Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 

_________________________________________________________________________________________________________________________________


Índice da edição     Índice geral     Portal Brasil-Europa     Academia     Contato     Convite     Impressum     Editor     Estatística     Atualidades

_________________________________________________________________________________________________________________________________

Nouméa.Foto A.A.Bispo©

Nova Caledonia. Foto A.A.Bispo©

Nova Caledonia. Foto A.A.Bispo©

Nova Caledonia. Foto A.A.Bispo©

Nova Caledonia. Foto A.A.Bispo©

Nova Caledonia. Foto A.A.Bispo©

Nova Caledonia. Foto A.A.Bispo©

Nova Caledonia. Foto A.A.Bispo©

Nova Caledonia. Foto A.A.Bispo©

Fiji.Foto A.A.Bispo©

Fiji. Foto A.A.Bispo©

Fotos A.A.Bispo
©Arquivo A.B.E.

 

Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 136/7 (2012:2)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
da
Organização de estudos de processos culturais e estudos culturais nas relações internacionais (reg. 1968)
- Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência -

e institutos integrados

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2012 by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2867


A.B.E.



Vida sertaneja e de canaviais no Brasil e no Pacífico Sul
Interações culturais franco-britânicas, relações interregionais e expressões de tensões, crises e desequilíbrios culturais de nativos

Uma fonte esquecida: Voyage a La Nouvelle-Calédonie (1863-1866) de Jules Garnier


Ciclo de estudos Rio 92-Sydney 2012 da A.B.E. no Pacífico Sul. Nova Caledônia e Fiji

 
J.Garnier. Arquivo A.A.Bispo
Os ciclos de estudos Rio 1992-Sydney 2012, realizados após 20 anos do congresso internacional do Rio de Janeiro, retomou algumas das questões então tematizadas no contexto da Austrália e Oceania (Vide Tema em Debate, nesta edição http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Australia-Melanesia-Brasil.html).

Devido ao ano em que se realizou o congresso - o dos 500 anos do Descobrimento da América -, as atenções foram dirigidas em 1992 aos fundamentos de processos desencadeados com os Descobrimentos, com a colonização e a cristianização, assim como às bases epistemológicas de seus estudos.

Uma das questões então tratadas foi aquela dos elos entre o "desbravamento" e a posse da terra, a abertura de caminhos, o estabelecimento de povoados, a implantação de culturas agrícolas e da pecuária com os modos de vida desenvolvidos sob as respectivas condições.

Ainda que a principal preocupação do congresso disse respeito a problemas referentes aos indígenas, considerou-se também os motivos que permitem explicar o surgimento de contextos ou esferas culturais diferenciados no âmbito da sociedade colonial. Em outras palavras, refletiu-se sobre as causas que podem explicar diferenças apontadas entre modos de vida e expressões culturais em contextos marcados por determinadas formas de cultivo da terra e de animais.

Constatou-se que, no passado, alguns pesquisadores utilizaram-se da concepção de área cultural em tentativas de sistematização de esferas culturais nas suas relações com a economia e outros fatores relacionados com processos de ocupação, colonização e exploração da terra. Já há muito, porém, tem-se criticado esse procedimento devido à imprecisão, arbitrariedade e artificialidade dos critérios utilizados para a definição de areais, onde se percebe a mistura de critérios, entre êles culturais (p.e. área da viola) com aqueles de cultura agrícola ou animal (p.e. área do couro). A tentativa de sistematização em áreas sugere sobretudo uma visão estática da configuração humano-e cultural-geográfica do país, o que não corresponde à dinâmica dos desenvolvimentos. Um outro procedimento comum nos estudos culturais acentuava antes o aspecto histórico, propondo a consideração de ciclos, p.e. o do açúcar ou o do café.

Esses problemas já haviam sido percebidos e discutidos em meados dos anos 60, quando sentiu-se a necessidade de uma renovação dos estudos culturais - em particular do Folclore - com o direcionamento da atenção a processos. Essa discussão levou, em 1968, à fundação da organização que é hoje representada pela A.B.E..(http://akademiebrasileuropa.de/Chroniken/1968-Neue-Diffusion.html)

Esse direcionamento da atenção a processos no intuito de sistematização de possíveis relações entre a cultura no sentido de cultivo da terra e aquela concepção de cultura referente à totalidade de modos de sentir, pensar e agir passou a levar a outros tipos de questões, uma vez que se tratava antes da percepção de configurações não-estáveis, dinâmicas e transformáveis na sua decorrência no tempo.

Essa atenção dirigida a processos sugere a possibilidade da existência de configurações culturais similares em distintos contextos geográficos, de início distantes entre si e não comparáveis.

Levanta-se, assim, a questão de similaridades e diferenças por exemplo entre a cultura nos engenhos de açúcar em diferentes regiões do Brasil e aqueles de zonas açucareiras da Madeira, do Havaí, de Maurício e de outras regiões do mundo, ou entre a cultura em fazendas de criação de animais no Brasil e em outros países.

