Medicina natural: Siegfried Schütze na Argentina. Revista BRASIL-EUROPA.ACADEMIA BRASIL-EUROPA. Bispo, A.A. (Ed.) e Conselho Especializado. Organização de estudos culturais em relações internacionais

 
 

O relato de viagem através da Argentina do atleta e jornalista alemão Siegfried Schütze, realizado no âmbito de uma viagem de bicicleta pelo sul da América do Sul no início da década de 30, adquire sob diversos aspectos interesse para os estudos euro-brasileiros. (Veja outros textos nesta edição)

Em primeiro lugar, representa, como os demais textos de S. Schütze referentes aos países percorridos, um singular documento histórico-cultural que diz respeito ao Brasil no contexto dos países do Cone Sul e dos Andes, tema de particular atualidade no presente. Em segundo lugar, o relato de S. Schütze apresenta um significado para a história dos esportes em geral e para a história do jornalismo cultural e do fotojornalismo. A sua relevância maior para os estudos teóricos, porém, reside no fato de possibilitar exames de caminhos de difusão intercultural de visões e concepções do mundo de modo informal, não explícito.

Siegfried Schütze, com a sua difícil viagem, estabeleceu um exemplo de boas condições físicas, de energia e de persistência no alcance de objetivos. Não surpreende, portanto, que o seu relato, publicado alguns anos depois da realização de sua viagem, tenha correspondido a intuitos de um sistema e de uma ideologia política que salientava o poder da força da vontade.

Entretanto, as concepções e os modos de vida representados por S. Schütze inseriam-se em movimentos já de várias décadas. Uma dessas correntes era a da medicina natural, que procurava evitar o uso de medicamentos. Como se torna evidente nos textos de S. Schütze, o atleta procurou demonstrar, nos países visitados e a seus leitores, as vantagens do instinto natural no comportamento do homem relativamente a questões de saúde e, sobretudo, de uma dieta natural, também orientada de forma instintiva. Inseria-se, assim, em corrente já bastante antiga, que remontava, entre outros, ao médico bávaro Lorenz Gleich (1798-1865).

Dos textos de S. Schütze não se pode deduzir que tenha sido adepto explícito da homeopatia, entrou, porém, muito provavelmente em contato com médicos homeopatas em países que visitou, sobretudo na Argentina, aproximando assim a homeopatia de tendências da medicina natural alternativa na tradição de um Arthur Lutze (1813-1870), dando exemplo, com o seu comportamento e dieta, das vantagens do vegetarismo.

Siegfried Schütze insere-se assim num amplo e multifacetado movimento que era conhecido na Alemanha sob a designação de Reforma de Vida (Lebensreform). Esse movimento também já era difundido em países da América do Sul, sobretudo em regiões de colonização alemã. S. Schütze, com a sua viagem, e como atleta de renome, fortaleceu correntes de pensamento e de modos de vida que já eram populares em determinados círculos. Com essa atuação, porém, veio de encontro a tendências políticas que instrumentalizaram essas correntes de pensamento e de métodos mais antigas e que procuravam desenvolver uma medicina de cunho nacionalsocialista, no sentido de uma nova forma de medicina natural, "essencialmente" alemã.

Fotojornalismo - Revolução argentina

              

O relato de S. Schütze referente à Argentina inicia-se como a descrição de um episódio de interesse documental. ("Auf dem Stahlroß durch Südamerika 3", Durch alle Welt, 20, 1935, 13-16)

O atleta, vivenciando uma manifestação de cunho político em Buenos Aires, atuou como repórter, registrando o observado em palavras e em fotografias. O seu relato permite que se constate que Schütze de forma alguma visitava os países apenas como ciclista, mas como jornalista e, de acordo com as recentes tendências da época, como fotojornalista de viagens. Chegou a expor-se a riscos para a realização de suas fotos. Ao mesmo tempo, Schütze revela-se como representante de um tipo de jornalismo de viagens dirigido à influenciação subreptícia de seus leitores. Embora não de forma explícita, o vocabulário empregado e o tom da narração sugerem o ridículo de uma situação política marcada pelo confronto de forças e partidos, o que vinha, naturalmente de encontro com tendências políticas da Alemanha.

