Turismo esportivo e propaganda. Revista BRASIL-EUROPA. ACADEMIA BRASIL-EUROPA. Bispo, A.A. (Ed.) e Conselho Especializado. Organização de estudos culturais em relações internacionais

 
 

De todas as partes do relato que o ciclista Siegfried Schütze publicou de suas impressões dos vários países da América do Sul percorridos na primeira metade da década de 30, aquele que mais explicitamente manifesta paralelos com a ideologia política da época é aquela que narra a sua visita às regiões montanhosas do Chile. (S. Schütze, "Auf dem Stahlroß durch Südamerika, 5. Im Chilenischen Bergland", Durch alle Welt 22, 1935, 13-16)

Se de seus textos relativos ao Brasil, ao Uruguai, à Argentina e ao Paraguai o leitor pouco percebe de suas concepções políticas ou as reconhece apenas após leituras mais cuidadosas do sentido subjacente de seus comentários, a narração de suas observações na zona de colonização alemã ao redor do lago Llanquihue exprime de forma inquestionável idéias e visões que correspondem àquelas das visões do mundo oficiais.

O relato de S. Schütze a respeito da colonização alemã no Chile assume interesse por documentar a visita de um alemão à colonia teuto-chilena, divulgando-a em publicação de ampla difusão na Alemanha. Contribuiu, assim, ao interesse da política nacional-socialista para os alemães no Estrangeiro. A colonia no Chile desempenharia papel importante no conjunto das comunidades alemãs do mundo arregimentadas na consciência de sua germanidade, de seu "Deutschtum".

Colonia alemã de Puerto Varas

Siegfried Schütze prepara o leitor, transmitindo de forma amena as suas primeiras impressões de Puerto Varas, lembrando da sua fundação sobretudo por imigrados da Vestfália. Esses colonos haviam criado, em poucas décadas, uma localidade de evidentes traços culturais alemães, manifestados na língua, na  arquitetura, no modo de vida, nas expressões culturais, na vegetação e até mesmo no aroma da atmosfera. O autor testemunha que a música - sobretudo a prática de canções populares alemãs - foi um dos principais fatores na manutenção dessa consciência do "ser essencialmente alemão".

"Quem são aquelas gigantescas figuras lá atrás na montanha? Apenas ao aproximar-me percebi que são dois eucaliptos cobertos de trepadeiras até 30 metros de altura. Depois de prosseguir a viagem por meia hora, surgiu finalmente o Lago Llanquihue perante os meus olhos, o maior lago de água doce do Chile, com um comprimento de 60 quilômetros e uma largura de 35 quilômetros. Há trinta anos havia às suas margens ainda florestas intransponíveis, mas a diligência alemã transformou-as após o trabalho de décadas em terra agrícola fértil e fundou povoados e cidades.

No fim de baixo do Lago Llanquihue situa-se a pequena cidade de Puerto Varas, também uma fundação de imigrados da Vestfália, que também aqui, longe da terra natal, levantaram um monte calvário. Dele tem-se um dos pitorescos panoramas da localidade coroada com uma igreja conventual, o azul Llanquihue, atrás a silhueta do vulcão Osorno, o protetor branco da "Suíça Chilena".

Nas ruas e lojas de Puerto Varas, o visitante escuta ao lado do espanhol o mais frequentemente a língua alemã, os seus dialetos e suas saudações. Nas tardes de sábado e domingo soam do coreto da praça central apenas música alemã e canções populares alemãs. Também pude eu aqui sentir de novo o perfume aromático de pinheiros e ciprestes; pois os colonos alemães trouxeram as sementes de pinheiros da terra natal."

Vontade de trabalho alemã e a força da necessidade

Siegfried Schütze partindo, nos seus comentários, da constatação de que a transformação dessa região em poucas décadas teria sido devida à vontade e à força de trabalho dos colonos, passa a considerar as dificuldades econômicas e às consequências trazidas por uma situação de necessidade para a própria comunidade na manutenção de suas características alemãs.

Teria sido a força da necessidade que obrigara os colonos a enviar as suas crianças às escolas chilenas, onde aprendiam o espanhol, de modo que, na época, já se podia escutir meninas e meninos de ascendência alemã conversando entre si no idioma do país. Esses sinais de integração na sociedade chilena, porém, ao contrário de serem vistos como positivos, - o que representaria uma perspectiva do próprio Chile - , surgem como indícios de uma decadência com relação à consciência de uma identidade alemã.