A análise dessas similaridades e diferenças para além de contextos e fronteiras assume crescente significado com o reconhecimento gradativo da necessidade de consideração de desenvolvimentos em contextos globais. Constata-se, assim, proximidades e disposições comuns para a recepção de determinadas expressões e tendências entre os cow boys ou country music de diferentes partes do mundo. Essa constatação, que surge como banal à primeira vista, exige esforços para que possam ser aprofundadas e tratadas com maior precisão teórica.

Nova Caledônia e estudos de cultura relacionados com o cultivo da terra

Para o prosseguimento dessas reflexões impulsionadas pelo congresso de 92, a Nova Caledonia oferece um campo favorável. Tendo os franceses dela tomado posse apenas no século XIX, dando início então à sua exploração e ocupação, com a instalação de empresas agrícolas e de criação de animais, teve a sua fase inicial da história de processos colonizadores registrada com pormenores por viajantes, oferecendo assim possibilidades para cotejos com situações conhecidas do Brasil e que podem ser esclarecedores para o reconhecimento de configurações culturais.

Um relato extenso escrito nos primeiros anos de sua ocupação, hoje esquecido, possibilita o reconhecimento de relações entre os processos ocupatórios, de exploração e cultivo da terra, de recepção de técnicas e de modos de vida de outras regiões e aqueles de formação de diferenciadas configurações culturais na sociedade colonia. Trata-se da obra do engenheiro de minas Jules Garnier, que, por ordem do Govêrno francês, percorreu a Nova Caledônia no início da década de sessenta do século XIX à procura de possibilidades para a exploração de minérios (Garnier, Jules. "Voyage a la Nouvelle-Calédonie", Le Tour du Monde XVI, 402° Liv. 161, 155 ss.).

Um relato da fase de implantação de fazendas e engenhos

O engenheiro Garnier oferece, no seu relato, primeiramente uma descrição da situação da Nova Caledonia nessa fase inicial de abertura de caminhos e implantação de propriedades de produção agrícola e de criação de animais.

Na época da sua estada, no início da década de 60 do século XIX, apenas existiam caminhos abertos pelos nativos, mas não estradas carroçáveis na Nova Caledônia, mesmo ao redor de Noumea. Esse fato era resultado também das condições topográficas de Nouméa, cidade situada na extremidade de uma ilha montanhosa. A rota seguia em geral a direção nordeste, ao longo do litoral, passando por regiões de difícil travessia. Após aproximadamente dez quilômetros, encontrava-se o local chamado de Pont des Français. A partir daí, o caminho se dividia em dois menores, um de quatro quilômetros, conduzindo à Conception, sede central da missão católica, outro, de três quilômetros, levando a uma fazenda-modêlo estabelecida sob os auspícios do govêrno.

Iniciada por uma companhia militar de cunho disciplinar em 1861, esse caminho fora terminado apenas em fins de 1865, necessitando ainda de pontes e arrimos. Os habitantes se consideravam felizes em possuir essa estrada, sem a qual estariam confinados a Nouméa. O caminho permitiu que se estabelecessem alguns agricultores nos terrenos mais próximos, pois permitia o transporte dos produtos à vila.

Esses terrenos, como de toda a ilha, apesar da fertilidade do solo, sofriam com a falta de fontes de água, necessárias sob o clima tropical. Assim, o capim das colinas da Nova Caledônia era amarelado e sêco, o que decepcionava os colonos que vinham da Europa, da Austrália e de Maurício com a expectativa de aproveitar a riqueza do solo da nova colonia francesa. Do Pont des Français até o rio de Dumbéa, a região tornava-se mais fértil, pois era cortada por córregos que prometiam excelentes pastagens; ali existiam também matas, com madeiras de lei, aves e animais.

Da Austrália à Nova Caledônia - criação de gado e cavalos

As condições favoráveis dessa região possibilitaram a implantação de estações agrícolas e de criação de gado e de cavalos na Nova Caledônia, o que foi reconhecido pelo Govêrno colonial. Em desenvolvimento paralelo àquele do Brasil na época, sobretudo no Sul, foram concedidos terrenos a europeus, apropriados dos nativos, que trouxeram colonos da Austrália e de outras regiões coloniais do Pacífico.

Esse foi o caso de um negociante de sobrenome Joubert, francês de origem, que até então atuara no comércio em várias ilhas e que, após a França ter tomado posse da Nova Caledônia, para ali transferiu-se, estabelecendo dois postos coloniais.

O primeiro deles, Koutio-Kouéta, era próximo a Pont des Français, em local de boas pastagens, destinado à criação de cavalos e à pecuária, o segundo, o de Koué, mais distante, em região plana com boas possibilidades de transporte fluvial, à plantação de canas de açúcar.

A descrição desses dois postos e dos respectivos modos de vida de proprietários e trabalhadores adquire particular interesse, pois, pertencentes a uma só família e implantados à mesma época, indica as diferenças que desde o início se estabeleceram na cultura do quotidiano nas fazendas de animais e naquelas de canaviais e engenhos.