"Nos dias de setembro do ano de 1930, havia nas ruas de Buenos Aires uma agitação de estudantes e operários contra o govêrno do Presidente Irigoyen. 'Viva a Argentina!, Liberdade!, Fraternidade!' ouvia-se gritar de todas as gargantas de uma multidão de muitos milhares de cabeças na ampla praça do Congresso. Logo chegaram porém batalhões de policiais do Govêrno em cavalos espumando, balançando as espadas nuas, cavalgando pela rua principal, a Avenida del Mayo, para separá-los do público e do tráfego. Uma escada de ca. de 15 metros de altura, num posto de iluminação, abandonada há pouco por eletricistas temerosos, deu-me a oportunidade de observar os policiais que chegavam, por cima da multidão. Armados com carabinas, aproximavam-se ao trote, deslizavam das celas, e colocaram-se de pronto de joelhos, em duas filas. Logo a seguir soltaram os seus tiros na Praça do Congresso. Nesse momento - um dos mais perigosos da minha vida - ainda com a máquina fotográfica a colo para retratar os que fugiam, senti o meu coração bater fortemente e os meus joelhos bambearem. Além do mais, cumpria descer agora daquelas alturas desconfortáveis. Ainda soavam os tiros na praça, já em parte vazia. Corri rapidamente dali, sempre tendo presente poder receber alguma bala perdida nas minhas costelas. Quando atingi a minha bicicleta e consegui, finalmente, entrar numa rua lateral, veio de repente ao meu consciente em que situação desagradável poderia ter caído.

Os revolucionários argentinos conseguiram porém impor-se, o novo Govêrno de Uriburu ganhou a batalha. E cantando, guiados por várias bandas de música, povo e militares dirigiram-se ao palácio do Govêrno para apresentar as suas homenagens ao novo Presidente. Uriburu agradeceu a seus adeptos em flamejante discurso." (loc.cit.)

Dos trabalhos fotojornalísticos publicados de S. Schütze, porém, tem-se apenas imagens da praça do Congresso, à noite, e o do porto, tendo ao fundo o edifício dos correios. Também de outras cidades o ciclista oferece visões gerais, entre elas de Concordia, no rio Uruguai, e de La Plata, em fotografia tirada da tôrre da catedral.

Encontros com representantes da Medicina Natural

Os trechos do relato de S. Schütze pelo interior da Argentina, em particular aqueles referentes a Rafaela e a Cordoba, documentam os vínculos do ciclista com representantes de Medicina Natural na América do Sul. Tudo indica que a sua vinda era até mesmo esperada, uma vez que foi recebido por personalidades relacionadas com movimentos de formas alternativas de tratamento e por amigos de uma vida natural.

As indicações que dá documentam também uma proximidade desses movimentos alternativos ao espiritismo. Não sendo o espiritismo tão difundido na Alemanha, poder-se-ia apenas constatar aqui uma correspondência a movimentos de cunho esotérico ou teosófico. Mereceria maiores estudos investigar se alemães vinculados a correntes da Lebensreform e de tendência esotérica não trouxeram consigo pressupostos para uma aproximação a tendências espíritas de origem francesa na América Latina.

"Quatorze dias depois, abandonei a capital para conhecer o interior. Por estrada ainda bem asfaltada alcancei rapidamente a paisagem campeira. Cem quilômetros mais tarde, porém, acabou todo o conforto da viagem, pois os caminhos, cada vez piores, obrigavam-me frequentemente a empurrar a minha bicicleta. A meus olhos oferecia-se agora dia após dia, como antes no Uruguay, terras de pasto sem árvores e arbustos, com milhares de reses e cavalos pastando. Aqui, em meados de setembro, não se percebia nada da primavera chegando.

Alcancei a primeira cidade campeira, Rafaela. Até que enfim árvores de novo, de verde fresco! Aqui, fui recebido de forma muito hospitaleira por um Professor de Medicina Natural.

