Inglês como idioma na internacionalização de universidades: Tailândia. Revista BRASIL-EUROPA 135/16. Bispo, A.A. (Ed.). Academia Brasil-Europa e ISMPS



Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 

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Assumption, Bangkok

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Bangkok

Assumption, Bangkok

Assumption, Bangkok


Fotos A.A.Bispo
©Arquivo A.B.E.

 

Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 135/16 (2012:1)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
da
Organização Brasil-Europa de estudos teóricos de processos inter- e transculturais e estudos culturais nas relações internacionais (reg. 1968)
- Academia Brasil-Europa -
de Ciência da Cultura e da Ciência

e institutos integrados

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2012 by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2857


Academia Brasil-Europa

Instituições em visita



O inglês como idioma, elos culturais com a França e e legado português
Internacionalização de estudos e inserções histórico-político-culturais de instituições

College and Assumption University, Bangkok

Ciclo de estudos Tailândia/Brasil da A.B.E.


 
Assumption, Bangkok

A internacionalização do ensino superior e da pesquisa surge no presente como importante meta da política universitária de diferentes países, ministérios, fundações e organizações de fomento de intercâmbios, de universidades e institutos. Esse intento, cuja relevância passa a ser hoje reconhecida, tem sido objeto há décadas de trabalhos da Organização Brasil-Europa de estudos de processos culturais e de estudos culturais nas relações internacionais através da A.B.E..


A A.B.E., porém, tem ido mais longe e de forma mais diferenciada na persecução do objetivo da internacionalização da ciência. O seu trabalho parte da convicção de que os anelos de superação de fronteiras nacionais na ciência necessitam ser desenvolvidos conjuntamente com o estudo das próprias instituições envolvidas, de suas inserções em processos histórico-político-culturais e das rêdes de trabalho científico, ou seja, de estudos da própria ciência (science of science).


As inserções de países, universidades e organizações em determinadas configurações internacionais condicionaram os elos internacionais no passado e os projetos internacionalizadores do presente. O próprio despertar de interesses pela internacionalização e por uma ciência sem fronteiras no presente é resultado de processos culturais..


A consideração desses pressupostos adquire particular significado sobretudo para países de passado colonial e missionário. Instituições de ensino e pesquisa fundadas, mantidas ou apoiadas por organizações estrangeiras nas suas origens ou mesmo no presente dispõem de rêdes de contatos pessoais e institucionais que influenciam as medidas de fomento da internacionalização das ciências.


Essa inserção contextual nascida da história pode levar a uma retomada de antigos vínculos, correntes de pensamento, a um refortalecimento de estruturas de cooperação científica e, portanto, a reconstruções e reintensificações de situações do passado. No caso de países de história colonial, esse desenvolvimento pode levantar questões relativas a uma recolonização cultural, o que não poderia constituir a intenção das metas internacionalizadoras do presente e que pretendem corresponder às novas exigências criadas pela globalização.


Para os países que possuem universidades, colégios e instituições de ensino e pesquisa formados sob condições coloniais ou por instituições religiosas e missionárias, a consideração de desenvolvimentos em situações similares em outras regiões do mundo pode levar à percepção de problemas a partir de um ponto de observação distanciado a serviço da análise do próprio contexto.


Um exemplo neste sentido oferece para o Brasil a consideração de instituições de ensino médio e superior decorrentes de empreendimentos franceses no Oriente. Possuindo o Brasil numerosos colégios e mesmo instituições de ensino superior fundadas por congregações francesas no século XIX, o estudo de escolas e universidades originadas em contextos também politicamente mais marcados pela ação colonial e missionária francesa do Sudeste Asiático possibilita o reconhecimento de quadros e campos de tensões globais.


Assumption, Bangkok


Assumption University, Bangkok - o inglês e a internacionalização da ciência


Uma das mais renomadas universidades da Tailândia e mesmo do Oriente é a Assumption University de Bangkok, também conhecida ainda hoje pelo nome do instituto que lhe deu origem, o Assumption Business Administration College (ABAC). A orientação internacional dessa universidade manifesta-se da forma mais evidente no fato de ser a primeira da Tailândia que se utiliza do inglês como idioma de ensino.