Nova Caledonia. J. Garnier. Arquivo A. A. Bispo

Modo de vida e hospitalidade de trabalhadores do sertão (brousse)

O relato de J. Garnier permite que se reconheça a influência inglêsa nos costumes dessas propriedades francesas da Nova Caledônia. A razão dessa interação de esferas culturais franco-britânicas na esfera colonial - na Europa distintas entre si sobretudo por razões político-culturais -, residiu na vinda de trabalhadores da Austrália. Não se pode esquecer, porém, que já há muito as ilhas da região eram visitada por comerciantes anglofones que ali buscavam madeira. Somente assim pode-se compreender uma maior difusão de palavras e de costumes inglêses nas propriedades novo-caledonianas. A criação de bois e cavalos implantada foi extensa, vivendo os animais em liberdade nos campos, desenvolvendo-se rapidamente; já em meados da década de sessenta a família Joubert possuia mil cabeças de bovinos e cem cavalos.

A descrição da visita do Eng. J. Garnier a Koutio-Kouéta permite que se obtenha um quadro do modo de vida em casa grande de propriedade rural da Nova Caledônia.

Em primeiro lugar, Garnier salienta a hospitalidade com que foi recebido e a distinção sóbria que constatou. Foi recebido em sala de visitas, mobiliado confortavelmente de forma que o surpreendeu pela elegância, inesperada nessa região tão afastada de centros urbanos. O comportamento e os modos de vida britânicos eram explicáveis pelo fato de ali trabalhar uma doméstica australiana. Mesmo sem que se soubesse de quem se tratava, o engenheiro foi recebido com simpatia, uma hospitalidade que seria típica da "brousse", do interior rural ou sertanejo. Logo prepararam-lhe uma refeição frugal, constituida por batatas, bananas em grande quantidade, manteiga e carne sêca e salgada. Os costumes alimentares, assim, condicionados pelas atividades da propriedade, apresentam similaridades com aqueles de situações similares do Brasil.

Modo de vida em canaviais e engenhos

O relato do Eng. Garnier permite a comparação de modos de vida em duas situações diferentes de uso da terra. Após ter visitado a propriedade onde se dava a criação de animais, esteve em região onde se passara a plantar cana de açúcar.

Esse segundo posto, o de Koé, er dirigido por um dos filhos do negociante Joubert, Ferdinand Joubert. Aos pés do monte Kopghi,era destinado à agricultura, estando situado sobre um pequeno planalto que dominava uma vasta planície fértil. Era difícil de ser alcançado sem guia, correndo o visitante o risco de perder a orientação. Servido por vários riachos, contornado pelo rio de Dumbéa, essa planície oferecia uma situação muito favorável para o estabelecimento de uma usina açucareira. A planície já se encontrava transformada em amplo campo de canas de açúcar e, para a usina, ao lado do afluente principal do Dumbéa, aproveitava-se a força motriz das águas. O rio Dumbéa era até esse ponto navegável, tornando-se um escoadouro para os produtos.

Como descrita por Garnier, a estação canavieira representava um mundo por si, com os seus próprios hábitos e estilos de vida. Uma das razões dessa particularidade residia no isolamento da região, apenas alcançável com grandes dificuldades. O andar pelas capoeiras da Nova Caledônia era repleto de dificuldades. O viajante, movendo-se entre o capim ou matagal alto, feria-se a todo o instante, machucando-se nas pedras ou nos troncos de árvores. Encontrava frequentemente mato denso que apenas podia passar com dispêndio de de forças, rasgando a roupa e findo a pele; fossos profundos e largos deviam ser contornados, riachos impediam o caminho, obrigando o caminhante seguir as suas margens até um local onde pudesse ser atravessado. Este perdia assim a orientação, não avançava, apesar de muito caminhar. Ao cair da tarde, esgotado, era tomado por fome e sêde. Acometido por uma espécie de febre, aquele que caminhava procurava apressar o passo, sabendo que ninguém podia vir em seu socorro naqueles. Assim, para um percurso de 7 ou 8 quilômetros, o viajante necessitava de cinco horas de marcha.


Do Índico à Nova Caledônia - cultivo de cana e indústria açucareira

O posto colonial de Koé é descrito por Garnier como modelar quanto à instalação e ao modo de vida dos colonos. A casa grande era composta de uma sólida e vasta estrutura à prova de ventos; pranchas fechadas constituiam as paredes, deixando que as brisas da noite passassen, o que se percebia no tremer da luz dos lampiões. O telhado, para resistir às chuvas, se prolongava, cercando toda a casa, formando uma ampla varanda. Esta era mais usada do que o próprio interior, o que correspondia ao uso generalizado em países quentes.

