Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 

_________________________________________________________________________________________________________________________________


Índice da edição     Índice geral     Portal Brasil-Europa     Academia     Contato     Convite     Impressum     Editor     Estatística     Atualidades

_________________________________________________________________________________________________________________________________












Fotos A.A.Bispo, Tromsø (2012) ©Arquivo A.B.E.


 

Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 139/17 (2012:5)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
da
Organização de estudos de processos culturais e estudos culturais nas relações internacionais (reg. 1968)
- Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência -

e institutos integrados

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2012 by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N°2935



Universidades em visita


O movimento político-cultural dos sami
nas suas relações com processos internacionais de consciência indígena
Museu de Tromsø: o mais antigo centro de pesquisas do Norte da Noruega

 
Museu Tromso. Foto A.A.Bispo 2012 ©
Entre as instituições visitadas no âmbito do ciclo de estudos euro-brasileiro desenvolvido em cidades da Noruega em 2012, uma atenção especial foi dada ao Museu de Tromsø, hoje integrado na Universidade local.(http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Tromso-Universidade.html) Fundado em 1872, é a instituição científica mais antiga do Norte da Noruega.
Esse museu, que possui departamentos de Ciências Naturais e de Ciências da Cultura, possui grande acervo documental referente à
Museu Tromso. Foto A.A.Bispo 2012 ©
história da exploração e ocupação da região desde a época de sua ereção. Para além do seu edifício principal, a êle pertence o Museu Polar, o navio M/S Plstjerna e o Jardim Botânico Ártico-Alpino em Breivika. Possui um arquivo fotográfico, uma vasta biblioteca e uma coleção de música tradicional do Norte da Noruega (Nordnorsk Folkemusikksamling).

A orientação do museu e a própria apresentação de materiais nos seus espaços denotam uma preocupação em tratar de forma relacionada Natureza e Cultura, o que surge como de particular interesse para o programa respectivo em desenvolvimento sob a perspectiva dos estudos euro-brasileiros (Veja http://www.akademie-brasil-europa.org/Cultura-Natureza-Musica/index.htm).

Os espaços do pavimento térreo do museu são dedicados à Geografia, Geologia, Mineralogia, Paleontologia, Zoologia e outras áreas científico-naturais, constatando-se, porém, a preocupação de considerar-se a história da conquista e desenvolvimento de conhecimentos.

Alguns pesquisadores do passado que se dedicaram ao extremo Norte encontram-se representados com documentos históricos originais e objetos pessoais, em particular o pesquisador local Karl Pettersen (1826-1890). Essas referências e documentações revelam os estreitos elos internacionais da investigação científica nórdica, nos quais a Alemanha se salienta.

A forma de exposição dos materiais demonstra também que o museu vem passando por um processo de transformação quanto à sua orientação e atualização da forma de exposição; vitrines que denotam concepções museológicas mais antigas encontram-se integradas em conjuntos de quadros informativos de comunicação visual mais recentes.

De museu científico-natural tradicional, voltado sobretudo à conservação de materiais, a instituição modifica-se gradualmente no sentido de uma maior consideração das relações entre a pesquisa, a prática e a vida do homem, cumprindo aqui também novas tarefas impostas pela sua integração universitária.

Da Etnografia à orientação teórico-cultural no tratamento da cultura sami

Uma particular atenção merecem os espaços destinados à cultura e que ocupam quase todo o segundo pavimento da instituição.

Também aqui percebe-se a modificação atualizadora por que passa a instituição, notando-se, ao lado de novas técnicas expositivas, a manutenção de formas de exposição do passado de museus etnográficos, por exemplo através de apresentação sistemática de objetos em vitrines e encenações panorâmicas da vida tradicional.

Mais do que na seção científico-natural, porém, o intuito atualizador revela-se na atenção dada a processos sociais, culturais, educativos e políticos dos sami (lapões).

Ainda que, se considere, em exposições de materiais e em quadros explicativos, o fato de aqui se trata de uma cultura que apresenta relitos de povo de caçadores e pescadores do Neolítico, que a partir de 100 A.C. habitava o atual território, a atenção é dirigida aos processos desencadeados com os contatos e submissões tanto sob soberanos noruegueses como russos na Idade Média e, sobretudo com a expansão de camponeses da Suécia a partir do século XVIII.

