Colonia: Ponte para o Ocidente. Revista BRASIL-EUROPA ACADEMIA BRASIL-EUROPA. Bispo, A.A. (Ed.) e Conselho Especializado. Organização de estudos culturais em relações internacionais

 
 

Quando, em meados dos anos sessenta do século XX, sentiu-se no Brasil a necessidade de uma revisão e atualização teórica dos estudos culturais, constatou-se que para essa renovação tornava-se necessário reconsiderar correntes de pensamento e de métodos e que haviam sido transmitidas através de décadas através da força de determinadas personalidades, do ensino, da influência mútua, de tendências emulativas e de programas de fomento político-cultural.

Tratava-se, assim, da necessidade de desenvolver os esforços de reflexão teórica e metodológica paralelamente a exames de processos difusivos. Essa constatação levou à fundação da entidade que hoje constitui a Organização Brasil-Europa, em 1968, e que passou a ter como escopo primordial a análise da difusão cultural e científica, dedicando-se assim a uma "nova difusão", ou seja de uma por assim-dizer meta-difusão relativamente à necessidade de uma posição analítica e auto-reflexiva perante processos difusivos.

Nas reflexões então encetadas relativamente a rêdes nas quais se processaram transmissões de concepções, imagens e métodos, constatou-se que importantes linhas levavam a desenvolvimentos ocorridos na Europa na primeira metade do século XX e que, apesar de apresentarem determinadas similaridades, necessitavam ser diferenciadas. Tomou-se consciente, então, de que a corrente na qual se inseria vários daqueles que agora procuravam a renovação teórico-cultural remontava a uma tradição de pensamento que sofrera uma submersão, um silenciamento, tendo sido subjugada na década de 30 por pressões, intimidações, apropriações e uma política de alinhamento quanto a visões e edifícios conceituais.

Quais seriam as origens e o caminho histórico de desenvolvimento dessas rêdes dominantes e de dominações e que uniam de forma tão estreita o Brasil, Portugal e o mundo de língua alemã dos anos 30 e 40?

Riscos do esquecimento de contextos

Após a Segunda Guerra, os nomes condutores e as características dessa rêde predominante e de dominação passaram a ser silenciados, caindo no esquecimento, de modo que toda uma fase da história das idéias relativas aos estudos culturais tornou-se pouco conhecida e turva.

Houve e há o perigo, assim, que, com a anonimização e a de-contextualização de desenvolvimentos históricos, de ideários e visões do mundo se hajam emancipado focalizações e finalidades da pesquisa e do ensino. Essas, livres de vínculos explícitos de natureza político-ideológica e de cargas históricas decorrentes dos acontecimentos históricos, podem ter-se perpetuado. Passando a ser compreendidas como resultados de um vir-a-ser determinado por leis internas da própria área disciplinar, - e não como fenômenos a serem elas próprias analisáveis sob perspectivas teórico-culturais e histórico-políticas -, poderiam estar determinando de forma pouco refletida o desenvolvimento dos estudos culturais.

Dentre os caminhos de difusão e propagação de idéias e visões então percebidos, alguns deles levavam a Portugal, em particular a Coimbra e a Lisboa, outros à Alemanha, em especial a Hamburgo e a Colonia. Para um contato com a problemática in loco daqueles centros portugueses, realizou-se uma viagem de estudos, em 1973/74. Devido às próprias circunstâncias políticas da época em Portugal, pareceu porém mais viável o estudo dos caminhos do processo difusivo a partir da Alemanha.

Assim, em fins de 1974, deu-se início a observações em Hamburgo, a partir da primeira metade de 1975, em Colonia. A vida européia da organização criada no Brasil em 1968, e que representa hoje a A.B.E.,  desenvolveu-se, assim, em estreito relacionamento com o intuito de observação e análise de processos difusivos remontantes sobretudo a esse último centro.

Proximidade de Colonia ao mundo latino

Constatou-se, desde o início, que a própria auto-imagem e a identidade cultural da cidade do Reno caracterizavam-se por uma muito valorizada proximidade ao mundo latino, e que era e é vista na sua mentalidade, no seu modo de vida, no seu laissez-faire, nas suas expressões culturais, em particular no carnaval, diferenciando-a de outras cidades da Alemanha.

A justificativa e os fundamentos da especial configuração cultural de Colonia eram encontrados, em geral, no seu Catolicismo. Como um dos principais centros católicos da Alemanha e da Europa, a religião teria marcado profundamente a história, a formação e as expressões culturais da população, tendo possibilitado o surgimento e a manutenção de elos comuns com outras regiões católicas do mundo.