Duas divisões criavam quatro ou cinco dormitórios, deixando no centro da casa uma vasta sala de jantar, onde se conversava e onde se recebiam as raras visitas. O mobiliário dessa peça importante era modesto; uma mesa muito longa, com dois bancos ao comprido, alguns tamboretes, um buffet, um relógio e um fusil na parede. Quanto aos quartos, um era reservado aos visitantes, um outro era o do patrão; o resto era ocupado por empregados brancos da estação. Um leito com proteção contra mosquitos, uma cadeira, uma pequena escrivaninha, alguns livros e jornais, uma arma, eram os móveis comuns de cada um dos quartos.

Ferdinand Joubert adquirira conhecimentos a respeito das técnicas agrícolas e da produção de açúcar durante uma estadia de anos em Maurício, onde dedicou-se ao estudo da indústria açucareira.

O modo de vida nessas propriedades em Maurício era ainda profundamente marcado pelo passado colonial francês e pela orientação cultural segundo Paris das elites locais de mais antiga tradição, sob a administração britânica, porém, propagavam-se modos de comportamento, de educação e esportes inglêses. Como relatado em texto anterior desta revista, a influência inglêsa nas casas grandes de Maurício se manifestava na mobília e no quotidiano. (http://www.revista.brasil-europa.eu/123/Cultura_inglesa.html)

Uma comparação da situação e do desenvolvimento em Maurício e na Nova Caledônia nos estudos culturais surge como significativa para uma distinção mais precisa de interações franco-britânicas em regiões coloniais do Índico e do Pacífico.

Se a antiga Île de France, fundamentalmente marcada pela cultura do açúcar fomentada pelos holandeses no século XVII experimentava uma crescente influência britânica no século XIX, nela distinguindo-se uma esfera cultural de famílias tradicionais de orientação francesa daquela de novos proprietários e comerciantes inglêses, a nova Île de France - a Nova Caledônia -, no Pacífico Sul, passava por um desenvolvimento similar mas, ao mesmo tempo, distinto.

Do ponto de vista político, uma era uma colonia francesa tomada pelos inglêses, outra uma ilha descoberta pelos inglêses tomada em posso pelos franceses. A transplantação de modos de trabalho e de vida de Maurício à Nova Caledônia por Joubert determinou a recepção de uma cultura francesa já influenciada pelos inglêses na Oceania, o que pode ser percebido do relato de J. Garnier.

O dia de trabalho normal de um trabalhador ia das seis horas da manhã, quando se tomava chá ou café com leite e biscoitos. Às dez horas vinha-se para o almoço, constante de chá, biscoitos, carne salgada, batatas e arroz. O jantar dava-se às duas horas da tarde e, às seis e meia, servia-se sopa. Esses alimentos pouco variados eram consumidos com grande apetite e de modo rápido pelos trabalhadores.

A hora de cada refeição era anunciada pelo cozinheiro por meio de uma concha marinha. Este era designado com um têrmo derivado do inglês: cooka. O mesmo se dava com os nomes emprestados ao mestre (squatter) e seus homens (stock-men, stock-keeper, etc). Como J. Garnier salienta, o convívio entre chefes e trabalhadores seguia o estilo inglês, conhecido da maior parte dos postos coloniais australianos, sendo caracterizado por uma igualdade no trato. A única diferença entre chefes e empregados residia no fato de que um indicava o que devia ser feito. Todos comiam à mesma mesa e tinham as mesmas preocupações. Após o jantar, em sociedade, fumavam e bebiam grog de gin, correspondente ao gosto inglês. Nessas conversações, os trabalhos do dia e os acidentes eram recordados; aqueles que tinham ido à vila contava novidades, que eram por todos ouvidas com atenção e comentadas.

A maior parte dos homens que viviam nas estações coloniais da Nova Caledônia eram apaixonados pela leitura. Possuiam em geral uma pequena biblioteca particular e trocavam livros entre si.

Distinção de sertanejos e irritabilidade insatisfeita de retornados ou exilados

O Eng. J. Garnier surpreendeu-se pela urbanidade de modos, do savoir vivre de alguns desses trabalhadores. Não se podia compará-los com os camponeses das províncias francesas; apresentavam interesse por novidades e estavam sempre prontos a aprender. Apresentavam, sobretudo, uma distinção inata, quase que aristocrática, caracterizada pela reserva e pelo cultivo do silêncio, provavelmente derivada do modêlo inglês de comportamento.

Entre esses trabalhadores, sem instrução mas de educação inata encontravam-se, porém, jovens instruídos, titulados às vezes, que o destino fizera que retornassem ou que viessem em exílio da Europa. Tentavam reconquistar a situação que haviam perdido através de um trabalho árduo mas bem remunerado, sentiam-se porém sem condições de usar de seus talentos e conhecimentos, o que se manifestava em expressões de insatisfação. Caracterizavam-se, assim, por instabilidade emocional e irritabilidade, com explosões de nervosismo e cólera.