Apesar disso, e comprovando que a língua não deve levar a conclusões precipitadas a respeito dos pressupostos e elos culturais de instituições, a universidade Assunção não se insere tanto em contextos inglêses ou americanos, mas sim primordialmente franceses. Esse fato se manifesta no fato de ser mantida por uma instituição de origem e conotações religioso-culturais francesas, a dos Irmãos de São Gabriel.


Contextos histórico-culturais dos elos institucionais com a França e do uso do inglês


A aparente contradição entre o uso do inglês como língua de ensino e a tradição francesa a que se prende a instituição através de sua história e da sua mantenedora dirige a atenção do observador à necessidade de se considerar com mais atenção a história dos elos do antigo Sião com as respectivas esferas culturais do inglês e do francês. Diferentemente de outras regiões do Sudeste Asiático que tornaram-se colonias de potências européias, o Sião conseguiu manter a sua posição como país independente no século XIX. Sobretudo a ação missionária, católica e protestante, inseriu o reino em contextos culturais marcados respectivamente pela França e pela Grã-Bretanha e Estados Unidos.


Os elos culturais com a França explicam-se pela já antiga presença de Vicários Apostólicos de origem e formação francesa a serviço da Congregação da Propaganda Fide. Prenderam-se, assim, a um contexto marcado por intuitos de reorientação da estrutura eclesiástica e da ação missionária submetida há séculos ao Padroado Português. Essa tensão com o Direito do Padroado, com as suas consequências culturais relativas aos elos com a cultura e a língua portuguesa, manteve-se através dos séculos e deve ser considerada em análises mais aprofundadas do universo católico tailandês.


Se a ação francesa predominou e marcou a implantação de instituições de ensino no país, isso não significou que não tivesse se mantido, em Bangkok, uma comunidade luso-siamesa de remotas origens. A proximidade espacial do bairro marcado pela Catedral de Nossa Senhora da Assunção, o Colégio da Assunção e aquele dos cristãos de ascendência ou tradição luso-tailandesa ao redor da igreja do Rosário em Bangkok manifesta esse campo de tensões de referênciação histórico-cultural e que assume particular relevância para os estudos euro-brasileiros (vide http://www.revista.brasil-europa.eu/135/Cultura-luso-siamesa.html).


Quanto à difusão do inglês no antigo reino do Sião, deve-se considerar sobretudo a ação de missionários protestantes americanos no século XIX. Se esses missionários pouco sucesso tiveram sob o aspecto religioso, exerceram influência através de suas atividades práticas, de transmissão de conhecimentos e de ensino da leitura, necessária ao estudo dos textos bíblicos, e da criação da imprensa. 


Se os reis siameses mantiveram contatos de respeito e atenção aos Vicarios Apostólicos de origem e formação francesa, o significado para o país da ação prática dos missionários americanos levaram-nos a aprender o inglês e fomentar o ensino desse idioma a membros da Côrte. O conhecimento do inglês teve repercussões políticas e diplomáticas: facilitou o intercâmbio com as regiões dominadas pelo Império Britânico no Sudeste Asiático, sobretudo com os assentamentos comerciais dos Estreitos e fundamentou os elos de simpatia do antigo Sião com a América (vide http://www.revista.brasil-europa.eu/135/Amizade-Siao-USA.html). Também aqui poder-se-ia analisar o desenvolvimento nas suas relações com o mundo de língua portuguesa. O português, que havia sido uma espécie de língua franca nas relações internacionais, cedeu aos poucos essa sua função ao inglês.


Do Padroado Português à predominância da França na Propaganda


No estudo dos fundamentos históricos do campo de tensões entre o Padroado e a atividade apostólica, diferentes são os aspectos a serem considerados. Há um contexto que merece particular atenção, pois diz respeito diretamente às relações entre a Península Ibérica e a França nos seus elos com Roma. O particular interesse teórico-cultural do estudo desse contexto reside no fato de deixar entrever a ação de processos de mudança de identidades até hoje pouco considerados.


Nesse contexto, a figura de Alexandre de Rhodes S.J. (1591-1660) desempenha principal papel. Esse missionário jesuita provinha de uma família de ascendência judia aragonesa (Ruedas, Rode, de Rode) que, premida pela Inquisição, refugiou-se na cidade de Avignon. Na sua história familiar, portanto, mesclam-se problemas de identidade derivados da conversão, do abandono sob condições agravantes do mundo ibérico, da migração e da integração na França, o que levou inclusive a uma galicanização do sobrenome. Compreende-se, nesse contexto, tendências exageradamente afirmativas de conversos na defesa da nova identidade religiosa e daquelas igualmente afirmativas do pertencimento ao mundo cultural francês.