"Os colonos alemães no Sul do Chile têm grandes jardins e uma diversificada riqueza de frutas. Muito apodrece das finas frutas, ou engorda-se porcos com as mesmas. Os gastos para o envio de cargas pelas ferrovias chilenas são muito altos. Muita manteiga e queijo são produzidos pelos colonos alemães, que hoje possuem disso apenas poucas possibilidades de ganho. Há uma crise econômica devido à ruim saída de mercadorias e o valor baixo da moeda. No fértil Chile chove 'treze meses no ano' (uma expressão ali comum para o longo período de chuvas). O que um colono cria, com mulher e filho, em trabalho longo e difícil, é suficiente para, vendendo casa e terrenos, voltar à Europa com uma base garantida. Percebi, e outros colonos me confirmaram, que agora já há crianças loiras de olhos azuis que falam o espanhol. Esses filhos de pais alemães precisam ser enviados a escolas chilenas devido à situação de necessidade, pois as escolas da minoria alemã não são subvencionadas pelo Estado chileno." (loc.cit.)

Perda do senso de "pureza racial". Papel negativo da mulher latina

Se a explicação até agora dada por Siegfried Schütze para a gradativa integração dos alemães na sociedade chilena baseara-se na imposição das circunstâncias, a sua argumentação seguinte se direcionou mais explicitamente a uma degenerescência racial que seria causada por casamentos mixtos.

A sua crítica era aqui dirigida aos imigrantes ou a seus descendentes já estabelecidos há mais tempo no país e que teriam esquecido dos valores do sangue, unindo-se em matrimônio com mulheres chilenas. As crianças nascidas dessas uniões receberiam a marca da educação materna e falavam o espanhol.

O argumento de Schütze continua aqui orientado segundo a prosperidade trazida pelo trabalho e que seria prejudicada ou mesmo impedida com esses casamentos mixtos. O atleta dá a culpa aqui sobretudo à mulher latina, que seria muito mais preguiçosa e frívola do qua a mulher alemã. Esta última seria verdadeira companheira do homem no seu labor, contribuindo com todas as suas forças para o progresso da família. Ela seria uma das grandes responsáveis pela prosperidade agrícola e material da colonia.

"Também há casos nos quais alemães imigrados há muito tempo não dão mais valor à pureza da raça e casam com uma mulher de outra língua. Assim explica-se que, falando a mãe espanhol, as crianças perdem o modo de ser alemão. Esses casamentos mixtos são muito mal vistos pelos colonos de puro sangue alemão, uma vez que o casamento de duas raças traz para o parceiro alemão só muito raramente crescimento e sucesso. A mulher alemã trabalha sempre e de forma incansável, e contribui na floresta ao bem-estar dos fazendeiros alemães. É a primeira no trabalho, pela manhã, cuida das vacas de leite e cozinha. Fora, nas plantações, acompanha o seu marido e colabora na plantagem. À noite, voltam ambos cansados para casa. O homem estuda então o jornal da colonia, a mulher tem ainda milhares de deveres caseiros. Não é do gênio da mulher latina fazer todo esse sacrifício. Ela pode passar o dia bem com coisas sem importância." (loc.cit.)

Casando-se com uma chilena, o alemão teria, além do mais, segundo S. Schütze, que sustentar toda a sua família. Os seus parentes nem sempre estavam em situação econômica boa e nem sempre gostavam de trabalhar. Assim, o alemão, que inicialmente apoiaria de bom grado os parentes de sua mulher, passava aos poucos a ser explorado, vendo-se roubado dos frutos de seu trabalho. Cairia em resignação, perderia também êle a vontade de trabalhar e chegaria até mesmo a situações desesperadoras. O casamento com mulheres latinas, portanto, representaria o início de um processo degenerador amplo e que levava ao fracasso material e pessoal.

"Uma questão muito delicada é aquela que diz respeito à sua parentela: caso um alemão case com uma chilena e os parentes da mulher não são bem situados, por infelicidade, então êle tem por dever, segundo a lei do casamento, de alimentar toda a família não muito esforçada. Com o tempo, essa situação pode levar um amigo do trabalho a perder a vontade de trabalhar, até mesmo ao desespêro."(loc.cit.)

