Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 

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Biblioteca Bernheim, Noumea. Foto A.A.Bispo ©

Biblioteca Bernheim, Noumea. Foto A.A.Bispo ©

Biblioteca Bernheim, Noumea. Foto A.A.Bispo ©

Noumea. Foto A.A.Bispo ©

Biblioteca Bernheim, Noumea. Foto A.A.Bispo ©

Biblioteca Bernheim, Noumea. Foto A.A.Bispo ©

Fotos A.A.Bispo
©Arquivo A.B.E.

 

Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 136/5 (2012:2)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
da
Organização de estudos de processos culturais e estudos culturais nas relações internacionais (reg. 1968)
- Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência -

e institutos integrados

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2012 by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2865


A.B.E.



Bibliotecas nas suas inserções em processos culturais
A sêde de leitura em situações coloniais
e o papel do mecenato no exemplo
da Biblioteca de Nouméa

Ciclo de estudos Rio 92-Sydney 2012 da A.B.E. no Pacífico Sul. Biblioteca da cidade de Noumea, Nova Caledônia

 
A.A.Bispo e Mercedes Reis Pequeno
Em sessão realizada na Fundação Rio Barbosa no Rio de Janeiro, quando de encontro entre a Academia Brasil-Europa e a Academia Brasileira de Música no âmbito do Colóquio Internacional de Estudos Interculturais de 2004, salientou-se o significado do trabalho internacional quanto à tomada de conhecimento de novas publicações e o intercâmbio de livros, gravações, filmes e outros materiais entre instituições de diferentes países, mesmo sob as novas condições criadas pelos meios eletrônicos.

A Profa. Mercedes Reis Pequeno, com experiência obtida em décadas de atuação na Biblioteca Nacional, acentuou a necessidade sentida de conhecimentos do que é publicado no Exterior e dos esforços que continuamente se realizam para atualizá-los. Ao mesmo tempo, lembrou da participação do Brasil há anos em organizações internacionais dedicadas a bibliotecas e arquivos.

Esse papel desempenhado pelo Brasil na discussão de questões de fundamentos referentes a biblioteconomia já havia sido por ela considerado já na sessão patrocinada pela Biblioteca Nacional do congresso internacional realizado no Rio de Janeiro, em 1992. Naquele ano dos 500 anos do Descobrimento da América, quando as preocupações foram voltadas à necessidade de uma reconsideração do indígena nos estudos culturais no Brasil, discutiu-se os problemas derivados do fato de que as fontes escritas e publicadas, conservadas nas bibliotecas, refletem a visão e compreensão histórica de europeus e da sociedade desenvolvida a partir da chegada dos europeus, não dos indígenas.

O arquivamento de materiais que registram um patrimônio não escrito, obtidos através de pesquisas empíricas, assume, assim, papel de fundamental significado para um desenvolvimento de estudos bibliotecários que também considerem adequadamente o indígena.

Passados 20 anos dessa sessão, retomou-se esse complexo temático à luz das tendências mais recentes dos estudos culturais em contextos globais. (Veja Tema em Debate http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Australia-Melanesia-Brasil.html) A atenção foi dirigida à biblioteca como instituição inserida em processos culturais, ou seja, ela própria expressão de desenvolvimentos e, portanto, objeto de estudos. Esses estudos, trazendo à consciência essas inserções culturais, podem contribuir a que instituições e aqueles que nelas atuam se compreendam como participantes de processos, responsáveis por heranças e patrimônios que necessitam ser continuamente refletidas a favor de atividades conscientes no presente.

Esses esforços voltados a um trabalho refletido não são novos, o que se manifesta na programática de exposições, cursos e outros eventos promovidos por bibliotecas de vários países. O cotejo de situações e empreendimentos nos vários contextos culturais em perspectiva internacional pode contribuir para o desenvolvimento das reflexões.

A Nova Caledônia oferece-se, neste contexto, como particularmente significativa. Ali há uma situação sob alguns aspectos similar à discutida no Brasil relativamente aos indígenas. Encontrando-se sob égide da França, confronta-se assim de forma mais próxima com questões relativas à emancipação ou à manutenção de vínculos coloniais com a Europa, podendo aguçar a sensibilidade para situações e processos já não tão evidentes no Brasil.