Rodei por muitos dias, com muito esforço, pelo vazio do pampa argentino, muitas vezes carregando o meu veículo em locais arenosos, antes de poder finalmente ter uma rua asfaltada sob as rodas. Como uma rêde de vias de ouro irradiava a luz do sol sobre as montanhas da Sierra de Cordoba. A seus pés situa-se a cidade de mesmo nome fundada no passado por jesuítas espanhóis. Dessa época lembram a antiga catedral, muitas igrejas e conventos e os portais construídos em estilo barroco de antigas casas patrícias espanholas. Também aqui, em Cordoba, recebeu-me o presidente da Associação dos Espíritas e dos Amigos da Natureza, Professor Felipe Gagliano, com muita cordialidade. No domingo seguinte dirigimo-nos às montanhas, com outros amigos. Riachos puros de água cristalina, e os grandes chorões às margens, com os seus galhos caindo de mais de 10 metros de altura ofereciam sombra e proteção contra o sol, que quase sempre queima tanto nesta terra.

A Sierra de Cordoba parece com as montanhas centrais alemãs (Mittelgebirge). A diferença reside apenas no sol tropical e na vegetação. Até a altura de 1000 metros apresentam-se modernas estâncias climáticas de estilo neo-americano aos olhos do viajante. Muitos cidadãos de posses de Buenos Aires passam nos hotéis da Falda os seus meses de verão. Fazendeiros anglo-argentinos construíram os seus castelos e as suas mansões nos vales laterais, cobertos de arbustos sempre verdes. Demonstram gôsto por grandes parques, com muitas e raras árvores ornamentais.

Após a passagem da Sierra, alcançada com muito suor, seguiu-se uma magnífica descida da montanha em estrada que descia gradualmente. Sentia-me vivificado pelo perfume temperato das ervas que aqui crescem nas encostas e cujas folhas coloridas são procuradas por inumeráveis abelhas. Como ouví falar, o mel aromático dessa região é muito apreciado e caro." (loc.cit.)

Na região de Sierra de Cordoba, S. Schütze visitou, guiado pelos seus amigos de similares orientações, os restos de uma capela jesuítica próximo a Candonza e um reservatório de água, dos quais deixou registros fotográficos . De Cordoba, publicou uma imagem do parque dessa cidade e cuja magnificência era o orgulho da população.

Desafios físicos e sacrifícios em regiões áridas

Após descrever as regiões de bem-estar da Sierra de Cordoba, a sua natureza privilegiada e a existência de uma consciência pela natureza e pela condução natural da vida e da saúde, S. Schütze dá prosseguimento à sua narrativa, quase que de forma dramática, mostrando as dificuldades que encontrou em regiões desérticas e agrestes. Também aqui conseguiu vencer essas dificuldades apenas com a força de vontade e uma dieta natural, alimentando-se apenas de frutas.

"Após descer por mais de duas horas, os meus olhos perceberam uma paisagem totalmente modificada. De ambos os lados do caminho, arbustos de espinhos intransponíveis, com enormes cactos espinhentos. A alegria, porém, que senti ao ver as suas flores brancas, enormas, não durou muito tempo, pois um ruído pouco perceptível anunciou-me uma aranha gigantesca, e a roda dianteira estava crivada com espinhos e com pontas de cactos. Começou para mim agora uma via dolorosa com frequentes consertos de pneus e de câmaras, e por fim precisei carregar a minha bicicleta por muitos quilômetros, pois tinha-se acabado todo o meu material de conserto.

Os habitantes creolos dessa paisagem espinhenta vivem sob condições paupérrimas. Cabanas feitas de tábuas de caixas e de fôlhas de latas de conservas servem a êles como moradias. Se os rebanhos de ovelhas não lhes desse a parca alimentação, o peregrino não encontraria viva alma nessa região onde pouco chove. Por isso, queijo e carne de cabra constituem aqui em geral a única alimentação, faltando frequentemente até mesmo pão.

No caminho doloroso da Sierra de Cordoba até o plano cruzado de canais de irrigação artificial da província de San Juan, rica em parreiras de uvas, teria perdido certamente muito tempo se a ferrovia provincial não me tivesse levado por um certo trecho; com a sua ajuda, consegui sair mais ou menos iloso desse inferno espinhoso.

A cidade de San Juan pude abandonar com novas armações na bicicleta. Agora cumpria ir em direção de Mendoza, atravessando um amplo deserto de sal. Antes, parei para repouso na última estância, da qual levam-se rações para San Juan por meio das típicas carroças de feno de grandes rodas, puxadas por quatro mulas.