Como negociantes de seda, a família Ruedas mantinha necessariamente elos com o Oriente. Entrando para a Companhia de Jesus, em Roma, em 1612, Alexandre de Rhodes partiu em 1618 para Lisboa, o porto de saída para os missionários que se dirigiam ao Oriente. Ali aprendeu o português, idioma então indispensável para a ação nos centros asiáticos. O objetivo da viagem era o Japão que, após uma época promissora para o Cristianismo, passara a tornar-se um difícil campo de atividades missionárias.


Após a sua prolongada permanência em Goa e em Salsete, quando aprendeu o canarim, Alexandre de Rhodes prosseguiu a sua viagem ao Japão em 1622, ano em que se fundava, em Roma, a Congregação de Propaganda Fide. Após passar por Cochin, Tuticorin, Sri Lanka, Negapata e Malaca, atingiu Macau, onde dedicou-se a estudos do japonês.


A situação da missão no Japão, porém, que impedia a entrada de missionários, levou a uma modificação dos projetos da Companhia. Alexandre de Rhodes passou ao atual Vietnam, trabalhando numa primeira missão na Cochinchina, de 1624 a 1627, depois em Tonkin. Após uma nova estadia em Macau (1627-1640), desenvolveu novas missões na Cochinchina, entre 1640 e 1645, quando, partindo de Macau, dirigiu-se a Roma, ali chegando em 1649.


Tendo atuado na esfera sujeita ao Padroado Português em época em que Portugal se encontrava em União Pessoal com a Espanha, vivenciou graves problemas resultantes por um lado das dificuldades do sistema do Padroado na situação política da Península Ibérica e, por outro, da entrada no Oriente de outras potências européias, em particular dos holandeses. Alexandre de Rhodes passou a reconhecer a necessidade de formação de um clero autóctone no Sudeste da Ásia para a superação de estruturas determinadas pelo regime do Padroado e, para isso, o conhecimento das línguas nativas tornava-se imperioso. Assim, dedicando-se a seu estudo, criou um dicionário da língua vietnamesa para o português e o latim (Dictionarium Annamiticum Lusitanum et Latinum), com a primeira transcrição fonética do quôc-ngu, obra publicada pela Propaganda, em 1651.


No sentido de angariar fundos e apoios para a realização do seu projeto, Alexandre de Rhodes passou a percorrer a Europa, encontrando na França de Luís XIV uma situação particularmente favorável. Assim, em 1653, juntamente com o Pe. Jean Bagot, confessor do rei, deu início à procura de vocações no âmbito da Confrérie des Bons enfants. Para o seu apoio, constituiu-se a Compagnie du Saint-Sacrement, apoiada, entre outros, por Ana d'Áustria (1601-1666), Vincent de Paul (1581-1660) e Jacques Bénigne Bossuet (1627-1704). Deu-se, com esses empreendimentos, uma separação dessas atividades jesuitas baseadas na França e aquelas possibilitadas à Companhia de Jesus a partir de Portugal.


Vicários Apostólicos e Société des Missions etrangères


Com o Papa Alexandre VII (1599-1667), a iniciativa de Rhodes passou a ter um apoio decisivo de Roma, culminando com a nomeação de Vicários Apostólicos pela Propaganda, em 1658: François Pallu (1626-1684) e Pierre Lambert de La Motte (1624-1679). Estes seriam os fundadores do Seminário de São José em Ayutthaya, antiga capital do Sião, dando-se início à missionação de Tonkin e da Cochinchina.


O arcebispado de Bangkog (Archidioecesis Bangkokensis) foi instituido em 1662 como Vicariado Apostólico do Sião, reunindo os territórios dos vicariatos apostólicos de Tonking e Cochinchina. Esse período ficou marcado na história missionária pelo grande número de batismos e pela ordenação de várias dezenas de sacerdotes nativos.


Após o Sião, Tonkin e Cochinchina, as atividades da Société des Missions etrangères se extenderam à Cambodja e à China; em 1776, a pedido de Roma, passaram a substituir os jesuítas no Sul da Índia.