Problema de socialização nas famílias: desenvolvimento negativo dos jovens latinos

Da argumentação racial, Siegfried Schütze passa à crítica da formação da criança e do jovem no seio das famílias latinas. Parte aqui de uma observação a respeito do comportamento de crianças. Os meninos e as meninas sul-americanas comportar-se-iam cedo como adultos, mostrar-se-iam precoces, manifestariam aptidões excepcionais e atitudes professorais e de exagerada seriedade, enquanto que as crianças alemãs seriam infantís e sem maiores manifestações de extraordinário talento. Entretanto, com o passar do tempo, ao entrar na puberdade, as crianças latinas perderiam aquelas características, tornar-se-iam lerdas, preguiçosas no pensar e no agir, sem espírito de empreendimento. Havia assim um problema de cultura, de cultivo de capacidades, e a culpa aqui cabia à família. Enquanto que nos lares alemães, à noite, pais e filhos se dedicavam a lazeres sérios, à leitura, à música, ao planejamento e à administração dos negócios, as famílias latinas passavam as suas horas noturnas em jogos de azar e bebendo.

"Uma constatação interessante pode-se fazer ao passear pelas localidades de diferentes línguas e observar as crianças brincando. As crianças chilenas de seis até doze anos têm uma forma de conversação demasiadamente sabida e cultivam um modo de falar como se fossem advogados ou professores. Estuda-se os filhos de colonos alemães da mesma idade, percebe-se que as suas formas de falar não são ainda bem desenvolvidas. As crianças latinas, tão inteligentes na infância, tornam-se na juventude duras de entendimento e intelectualmente obtusas. O principal mal para elas é que as noites são passadas em geral com jogo de cartas e barulho, dominó e vinho tinto. A juventude alemã tem na sua maioria uma educação séria, e ao crescer desenvolve em geral excepcional talento comercial e outras capacidades necessárias para a vida. Mesmo as delegacias de polícia chilena louvaram, ao carimbar os meus livros de quilometragem, a nossa diligência e a técnica alemã. Os carabineiros de pura formação alemã concordam em dizer frequentemente que os alemães trouxeram muita cultura a seu país." (loc.cit.)



Suíça Chilena

Grande parte do relato de Siegfried Schütze é dedicado à descrição da paisagem das montanhas chilenas. Embora considerando os vulcões que marcam essa região, preocupa-se sobretudo em compará-la com a Suíça, sobretudo lembrando da similaridade entre o Puntiagudo e o Matterhorn. Esse mundo montanhoso foi a principal meta do atleta alemão ao visitar essa região. Esse trecho de sua narrativa adquire interesse sobretudo por documentar uma região então ainda pouco habitada e conhecida. Oferece assim um testemunho histórico da vida dos primeiros colonos nessas zonas afastadas da colonização de Puerto Vara, estabelecida por suíços e chilenos.

"14 quilômetros de Puerto Vara situa-se o lago La Poza, cercado de escuras florestas, tendo ao fundo o vulcão Calbuco, de três cantos, cuja cúpula da cratera, coberta de eterna neve, envia aos céus ameaçadoras nuvens de fumaça. O tranquilo lago de montanhas o espelha, assim como a ilha florestada da Lorelei. Nem sempre, porém, a natureza é tão pacífica. Há cinco anos, no dia 16 de janeiro de 1929, aconteceu uma explosão; os colonos que moravam nas redondezas precisaram abandonar às pressas casa e terras perante a lava que descia e que destruiu grandes partes da floresta e também sítios, terminando nas ondas do Lago Llanquihue. Muito pior, porém, como os colonos me contaram, foi a chuva de cinzas durante dias, que impedia até mesmo de respirar. Mais de 30 centímetros de cinzas depositou-se sobre os pastos, de modo que muitas das melhores reses morreram por falta de ração.

Como caixas de manteiga amontoadas pareciam as encostas ocidentais do vulcão Osorno, mas quando dele me aproximei, descobri um grupo de gigantescas rochas de basalto, originadas da última explosão da montanha vomitadora de fogo. Na viagem de barco a motor no lago de Todos os Santos, vi uma parte da floresta destruída; as copas de árvores surgiam a um metro acima da água numa distância de 300 metros. Respondendo à minha pergunta, o capitão do barco a motor explicou que os Andes são de origem vulcânica, surgindo frequentemente rebaixamentos de terra devido a tremores de terra. Nesse local, a água do lago das montanhas cobriu as árvores que chegavam a ter 40 metros de altura.