Passamos a noite em acampamentos ao redor de fogueiras, cuja fumaça não estorvavam os enxames de mosquitos na sua atividade martirizante, de modo que levantei o outro dia cansado e picado, de forma alguma em boas condições para a viagem pelo deserto salgado, pobre em água, sem árvores e arbustos.

Com o meu cantil cheio de água e com os últimos melões da minha ração de viagem, esperava, apesar de tudo, poder vencer o calor do deserto em viagem de um dia. Empurrando a minha bicicleta com muito esforço pelas valetas, tive que dar tudo de mim para alcançar o próximo povoado antes do anoitecer.

Finalmente pude saciar a minha sede graças à hospitalidade de fazendeiros. Das 8 horas da noite até às 11 horas procurei dominar a sede através de muitos pratos de sopa de aveia sem sal e bem diluida. Sem sucesso, porém. Não tinha fome, apenas uma necessidade premente de beber. Com essa sede insaciada foi difícil cair no almejado sono." (loc.cit.)

Dessa região, S. Schütze deixou imagens fotográficas da paisagem agreste marcada por cactos e de parreiras da província San Juan, uma das de menos chuvas da Argentina, assim como de carroças de feno.

Jardins de rosas e balneários no caminho do Atlântico ao Pacífico

Os elos entre as correntes de medicina alternativa e o tratamento hidroterápico na Alemanha, e que encontravam a sua expressão no fomento que então recebiam as estações balneárias também na América do Sul, expressam-se no relato de S. Schütze na sua narrativa referente à região de Mendoza. Os leitores alemães tomavam aqui conhecimento da existência de cidades marcadas por belos jardins de flores e estações termais. Um dos objetivos da viagem do ciclista na Argentina foram as termas de Cacheuta, que, como salienta, haviam transformado a região, em poucos anos.

"No dia seguinte, rodei 20 quilômentos ao longo de plantações de uvas da província de Mendoza. Se passava um carro, era coberto de pó de uma terra calcárea. Cobertos como que com um saco de farinha, deixavam para mim longas nuvens de pó. Não apenas caminhões o levantavam, também os muito carregados carros de tração animal, de 16 patas. A primeira impressão de Mendoza foi a dos belos jardins de rosas. Frequentemente, quando via no parque da cidade os altos arbustos de rosas com a sua colorida magnificência, lembrava-me dos jardins da minha pátria. Grande decepção, porém, quando enfiava o meu nariz nessa magnificência florida. As rosas e muitas flores européias florescem na América do Sul com toda a sua beleza de cores e têm uma aparência tentadora, mas não têm perfume. No terremoto de 1928, os grandes receptáculos de vinho romperam-se com os tremores de terra, e uma quantidade do sumo das uvas espalhou-se até as sarjetas da cidade.

De forma gigantesca e escantilhada levanta-se nesse parque da cidade um monumento em pedra branca, o Cerro de la Gloria, com a estátua a cavalo do libertador da América do Sul, o famoso General San Martin. Da plataforma, o observador tem um panorama grandioso dos Andes, cobertos por eterna neve.

Mendoza, estação de passagem do Pacífico ao Atlântico, constitui, também para mim, ponto de partida para a travessia da passagem das montanhas dos Andes, a quase 4000 metros de altura.

Depois de ter deixado para trás as primeiras montanhas com a sua parca vegetação de ervas, ao lado da água do rio Mendoza, de marron sujo, proveniente das geleiras, alcancei o objetivo do primeiro dia da minha viagem, o balneário Cacheuta. Aqui, a 1200 metros de altitude, havia antes apenas um árido vale rochoso. Hoje, a localidade é muito visitada pelas suas fontes termais com poderes curativos." (op.cit.)

De Mendoza, S. Schütze incluiu na publicação de seu relato uma imagem do estreito vale do rio Mendoza e da via principal dessa cidade, mostrando aos alemães uma cidade bem cuidada, com grandes alamedas arborizadas. De Cacheuta, transmitiu a seus leitores uma impressão fotográfica do balneário, em meio a montanhas e jardins.

Sempre para a frente... eis a ordem!

Dando continuidade à dramaturgia que marca o seu relato, S. Schütze, após descrever o ambiente salutar das termas de Cacheuta, passa a narrar as gigantescas dificuldades encontradas para a travessia dos Andes. Também aqui a sua viagem é oferecida como exemplo a seus leitores, mostrando como que uma pessoa, com claros objetivos e em boas condições, pode prosseguir e transpor os maiores obstáculos através da força de vontade e da persistência.

