Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 

_________________________________________________________________________________________________________________________________


Índice da edição     Índice geral     Portal Brasil-Europa     Academia     Contato     Convite     Impressum     Editor     Estatística     Atualidades

_________________________________________________________________________________________________________________________________

Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 118/9 (2009:2)
Editor: Prof. Dr. A.A.Bispo, Universidade de Colonia
Direção administrativa: Dr. H. Hülskath

Organização de Estudos de Processos Culturais em Relações Internacionais (ND 1968)
Academia Brasil-Europa
Instituto de Estudos da Cultura Musical do Mundo de Língua Portuguesa (ISMPS 1985)

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2009 by ISMPS e.V. Edição reconfigurada © 2014 by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2428


 


Costa Rica-Brasil


O café nos estudos culturais da Costa Rica e do Brasil: elos e paradoxos


Ao diplomata Eduardo de Affonso Penna, Embaixadas do Brasil da Alemanha e no Panamá, em gratidão pelos apoios





Museu Nacional Costa Rica. Foto A.A.Bispo 2008. Copyright
Este texto apresenta uma súmula de reflexões encetadas no decorrer de ciclo de estudos, contatos e observações realizados na Colombia, Costa Rica e Panamá no âmbito do programa Atlântico/Pacífico da ABE/ISMPS, em 2008. O evento inseriu-se em complexos temáticos tratados nos cursos "Música no Encontro de Culturas" (1998-2002) e do seminário "Pesquisa Musical e Política na América Latina (2008) da Universidade de Colonia, realizados sob a direção de A.A.Bispo,, responsável pelo complexo "Transplantes culturais europeus à América Latina no século XIX" do projeto "Music in Life of Man" do Conselho Internacional de Música/UNESCO.


O programa de trabalhos - o primeiro do gênero - concretizou impulsos partidos do Congresso Internacional "Música e Visões" pelos 500 anos do Brasil e triênio subsequente (1999-2004), do II° Congresso Brasileiro de Musicologia (RJ 1992), do Encontro Regional para a América Latina e Caribe ICM/UNESCO (SP 1987) e do projeto "Culturas Musicais Indígenas" patrocinado pelo Ministério das Relações Exteriores da Alemanha (1992-).


Os trabalhos procuraram dar continuidade aos impulsos decorrentes do simpósio de renovação dos estudos interamericanos e transatlânticos (Leichlingen/Colonia 1983). A orientação teórica é marcada pela tradição de pensamento e de iniciativas remontante à sociedade de renovação de estudos e prática cultura fundada em S. Paulo, em 1968 (Nova Difusão), atual Organização de Estudos de Processos Culturais em Relações Internacionais. Principais colaboradores dos projetos interamericanos: Prof. Dr. Francisco Curt Lange (Montevideo) e Prof. Dr. Samuel Claro-Valdés (Chile).

Instituições envolvidas e visitadas: Academia Brasil-Europa, Institut für Studien der Musikkultur des Portugiesischen Sprachraumes e.V./IBEM,
Museo Nacional, Consejo National de la Cultura, Catedral de San Jose/Curia Metropolitana, Teatro Nacional, Museo Teatro El Coliseo ( Costa Rica), Museo de la Inquisitión e Museo Petrus Claver (Cartagena).






Costa Rica e o Brasil surgem, na Europa, como países particularmente marcados pelo café. São muitas vezes citados em conjunto, mencionados un ao lado do outro em textos e representações visuais, em anúncios e reclames do produto. Os seus nomes surgem como designativos de espécies e de sua preparação.


As imagens de ambos os países adquirem comuns conotações e diferenciações, com todas as conseqüências daí resultantes. Há uma considerável literatura sobre a história do café e suas consequências para a economia e a sociedade em ambas as nações.


O café encontrou em ambas a sua expressão em obras de arte e poesias. Falta, porém, estudos mais pormenorizados que comparem a história e a produção do café nos dois países, suas consequências sociais e, sobretudo, analise a situação dos estudos respectivos.


Museu Nacional Costa Rica. Foto A.A.Bispo 2008. Copyright
Uma vez que o café representa um dos principais elos que unem ambas as nações, também e sobretudo nas suas imagens no Exterior, o tema adquire um significado especial para estudos que relacionam os dois países e, em geral, os elos entre a Europa e a América Latina.