De lá pode-se apreciar uma visão maravilhosa do Puntiagudo (2400 metros), o Matterhorn chileno, em cujos pés moram colonos suíços, que desenvolvem comércio de leite e produzem o queijo vermelho holandês. Esses me preveniram a respeito do monte, que atrai todos os alpinistas, pois varios deles, alemães e chilenos, pagaram a subida com uma queda. Além das paredes de lava que se quebram, o forte vento sul que lá sopra atira para baixo um temporal de pedras.

Apenas mais à frente conheceria o mundo montanhoso da "Suíça chilena". No curso superior do rio Puelo, ca. de oito dias de viagem rio acima, há grandes geleiras no território ainda não descoberto dos Andes, chamado de Ventisqueros. Há oito anos, colonos chilenos abriram o primeiro caminho através da floresta. Para chegar ao vale do Rio Puelo, tive primeiramente que atravessar um lago de montanhas, a Laguna Tagua. Nessa viagem, vi a costa rochosa das Cordilheiras, de até 800 metros de altura, em cujos altos crescem as nobres árvores Alercen, de valiosa madeira, apreciada e cara no Chile e na Argentina.

O barqueiro que me levou para a outra margem do rio, sabia aproveitar o vento. Só agora tornou-se me claro, porque êle havia cortado grandes galhos antes da nossa partida, trazendo-os conosco. Quando o vento soprou, amarrou-os na ponta do bote como uma espécie de vela natural. A velocidade da viagem aumentou cada vez mais com as fortes ondas e com a intensidade do vento, e logo a nossa barca alcançou o seu objetivo, o Rio Puelo.

Depois de meia hora de caminhada, alcancei a primeira casa de colono. Aqui fui recebido da forma mais hospitaleira. Não queriam deixar que partisse mais sozinho no próximo dia, colocaram-me à disposição não só um cavalo, como também dois acompanhantes a cavalo, assim como uma mula carregada de alimentos." (loc.cit.)

Síndrome de pioneirismo e descobrimento. As geleiras do Ventisqueros

Diferentemente de outras viagens de observação e pesquisa de estrangeiros do passado, marcadas que foram pelo descobrimento de novas regiões, pela exploração de territórios até então não alcançados ou percorridos, as rotas de viajantes do século XX pouco podem apresentar quanto a novos descobrimentos. Os viajantes, assim, não adquirem o renome e a aura de pioneirismo quanto à revelação de novos territórios.

Esse impulso de ser descobridor de uma região até então não penetrada pelo homem pode ser sentido na narrativa de Siegfried Schütze quando trata da sua ida às geleiras do Ventisqueros. No seu texto, descreve como atingiu essas alturas, tendo realizado o último trecho de seu caminho só. O autor apresenta-se a si próprio mais uma vez como atleta de ótimas condições físicas e sobretudo como exemplo de perseverança, de energia e de força de vontade na realização de metas e no alcance dos mais difíceis e altos objetivos.

"Don Maximiliano, um pequeno chileno das montanhas, mas um herói em abrir picadas na floresta, era o guia da expedição. Cavalgava corajosamente à frente, tal como um selvagem com um machete, derrubando o bambú intranspassável, abrindo assim a picada já quase que fechada.

Quadros grotescos ofereciam-se a meus olhos, samambaias gigantes, de até quatro metros, olmos altos e árvores de louro de dois a três metros de diâmetro. Através do intrincado da mata luziam de longe os Copihuen de flores vermelhas, com forma de sinos, com seus copos de pontos brancos. Limos de todas as formas, lianas da grossura de um braço e outras plantas envolviam as árvores gigantescas até as majestosas copas. Se um viajante sedento encontrar na floresta uma planta comestível chamada Nalca, sob cujas folhas um adulto pode ficar facilmente em pé, faz bem em levar caules dessa planta, pois elas contém um suco que tem um sabor de limonada sem açúcar.

Na primeira noite de nossa expedição, preparamos o nosso pouso para a noite junto a uma clara fogueira. Com a riqueza de madeira na floresta foi fácil acendê-la. O fogo dá calor suficiente nas noites frescas da Cordilheira, ao mesmo tempo oferece a melhor proteção contra o puma, que anda à noite. O puma tem o costume de acompanhar o andarilho à noite; se esse ouve um ruído na mata e para para ouví-lo,o puma também o faz. Mas em geral, o puma não tem coragem de atacar um homem. Também a floresta oferece a êle uma quantidade de coelhos e outros animais para a sua alimentação. Ao raiar do dia, assam-se batatas nas brasas do fogo e esquenta-se o amargo chá mate. Depois de selarem-se os cavalos e terem os músicos da floresta feito as suas primeiras entoações, partimos.

