Ovidio no Mar Negro. BRASIL-EUROPA 134/4. Bispo, A.A. (ed.). Academia Brasil-Europa e ISMPS
Revista
BRASIL-EUROPA
Correspondência Euro-Brasileira©
Ovidio no Mar Negro. BRASIL-EUROPA 134/4. Bispo, A.A. (ed.). Academia Brasil-Europa e ISMPS
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Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 134/4 (2011:6)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
da
Organização Brasil-Europa de estudos teóricos de processos inter- e transculturais e estudos culturais nas relações internacionais (reg. 1968)
- Academia Brasil-Europa -
de Ciência da Cultura e da Ciência
e institutos integrados
© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2010 by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501
Doc. N° 2813
Fundamentos de edifícios de imagens e de interações de meios de expressão em perspectivas brasileiras e romenas
A lira nas trevas e o exílio de Ovidio no Mar Negro no patrimônio humanístico
Ciclo de estudos da A.B.E. da Transdanúbia/Dobrogea. Constanța, 2011
Em exposição de pintura e gráfica realizada no Museu Nacional de Arte da Romênia em Bucareste, no âmbito do Festival e Concurso Internacional "George Enescu", na sua vigésima edição, de 31 de agosto a 2 de outubro de 2011, tematizou-se a questão das interferências artísticas na música e na plastica romenas.
Esse evento não apenas possibilitou a consideração, no contexto específico das artes romenas de um complexo temático que vem sendo discutido em seminários e cursos no âmbito dos estudos euro-brasileiros. Êle trouxe também e sobretudo à consciência o significado relevante da Romênia para a consideração teórico-cultural do relacionamento entre as artes em geral.
Esse significado apenas pode ser avaliado se a atenção for dirigida aos processos culturais que se desenvolveram desde remota Antiguidade na área voltada ao Mar Negro que hoje integra a nação romena e que permitiram que esses territórios fossem associados a imagens que desempenham fundamental papel no edifício global das concepções do mundo e do homem que vem sendo estudado sob a perspectiva antropológico-cultural no âmbito da A.B.E..
Desenvolvimento dos estudos no contexto euro-brasileiro
No colóquio internacional de Antropologia Simbólica realizado em São Paulo, em 1998, as atenções foram dirigidas ao símbolo da lira na sua presença no partrimônio cultural "imaterial" do Brasil. Com base em trabalhos que remontam a 1974 e que tiveram continuidade em atividades posteriores e publicações, considerou-se a lira como paradigma de outros instrumentos a partir da tradição mitológica e de suas reinterpretações cristãs.
A lira está presente no Brasil não apenas de forma explicitamente personalizada em figura de pastorís das tradições de presépios natalinos, mas deve ser vista também, sob a perspectiva da simbólica organológica, como modêlo da viola e de instrumentos afins.
Na sua temática, o colóquio simbólico-antropológico e aqueles que o seguiram (1999, 2001, 2002, 2004) procuraram trazer à consciência o complexo de imagens no qual se insere a lira ou instrumentos similares, e que compreende não apenas o instrumento, mas, entre outros, aquele que a prepara, aquele que a toca cantando, assim como o próprio canto em si. Sob essa perspectiva, a atenção foi dirigida, sobretudo às tradições referentes às expressões festivo-religiosas de São Gonçalo do Amarante, que é representado como "violeiro" e santo protetor dos violeiros no Brasil.
Esse significado dessas expressões tradicionais sob o aspecto do estudo teórico-cultural da ordenação de imagens no edifício de concepções do mundo e do homem já havia sido reconhecido de forma na década de 70, tendo fornecido um dos principais motivos para a realização do Simpósio Internacional "Música Sacra e Cultura Brasileira", realizado pelo Govêrno do Estado de São Paulo e pelo instituto de pesquisas da organização pontifícia de Música Sacra, em 1981.