Café em Costa Rica - Diálogos no Museu Naclonal


O significado que os estudiosos de Costa Rica reconhecem na economia do café para a história e o presente do país, inclusive sob o aspecto de suas repercussões na vida cultural é expresso na posição privilegiada concedida ao café e à sua história no Museu Nacional.


Aqui, em fotografias históricas e em murais, oferece-se uma visão geral dos conhecimentos relativos às origens, à difusão do café no país, as características de seu plantio e comercialização.


Textos referentes à história de Costa Rica salientam que o café foi introduzido na região a partir do Caribe, em fins do século XVIII. Teria sido a primeira região da América Central na qual o café foi plantado de forma sistemática. A plantação desenvolveu-se inicialmente de forma restrita, sobretudo no Vale Central, crescendo apenas de forma gradativa.


Teatro Nacional Costa Rica. Foto A.A.Bispo 2008. Copyright
Plantado entre as árvores da floresta, sem que essas fossem derrubadas, o café assim  produzido, em pequenas quantidades, alcançou uma excepcional qualidade. A história de sua expansão vincula-se com a de sua exportação. O caminho que o café seguiu foi foi marcado pela situação geográfica do país entre a área atlântico-caribenha e o Pacífico.


Relações com o Pacífico: „Café Chileno de Valparaíso“


Uma primeira rota na história da exportação do produto de Costa Rica foi aquele pelo ístmo do Panamá, para onde se registra a sua presença já em 1820. O comércio do ístmo com os países do Pacífico explica os elos do café de Costa Rica com o Chile, cujo porto de Valparaíso era importante entreposto comercial, em particular britânico (veja texto em edição anterior desta revista). Cidade marcada pela presença européia na sua população, os seus círculos socialmente mais privilegiados mantinham hábitos de vida social e de refinamento que se orientavam segundo modêlos aristocráticos europeus.


No Chile, o café era empacotado e enviado para a Inglaterra, onde passou a ser conhecido como „Café Chileno de Valparaíso“. A primeira denominação do café na Grã-Bretanha referia-se, assim, singularmente, não ao país de origem, mas sim ao intermediário.


Essa rota de Costa Rica à Inglaterra, através do Chile, não deixava de ter significado para o Brasil, uma vez que os navios que se dirigiam à Europa pelo caminho do Estreito de Magalhães, passavam pelo litoral do país.


Esse singular caminho da exportação do café de Costa Rica à Europa - e a perda que representava para o país o entreposto de Valparaíso - foi percebido por empreendedores em Costa Rica que, em 1843, se empenharam em exportar o produto diretamente à Europa.


Houve, assim, um redirecionamento gradativo do país, do Pacífico ao Atlântico. Afirma-se que os primeiros sacos de café de Costa Rica para a Grã-Bretanha foram transportados pelo navio britânico The Monarch, dirigido pelo capitão William Le Lacheur Lyon. Já em meados dos anos quarenta do século XIX, portanto, Costa Rica teria passado a ter a sua imagem na Europa vinculada com o café, cujo consumo, sem perder conotações de exclusividade, passava a ser apreciado em círculos da burguesa e da intelectualidade.


Esse desenvolvimento econômico coincidiu com a época da emancipação e da solidificação de Costa Rica como nação. Foi acompanhado por um desenvolvimento social e cultural que permitiu às classes sociais privilegiadas do país uma situação especial nas suas oportunidades de formação e informação na Europa.


Os elos de Costa Rica com a Europa, no século XIX, sob o aspecto cultural e científico, foram assim singularmente intensos e a história cultural desses contatos supera no seu significado de muito o que se poderia esperar numa primeira aproximação.


Costa Rica desempenhou, com os seus estudantes enviados à Europa e com a vinda de latinoamericanos formados em universidades européias e de europeus uma posição privilegiada na história cultural do intercâmbio Europa-América Latina.


Expressão máxima do poder financeiro e das aspirações culturais e de representação dos fazendeiros de café de Costa Rica foi o Teatro Nacional (veja texto nesta edição).


Se a construção de mansões, palacetes, edifícios monumentais e teatros por membros de famílias de cafeicultores também é conhecida do Brasil, o caso de Costa Rica é excepcional pelas circunstâncias da construção do Teatro Nacional, pelas suas características arquitetônicas e artísticas, pela manifestação de representatividade social que corporifica e pelo seu significado para a imagem da nação.