Ao mesmo tempo, com o trabalho dinâmico de suas instituições, apresenta exemplos contextualizados de possíveis caminhos para ações voltadas ao presente e ao futuro, tornando particularmente promissores intercâmbios e cooperações.

Biblioteca Lucien Bernheim

Instituição novo-caledoniana que merece particular atenção quanto à inserção de bibliotecas em processos culturais em contextos globais é aquela que traz o nome de Lucien Bernheim.



Lucien Bernheim (1856-1917), alsaciano de Mulhouse, transferiu-se para a Nova Caledônia em 1884, época em que a ilha, possessão francesa há poucas décadas, vivenciava um desenvolvimento econômico promissor. Bernheim ali permaneceu até 1906. Ao chegar, dquiriu uma mina em Népoui, sendo o seu sucesso na extração de cobalto e cromo reconhecido com uma medalha de ouro concedida na Exposição Universal de 1900.

A Exposição Universal de 1900 foi de grande significado para os territórios franceses do ultramar, o que se manifestou no fato de que a estrutura do próprio pavilhão da Nova Caledônia ter sido projetada por Gustave Eiffel (1832-1923). Em 1901, Bernheim doou uma quantia considerável para a formação de uma biblioteca. Essa devia ser instalada no pavilhão colonial da Exposição.

A doação de Bernheim para a instalação da biblioteca pode ser comparada com similares doações conhecidas no Brasil por parte de homens que alcançaram sucesso econômico (Veja http://www.revista.brasil-europa.eu/129/Jose_Carlos_Rodrigues_e_Jornal_do_Comercio.html). As suas intenções ao fazê-la, são conhecidas de carta que dirigiu ao então governador da Nova Caledônia. Nela, Bernheim salienta que a biblioteca era uma expressão de sua gratidão para com o território onde alcançou riqueza e, ao mesmo tempo, uma obra de beneficiência. Tinha pensado, de início, doar a quantia a um orfanato ou hospício, para o qual, porém, seria insuficiente. Além do mais, todos os esforços da colonia eram dirigidos ao suprimento de necessidades materiais básicas da população, não podendo dar atenção às suas necessidades intelectuais.

Significado de Exposições mundiais na Europa para as colonias

Assim, Bernheim partiu, na realização do seu intento, da constatação de haver uma necessidade não-material na população da colonia, que sentia, sobretudo, a falta de uma biblioteca pública. Essa biblioteca servia, também, para conservar a memória do seu nome, condição explícita que impôs. Devia ser instalada no pavilhão da Exposição de 1900, sendo tanto biblioteca de presença como também de empréstimos, para que os livros e, assim, os conhecimentos pudessem ser mais difundidos. Para tal, seria necessário organizar um sistema de circulação de livros. Com a sua doação, Bernheim vinha de encontro a uma necessidade já há muito sentida pelas autoridades e que não havia sido suprida por falta de capital suficiente.

Tudo indica que a necessidade de leitura era maior na Nova Caledônia do que mesmo na França.  Os motivos que levavam a que políticos e administradores reconhecessem o significado dessa exigência eram diversos. Um deles dizia respeito à necessidade de um aumento da situação intelectual e mesmo moral da juventude. Até então, apenas existiam salas de leitura particulares, reservadas a funcionários e militares, e uma junto à catedral. Tornava-se, assim, necessário haver uma biblioteca pública com serviço de empréstimos de livros para o desenvolvimento intelectual da colonia.

O significado da difusão de conhecimentos - ou revelações - da Nova Caledônia na Europa tão não pode ser desprezado. A apresentação de textos, materiais, fotografias e gravuras durante exposições coloniais ou universais despertava nas autoridades locais a sensação de que se tinha, no Velho Mundo, mais conhecimentos a respeito da própria região do que na própria Nouméa. Questões de sentimentos de inferioridade e de suscetibilidade ferida, além de impulsos de emulação parecem ter desempenhado também na esfera colonial da Nova Caledônia um papel significativo.


No ato de aceitação da quantia doada, o conselho administrativo do território resolveu criar, ao mesmo tempo, um museu, sendo ambas as instituições administradas por duas pessoas, um conservador e um auxiliar. Desde o início, assim, a biblioteca surgiu estreitamente relacionada com um museu, manifestando as relações entre a coleção de livros e outras fontes publicadas com a de objetos a serviço da consciência histórica da população e do seu desenvolvimento.

