Doc. N° 2009
Direção: Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath e curadoria científica © 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1999 by ISMPS e.V. © 2006 nova série by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados - ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501
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National Museum of the American Indian Smithsonian Institution
O projeto Transatlântico da Academia Brasil-Europa, preparado em ciclo de palestras e estudos e dedicado ao estudo das interações entre processos interamericanos e transatlânticos na cultura, não poderia deixar de considerar no seu início, em posição privilegiada, a cultura dos habitantes nativos do continente americano. Todos os trabalhos euro-brasileiros da A.B.E. fundamentam-se no respeito e no intituito valorizador das culturas indígenas.
O National Museum of the American Indian, Smithsonian Institution, é instituição de fundamental relevância não só para os estudos indígenas norte-americanos. Foi visitado no âmbito do projeto de estudos das culturas musicais indígenas do Brasil desenvolvido por instituições vinculadas à A.B.E. em 1995 e agora no contexto do projeto das relações interamericanas e transatlânticas. O George Gustav Heye Center do National Museum of the American Indian, aberto em 1994, está instalado no edifício histórico da Alexander Hamilton U.S. Custom House, na baixa Manhattan. Oferece exposições dedicadas a temas diversificados, programas de estudos públicos, apresentações de música e dança, filmes e organiza simpósios relacionados com a diversidade dos povos nativos do continente americano, revelando a continuidade e as transformações das culturas indígenas até o presente.
Dois complexos temáticos foram considerados particularmente com base nas exposições oferecidas pelo museu.
O primeiro disse respeito ao próprio estudo das culturas nativas na sua história e a imagem que transmitiram do índio para a sociedade americana. As reflexões se basearam aqui em pinturas e retratos de indígenas e de sua cultura do século XIX apresentadas na exposição George Catlin and His Indian Gallery (26 de fevereiro a 5 de setembro de 2005). Mais de 100 obras de George Catlin (1796-1872) puderam ser apreciadas, um autor que se dedicou a fixar imagens do índio e de sua cultura ao acompanhar a expansão norte-americana nos Plains do século XIX. Também se considerou as conexões de Catlin com a Smithsonian Institution. A obra de Catlin é de extraordinário valor documental e histórico-cultural para os estudos indígenas de todo o continente, oferecendo novas perspectivas para estudos comparativos e etno-históricos.
O segundo complexo temático disse respeito à cultura indígena urbana, sobretudo à arte contemporânea de migrantes indígenas nas grandes cidades, em particular em New York. A exposição New Tribe: New York (29 de janeiro de 2005 a 9 de abril de 1006) do artista Lorenzo Clayton (Navajo), professor do The Cooper Union na cidade de New York e do Parsons School of Design chamou a atenção sobretudo à instigante convicção desse autor relativa a uma potente espiritualidade da cidade de New York, espiritualidade esta decorrente dos aportes diversificados dos vários grupos populacionais.
Nesse contexto, levantou-se a necessidade de reconsiderações teóricas nos estudos indígenas no sentido de melhor habilitá-los para o estudo das novas situações criadas pela urbanização, metropolização e presença do indígena na arte mundial na época da globalização (World Music). Essa perspectiva passa a ser considerada em tese de doutoramento atualmente em desenvolvimento por membro da A.B.E.
Observação: o texto aqui publicado oferece apenas um relato suscinto de trabalhos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui notas e citações bibliográficas. O seu escopo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição (acesso acima).