O impulso para a sua construção teria partido dos próprios cafeicultores, que teriam proposto até mesmo um imposto de exportação sobre o produto para o financiamento da construção.


O Teatro Nacional de Costa Rica é, sob o aspecto dos estudos culturais, um dos exemplos mais formidáveis da dinâmica cultural, ou melhor, de ânsia de refinamento social, de cultivo e de representatividade desencadeada pelo florescimento do café.


Apenas a prosperidade econômica não poderia explicar tal construção e suas imagens, representando, ao mesmo tempo, templo de artes, apoteose de Costa Rica e salão do país.


Em quadro de renomado pintor italiano da época, a exportação do café é eternizada em composição de significado de muito maiores possibilidades de interpretação do que se poderia esperar à primeira vista.


O transporte de sacos de café, os navios ao fundo prontos para o embarque representam apenas um dos aspectos da representação. Tem-se criticado que, na composição o artista, sem conhecer as circunstâncias da plantação do produto, teria localizado os cafeeiros na praia. Tal interpretação, porém, não leva em consideração a natureza placativa e até mesmo alegórica da composição e, assim de tudo, a lembrança que aqui se trata de um produto de exportação, de saída para o mar.


O Teatro Nacional de Costa Rica, na sua profusão de estilos e na sua magnificência tem sido visto, apesar de todas as imagens de aristocratização e nobilitação que manifesta, exemplo expressivo de uma época marcada pelo Liberalismo.


O visitante de San Jose, porém, decepciona-se em não encontrar na capital do país muitas outras edificações representativas dessa época do apogeu do café. As poucas mansões dessa época não podem ser comparadas em quantidade àquelas que caracterizaram São Paulo.


Como também a Avenida Paulista e redondezas foi destruída quanto ao patrimônio arquitetônico e histórico-cultural edificado da época do apogeu do café que possuia, também San Jose lamenta a delapidação que sofreu. Por muito tempo não se reconheceu que essas obras arquitetônicas representavam muito mais do que meras extravagâncias ecleticistas de novos ricos, mas sim expressões de uma fase histórica e sobretudo chaves para a análise de processos culturais e psicológicos muito mais profundos da sociedade no seu todo.


Café no Brasil - liberdade econômica e símbolo de brasões


O café tem recebido particular atenção de historiadores brasileiros. Um dois grandes nomes da história da pesquisa é Afonso de Taunay, autor de obras publicadas pelo Departamento Nacional do Café:  A propagação da cultura cafeeira (1934); Pequena História do Café no Brasil (1945), História do Café no Brasil (1939-), em 15 volumes.


Em 1976, pela passagem do centenário de seu nascimento, Pedro Brasil Bandecchi proferiu uma conferência na qual salientou a obra de Taunay e o seu „posicionamento diante do produto que foi o esteio do Brasil, continua a ser e será por muito tempo, um dos principais sustentáculos da nossa economia“. („Taunay e a História do Café“, Revista do Arquivo Municipal 189, republicada em Notas e Perfis, Coleção Museu Paulista História 9, São Paulo 1980, 5 ss). Lembrou que Taunay, na sua História do Café, salientou a importância do café sobretudo para São Paulo:


„São Paulo bandeirante e São Paulo pioneiro do café representam assim os aspectos primaciais da gente de Piratininga na vida da nacionalidade.

Se o sertanista foi grande delineador e o fautor máximo da figura geográfica do Brasil, o fazendeiro criou para ele a mais abundante e a maios preciosa fonte da sua produção agrícola e das suas riquezas exportáveis e com isso lhe vem grangeando, desde então até hoje, os mais certos e os mais quantiosos recursos para a sua receita orçamentária - fundamento e garantia do progresso e do prestígio da nação.“ (cit. pág. 6 loc. cit.)


Nos seus „Apontamentos sobre o Café“ (Revista do Arquivo Municipal 177, Notas e Perfis, op.cit. 11) Bandecchi inicia o seu texto lembrando que a „maior consagração oficial que o café recebeu no Brasil, foi quando, na proclamação da nossa Independência, os heraldistas introduziram o famoso produto como um dos símbolos dos pátrios brasões. As cinco chagas lusitanas desapareciam e em seu lugar surgiam os ramos da rubiácea.

