797 registrou novas culturais no país, entre elas as do cravo da Índia, da noz moscada e da árvore do pão. Os portugueses teriam, assim, trazido mudas diretamente do Oriente. (José E. Mendes Ferrão, A Aventura das Plantas e os Descobrimentos Portugueses, Exposição do Instituto de Investigação Científica Tropical, Lisboa 1992, 179-180)

Problemas da aceitação da fruta-pão no Caribe

Após 50 anos da introdução da árvore de fruta-pão no Caribe, as esperanças que nela se depositavam haviam sido em parte frustradas. Esse fato registra a obra enciclopédica de Grégoire Louis Domeny de Rienzi (1789-1843), publicada em francês, em 1836, e traduzida em várias línguas (Oceanie ou cinquième partie du monde: revue geographique et ethnographique de la Malaisie, de la Micronesie, de la Polynesie, et de la Melanesie, Paris: Firmin Didot Frères,1836-38; Oceanien oder Der Fünfte Welttheil. Welt-Gemälde-Gallerie oder Geschichte und Beschreibung aller Länder und Völker, ihrer Gebräuche, Religionen, Sitten u.s.w.. 2. Band. Polynesien, Stuttgart: E. Schweitzerbart's Verlagshandlung, 1837-1839; Veneza: Giuseppe Antonelli, 1838-1843).

Nessa obra, lembra-se que o empreendimento havia sido realizado com a intenção de melhorar a alimentação dos escravos africanos, estes, porém, preferiam comer bananas, e as bananeiras eram tão facilmente plantadas quanto as árvores de fruta-pão, dando mais rapidamente frutos. Ambas as culturas, porém, se mantinham e contribuiam à beleza das regiões, uma vez que bananais eram muito belos, e a árvore de fruta-pão, mesmo que os seus frutos não fossem consumidos, desempenhava papel ornamental nos jardins. (op.cit. pág. 424)

Problemas da aceitação da fruta-pão no Brasil

Segundo referências que necessitariam ser confirmadas, a planta teria sido erradicada quando da chegada da família real portuguesa. O seu papel na alimentação foi desempenhado em grande parte pela jaca (Artocarpus heterophyllus, Artocarpus integrifolia L.).

Com aparência similar e qualidades comparáveis, a jaca já era importante meio de alimentação no país, em particular no Nordeste. Também tinha origem no Oriente, ainda que a história de seu transplante seja distinta daquela da fruta-pão.

Os portugueses a encontraram na Índia, correspondendo, pelo que tudo indica, a uma fruta descrita no manuscrito do Piloto Anônimo (José E. Mendes Ferrão, op.cit., 182). Era, porém, sobretudo encontrada nas Molucas.

Do Oriente, as jacas foram enviadas à África e ao Brasil, já havendo, em 1682, 11 jaqueiras na Bahia (ibidem, 182). O fruto passou mesmo a ser denominado de "jaca da Bahia", sendo até mesmo errôneamente considerada como nativa (Artocarpus brasiliensis).

Como as árvores da fruta-pão nas Antilhas, também as jaqueiras passaram a ser plantadas sem o intuito de servirem à alimentação. Principal exemplo foi o emprego da jaqueira no reflorestamento da Tijuca, em meados do século XIX.

Diferenças culturais nas imagens da fruta-pão e da jaca

Uma questão que adquire especial interesse do ponto de vista teórico-cultural, para além das considerações históricas referentes ao transplante de frutas do Oriente e do Pacífico ao Brasil, diz respeito às transformações de imagens das referidas plantas no decorrer do transplante.

A fruta-pão, no Taiti, possuía, à época da chegada dos europeus, uma imagem altamente positiva, considerada como fruta-alimento por excelência. Essa imagem positiva permanece ainda hoje, como o demonstra o seu uso simbólico na Catedral de Papeete.

O plano dos inglêses, porém, de transplantá-la com o intuito de colocá-la a serviço da alimentação dos escravos africanos determinou uma mudança de sua imagem. Nas Américas, passou a ser considerada como alimentação de escravos ou de classes inferiores da sociedade. Também o seu transplante ao Maranhão teve o intuito de servir sobretudo à alimentação da mão-de-obra escrava.

Processo similar de transformação de função e de imagem parece ter ocorrido com a jaca. Na Ásia, a jaca era consumida também nas esferas sociais superiores, sendo que a primeira menção histórica que se conhece cita o "imperador de Calecute" (J. E. Mendes Ferrão, op.cit. 182).

A sua introdução no Brasil, no século XVII, deu-se na Bahia, centro da população africana no país. Tudo indica, assim, que o intuito inglês de meados do século XVIII repetiu uma intenção dos portuguêses de um século atrás: o de colocar a nutritiva fruta a serviço da alimentação dos escravos.

Nesse transplante, também a jaca teve a sua imagem transformada, passando a ser vista na América como fruta de camadas mais simples da população. Há, assim, uma diferença na conotação sócio-cultural da jaca no Brasil com relação àquela do Oriente, correspondente à diferença de imagem da fruta-pão na Polinésia e no Caribe.

Teria algum teólogo no Brasil a ousadia de associar simbolicamente o Filho de Deus com uma jaca, tal como acontece com a fruta-pão na catedral de Papeete?

                                      


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Indicação bibliográfica para citações e referências:

Bispo, A.A. (Ed.). "Taiti--Caribe-Brasil na história das relações transcontinentais e seus elos com transplantes vegetais. Fruta-pão na aventura do Bounty e a imagem da jaca no Brasil". Revista Brasil-Europa 125/10 (2010:3). www.revista.brasil-europa.eu/125/Fruta_pao.html


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Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 125/10 (2010:3)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
órgão da
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ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2597


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Taiti-Caribe-Brasil na história das relações transcontinentais e seus elos com transplantes vegetais
Fruta-pão na aventura do Bounty e a imagem da jaca no Brasil




Do ciclo de estudos Atlântico-Pacífico da A.B.E. no âmbito da renovação dos estudos transatlânticos e interamericanos. De reflexões na Baia de Matavi, Taiti (2010), em sequência a trabalhos no Jardim Botânico de Pamplemousses (Maurício, 2009)
sob a direção de A.A.Bispo

 

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  1. Imagens. Coluna: Baia Matavi, Taiti.
    No texto:imagens da igreja católica de Papeete.
    Fotos : A.A.Bispo 2010©

 

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