Essa justificativa religiosa da predisposição de Colonia para uma maior proximidade ao mundo latino, para uma maior compreensão de outras culturas e mentalidades, corrente naturalmente sobretudo em meios vinculados à Igreja, diferenciava-se das razões que a não-católica Hamburgo apresentava para a sua também defendida abertura para o mundo. (Veja artigo a respeito nesta edição)

Essa justificativa dirigida à fundamentação católica da cultura coloniense para a sua posição exponente em processos de aproximação e intercâmbio cultural mostrou-se, porém, como insuficiente para explicar a razão pela qual a universidade local abriga há décadas um instituto de estudos luso-brasileiros que é visto até mesmo como de liderança na área disciplinar.

Apesar de toda a diversidade da população de Colonia, a existência de uma considerável colonia de portugueses e - posteriormente de brasileiros - surgia nos anos 70 como fenômeno relativamente recente, pelo mesmo posterior à Segunda Guerra, e portanto muito posterior à fundação daquela instituição.

Argumentação da década de 30

Não tendo assim nascido de exigências colocadas pelas características cosmopolitas da população local, e não vinculado à Igreja, como se explicaria a existência de um instituição dedicada ao mundo de língua portuguesa em Colonia de tão longa história e projeção? Como se explicaria que se apresentasse não apenas como centro de ensino de língua portuguesa para estrangeiros mas sim como uma espécie de centro cultural? De onde tiraria uma instituição universitária, e portanto de ensino e estudos, a tradição para co-atuar de forma mais ampla, também na vida cultural de grupos de migrantes distantes dos meios acadêmicos?

O estudo de processos difusivos no âmbito dos estudos culturais relacionados com o Brasil, iniciado em 1968, levou aqui a esforços de levantamento de fontes e de exames mais pormenorizados da época da fundação e dos primeiros anos da instituição coloniense dedicada a estudos portugueses e brasileiros. Esses esforços representavam uma necessidade, pois o passado da instituição apresentava-se envolto em penumbras, aparentemente desconhecido, tratado apenas rapidamente em esboços históricos. Também nos meios consulares e nas embaixadas pouco se podia obter de conhecimentos a respeito das origens e do passado de tão importante instituição.

As fontes levantadas demonstraram logo o estreito relacionamento histórico do instituto, nos seus fundamentos, com o regime da Alemanha da década de 30. Mesmo que nada, absolutamente nada sugerisse ou indicasse a continuidade de ideários, intuitos e finalidades por parte de nomes vinculados à instituição nas décadas mais recentes, o levantamento documentado de sua história institucional surgia como de fundamental importância para a própria área disciplinar e para o esclarecimento de estudantes e interessados em geral. 

"Ponte para o Ocidente" no seu significado político

A questão que inicialmente se colocou disse respeito à razão pela qual um projeto dedicado à língua e à cultura dos países de língua portuguesa na cidade de Colonia teria encontrado tal interesse por parte de instâncias políticas após a tomada de poder nacionalsocialista. Por que justamente Colonia teria sido reconhecida como sendo particularmente adequada para sediar uma instituição que sob muitos aspectos tornar-se-ia condutora dos estudos luso-brasileiros na Alemanha?

A explicação desse fato não deveria ser procurada tanto em elos históricos que unem Colonia a Portugal ou ao Brasil, ainda que existentes, ou ao idealismo e à ação de determinadas personalidades, mas sim, sobretudo, à posição geo-político-histórica de Colonia no contexto europeu.

A justificativa de que o Catolicismo coloniense teria sido o fundamento da proximidade de Colonia ao mundo latino não é mencionada nos textos da época. Esse fato é compreensível, considerando-se a distância do sistema para com a Igreja. Também o cosmopolitismo da cidade não é citado de forma explícita nas fontes, uma vez que o cosmopolitismo e o internacionalismo contrariavam a fundo uma ideologia que criticava misturas e diluições de características nacionais, apregoando encontros - e confrontos - de nações de clara identificação nacional. Sem inquirir as possíveis bases histórico-culturais e religiosas das condições favoráveis apresentadas pela mentalidade coloniense para abrigar um instituto voltado ao Estrangeiro de língua portuguesa, os jornalistas de folhas partidárias da época partem apenas da sua existência, apontando as circunstâncias favoráveis para a ereção da instituição naquela cidade.

É, portanto, sob o aspecto geo-histórico-político que a expressão "Ponte para o Ocidente" deve ser aqui entendida. Essa expressão surge como título de um artigo publicado pelo jornal nacionalsocialista "Observador Alemão Ocidental" (P. Schmidt, "Portugiesisch-Brasilianisches Institut eröffnet: Köln die Brücke zum Westen", Westdeutscher Beobachter 147, Jahrgang 10, 6 de abril de 1934) ao tratar da fundação, ou melhor, da oficialização do instituto. Pela sua localização, situava-se relativamente próxima às fronteiras ocidentais do Reich, relativamente próxima aos limites da esfera de língua alemã e aquela de língua francesa.