(...) Estava aí, o café envolvido nas lutas da nossa independência política, como havia de ser sempre o mais forte esteio da batalha pela nossa liberdade econômica. „ (Notas e Perfís, op.cit. 11-12)


Café, democracia e exclusividade. Paradoxos


Em textos sobre Costa Rica lê-se que graças ao café o país se tornou uma das mais antigas e estáveis democracias das Américas. Essa afirmação parece ser porém em grande parte resultado da repetição de opiniões de geógrafos e historiadores do passado. Esse fato já foi salientado, com referência ao Brasil, na clássica obra de Richard M. Morse, Formação Histórica de São Paulo, surgida em português inicialmente em 1954 (in F. H. Cardoso ed., Corpo e Alma do Brasil XXX, São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1970)


„Handelmann, escrevendo em 1859, afirmava que o café era uma planta democrática, que conduzia à subdivisão das terras e ao bem-estar de muitos; ao passo que o açúcar, com a sua necessidade de grandes investimentos de capital em terras, mão-de-obra e instalações, era essencialmente aristocrático. Cassiano Ricardo, escrevendo 80 anos depois, assevera que o café democratiza pela sua necessidade de trabalho livre, e que o grupo privilegiado que emerge forma uma classe aberta e não fechada.

A afirmação de que o café inevitàvelmente democratiza é refutada pelo exemplo da moderna Costa Rica, onde muitos trabalhadores de café estão passando do status de camponeses para peões“. (op.cit.160)


O autor aponta aqui, e com razão, um dos problemas que se levantam no estudo mais cuidadoso da literatura historiográfica.


O relacionamento entre o café e a democracia necessitaria, de fato, ser tratado com mais cuidado pelas incoerências que se observa nas interpretações.


Por um lado, salienta-se que os proprietários enriquecidos pelo café procuraram demonstrar a sua riqueza em símbolos e edificações de cunho aristocrático e nobilitador, chegando mesmo a constituir parcela significativa da nobreza brasileira, os barões do café. A história geral do café, também, demonstra ter sido, na Europa, inicialmente expressão de modos de vida aristocráticos e de classes sociais mais altas.


Sobretudo no século XIX, teria experimentado uma popularização no sentido de ser apreciado em casas de café frequentadas por intelectuais e artistas. Mesmo aqui, porém, permaneceu uma bebida com conotações refinadas.


A democratização aqui poderia apenas ser entendida no sentido de que o consumo da bebida também se estendeu a círculos da burguesia e da intelectualidade, mantendo porém associações com exclusividade e momentos de cultivo de lazer e de contatos sociais. O termo democrata não parece aqui ser indicador de uma origem popular do café.


Talvez o processo de democratização pudesse referir-se antes ao já apontado relacionamento com o trabalho livre, ou seja com a substituição da força de trabalho por colonos estrangeiros.


Paradoxalmente, porém, constata-se no Brasil uma aproximação do café ao trabalho escravo, associando-o ao mundo negro. Tudo indica que há aqui a necessidade de maiores diferenciações nas análises e interpretações. Visões de contexto com Costa Rica demonstra que também lá o café manteve as suas conotações de bebida refinada e de aristocratização de costumes e de expressões.


Na pintura alegórica no Teatro Nacional, o café é associado a uma jovem européia, a uma imigrante, enquanto que a banana é que é apresentada por um negro. No Brasil, porém, a banana não é tanto associada com africanos e escravos. Ela surge antes como vinculada ao mundo caiçara, e esse fato encontra a sua explicação nas regiões litorâneas em que mais se desenvolve.


Constata-se, portanto, em visões de contexto Costa Rica/Brasil, incoerências na atribuição de significados e nas interpretações do café e da banana. Tudo indica que seria necessário considerar separadamente considerações sociológicas de seu plantio com as conotações de ambos os produtos e apenas numa segunda etapa proceder-se ao estudo de interferências e relações.


O aspecto democrático do café apenas poderia ser entendido aqui no sentido de que permite a grupos em ascensão social e cultural a apreciação de prazeres e o uso de símbolos relacionados com modos de vida de classes mais privilegiadas e que se permitem o cultivo de momentos ociosos, ou seja, seria, paradoxalmente, expressão de ânsias de aristocratização. Isso corresponderia também ao papel desempenhado pelo trabalho livre, pelo imigrante, instável na nova terra e desejoso de demonstração de sucesso.