Transferência de edifício da Exposição de Paris a Nouméa

De significado quase que simbólico é o fato de ter sido a biblioteca da Nova Caledônia instalada na arquitetura do pavilhão colonial da Nova Caledônia da Exposição Universal de Paris, de 1900, um projeto do arquiteto M. Bley, de Paris, com estrutura, como mencionado, de Gustave Eiffel. Esse pavilhão precisou ser desmontado e a sua estrutura metálica levada por por navio ao distante território, onde foi novamente levantado. Já esse fato de transferência de uma estrutura metálica adquire significado para a história da arquitetura em contextos globais.

Apenas após alguns anos, em 1905, foi possível inaugurar-se a biblioteca, cujo estabelecimento oficial foi regulamentado por decreto do presidente francês em 1907. Tendo-se tornado centro da vida intelectual do território na primeira metade do século XX, a biblioteca sofreu grandes prejuízos à época da Segunda Guerra, sendo o seu edifício utilizado como quartel general das forças militares americanas.

Após a Guerra, a instituição passou por longo processo de recuperação e revalorização. Este levou à construção de novos espaços e à redisposição dos materiais, ficando desde 1981 o histórico edifício destinado aos fundos locais, aos antigos e aos mais especializados. Esses fundos antigos e patrimoniais passaram a ser abrigados em espaço adequado de conservação na década de 90. O andar térreo do histórico edifício, conhecido como "andar 1901" foi remodelado para abrigar a seção de periódicos. Ali se instalou também o serviço de decentralização, realizado por meio de biblio-ônibus que percorrem o interior da ilha. Ao mesmo tempo, ali se realizam trabalhos de restauração.

O reconhecimento do significado arquitetônico da antiga estrutura metálica levou a que essa fosse revalorizada, transformando-se o espaço em sala de exposições, filmes e conferências, conhecida como Sala Eiffel. Essa sala representa hoje num dos principais espaços dedicados à cultura em Nouméa.

Da sêde de leitura em situações coloniais

Nas reflexões da A.B.E. em Nouméa tratou-se sobretudo da frequentemente constatada necessidade maior de leitura em situações coloniais do que nas próprias metrópoles. Esse fato é conhecido do Brasil, quando a instalação de salas de leitura em colonias alemãs do sul do Brasil no século XIX representou necessidade sentida por muitas comunidades.

A situação referida pelo Museu Bernheim em Nouméa não representou, assim, um fenômeno restrito ao território francês da Nova Caledônia, mas, pelo que tudo indica, foi expressão de necessidades advindas da imigração, da vida longe dos centros europeus de origem, do desejo de se continuar vinculado aos desenvolvimentos da pátria ou antiga pátria. Trata-se, assim, de um fenômeno a ser compreendido como resultado de processos de integração, de manutenção de identidades e sua transformação. Assim visto, pode ser considerado também nas suas modificações geracionais, ou seja, na diferente intensidade dessa necessidade de alcance de conhecimentos no cambiar das gerações e de suas relações com a terra dos antepassados.

A necessidade de leitura registrada em Nouméa ao redor do século XIX, segundo essa perspectiva, não pode ser vista como fenômeno de fins desse século, devendo ter os seus fundamentos nos anos iniciais da posse do território e da sua colonização.

Essa perspectiva, até agora não considerada relativamente à Nova Caledônia, resultante do desenvolvimento de estudos em contextos euro-brasileiras, pode ser demonstrada com base em texto de um engenheiro de minas que precedeu a Bernheim na Nova Caledônia. Foi o responsável pelas primeiras explorações mineralógicas na ilha, tendo difundido os seus conhecimentos em artigos em revistas populares de amplo alcance, fornecendo assim os pressupostos para a própria ida de Bernheim ao território.(Jules Garnier, "Voyage a la Nouvelle-Calédonie", Le Tour du Monde XVI, 402° Liv. 161, 1867, 155 ss.)