O estabelecimento de limites entre a Noruega e a Suécia em meados do século XVIII teve consequência para os sami, ainda que estes tivessem o direito de transpassá-los. Os limites entre a Rússia e a Noruega foram fixados em 1826, sendo que a área habitada pelos sami na atual Finlândia passou a pertencer a grão-ducado russo. Em 1917, a Finlândia alcançou a independência, sendo então os sami que habitavam o território incluidos no novo Estado.

Com o direcionamento da atenção ao presente na sua dinâmica, tendências e problemas, ainda que se revele em espaço específico no término da visita, toda o caminho anterior, apesar de ser ainda concebido segundo critérios museais etnográficos, surge como uma preparatória a serviço da compreensão da memória cultural sami da atualidade.

Os principios de coleta, sistematização e apresentação de materiais do passado, refletindo procedimentos da pesquisa e concepções culturais de pesquisadores, conduz a quadros com documentos de esforços, movimentos e atividades de arregimentação, lutas e de conquistas de direitos desse povo.

A exposição demonstra, com grande quantidade de documentos, fotografias, discos, jornais, periódicos e livros a crescente consciência cultural e de identidade dos sami ou lapões, levando a impulsos de recuperação cultural e emancipatórios e, consequentemente, a questões com a sua inserção em estados nacionais, no caso a Noruega.

Assim como vários povos indígenas do continente americano - e de outras regiões do globo - os sami tomam consciência que não se confinam em territórios definidos por fronteiras nacionais. Esse povo vive em áreas da Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia, uma região que se extende da Lapônia ao norte do círculo polar na Finescandinávia e parte da península russa de Kola, e, ao sul, ao vale Enger na circunscrição norueguesa de Hedmark e a Idre na província sueca de Dalama.

Essa ocupação de espaço é uma decorrência do modo de vida, resultante da área de pastagem de renas, leva porém a transpassagem de fronteiras e a uma transnacionalidade de amplas consequências.

Consciência cultural sami e suas consequências

Desde o início do século XX os sami desenvolveram consciência política, procurando reconhecimento nacional e internacional como povo indígena. De forma singularmente precoce relativamente a vários outros povos em similar situação, os problemas resultantes de direitos de terras determinados pela criação de renas levaram já em 1904 à fundação de uma organização política (Lapparnas Centralförbund).

O movimento político-cultural sami, pela sua própria natureza transnacional, desenvolveu-se sobretudo após a Segunda Guerra. Em 1950, criou-se a organização sami na Suécia (Svenska Samernas Riksförbund), poucos anos depois, em 1956, o Conselho Sami geral, para todos os países nórdicos, primeiramente os escandinávos, passando posteriormente a compreender também os sami da Rússia.

O movimento conheceu uma intensificação com o fomento da participação de novas gerações, com a promoção de encontros culturais de jovens e da revitalização do idioma e de tradições em ações educativas, levando à criação de um órgão representativo da juventude no Conselho Sami Nórdico (Saminuorra). Ponto alto desse desenvolvimento foi o da criação de um Parlamento Sami na Finlândia, em 1972. Na Noruega, destaca-se a Associação Nacional dos Sami Noruegueses (NSR: Norgga Sá,iid Riikkasearvi)

Em 1971, os sami desenvolveram um programa político, onde se declara que constituem um povo que não deve ser dividido por fronteiras nacionais, com uma história própria, próprias tradições, uma própria cultura e idioma. De seus antepassados possuem o direito à terra e à agua, assim como de atividades econômicas próprias. É de seu direito manter e desenvolver as suas próprias atividades econômicas e comunidades de acordo com as suas condições de vida, mantendo os seus territórios, as suas riquezas naturais e o seu patrimônio cultural para as gerações futuras.

O Parlamento sami - o Sámediggi, em Karasjok - possui, pelo menos idealmente, um campo de ações que ultrapassa fronteiras nacionais; há também em cada país um parlamento sami, sendo o da Noruega aquele que possui maiores competências. As cidades principais ou capitais sami são Guovdageaidnu ou Kautokeino, na Noruega, Gíron ou Kiruna na Suécia, Anár ou Inari na Finlândia e Luyawr ou Lowosero na Rússia.