A banana, alimento e não bebida para simples prazer, esta seria conotada com classes sociais mais modestas, com os africanos da Jamaica realizando trabalho serviçal em Costa Rica e, daí, para a situação social hoje tão criticada sob a dominação de empresas norte-americanas.


As imagens e representações artísticas que, no Brasil, apontam o café juntamente com o trabalho negro, sugerem portanto situações que necessitariam vir a ser repensadas.


Café e vida cultural


A história cultural do século XIX no Brasil é marcada de forma decisiva pela expansão cafeeira e pelo desenvolvimento econômico das plantações. Sobretudo a vida artística de cidades do Vale do Paraíba e posteriormente nas regiões do Oeste paulista não pode ser considerada nas suas fases de apogeu e decadência sem a história de suas bases econômicas sobretudo sustentadas na plantação do café.


Sobretudo a transformação social e cultural da cidade de São Paulo no seu caminho à metrópole do café não pode ser compreendida sem a história da expansão cafeeira e, acompanhando-a, da imigração. Uma vida artística e musical sustentada por círculos sociais de fazendeiros possibilitou o desenvolvimento de artistas e compositores e o surgimento de teatros e salas de concerto.


Teuto-Brasileiros e o café


„O maior distrito de café de São Paulo e assim do globo não se encontra na região de Campinas, apesar de que a terra aqui parece ser traçada a linha verde pelas filas retas, quilométricas de cafeeiros, mas muitas centenas de quilômetros mais ao norte na área de Riberão Preto e da Serra dos Agudos. Aqui se encontram,, como descrito por Hesse-Wartegg, fazendas de café do tamanho de principados alemães e ali também se extende a maior delas quase que ao infinito. É a criação de um alemão, Francisco Schmidt. Este imigrou como simples trabalhador rural e se transformou com inteligência e sorte no maior proprietário de plantações de café, até mesmo a rei do café de todo o mundo. Ele possui 1680 km quadrados de chão, e 10 milhões de cafeeiros dão-lhe os seus produtos. A produção atinga a ca. de 250000 sacas de café. Avizinha-se desse enorme empreendimento o terreno de café de 150 km quadrados da melhor terra da Companhia Agrícola Fazenda Dumont, capitalizada pela Inglaterra. Nela crescem 4 milhões de cafeeiros. Uma ferrovia própria de 25 km de comprimento leva a colheita ao porto de exportação. Ainda maior, embora não tão produtiva, é a Fazenda Palmeiras, que tem 650 km de comprimento e 48 km de largura.“ ( Otto Bürger, Brasilien: Eine Landes- und Wirtschaftskunde für Handel, Industrie und Einwanderung, Leipzig: Dieterich‘sche Verlagsbuchhandlung 1926, 168).


(...)


Sumário de trabalhos. Grupo Redacional dirigido por A.A.B.



  1. Observação: o texto aqui publicado oferece apenas um relato suscinto de trabalhos. Não inclui aparato científico. O seu escopo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição e o índice geral da revista (acesso acima). Pede-se ao leitor, sobretudo, que se oriente segundo os objetivos e a estrutura da Organização de Estudos de Processos Culturais em Relações Internacionais - Academia Brasil-Europa (A.B.E.) - e do Instituto de Estudos da Cultura Musical do Mundo de Língua Portuguesa (Institut für Studien der Musikkultur des portugiesischen Sprachraumes, I.S.M.P.S. e.V.), visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral e de onde poderá alcançar os demais ítens: http://www.brasil-europa.eu


  2. A A.B.E. é entidade exclusivamente de natureza científica, dedicada a estudos teóricos de processos interculturais e a estudos culturais nas relações internacionais. Não tem, expressamente, finalidades jornalísticas ou literárias. É, na sua orientação teórico-cultural, a primeira do gênero, pioneira no seu escopo, independente, não-governamental, sem elos políticos ou religiosos, não vinculada a nenhuma fundação de partido político europeu ou brasileiro e originada de iniciativa brasileira. A Organização de Estudos de Processos Culturais remonta a entidade fundada e registrada em 1968 (Nova Difusão). A A.B.E. insere-se em tradição derivada de academia fundada em Salzburg pelos seus mentores, em 1919, sobre a qual procura sempre refletir.