Relações entre colonos e nativos sob a perspectiva de comparações com o Brasil

Na estação de Koé visitada pelo Eng. J. Garnier, todos os trabalhos eram executados por kanaks sob a direção de europeus. O cozinheiro era em geral um kanak do país, o que não deixava de influenciar os costumes alimentícios. Tinha a seu uso a horta e o pomar localizados num dos lados da casa e os depósitos construidos do outro lado. As casas dos empregados indígenas, no estilo tradicional de casas cônicas de palha, eram localizadas a uma certa distância da casa grande. Numa área cercada (paddock), viviam em liberdade os cavalos de sela e os bois de trabalho; eram mantidos separados dos demais animais que também viviam livremente nas imensas pastagens, chamadas de run. (op.cit. 166-167).

O Eng. Garnier merece uma especial consideração pela posição favorável que assume com relação aos nativos, defendendo-os das críticas que a êles eram feitas pelos colonos. Assim como em outros contextos, constata-se que também na Nova Caledônia os piores inimigos dos indígenas foram os proprietários e colonos assentados, não os europeus observadores.

Assim, Garnier salienta que constantemente ouvira dos colonos que os nativos não podiam ser levados a sério como trabalhadores, e muitos iam a ponto de desejar o seu extermínio como povo, pois representariam um entrave ao progresso.

O engenheiro não esconde a sua surprêsa em constatar a frieza nas argumentações desses colonos, que não correspondiam aos princípios da religião e da humanidade. Com base na sua própria experiência, J. Garnier afirmava que seriam justamente esses colonos que tão negativamente se pronunciavam com relação aos indígenas aqueles que menos os conheciam. Negavam que os kanaks fossem seres inteligentes sem terem tido o cuidado de estudar o seu natural. Eram, assim, arrogantes e ignorantes.

Garnier procurou fazer justiça aos kanaks, explicando a razão real por que se mostravam muitas vezes avessos ao trabalho. A explicação residia no fato de serem explorados. Eram visitados no interior por negociantes que iam de tribo em tribo vender objetos - cachimbos, armas, facas, objetos vermelhos e brilhantes -, esperando receber "um boi por um ôvo". Quando esses intermediários ou colonos empregavam indígenas, estes eram muito mal remunerados; estes, percebendo após algum tempo que os esforços para nada valiam, passavam a não aceitar novos trabalhos. Os colonos, ao contrário, afirmavam que os indígenas eram muito bem pagos, até mesmo recebendo mais do que mereciam. Quando um deles entrava a serviço de um europeu, após alguns dias desaparecia. Assim, afirmavam que os kanaks eram vagabundos e despistadores.

Exploração de indígenas por colonos - consequências da mudança de regime alimentar

Garnier salienta o fato de que os colonos não conheciam e respeitavam o modo de vida e as necessidades dos nativos. O  kanak tinha na sua tribo um tipo de alimentação praticamente vegetariana e estava acostumado a muito consumir em alimentos vegetais; assim, com as rações do colono, constituidas em geral apenas de biscoito e arroz, não tardava a sofrer com a mudança de regime alimentar.

Para êle, o arroz e o biscoito eram apenas quitutes; os comiam como crianças saboreavam doces, sem que, com isso, a fome fosse saceada. Podia-se ver kanaks que, colocados subitamente sob a ração do colono francês, sem café e vinho, devoravam essa alimentação e, para combater a fome não saciada, procuravam durante as horas de folga raízes, e larvas em troncos de árvores apodrecidos. Ainda que se acostumando à ração após alguns meses, sentiam falta dos antigos hábitos e ficavam felizes em poder a êles retornar.

Para Garnier, esse problema podia ser facilmente solucionado. Um colono, se precisasse empregar vinte nativos, deveria empregar quatro suplementares apenas para a produção de alimentos para os seus companheiros. Conhecendo as condições da terra e as estações, plantariam taro, inhame e banana nas épocas certas do ano, preparando as refeições segundo o costume tradicional.

O procedimento em geral empregado pelos colonos consistia em fazer um contrato com uma tribo determinada, a qual se comprometia em enviar regularmente um certo número de trabalhadores. Estes, porém, desejavam voltar à sua forma tradicional de alimentação e a seus costumes, de modo que o trabalho sofria. Para Garnier, devia-se, assim, manter na medida das possibilidades os costumes tradicionais. Os trabalhadores deviam poder fazer as suas próprias plantações particulares.

Havia também costumes difíceis de serem compreendidos pelos europeus, mas que deviam ser antes estudados, como salienta Garnier. Assim, os nativos comiam terra, um fato já conhecido na Europa desde o século XVIII; esta era um silicato magnesiano, possivelmente com vestígios de cobre. Em todo o caso, o engenheiro tentou esclarecer esse costume, salientando que, de fato, as mulheres, em certos casos de doença, comiam um pouco de terra, não comiam, porém, mais do que uma porção do tamanho de uma pequena noz. Essa terra era chamada de pagoute, com o significado de não ter gosto; tendo-a provado, achou-a muito doce e macia, nada desagradável.