Os sami e a proteção ambiental - reconhecimento como povo indígena

Esse desenvolvimento do movimento político-cultural de conscientização sami foi decorrência de problemas resultantes da exploração e do uso de áreas por êles utilizadas desde épocas imemorias no âmbito de grandes projetos. Este foi o caso do projeto da Represa do Alta na década de setenta, cujas consequências ambientais levaram a que a cultura sami fosse reconhecida como particularmente adequada à conservação e ao uso comedido e responsável dos recursos naturais. Desde então, os sami adquiriram uma imagem de povo relacionado com a proteção ambiental.

Uma conquista de significado para os sami no caminho de reconhecimento de uma forma transnacional de vida e uso de terras foi aquela do seu reconhecimento como povo indígena desde meados da década de setenta.

Ainda que em obras etnográficas e de Geografia Humana já há muito considerados como indígenas, tratados ao lado de esquimós como indígenas hiperbóreos e de indígenas americanos, o seu reconhecimento internacional mais recente deu-se a partir da participação do Conselho Nórdico Samico no Conselho Mundial dos Povos Indígenas (World Council of Indigenious Peoples WCIP).

Desde então, intensificaram-se conhecimentos de elos e interesses comuns e esforços de cooperação com povos indígenas de diferentes regiões do mundo. Esse status de povo indígena foi oficialmente reconhecido pela Suécia em 1977. Apenas em 1999 seriam os saami de Kola na Rússia reconhecidos oficialmente como povo indígena. Em 1989 criou-se o Parlamento Sami (Sameting), seguido, em 1993, pelo da Suécia (Sametinget). A Noruega assume um papel especial no contexto escandinavo relativamente aos direitos indígenas por ter ratificado, em 1990, documento da organização de trabalho internacional da ONU que garante proteção e direitos.

Importância do idioma e abandono da "norueguização" na política cultural e no ensino

Questões de lingua e cultura empre desempenham papel de fundamental importância nesses esforços de reconhecimento de uma existência própria nas suas características transnacionais apesar de suas inserções nacionais.

A "norueguização" do ensino escolar foi abandonada como política cultural oficial após a Segunda Guerra. Já antes de 1955, o Diretor Geral da Corporação das Emissoras da Noruega reconhecia a necessidade de um esclarecimento da atitude a ser tomada relativamente a assuntos sami, se apenas de preservação cultural ou de promoção de um desenvolvimento cultural e linguístico em direção a uma completa igualdade.

Na Noruega, um passo relevante foi dado com a criação de uma comissão sami de direitos e outra de cultura. Em 1992, juntamente com a Finlândia, a Noruega reconheceu as línguas samicas como idiomas oficiais. Em 2002, as línguas indígenas foram aceitas como oficiais pela Suécia.

O Museu de Tromsø apresenta a história do movimento de décadas voltado à valorização do sami como idioma, ao qual se destacaram escritores e educadores, surgindo considerável literatura de divulgação, muitos jornais e livros escolares.


Papel da música na revalorização do idioma e na promoção cultural sami

A revitalização da língua sami é considerada como elemento fundamental da conscientização cultural e do alcance de direitos, e para a ela contribuiu de forma decisiva a música, aqui salientando-se cantores e instrumentistas de popularidade.

O terceiro milênio iniciou-se com um ato que promete decisivo impulso ao movimento de revitalização e desenvolvimento da cultura indígena na Noruega: a criação de um Fundo Nacional destinado a subvencionar projetos de promoção do idioma e da cultura sâmica.

Digno de ser notado é que esses recursos também devem servir à recompensa por injustiças cometidas e danos causados aos povos indígenas pela expansão escandinava ao Norte.

A valorização da língua sami manifesta-se sobretudo musicalmente nos seus cantos, os Leudd e Kvad.

O salientar do papel da música no movimento político-cultural sami surge como de particular significado devido à imagem que foi difundida no passado de que os lapões não teriam instrumentos musicas na própria cultura, sendo a sua música muito pobre.