Lira, cantor e canto
Nos estudos da Antiguidade de orientação teórico-cultural e interdisciplinar, inaugurados em sessões de estudos euro-brasileiros em Berlim, Londres e Colonia, em 1974/75, tem-se considerado o significado fundamental imagológico da lira, "inventada" por Hermes/Mercúrio, como instrumento de Apolo. Este, passando de guia de bois a guia das musas, tornou-se o paradigma do cantor, do instrumentista, do músico e do poeta em geral, ou, mais ainda, dos cultores das múltiplas disciplinas do conhecimento, das ciências e das artes representadas pelas musas.
Essa abrangência das áreas disciplinares dirigidas por Apolo indicam que as designações de cantor, instrumentista ou guia de coreas são figurativas, ou seja, dizem antes respeito genericamente a uma faculdade do homem. Esta é aquela que possibilita o guiar das diferentes áreas do conhecimento e das artes, dependentes que são da capacidade humana do pensar, ou seja, de um pensamento iluminado.
O vínculo de Apolo com o sol sugere, porém, um problema do pensamento tematizado na linguagem das imagens: assim como o sol descreve uma trajetória durante o dia e o ano, cujo ápice é respectivamente o meio-dia e o solstício de verão (segundo o hemisfério norte), descreve, segundo remotas concepções geocêntricas, uma trajetória durante a noite e o ano, marcadas, nos seus pontos de mudança de direção, respectivamente pela meia-noite e pelo solstício de inverno.
Ao cair do sol, às 18 horas ou pelo equinócio de outono, o luminar do dia cai, segundo antigas concepções, nas águas do oceano, delas se levantando apenas na alvorada, às 6 horas da manhã ou pelo equinócio da primavera. O sol percorre, assim, longe da situação em que brilhava, uma região tenebrosa, sob as águas, período no qual, segundo a narrativa mitológica, Dionísio domina na terra envolta nas trevas da noite. Figurativamente, o cantor ou poeta, o guia das musas, desce das alturas a que pertence às profundezas, ou seja, a uma região em que se encontra em exílio. De guia das musas cai numa situação anterior, na realidade que havia sido superada ao ter recebido a lira de Mercúrio.
Essa situação surge como pior do que a original, pois agora, já tendo conhecido as alturas em que foi guia das musas, não encontra ouvidos. Acha-se degradado em região onde as disciplinas representadas pelas musas não são cultivadas e onde não há civilização, ou seja, em região inculta e bárbara. De uma terra marcada pelo cultivo, tal como a verdejante de fins da primavera e da repleta de frutas do verão, é exilado a uma região inculta, figurativamente àquela de vegetação cerrada, intranspassável de zonas inundadas.
A linguagem das imagens, expressando uma degradação da mente como guia das diferentes áreas do saber e das artes, indica um redirecionamento do pensar das alturas aos baixos, ou seja, da esfera elevada do pensamento abstrato de esfera reconhecida pelo intelecto àquele voltado para a realidade percebida pelos sentidos. Como o cantor era amado pelas musas, o seu canto era o de amor, e a região onde dominara nas alturas era marcada pelo amor. Correspondentemente, a região em que se degrada é caracterizada pelo oposto a essa situação, ou seja, pelo ódio e por guerras.
O autor do Ars Amantis no exílio do Ponto
Esse complexo de imagens, aqui tratado apenas de forma sumária e necessariamente imprecisa, permite uma aproximação teórico-cultural ao tratamento de um vulto da história e do patrimônio cultural da Humanidade que demonstra a relevância excepcional dos estudos relacionados com a atual Romênia: o poeta romano Publius Ovidius Naso (43 A.C. - 17 D.C.).
A sua estátua, à frente de monumental edifício do Museu de Etnografia, marca o centro velho da cidade de Constanța, a antiga Tomis, porto no Mar Negro, onde faleceu.
Hic ego qui iaceo tenerorum lusor amorum
Ingenio perii, Naso poeta, meo.