Exploração de indígenas por colonos - remuneração insuficiente

Na sua defesa dos nativos da Nova Caledônia, J. Garnier diz que apenas a melhoria da alimentação não era suficiente; havia a necessidade de melhor remunerá-los.

Um trabalhador branco, nas plantações, recebia 100 a 200 francos por mês, além de ser alimentado e ter habitação; um kanak recebia 12 a 25 francos. Além do mais, as casas de comércio vendiam mercadorias a preço mais elevado a indígenas do que a brancos. Assim, os 15 francos que recebiam para nada davam, sobretudo considerando-se o custo dos produtos e objetos que desejavam. Tinham sido acostumados pelos europeus ao fumo, estando viciados. Também o pequeno machado tomahawk, que nunca abandonavam, era um dos primeiros objetos que procuravam comprar. Gostavam tanto da música que nada mais desejavam do que adquirir um berimbau de boca, trazido pelos europeus da França. Tocavam horas a fio melodias que soavam a Garnier como monótonas e melancólicas, em geral tristes.

Havia, também, as necessidades criadas pela própria situação de gradual integração na sociedade. Nada desejavam com maior intensidade do que consideração, procurando chamar a atenção de todos os modos. Procuravam, assim, tudo o que brilhasse, o que tivesse cores vivas e formas extravagantes; gostavam de anéis e de usar dedais de cobre. Caracterizavam-se muitas vezes até mesmo por uma especial vaidade, enfeitando os volumosos cabelos com penas brilhantes de aves ou, mantendo costumes nativos, tiras de cipós extraordinariamente finos, verdadeiras obras da natureza.

Se durante o trabalho andavam praticamente nús, cobertos apenas com algumas folhas ou palhas, gostavam de usar roupas coloridas quando iam à cidade para fazer compras aos domingos. Nessas ocasiões, porém, constatavam que o que possuiam mal dava para comprar um pão branco. Voltando à sua tribo, com o estômago vazio, meditaria e reconheceria que o trabalho, a má alimentação e as repreensões sofridaas não tinham valido a pena. Os objetos que pôde adquirir surgiam como sinais de uma escravidão a que se sujeitara voluntariamente.

O colono, porém, não compreendia a situação do kanak, a sua lingua e a sua argumentação. Para Garnier, o colono devia pensar que não era senão do seu interesse aumentar os salários na proporção do trabalho feito. Fazendo assim, os indígenas iriam procurar aumentar ainda mais os seus ganhos, pois iam ter vontade de se vestir ainda melhor e, portanto, civilizar-se ainda mais.

Garnier enumerou alguns fatos que mostravam como esses colonos perdiam em não pagar convenientemente os seus empregados. Os indígenas eram bons pescadores e supriam Nouméa. Eram marinheiros, não havendo navios de cabotagem nas ilhas que tivessem outra tripulação. Eram carteiros, possibilitando a existência de correio mensal na ilha, caracterizando-se por grande celeridade. Eram os principais pescadores do trépang, o principal produto de exportação da ilha. Criavam porcos e aves, comprados no litoral por preço muito baixo por homens de cabotagem. Produziam todo o óleo de coco que era exportado. Cultivavam legumes, sobretudo nas ilhas do Sul, enviando-os em pirogas à capital. Eram madeireiros, realizando trabalhos para o govêrno ou particulares nas florestas. Trabalhavam nas minas, como naquelas do próprio J. Garnier, que afirmava serem os indígenas mais diligentes do que os trabalhadores militares nas mesmas circunstâncias. Eram, sobretudo, entusiastas cultivadores da terra, o que, ao contrário dos europeus, consideravam como sendo a mais digna das atividades do homem. (op.cit. 175)

Para demonstrar que os nativos eram reconhecidos se fossem bem pagos, J. Garnier cita um capitão inglês que, tendo adquirido considerável fortuna no comércio com os naturais, chegando a possuir muitos veículos usados no transporte da madeira de sândalo, tinha sido respeitado pelos indígenas pela sua correção quanto a pagamentos justos. Durante a sua estadia no Norte da ilha, J. Garnier pôde constatar ainda a lembrança desse capitão, da sua generosidade, do pagamento que fazia sem regatear, dando recompensas quando se satisfazia. Apesar de ter um espírito resoluto e punir rigorosamente falhas, era lembrado com respeito e gratidão.

Modos de apresentação e comportamento de knaks em processo de integração

O relato de Garnier adquire especial interesse para os estudos culturais por documentar pormenorizadamente os modos de comportamento de nativos em processo de integração na sociedade colonial.

A instabilidade da situação social dos kanaks integrados levava modos de apresentação e atitudes exageradas e extravagantes, o que podia ser explicado a partir de uma grande necessidade de alcance de consideração, respeito e dignidade.