Se a Revolução Francesa abalou a Sociedade na Europa, com consequências nas missões, a sua restauração no século XIX também repercutiu no Sião e em outras regiões. Na Europa, o seu crescimento foi em parte possibilitado pelos recursos financeiros proporcionados pela Oeuvre de la Propagation de la Foi, fundada por Pauline Marie Jaricot (1799-1862).


Difusão de uma cultura católica de contextos provincianos


A Société des Missions etrangères tinha como característica o fato de não constituir uma ordem ou congregação, mas sim uma associação de sacerdotes diocesanos que permaneciam sujeitos à sua diocese de origem, sendo, porém, colocados à disposição da Propaganda e agindo sob a autoridade de Vicários Apostólicos.


De relevância para os estudos culturais é o fato que, pelas características da Société, grande parte dos missionários procedia de pequenas aldeias, de regiões rurais, marcadas por concepções, práticas e expressões católicas tradicionais. Fechado o Seminário da Sociedade durante a Revolução Francesa, a sua reabertura em 1815 levou a que se tornasse uma instituição visitada sobretudo por jovens marcados por anelos restauradores e tradicionalistas advindos de paróquias menores.


O Catolicismo introduzido ou fomentado nas instituições da Sociedade no Extremo Oriente foi, assim, não tanto marcado por correntes de erudição, de filosofia e de estudos teológicos, mas por anelos nascidos da devoção popular e do apêgo às tradições e a expressões e formas consuetudinárias.


Compreende-se, assim, que os missionários, nos seus locais de atuação, permanecessem vinculados afetivamente de forma particularmente intensa a formas da vida religiosa da sua juventude na França. O empenho missionário foi marcado de ambos os lados, no Oriente e na França, por fortes elos emocionais, compreendendo-se, neste contexto, que martírios sofridos levassem ao aumento de vocações e da disposição de jovens franceses de regiões rurais de dedicação à vida missionária, tendência que se intensificou a partir de 1840, quanto também seminaristas passaram a ser aceitos na Sociedade.


Ideais restauradores católicos, identidade francesa e Colonialismo


É significativo que à mesma época em que teve iníciou a Société des Missions étrangères tenha-se fundado a Companhia Francesa das Índias Orientais (1664). Se as atividades sob o regime do Padroado Português haviam sido criticadas pelos seus vínculos com o rei de Portugal, também a Sociedade teve a sua história marcada pelos seus estreitos elos com os interesses da França, explicáveis em parte pelo sentimento de amor pátrio e nacional dos missionários.


A história cristã da região relaciona-se, assim, estreitamente com a intensificação dos elos comerciais e coloniais; a estrutura missionária serviu de apoio a rêdes comerciais e diplomáticas, nelas também se apoiando. Notícias de martírios contribuiu a uma opinião pública favorável à intervenção colonial de nações européias em distantes regiões.


Formação de clero nativo: seminário e igreja da Assunção em Bangkok


É na tradição dos intuitos de criação de um clero nativo que marcaram as atividades dos missionários franceses a serviço da Propaganda que se insere o início do seminário e da igreja da Assunção de Bangkok. Com a permissão das autoridades locais, adquiriu-se um terreno para a construção de um seminário e de sua igreja, tornando-se local de residência dos Vicários Apostólicos. Dedicada à Assunção de Nossa Senhora, a igreja, erigida em 1809, foi completada por um arquiteto francês, tendo sido construída com material importado da França e da Itália.


Um dos nomes da história da Assunção de Bangkok que deve ser mencionado é o de

Jean Baptiste Pallegoix (1805-1862). Ordenado sacerdote da Société des Missions Étrangères em 1828, tornou-se, em 1838, coadjutor do Vicário Apostólico do Sião e, posteriormente, bispo, sucessor do Vicário Apostólico Jean Paul Hilaire Michel Courvezy. O significado de Pallegoix para a história cultural do Sião reside sobretudo no fato de ter gozado de particular confiança e apreciação por parte do rei Mongkut (Rama IV) (1804-1868), soberano que dedicou particular atenção a assuntos relativos ao ensino, à educação e às ciências, tendo fomentado, ao mesmo tempo, o uso do inglês.