At tibi qui transis, ne sit grave quisquis amasti,
Dicere: Nasonis molliter ossa cubent. (Trist. 4.10.21)
Defronte a este monumento, o observador se conscientiza dos elos que vinculam a Romênia com a tradição humanística da Europa Ocidental e que foi de tanto significado para Portugal e para o Brasil.
Ovidio foi dos mais lidos e apreciados autores romanos na Idade Média e no Renascimento, trechos de suas obras, em particular das Metamorfoses, serviram, apesar das reservas morais que tiveram que enfrentar, como textos de aprendizado latino nas escolas jesuitas. Serafim da Silva Leite, na sua clássica História da Companhia de Jesus no Brasil, mencionou que estudantes brasileiros leram obras tais como as Epistulae ex Ponto do escritor romano (Serafim da Silva Leite, História da Companhia de Jesus no Brasil VII. Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1949, 151–2); tomaram conhecimento, assim, de fatos que se passaram na terra do exílio do escritor e que integram a atual Romênia. O significado de Ovidio nas antologias escolares dos Jesuítas no século XVI em Portugal foi novamente considerado em recente publicação (Agostinho de Jesus Domingues, Os clássicos latinos nas antologias escolares dos Jesuítas nos primeiros ciclos de estudos pré-elementares no século XVI em Portugal. Porto: Faculdade de Letras da Universidade, 2002, 16-17). Em número anterior desta revista, Leonardo F. Kaltner tratou do tema sob especial consideração de Anchieta (http://www.revista.brasil-europa.eu/123/Anchieta_leitor_de_Ovidio.html)
No ano 8 D.C., quando se encontrava na ilha de Elba, Ovidio tomou conhecimento da decisão do imperador Augusto (63 A.C.-14.D.C.) de exilá-lo em Tomis, no Mar Negro. Essa pena representou uma degradação. Ao contrário de punições mais graves, Ovidio pôde manter o seu patrimônio e a sua cidadania, ou seja, o seu local continuou a ser aquele do mundo cultural de Roma.
A razão desse exílio foi, segundo Ovidio, carmen et error, ou um "canto" e um êrro. Supõe-se que a sua Ars amatoria não tenha sido bem vista pelo imperador, que procurava restaurar conceitos tradicionais de casamento e família. Não tendo vivido em época tão intensamente marcada por lutas civis, Ovidio pertencia antes a um mundo marcada por modos de comportamento menos rígidos e mesmo frívolos. Nascido em família de posses, destinado a carreira de estado, dedicou-se à poesia, sendo mantido por um mecenas. A sua vida matrimonial foi marcada por instabilidade, casando-se três vezes.
Tratava-se, quanto ao canto antes daquele da beleza do visto ou do perceptível pelos sentidos, da terra ou mesmo de Venus; quanto ao êrro, não se sabe qual teria sido; quando o poeta diz ter visto coisas que não deveria ter visto, supõe-se tratar de um deslize moral de Iulia, neta de Augusto. Esse "ver o que não deveria ter visto" pode ser entendido talvez no sentido figurado de redirecionamento da atenção ou da mente dos altos da abstração à realidade visível ou perceptível sensorialmente.
O exílio de Ovidio assume um cunho tão acentuado de imagem que chegou-se a fazer a sugestão de não ter sido real, tendo o escritor apenas desempenhado um papel, criando uma situação. Antes, porém, dever-se-ia considerar os complexos relacionamentos entre imagem e realidade, entre inserção de realidades em edifícios de concepções a partir de determinadas perspectivas e, reciprocamente, de atualizações ou presentificações de imagens assim configuradas em situações reais.
Que o período de exílio em Tomis foi sentido como dura pena pelo poeta, isso o testemunha o conteúdo e denominação da sua obra Tristia. Apesar de ter procurado conseguir o beneplácito imperial para poder abandonar o exílio, não teve sucesso. Os lamentos de Tristia, que descrevem as duras condições de sua vida longe dos centros cultivados, oferecem dados a respeito de sua vida anterior. Sobretudo nas cartas do Mar Negro (Epistulae ex Ponto), o escritor demonstra o contraste entre a sua felicidade no passado e a sua infelicidade na situação do exílio em região inóspita, habitada por bárbaros sem cultura e civilização, constantemente ameaçada por guerras.