Os sami procuram corrigir essas alegações de antigos viajantes, demonstrando que possuem uma variedade considerável de instrumentos tradicionais. Entre êles contam-se aqueles que ocorrem em outros contextos escandinavos, como o longo instrumento de sôpro lur, de remotas origens, assim como diferentes tipos de flautas e, entre os instrumentos de corda dedilhados, a harpu. Também há registros do uso da gaita-de-foles na Lapônia do passado e que teria ocorrido em duas formas.

Alguns dos instrumentos são até mesmo particulares à cultura sami. Entre esses, salienta-se o fadno, uma flauta de cana, e o tambor sami.

Um grave problema reside no desaparecimento dos cantos religiosos tradicionais improvisados e do tambor sami, que, por ser empregado em ritos xamanísticos, é combatido pelas igrejas evangelicais que se alastram entre essas populações.

Significado do movimento de conscientização político-cultural sami para o Brasil

Considerar preocupações e iniciativas relativas aos povos indígenas em várias regiões e em diferentes contextos é tarefa que se impõe aos estudos euro-brasileiros. Essa exigência decorre do próprio desenvolvimento do programa dedicado a culturas indigenas brasileiras e às bases epistemológicas de seus estudos que, preparado trabalhos anteriores de vários anos, foi iniciado em 1992 no Rio de Janeiro.

Em ano da passagem dos 500 anos do Descobrimento da América, marco de um processo crucial para os povos indígenas do continente, surgiu como necessário não apenas realizar um levantamento amplo de fontes e da situação dos estudos, como também considerar desenvolvimentos atuais nas várias regiões do Brasil, procurando-se dar voz aos próprios indígenas.

No decorrer dos trabalhos, demonstrou-se logo a exigência de uma ampliação de perspectivas para além dos limites nacionais, imposta pela própria natureza continental de processos a que foram sujeitos os povos americanos com a colonização, a cristianização e a continuidade da ocupação e exploração do continente iniciadas com a chegada dos europeus.

Essa exigência levou á consideração da situação das reflexões e de iniciativas relacionadas com os povos indígenas em outros países do continente, em particular na América do Norte (http://www.revista.brasil-europa.eu/128/Abbe-Museum.html).

Esses trabalhos, por sua vez, dirigindo a atenção a processos desencadeados pela expansão européia, colonização e cristianização no seu impacto nos povos encontrados e nas suas consequências, chamaram a atenção à necessidade de uma extrapolação dos limites continentais no tratamento da questão. Apesar de todas as diferenças e contextualizações a serem consideradas, a preocupação dirigida a processos impõe uma ampliação dos estudos para além das fronteiras do continente americano, considerando situações e desenvolvimentos em outras regiões do globo atingidas pela expansão européia, por encontros e interações culturais e, sobretudo, pelas cruciais mudanças causadas pela missionação cristã nas sua diversidade eclesiástica e confessional. (http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Australia-Melanesia-Brasil.html)

É nesse desenvolvimento dos estudos voltados às culturas indígenas que se revela o significado da consideração do movimento sami de valorização do seu idioma e da sua cultura em contextos euro-brasileiros.


Emblemática sami e sistema de imagens da visão do mundo tradicional

Assim como entre os povos indígenas na América do Norte, essa crescente consciência de própria identidade por partes dos sami se manifesta em expressões culturais e no uso de emblemas, sobretudo no uso de uma própria bandeira. Esta apresenta nas suas cores relações com concepções fundamentais da visão do mundo indígena, correspondendo o vermelho ao sol e o azul à lua, com todas as suas implicações e associações referentes ao ciclo do ano e a concepções de luz.

Essa correspondência ao sol e à lua apenas pode ser compreendida nas suas relações com as respectivas cores considerando que esses dois corpos celestes são luminares do dia e da noite, ou seja, não são relações imediatas e impede interpretações simplistas.

Esse particular significado concedido à luz, assim como ao sol e à lua na cultura e na emblemática de um povo nórdico é compreensível, uma vez que essa esfera do mundo é marcada, mais do que qualquer outra pelo sol da meia-noite e pela importância da luz da lua e das luzes nórdicas nas longas noites de inverno. 

Esse simbolismo do vermelho e azul, assim como as suas relações com a luz também são conhecidos de outros contextos culturais, inclusive na tradição brasileira, onde remontam a antigas concepções de fundamentação filosófico-natural e que foram transmitidas através dos séculos na linguagem visual de expressões culturais cristãs. 