No relato de sua viagem, Jules Garnier saliena que a maior parte dos homens que viviam no interior do país, no "sertão", eram apaixonados pela leitura. Possuiam uma pequena biblioteca pessoal, trocando livros; o Eng. J. Garnier surpreendeu-se pela urbanidade de modos, do saber viver nativo de alguns desses trabalhadores. Não se podia compará-los com os camponeses das províncias francesas. Entre eles se encontrava frequentemente jovens instruidos, titulados às vezes, que o destino fizera vir em exílio da Europa; retornando, tentavam reconquistar por um trabalho árduo mass remunerador, a situação que haviam perdido na Europa. Entretanto, caracterizavam-se às vezes por uma instabilidade, por um caráter irritável, mal suportando o jugo do trabalho.

"La plupart de ces hommes de la brousse, de ces bush-men, sont passionnés pour la lecture; ils ont chacun une petite bibliothèque qu'ils se prêtent mutuellement, et maintes fois j'ai été surpris de l'urbanité des manières, du savoir-vivre natif de quelques-uns de ces rudes trabailleurs. On ne saurait les comparer aux habitants de nos campagnes; du reste, parmi eux, on rencontre fréquemment des jeunes gens instruits, titrés quelquefois, que des revers de fortune ont forcés de s'exiler de l'Europe; ils sont venus dans ces pays pleins de ressources, essayer de reconquérir, par un travail pénible mais rémunérateur, la situation qu'ils ont perdue. Cependant ceux-là se distinguent aussi quelquefois par leur instabilité, leur caractère irritable; ils supportent mal le joug." (op.cit. 166)

Sensação de exílio e instabilidades pessoais de europeus instruídos

Segundo J. Garnier, a principal razão da sêde de leitura em região tão distante da Europa residia assim na sensação de exílio de jovens que teriam sido obrigados a abandonar o seu país. Essa explicação poderia ser aplicada à situação de Maurício, onde se extenderia também àqueles que, tendo estudado na Europa, retornavam à ilha (http://www.revista.brasil-europa.eu/123/Francotropismo.html). Tratar-se-ia, assim, de expressão de um processo de adaptação ou readaptação a uma situação que apresentava menos possibilidades de aquisição de conhecimentos do que a conhecida na Europa, o de uma sensação de degredo.

Como J. Garnier salienta, pessoas instruídas, nessa situação, eram frequentemente insatisfeitas, o que se manifestava em instabilidades e por irritações que manifestavam a consciência de que não estavam sendo aproveitados de acordo com a sua capacidade e usando de seus talentos e aptidões.

Urbanidade e savoir-vivre de "sertanejos" e irritabilidade de instruídos na Europa

Observação que merece ser considerada com atenção no texto de J. Garnier é o fato de ter notado uma surpreendente urbanidade de costumes e do modo de vida de "sertanejos". Como a estação colonial que visitou havia sido criada a moldes inglêses provenientes de colonos vindos ou que haviam estado na Austrália, é possível que modos de vida britânicos tenham contribuído ao surgimento de uma cultura "sertaneja" marcada por acentuada atenção aos modos de se portar, à reserva, à discreção e à manutenção da dignidade pessoal por assim dizer aristocrática da educação britânica. 

Essa situação descrita por J. Garnier para a Nova Caledônia oferece um testemunho que situações similares apontadas com relação a brasileiros podem ser compreendidas como expressões de processos mais amplos, não restritos a contextos nacionais. Um dos aspectos salientados nas reflexões é que se tem insuficientemente considerado a urbanidade, a cultura de modos e de procedimentos de trabalhadores da terra no Brasil. As observações de J. Garnier permite assim, a partir de um ângulo distante de perspectiva, valorizar características culturais de "caipiras" e sertanejos, que também no Brasil parecem apresentar muitas vezes qualidades comparáveis àquelas descritas quanto à discreção e reserva. Atitudes e modos de comportamento que muitas vezes são considerados negativamente no Brasil como sinais de obtusidade e insuficiência de trato social surgem, ao contrário, como expressões de cultivo, dignidade e mesmo nobilidade, uma educação inata que pode se sobrepor àquela de instruídos em grandes centros.

Grupo de estudos sob a direção de
Antonio Alexandre Bispo


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Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A. "Bibliotecas nas suas inserções em processos culturais. A sêde de leitura em situações coloniais e o papel do mecenato no exemplo da Biblioteca de Nouméa". Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 136/5 (2012:2). http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Bibliotecas-Nova-Caledonia-Brasil.html





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