Região sob o domínio de Marte
Relevante menção que pode abrir caminhos para a compreensão da configuração de imagens em que se insere Tomis e a região Mar Negro em geral é aquela que Ovidio faz de Marte. Descrevendo a terra tomitica e os costumes sob o qual tinha que viver, menciona que a costa era mista de gregos e getos (dácios), entretanto, mais marcada pelos getos, que diz ser um povo sem paz: grupos de getos e sarmatas transitavam pelas vias a cavalo, todos com arcos e com projéteis envenenados. A voz e a face eram selvagens, não cortavam cabelos e barbas, sempre prontos a causar ferimentos com uma faca que cada bárbaro trazia pendurada ao lado. Ovidio via na aparência e no comportamento das pessoas a face de Marte. (Ovid: Werke, II ed. Liselot Huchthausen, Berlim e Weimar: Aufbau 4a.ed. 1992, 325-435, 7,27-58)
Para Ovidio, o local era odioso. Nada podia fazer naquelas regiões inóspitas, consolando-se com os estudos. Não podia haver no mundo lugar mais triste e desagradável. As pessoas não mereceriam o nome de homens, andavam com rancor, seriam mais do que lobos. Não havia respeito por leis, valendo o direito do mais forte, e o direito era imposto pela arma de guerra. Para o abrigo das intempéries usavam amplas calças e peles, e o cabelo pendia longo sobre as faces duras. Pouco havia de restos da língua grega, e o que restava encontrava-se barbarizado pelo som gético. Ninguém conhecia as mais comuns palavras em latim. Ele próprio, o cantor romano, já falava tão sarmático quanto eles. Reconhecia, com vergonha, que pelo pouco uso já não encontrava facilmente palavras em latim. Para não perder o uso do latim, falava consigo mesmo. Gastava assim o tempo, evitando pensar no seu destino.
A menção de Marte na descrição de Ovidio pode abrir portas à elucidação do contexto de imagens em que se inseria Tomis. As concepções de conotações negativas de Marte precisam ser diferenciadas daquelas do Marte a que os romanos prestavam particular culto, o Marte Ultor, que surgia como até mesmo como garantia da paz, e marcava um período ascendente de prosperidade ao Império (vide artigo sobre Tropaeum Traiani).
O Marte que marcava a feição de Tomis era aquele da guerra, de uma situação de decaimento, que levava à degradação da terra. Essa qualidade de Marte é compreensível a partir das suas origens como filho de Hera/Juno, resultado de seus cíumes e ódio relativamente à terra e aos seus filhos. A união de Marte e Venus, ambos presos por correntes de Vulcano, pode ser visto como imagem dessa situação desastrosa para a terra. A terra, porém, perde as suas qualidades, fertilidade e beleza quando é se transforma em lodo. Se a região habitada pelos dácios, trácios e outros povos era tão pródiga que até mesmo era denominada de "celeiro de Ceres", ela se apresentava, no Mar Negro, como que ameaçada de ser coberta pela água.
Significativamente, Ovidio menciona que escreveu a sua carta da região onde o Hister (Danúbio) se lançava à água do mar, lamentando estar em situação que representaria um somatória de sofrimentos. Desde que estava no Pontus, o Hister tinha gelado por três vezes, e o mar euxino havia também inundado por três vezes a terra. Encontrava-se exilado nas costas do mar que era chamado eufemisticamente de "hospedeiro", ou seja "o mar esquítio", e essas costas eram marcadas por horríveis guerras entre incontáveis povos que viviam do roubo. Ali não havia segurança alguma, e os fracos muros pouco protegiam a cidade.