Uma linguagem similar de imagens pode ser também encontrada de forma subjacente na cultura norueguesa, da qual os sami procuram diferenciar-se. Abrem-se aqui, portanto, perspectivas para diálogos inter- e transculturais que envolvem não apenas povos indígenas de várias regiões do globo como também europeus e de povos originados da colonização européia.

Tratando-se de um simbolismo apenas explicável através de uma visão geocêntrica do mundo, levantam-se questões relativamente às suas resignificações sob a perspectiva de esforços esclarecedores a caminho da superação de delimitações antropocêntricas dos Estudos Culturais.

Problemas resultantes de confissões e da propagação de leitura literal de Escrituras

Não apenas a história e a cultura tradicional, mas sim também desenvolvimentos mais recentes determinam as aspirações e os empreendimentos sami considerados no Museu. Entre êles, pode-se salientar a questão da emigração de zonas rurais às cidades e a difusão de confissões evangelicais. Problemas decorrentes de elos religiosos do passado e do presente assumem relevância no movimento cultural sami e não podem deixar de ser considerados.

Se a ortodoxia de grupos que habitam em territórios russos fundamenta profundas diferenças culturais com aqueles da Escandinávia, aqui as questões que se levantam dizem respeito sobretudo à proliferação de igrejas.

Essa propagação de igrejas evangélicas livres de diferentes denominações leva a profundas transformações culturais. Ela contribui por um lado para a diferenciação dos sami através da valorização do idioma, traz, porém, graves problemas por dificultar a compreensão de ordenações de imagens subjacentes à cultura e a sua resignificação refletida.

Ainda que se propaguem sob o signo de uma superação de superstições e do xamanismo - intenso na cultura tradicional -, não contribuem ao esclarecimento, mas sim dificultam a compreensão do edifício da visão do mundo e do homem.

Esses graves problemas resultam da propagação de uma forma de leitura literal das Escrituras e de um visão historicista de decorrências, dificultando a interpretação de sentidos mais profundos de narrativas e o reconhecido de estruturas e sistemas de imagens inerentes a textos. Trata-se de um problema conhecido de outras regiões e é uma das causas do crescente obscurantismo de fundamentação religiosa que se constata no presente e que assume dimensões supra-nacionais. (Veja http://www.revista.brasil-europa.eu/138/Estudos-e-Esclarecimento.html)

Antonio Alexandre Bispo



Todos os direitos relativos a texto e imagens reservados. Reproduções apenas com a autorização explícita do editor.

Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A. "O movimento político-cultural dos sami nas suas relações com processos internacionais de consciência indígena. Museu de Tromsø: o mais antigo centro de pesquisas do Norte da Noruega". Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 139/17 (2012:5). http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Tromso-Museu.html




  1. Observação: o texto aqui publicado oferece apenas um relato suscinto de trabalhos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui aparato científico. O seu escopo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição e o índice geral da revista (acesso acima). Pede-se ao leitor, sobretudo, que se oriente segundo os objetivos e a estrutura da Organização Brasil-Europa, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral e de onde poderá alcançar os demais ítens relativos à Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência (culturologia e sociologia da ciência), a seus institutos integrados de pesquisa e aos Centros de Estudos Culturais Brasil-Europa: http://www.brasil-europa.eu


  2. Brasil-Europa é organização exclusivamente de natureza científica, dedicada a estudos teóricos de processos interculturais e a estudos culturais nas relações internacionais. Não tem, expressamente, finalidades jornalísticas ou literárias e não considera nos seus textos dados divulgados por agências de notícias e emissoras. É, na sua orientação culturológica, a primeira do gênero, pioneira no seu escopo, independente, não-governamental, sem elos políticos ou religiosos, não vinculada a nenhuma fundação de partido político europeu ou brasileiro e originada de iniciativa brasileira. Foi registrada em 1968, sendo continuamente atualizada. A A.B.E. insere-se em antiga tradição que remonta ao século XIX.


  3. Não deve ser confundida com outras instituições, publicações, iniciativas de fundações, academias de letras ou outras páginas da Internet que passaram a empregar designações similares.