Dando um exemplo, Garnier cita um jovem kanak, melhor pago em Nouméa, que trabalhava como empregado de loja de um negociante francês. O jovem falava bem o francês e o inglês e era conhecido na colonia pelo seu comportamento domingueiro. Nesses dias, montado no seu cavalo, bem trajado, com luvas e polainas, passeava mostrando-se pela cidade.

Um outro caso citado por Garnier é o de um kanak de nome Chatton, que trabalhava como guarda de uma escola indígena. Nessa posição, salientava-se por especial diligência e seriedade no cumprimento de seus deveres.

Epidemias e desaparecimento de grupos populacionais

Um outro aspecto dos processos desencadeados pela colonização da Nova Caledônia que pode ser comparado com situações similares no Brasil diz respeito à mortandade de indígenas e mesmo ao desaparecimento de grupos.

Quando da estadia de J. Garnier, já este não pôde registrar sinais da grande população nativa que vivera na região de Nouméa no passado. Em pontos de maior contato com os europeus, como em Poebo, a população diminuíra em mais da metade em vinte anos. A primeira tribo que havia recebido os europeus, a de Balada, antes numerosa, guerreira e temida de seus inimigos, contava, então, apenas com uma centena de indivíduos. Tudo indicava que as meninas tinham passado a ser mortas ao nascer, pois as raras crianças eram todas masculinas. Na ilha Ouen, Garnier ouviu do missionário católico que ali atuava a informação de que a população diminuira, só no ano de 1865, de 130 a 95 habitantes. Os jovens casados já não queriam ter filhos, de modo que, em trinta anos, a tribo estaria extinta.

Como Garnier salienta, não se sabia a razão última dessa mortalidade e da perda de interesse no viver dos kanaks, mas supunha que poderia terem sido evitados se os europeus tivessem tido mais interesse para com esse povo. Eles morriam de dois tipos; durante as estações de chuvas, em fevereiro, março ou abril, quando pegavam uma forte bronquite. Procuravam curar-se com o suco de um cipó e se retiravam para as suas cabanas, esperando a morte, em meio a mosquitos e à fumaça que faziam para afugentá-los. Perdiam totalmente o apetite, emagrecendo. Eram visitados por um curandeiro, que realizava sangrias e fricções dolorosas, Ingeriam líquidos com plantas masseradas, mas morriam depois de alguns dias. A partir do momento em que o doente já não queria comer, esperavam-se três dias. Caso continuasse a recusar alimentação, era morto.

Esses atos podiam parecer aos europeus bárbaros e cruéis. Entretanto, tento assistido à morte de uma dessas pessoas, o engenheiro surpreendeu-se com o estoicismo do povo kanak, relatando vários casos de suprema coragem perante a morte.

As moléstias de peito que matava os indígenas tinham sido transmitidas pelos europeus. O chefe da ilha Ouen montara a Garnier que, há 25 ou 30 anos atrás, a vila de Koturé havia sido praticamente destruída por esse mal após a chegada dos comerciantes de cabotagem inglêses. Os restantes tinham fugido para a aldeia de Uara que era, à época, a última habitada na ilha.

Entre as causas da mortalidade o Eng. Gautier via sobretudo os trabalhos a que se submetiam os kanaks após o contacto com os brancos, e que os fizeram negligenciar a sua própria cultura. As vestes que os brancos lhes deram faziam com que contraissem doenças que levavam à morte. Tinha-se conhecimento também da distribuição de roupas infetadas com doenças contagiosas pelos europeus para causar epidemias na população nativa, um ato criminoso que infelizmente também é documentado em regiões de colonização do Sul do Brasil.

O Cristianismo como causa da mortandade de indígenas

O relato de J. Garnier registra uma explicação para a morte de kanaks e o extermínio de grupos que adquire particular interesse sob o aspecto dos estudos culturais. Trata-se da convicção que havia entre muitos que a causa da perda da alegria de viver residia no ensinamento dos missionários. Esses pregavam com tal intensidade virtudes de ascetismo e, sobretudo, a exemplaridade de mártires e santos, que os neófitos ganhavam o desejo de abandonar o mais rapidamente possível a vida compreendida como vale de lágrimas e passar para uma vida melhor no além. Os nativos da Nova Caledônia teriam desenvolvido, assim, um espírito ascético por demais intenso.

Na opinião de Gautier, não havia outro povo sobre a terra que, uma vez escutado a palavra do missionário, se deixasse mais facilmente penetrar de sentimentos religiosos, tornando-se escrupulosos observadores dos preceitos e exemplos. Aceitavam, assim, as práticas mais exageradas de devoção, procurando imitar a vida de santos e mártires.

Tendo sido obrigados a reconhecer a superioridade do branco em tudo - em número, riqueza, inteligência, poder - passavam também a aceitar de forma inquestionada o que afirmavam a respeito da religião. Acostumados à vida calma no seio das florestas e montanhas, não ousando colocar em dúvida práticas religiosas, passaram a imitar literalmente os exemplos de mártires apresentados pelos missionários. (op. cit. 198)

Processos de transformação cultural: da conotação negativa da tahitização

Um outro aspecto de particular importância do relato de Garnier para os estudos culturais diz respeito aos elos interoceânicos de povos nativos e à recepção recíproca de processos transformatórios.