Depois de um dia de cansativo cavalgar, deparamos com o mundo das geleiras dos Ventisqueros, brilhando azulado à luz do sol. A esta vista empolgante fui tomado de febre de subir ao cume. Três vezes precisamos atravessar o caudaloso rio da geleira para alcançar o nosso objetivo do dia, uma caverna nas rochas conhecida do nosso guia. Os chilenos das montanhas são os mais práticos sulamericanos em atravessar os perigosos rios das Cordilheiras.

Ao fogo que esquentava do pouso passamos a noite seguinte na areia macia do rio. Na manhã seguinte preparamo-nos para a subida, a fim de alcançar a geleira na região desconhecida dos Andes. Primeiramente, devíamos atravessar as colinas de floresta, caminhamos a quatro através do intrincado de bambús. Era necessário subir por cima de uma grande quantidade de gigantescas árvores caídas e podres, toda vez correndo-se o perigo de machucar os joelhos. Os meus acompanhantes desistiram, de modo que prossegui sozinho, trabalhando como um elefante, subindo a montanha. Apenas a 1500 metros de altura abriu-se a quase que noite escura da floresta. Densos galhos me feriram nos braços e no rosto, mas sofri ainda mais com o orvalho molhado que caía de todos os ramos. Apesar da roupa totalmente molhada, tratava-se de persistir, de lutar avançando, metro por metro. A 2000 metros de altura, o mato intrincado tornou-se mais ralo, dando lugar a um mundo de rochas selvagemente romântico. Mas que alegria! Às margens de um rio vi uma grande quantidade de amoras brancas, a Chabra chilena, que me refrescaram com o seu precioso aroma de maçã.

No alto, fui recebido com vento frio. Não estava preparado para isso. Pelo caminho havia deixado o meu paletó e a minha camisa, o que agora muito lamentava. Com frio e tremendo, apertando braços e joelhos num nicho nas rochas, fechei os olhos por alguns segundos, para, com o restante que me restava no corpo, alcançar o procurado cume. Um maravilhoso panorama se me abriu. Um vale profundo com uma enorme geleira, em cujos pés brilhava um lago azul. Do cume tinha-se uma vista maravilhosa do imenso território dos Andes, um mundo de geleiras e de eterno gêlo, ao fundo os picos das Cordilheiras de 4000 metros de altitude, de cujos abismos surgiam formações de nuvens que passavam rapidamente. Pouco depois, também o pico, sobre o qual estava, foi envolvido por uma mistura de nuvens e neblina, e já nada mais vi do Ventiqueros, dos Andes cobertos de neve." (op.cit.)

(...)

(Grupo redatorial sob a direção de A.A.Bispo)


  1. Observação: o texto aqui publicado oferece apenas um relato suscinto de trabalhos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui aparato científico. O seu escopo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição e o índice geral da revista (acesso acima). Pede-se ao leitor, sobretudo, que se oriente segundo os objetivos e a estrutura da Organização Brasil-Europa, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral e de onde poderá alcançar os demais ítens relativos à Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência (culturologia e sociologia da ciência), a seus institutos integrados de pesquisa e aos Centros de Estudos Culturais Brasil-Europa:
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Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 124/23 (2010:2)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
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Doc. N° 2582




"Sempre em frente!"
Cultura Física e o
Triunfo da Vontade:
Turismo esportivo-cultural na difusão de visões do mundo

Siegfried Schütze: De "corcel de aço" (bicicleta) pela América do Sul - 75 anos

V: Chile - Região de montanhas



Ciclo "Berlim à luz" - Ano da Ciência 2010. Reflexões após 75 anos da oficialização de centros de estudos portugueses e brasileiros na Alemanha. Retomada de trabalhos de seminário sobre Estudos Culturais e Política realizado na Universidade de Colonia (2008)
no âmbito do programa da Academia Brasil-Europa dedicado aos estudos culturais transatlânticos e interamericanos

sob a direção de A.A.Bispo

 




Título: Berlim. Coluna:  Imagens de Puerto Varas, Vulcão Osorno.
Fotos A.A.Bispo
©

 

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