O pesquisador brasileiro ou português que queira compreender a argumentação e os motivos condutores da época, não devem partir assim de considerações baseadas no Catolicismo coloniense, mas sim de uma situação histórica do relacionamento inter-europeu, em particular no âmbito das tensões franco-alemãs, marcadas pela derrota alemã na Primeira Guerra e pela situação determinada pelas reparações impostas pelo Tratado de Versailles (Veja artigo em número anterior desta revista). Não se pode esquecer que o reitor da Universidade na época, Prof. Dr. rer.pol. Erwin Geldmacher (1885-1965), era um professor de Economia que tratava com particular atenção o problema das reparações, procurando mostrar serem essas de negativas consequências tanto para o país que as pagavam como para aqueles que as recebiam. O pesquisador deve, assim, procurar inserir-se mentalmente no contexto alemão e procurar ver a situação geo-político-cultural de Colonia a partir de uma perspectiva da Alemanha.

Tarefas especiais vistas para a universidade na época

No artigo "Ponte para o Ocidente", parte-se da constatação de que a universidade de Colonia diferenciava-se de outras universidades alemãs pelo fato de possuir tarefas  especiais, derivadas respectivamente a) das características da própria cidade e b) da sua posição saliente no contexto das demais universidades do ocidente da Alemanha.

a) A primeira assertiva, ainda que não elucidada em detalhes, parte do fato de que cidade de Colonia era local ideal para abrigar uma instituição que iria concentrar visitantes do Exterior, uma vez que apresentava condições favoráveis para receber com compreensão e interesse representantes de outras mentalidades e hábitos.

b) A Universidade de Colonia, por ser a principal instituição de pesquisa e ensino nas regiões ocidentais do Reich, estaria, segundo aquele órgão, predestinada a assumir a liderança nos estudos relativos ao Ocidente, no caso, representado sobretudo por Portugal. O instituto de Colonia surgia assim explicitamente, com uma dupla tarefa, a universitária propriamente dita e aquela vinculada à comunidade, ou seja, não científica, mas antes de política cultural comunitária.

"A Universidade de Colonia tem tarefas especiais, que derivam de sua posição de liderança no ocidente da Alemanha e de metrópole que une povos. Em direção ao cumprimento dessa dupla tarefa reside a tarefa e o escopo do Instituto Português-Brasileiro da Universidade de Colonia, chamado à vida há cerca de dois anos por iniciativa do Dr. Ivo Dane, que já há muitos anos dá cursos sobre língua e literatura portuguesa, com a anuência muito compreensiva do Ministro da Cultura português, Cordeiro Ramos."


Missão cultural e política da instituição

A seguir, o artigo passa de forma mais explícita a tratar dos elos do instituto com a nova situação política. Como mencionado na frase anterior, o instituto até então existente era exclusivamente de língua e literatura. De outras fontes, sabe-se até mesmo que funcionava de forma rudimentar, mantido até mesmo particularmente por um docente idealista, Ivo Dane, nome que tem estado até hoje insuficientemente presente nos círculos dedicados aos estudos do mundo de língua portuguesa.

O jornal afirma que quelas tarefas acima citadas - a cultural e a política - não tinham podido ser cumpridas a contento sob o regime anterior, que não teria demonstrado compreensão para o escopo da instituição. Com a subida ao poder dos nacionalsocialistas, porém, ter-se-ia uma nova situação, mais favorável para o cumprimento daquelas tarefas e que seriam de interesse para as relações entre a Alemanha e os países de língua e cultura portuguesa.

Já aqui surge, assim, como objetivo do instituto, não apenas o idioma, mas também a cultura, adjetivada como portuguesa. Esse intuito de servir às relações internacionais baseava-se, de modo explícitamente expresso pelo jornal, em pronunciamentos de Adolf Hitler. Este afirmara o seu desejo de manter relações de amizade com todas os povos sobre o "fundamento de igualdade de direitos e de mútuo respeito." O instituto possuia, assim uma orientação emissária, do ponto de vista cultural e político. Pronuncia-se assim de forma clara e inquestionável que o instituto foi criado com uma tarefa política, e portanto a de propagação de concepções e visões, e da cooperação com estudiosos de orientações afins de outras nações.