Durante a sua viagem exploratória, esteve em território da tribo de Balade, que havia sido no passado sede de um acampamento militar francês, o primeiro da Nova Caledônia, fundado logo após a tomada de posse da ilha.

O engenheiro foi recebido pelos kanaks com franqueza e cordialidade expansiva. Todos se ofereciam como guias ou para a satisfação de vontades. A maior parte dos indígenas já falavam o francês, o que era surpreendente, pois já há muito ali não havia nem missionário, nem soldado. O chefe Oundo Touro explicou o domínio do francês fazendo o sinal da cruz. Como em Malaca, o português passou a ser conhecido como língua cristã (papiá cristão), na Nova Caledônia tornou-se o francês sinônimo de Cristianismo. Ser cristão significava, para esse chefe, aprender a falar o francês.

Cristão nesse sentido, esse chefe demonstrava, no seu comportamento, a influência de sua vida no Tahiti, onde passara cinco anos em companhia do chefe Hienghène Bouarate. Ao contrário deste último, salienta Garnier que o chefe Oundo Touro não soubera manter os seus costumes novo-caledonianos, adotando modos de ser e agir que vivenciara na Polinésia. Assim, introduziu na Nova Caledônia costumes dos tahitianos, que, para o engenheiro, era "le plus débauché et le plus licencieux des peuples de la terre".

Tudo indica que esse chefe, tendo indo jovem ao Tahiti, não se integrara à vida tradicional, mas sim àquela resultante de processos de transformação cultural desencadeados pela colonização, já em fase mais adiantada do que na Nova Caledônia e marcada por expressões críticas de instabilidade. Voltara, assim, viciado na bebida, pensando apenas nos meios para conseguir álcool, chegando mesmo, segundo Garnier, a vender a própria honra de sua casa a marujos e aventureiros.

Goa surge, no relato, como tipo de pessoa vulgar e grosseira, de inteligência lerda, sem imaginação, arrogante e cínica. Para exemplificar esse fato, Garnier menciona um fato que Goa lhe havia contado a respeito de seu irmão Phillip Paima, que tinha sido chefe de Balade quando os soldados franceses para ali vieram. Não querendo que os franceses se estabelecessem, passou a combatê-los. Sendo perseguido pelos soldados, refugiu-se nas montanhas. Goa, com a ajuda de asseclas, amarrou o próprio irmão num coqueiro e denunciou-o ao chefe do posto militar. Retornando do Tahiti, declarou-se chefe, chutando com os seus pés o cadáver do seu próprio irmão.Terminando a sua narrativa, Goa deu uma grande gargalhada, o que o engenheiro guardou para sempre na memória. (pág. 200)

O relato de Garnier oferece, assim, um exemplo da interação de processos de transformação cultural em diferentes fases de desenvolvimento e resultantes de contextos distintos.

Grupo de estudos sob a direção de
Antonio Alexandre Bispo


Todos os direitos relativos a texto e imagens reservados. Reproduções apenas com a autorização explícita do editor.

Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A. "Vida sertaneja e de canaviais no Brasil e no Pacífico Sul. Interações culturais franco-britânicas, relações interregionais e expressões de tensões, crises e desequilíbrios culturais de nativos
Uma fonte esquecida: Voyage a La Nouvelle-Calédonie (1863-1866) de Jules Garnier". Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 136/7 (2012:2). http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Vida-sertaneja-e-canaviais.html





  1. Observação: o texto aqui publicado oferece apenas um relato suscinto de trabalhos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui aparato científico. O seu escopo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição e o índice geral da revista (acesso acima). Pede-se ao leitor, sobretudo, que se oriente segundo os objetivos e a estrutura da Organização Brasil-Europa, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral e de onde poderá alcançar os demais ítens relativos à Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência (culturologia e sociologia da ciência), a seus institutos integrados de pesquisa e aos Centros de Estudos Culturais Brasil-Europa: http://www.brasil-europa.eu


  2. Brasil-Europa é organização exclusivamente de natureza científica, dedicada a estudos teóricos de processos interculturais e a estudos culturais nas relações internacionais. Não tem, expressamente, finalidades jornalísticas ou literárias e não considera nos seus textos dados divulgados por agências de notícias e emissoras. É, na sua orientação culturológica, a primeira do gênero, pioneira no seu escopo, independente, não-governamental, sem elos políticos ou religiosos, não vinculada a nenhuma fundação de partido político europeu ou brasileiro e originada de iniciativa brasileira. Foi registrada em 1968, sendo continuamente atualizada. A A.B.E. insere-se em antiga tradição que remonta ao século XIX.


  3. Não deve ser confundida com outras instituições, publicações, iniciativas de fundações, academias de letras ou outras páginas da Internet que passaram a empregar designações similares.