Galicanização cultural, Instrução cristã e ideais montfortianos


Situando-se, porém, na periferia da cidade, as famílias cristãs que foram-se fixando ao redor do seminário e da igreja da Assunção de Bangkok continuaram por décadas a assistir às missas na igreja vizinha, a de Nossa Senhora do Rosário, conhecida sob a designação de Calvário (vide http://www.revista.brasil-europa.eu/135/Cultura-luso-siamesa.html). Apesar da estrutura eclesiástica francesa, a vida católica de Bangkok continuou, assim, a apoiar-se em comunidade de história e cultura de conotações portuguesas.


A galicanização cultural mais acentuada da comunidade deu-se com transformação do quarteirão da Assunção em paróquia, em 1864, e com a criação de uma escola, em 1885, por iniciativa do missionário Pe. Emile Auguste Colombet.


Com a finalidade de angariar fundos para a construção do Colégio da Assunção, o Pe. Colombet realizou uma viagem à França, em 1900, solicitando aos Irmãos da Instrucão Cristã São Gabriel de assumir a sua manutenção. Essa entidade enviou a Bangkok cinco irmãos para que ali atuassem como professores.


Os Irmãos da Instrução Cristã S. Gabriel, ordem católica secular, tinham as suas raízes na obra de Louis-Marie Grignion de Montfort (1673-1716), que abriu escolas para crianças pobres em La Rochelle, França, ao redor de 1711. Juntamente com Marie-Louise Trichet (1684-1759), Louis-Marie de Montfort criou também a congregação feminina das Filles de la Sagesse, e uma de padres e irmãos denominada de Compagnie de Marie ou Communauté du Saint-Esprit.



Junto ao Convento da Assunção, instalou-se um externato feminino, mantido pelas Soeurs de Saint Paul de Chartres. Essa congregação, a primeira de missionárias, passou a atuar na Guiana Francesa em 1727, nas ilhas Réunion em 1770, em Hongkong em 1847, na Indochina em 1860 e no Sião em 1898. Ao lado de serviços hospitalares, dedicaram-se ao ensino, dirigindo atualmente nove escolas secundárias na Tailândia.


O Colégio de St. Joseph em Bangkok foi fundado pelas Dames de St Maur ou Soeurs du Saint Enfant Jésus, congregação fundada à época da Société des Missions Etrangères de Paris. Chegaram a Penang, na Malásia, em 1852, em 1872 no Japão e,  em 1885, no Sião, onde estabeleceram uma primeira escola na igreja de Nossa Senhora do Rosário. Abandonando o país em 1907, retornaram em 1957.


Catedral da Assunção como monumento arquitetônico de relações culturais


A igreja da Assunção e as instituições anexas tornaram-se no decorrer do século XIX centro da vida cristã de Bangkok e de intercâmbio cultural entre a França e o Sião. Os missionários europeus tomavam ali residência, sobretudo a partir de 1860.


Uma particular atenção merece porém as características peculiares dos resultados missionários. Os religiosos conseguiram conversões sobretudo entre chineses e siameses de ascendência chinesa da população.


Compreende-se, assim, que a construção da monumental igreja atual, elevada entre 1910 e 1918, e que hoje é uma das mais representativas do Sudeste Asiático, foi possibilitada sobretudo por um comerciante chinês local, Low Khiok Chiang, proprietário da Kiam Hoa Heng & Company. O projeto arquitetônico insere-se nas tendências do Historicismo europeu, apresentando a igreja referências ao gótico e ao românico. Devido ao uso de tijolos vermelhos, apresenta similaridade com a catedral de Saigon. O seu interior, porém, é mais magnificente, marcado colunas de mármore vermelho que apoiam os amplos arcos do teto, com capitéis dourados.



Grupo de estudos sob a direção de
Antonio Alexandre Bispo





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Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A. "O inglês como idioma, elos culturais com a França e e legado português. Internacionalização de estudos e inserções histórico-político-culturais de instituições". Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 135/16 (2012:1). http://www.revista.brasil-europa.eu/135/Universidade-Bangkok.html




  1. Observação: o texto aqui publicado oferece apenas um relato suscinto de trabalhos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui aparato científico. O seu escopo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição e o índice geral da revista (acesso acima). Pede-se ao leitor, sobretudo, que se oriente segundo os objetivos e a estrutura da Organização Brasil-Europa, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral e de onde poderá alcançar os demais ítens relativos à Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência (culturologia e sociologia da ciência), a seus institutos integrados de pesquisa e aos Centros de Estudos Culturais Brasil-Europa: http://www.brasil-europa.eu


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