"O prosseguimento da viagem nos dias seguintes foi acompanhado por grandes dificuldades, pois a rodovia chegava apenas a Cacheuta.

Caminhos de lama amolecida alternavam-se com picadas de mulas. Rios frios de gêlo, sem pontes, precisavam ser transpostos. Com muito esforço segui pelos dormentos da Ferrovia Transandina, metro por metro. Frequentemente, precisei carregar o meu fiel corcel de aço e a minha carga através de muitos túneis e pontes. O grotesco mundo de rochas brilhava por todo o lado em vermelho, verde e amarelo.

Também os próximos dias trouxeram de novo dificuldades sobre dificuldades. Sempre subindo, contra vento e frio da montanha... A minha ração ia chegando ao fim de forma preocupante.

Na estação transandina de Puente del Inka, havia alcançado 2800 metros com a bicicleta. Digno de ser vista é a ponte de pedra sobre o caudaloso rio Mendoza, formada pela água quente das forntes termais e pela cristalização calcárea da água. Já o principal caminho dos antigos incas que levava do Leste ao Oeste teria por aqui passado. A maior atração local é, porém, a cinco quilômetros, a vista da maior montanha das Américas. Através de um vale lateral, depara-se aos olhos do visitante o Aconcagua (7200 metros) na sua grandiosidade, coroado por geleiras e por neve eterna. Nessa visão grandiosa, tornei-me consciente de que muitos alpinistas tiveram que pagar com os seus membros gelados a intenção de galgar essa montanha.

Precisava porém ir à frente com a minha bicicleta. As alturas, com a atmosfera cada vez mais tênue, tornavam-se mais e mais difíceis de serem transpostas. Cada quilômetro podia ser subido apenas com muita força de vontade. Resistí à doença das montanhas, chamada de Puna, respirando e expirando profundamente. Sempre para a frente, era a ordem que sempre me dava novas forças.

Depois de seis dias de esforços cheguei por fim ao grande túnel de fronteira, a 3600 metros de altitude. Policiais da alfândega argentina, auxiliaram-me gentilmente com um lampião a óleo, para que pudesse passar os cinco quilômetros do túnel da ferrovia. No seu término, vi a luz do dia de um novo país. Os oficiais de fronteira ali me tomaram o lampião emprestado de volta e examinaram cortêsmente o meu passaporte. Assim rodei contentamente pela rodovia que descia em serpentinas a montanha, acompanhado por riachos que caiam brilhante em prata, e pelo almôço entrei nos verdes e mais quentes vales do Chile.

Hoje, lamento não ter registrado todos os incidentes, não ter anotado todas as câmaras e os pneus que tive que trocar. Pois isso daria uma bela estatística, que pelo menos em parte demonstraria as dificuldades de uma travessia do continente sul-americano. Quanto material de conserto foi usado? Em dias particularmente 'abençoados pela sorte', a sacola de ferramentas quase que não teve repouso."

Da sua travessia dos Andes, S. Schütze deixou registrado, em imagens fotográficas, as picadas que utilizou para a subida das montanhas de bicicleta e o Aconcagua, com os seus 7200 metros de altura, visto da estação Puente del Inka.

(...)

(Grupo redatorial sob a direção de A.A.Bispo)


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Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 124/21 (2010:2)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
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ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2580




"Sempre em frente!"
Cultura Física e o
Triunfo da Vontade:
Turismo esportivo-cultural na difusão de visões do mundo

Siegfried Schütze: De "corcel de aço" (bicicleta) pela América do Sul - 75 anos

III: Argentina



Ciclo "Berlim à luz" - Ano da Ciência 2010. Reflexões após 75 anos da oficialização de centros de estudos portugueses e brasileiros na Alemanha. Retomada de trabalhos de seminário sobre Estudos Culturais e Política realizado na Universidade de Colonia (2008)
no âmbito do programa da Academia Brasil-Europa dedicado aos estudos culturais transatlânticos e interamericanos

sob a direção de A.A.Bispo

 







Fotos A.A.Bispo©
Título: Berlim. Coluna: Imagens de Buenos Aires

 

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