Assim, raramente alguém ousava cultivar o campo, arando com uma mão e segurando com a outra uma arma. O burgo pouco oferecia em proteção e a tropa, constituída por gregos e bárbaros, não merecia confiança. Os bárbaros moravam misturados com a população; mesmo aqueles que diziam vir de cidade grega usavam calças do tipo persa. A comunicação se fazia apenas por gestos. Nessas condições, era êle o bárbaro, pois nínguém o compreendia, sendo o latim ridicularizado pelos getos. Êle teria merecido não gozar a vida cultivada de Roma, mas não tinha merecido estar naquele local terrível, em meio ao povo esquítio. Utilizando-se mais uma vez de uma imagem que cita um animal relacionado com Marte, diz que era a guerra o lobo que ameaçava o cordeiro.(ibidem 10,9-10,40)
Apesar de sua situação de exílio sentida como de sofrimentos, Ovidio assumiu posição de relêvo na sociedade de Tomis. Assim, de cantor-guia de musas tornou-se apenas guia de bárbaros, quase que irracionais segundo a sua descrição. Também aqui, assim, o estudioso é tentado em ver na sua vida uma atualização do tipo de Apolo decaído das alturas às regiões das trevas sob as águas, do sol na noite ou no período do ano de noites mais longas do que os dias. O problema, a razão do exílio deve ser visto em sentido figurado no canto em inadequação ao sentido da lira.
Essas aproximações ao contexto de imagens em que se insere o exílio de Ovídio possibilitam também uma nova perspectiva para a compreensão do interesse pela sua obra e pelo seu vulto através dos séculos no humanismo cristão. Essas imagens possuem a sua correspondência nas narrativas bíblicas, seja aquelas da Humanidade anterior ao Dilúvio, seja nas descidas ao Egito.
Da vida posterior da imagem do exílio na região dos escítios: o Romantismo
Uma particular consideração merece o significado do exílio de Ovídio no século XIX, época de surgimento do estado da Romênia a partir da união do Moldau com a Valáquia. Essa união, produto do movimento de valorização do idioma romeno, foi acompanhada por uma reconscientização do passado romano da região, fundamentado a sua identidade relativamente às culturas eslavas, búlgaro-turcas e austro-húngaros. Nesse intento, o movimento romaniano foi apoiado e estreitamente vinculado à França. (vide outros artigos, nesta edição)
Que Ovidio no exílio do Mar Negro possuia o cunho de imagem, isso o testemunha a obra dedicado ao tema do escritor em meio aos escítios de Eugène Delacroix (1798-1863). Essa pintura, por sua vez, forneceu impulsos literários, marcando o topos da vida de um poeta no exílio, como tratada por Charles-Pierre Baudelaire (1821-1867).
A rainha dos romenos como "Carmen Silva" na terra de Ovidio
No contexto dessas considerações, surge à nova luz a vida e a obra da rainha da Romênia, que se tornou conhecida como escritora e poetisa sob o pseudônimo de Carmen Silva: Princesa Elisabeth zu Wied (1843-1916).
Nascida na Alemanha, em família de elevados interesses culturais - e com vínculos históricos com o Brasil -, o fato de viver na terra de Ovidio foi por ela explicitamente tematizado. O seu pseudônimo manifesta o seu intento de integração, sinalizando adotar um nome correspondente à tradição latina do movimento do romanianismo. Ao mesmo tempo, porém, sugere uma imagem que relaciona canto e floresta. Até hoje não se analisou suficientemente os elos de sua auto-imagem com aquela do antigo cantor na região das trevas do Mar Negro.
Círculo de estudos sob a direção de
Antonio Alexandre Bispo
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Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A. "Fundamentos de edifícios de imagens e de interações de meios de expressão em perspectivas brasileiras e romenas. A lira nas trevas e o exílio de Ovidio no Mar Negro no patrimônio humanístico". Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 134/4 (2011:6). http://www.revista.brasil-europa.eu/134/Ovidio-no-Mar-Negro.html
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