"Devido á falta de compreensão do govêrno anterior, o Instituto não pôde cumprir com as suas tarefas na medida desejável ao interesse das relações amigáveis entre a Alemanha e os países de língua e cultura portuguesa. A revolução nacionalsocialista trouxe também aqui uma mudança para o melhor. De acordo com as palavras do Führer, que sobre o fundamento dos direitos iguais e do respeito mútuo deseja relações amigáveis com cada povo de boa vontade, construiu-se um edifício que de modo excepcional é adequado a cumprir a sua missão política e cultural."


Com essa missão manifestadamente político-cultural, a instituição, na ampliação e, ao mesmo tempo, especificação de seu sentido, pôde ser concretizada com o auxílio de autoridades vinculadas ao partido. Como o artigo salienta, a sua realização não poderia ter sido alcançada sem a atuação do Prof. Dr. Fritz Lejeune. Foi através dele que se alcançou o apoio das instâncias do govêrno.

"Uma grande parte da gratidão por esse fato deve-se ao Professor Dr. Lejeune, que com muitos esforços e superação de seus interesses pessoais, empenhou-se na concretização de um Instituto capacitado. Graças ao apoio das instâncias de govêrno responsáveis, assim como da Junta anexa ao ministério de cultura português, ou do Presidente da Junta, o Dr. Simões Raposo, entusiástico amigo da Alemanha e da cultura alemã.

Da mesma forma, através do Cônsul brasileiro em Colonia, Ildefonso Falcão, iniciaram-se com sucesso negociações, que foram tanto mais fáceis de se obter pelo fato de que o Consul, através de seus inumeráveis publicações no Brasil, plenas da mais profunda compreensão pela nova Alemanha, lá preparou uma atmosfera de sentimento amigável."

O artigo do "Observador Alemão Ocidental" menciona assim nomes que podem ser considerados como particularmente relevantes a institucionalização da área disciplinar em Colonia e que são hoje praticamente desconhecidos ou pouco lembrados: Ivo Dane e Lejeune do lado alemão, Cordeiro Ramos e Simões Raposo do lado português, e o brasileiro Ildefonso Falcão. Uma especial atenção é dada pelo órgão nacional-socialista a Fritz Lejeune, que surge como aquele que, de fato, teria alcançado a concretização do projeto. (Veja a respeito desses nomes outros artigos nesta edição)


(Grupo redatorial sob a direção de A.A.Bispo,
com agradecimentos à família Dane)


  1. Observação: o texto aqui publicado oferece apenas um relato suscinto de trabalhos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui aparato científico. O seu escopo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição e o índice geral da revista (acesso acima). Pede-se ao leitor, sobretudo, que se oriente segundo os objetivos e a estrutura da Organização Brasil-Europa, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral e de onde poderá alcançar os demais ítens relativos à Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência (culturologia e sociologia da ciência), a seus institutos integrados de pesquisa e aos Centros de Estudos Culturais Brasil-Europa:
    http://www.brasil-europa.eu


  2. Brasil-Europa é organização exclusivamente de natureza científica, dedicada a estudos teóricos de processos interculturais e a estudos culturais nas relações internacionais. Não tem, expressamente, finalidades jornalísticas ou literárias e não considera nos seus textos dados divulgados por agências de notícias e emissoras. É, na sua orientação culturológica, a primeira do gênero, pioneira no seu escopo, independente, não-governamental, sem elos políticos ou religiosos, não vinculada a nenhuma fundação de partido político europeu ou brasileiro e originada de iniciativa brasileira. Foi registrada em 1968, sendo continuamente atualizada. A A.B.E. insere-se em antiga tradição que remonta ao século XIX.


  3. Não deve ser confundida com outras instituições, publicações, iniciativas de fundações, academias de letras ou outras páginas da Internet que passaram a empregar designações similares.







 

Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 124/2 (2010:2)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
órgão da
Organização Brasil-Europa de estudos teóricos de processos interculturais e estudos culturais nas relações internacionais (reg. 1968)
- Academia Brasil-Europa -
de Ciência da Cultura e da Ciência

e institutos integrados

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ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2561





"Ponte para o Ocidente"
A questão da justificativa de Colonia como centro de estudos luso-brasileiros
Argumentação político-cultural da década de 30


Ciclo "Berlim à luz" - Ano da Ciência 2010. Reflexões após 75 anos da oficialização de centros de estudos portugueses e brasileiros na Alemanha. Retomada de trabalhos de seminário sobre Estudos Culturais e Política realizado na Universidade de Colonia (2008)
sob a direção de A.A.Bispo

 




Fotos A.A.Bispo©
Título: Berlim. Coluna: ponte sobre o Reno e estrutura da estação de Colonia

 

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