Bispo, A.A..Terra de Santa Cruz e a cruz na Índia- Coonan Cross. Revista BRASIL-EUROPA 131/3. Academia Brasil-Europa e ISMPS





Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 
Santa Cruz. Cochim. Foto A.A.Bispo

A catedral-basílica de Santa Cruz, em Cochim, elevada a Basílica pelo Papa João Paulo II, em 1984, não pode deixar de ser considerada nos estudos histórico-culturais em contextos globais, em particular sob o aspecto das relações entre o Oriente e o Ocidente.


O seu significado, porém, não é imediatamente percebido por aquele que a visita. A atual construção, consagrada a 19 de novembro de 1902, surge, à primeira vista, como sendo sem maior interesse para um observador que espera encontrar uma arquitetura com características denotadoras de um contexto cultural  local ou regional. O seu projeto remonta à época do bispo Dom Gomes Ferreira que, em 1887, promoveu a sua edificação no local da antiga igreja, demolida quando da tomada de Cochim pelos ingleses, em 1795.


Apesar das suas dimensões e de suas qualidades construtivas, o edifício, no seu exterior, surge como por demais fiel a modêlos europeus de fins do século XIX. Apenas o seu interior sugere, no uso de ornamentos de ferro e no colorido de suas pinturas e de coberturas ornamentais de cerâmica uma especificidadade que se manifesta antes na forma de execução e na realização de padrões assimilados.


Santa Cruz. Cochim. Foto A.A.Bispo
Questões do olhar a arquitetura. Reflexões a partir do ouvir


Aquele que está familiarizado com a discussão relativa à música sacra da antiga Índia Portuguesa, que vem chamando a atenção aos aspectos culturais diferenciadores da prática de execução e da realização sonora de formas recebidas da tradição musical do Ocidente, procura ver, nessa impressão causada pelo interior da catedral de Santa Cruz, um equivalente arquitetônico e artístico ao fenômeno músico-cultural.


Percebe que a apreciação adequada das expressões artísticas exigem, em situações marcadas por complexos processos culturais seculares como aqueles colocados em vigência pelos portuguêses na Índia do século XVI critérios mais sensíveis de análise, voltados antes a interpretações e reinterpretações, a formas de expressão e realização.


Assim como a antiga prática coro-orquestral cultivada através dos séculos nas igrejas da Índia não deveria ser vista simplesmente como exemplo de transplantação colonial a ser superada, insuficientemente assimilada pelo fato de ser alienígena, ecleticista ou híbrida, mas sim apreciada nas qualidades diferenciadoras manifestadas na sua realização sonora, também as qualidades espaciais e visuais de uma igreja como a de Santa Cruz de Cochim mereceriam ser apreciadas segundo os seus próprios critérios.


Como um registro de execução orquestral segundo a tradição indo-ocidental soa como sendo insólito, pouco preciso e mesmo "desafinado" a ouvidos europeus, um interior como o da igreja de Santa Cruz causa estranheza se apreciado segundo critérios convencionais do Ocidente.


Ainda que a procura de critérios adequados de apreciação não represente tarefa fácil para os estudos estéticos em contextos inter-e transculturais, impõe-se a necessidade de um aguçamento da sensibilidade para a percepção e a valorização dessas qualidades diferenciadoras menos evidentes de expressões culturais resultantes de processos receptivos.


A destruição de características de expressão inseridas em desenvolvimentos históricos seculares significa não apenas o fim de tradições e consequentemente a interrupção de continuidades, mas sim também o de possibilidades de desenvolvimentos internas de processos culturais. A procura de recuperação de supostas situações originais levou não apenas no Ocidente à desvalorização de formas de expressão do século XIX.


Também na Índia constata-se a ação de concepções neo-historicistas que se manifestam na retirada de revestimentos, ornamentações e pinturas internas de igrejas. Os grandes monumentos de arquitetura religiosa de Goa apresentam, hoje, o despojamento, a pureza, a simplicidade nobre que as valorizam aos olhos ocidentais. É nesse contexto que a igreja de Santa Cruz de Cochim se sobresai como um dos já poucos exemplos de arquitetura eclesiástica que permitem a apreciação de expressões e desenvolvimentos artístico-culturais do século XIX e início do XX na Índia de cultura católica.


Coonan Cross. Cochim. Foto A.A.Bispo


Coonan Cross. Cochim. Foto A.A.Bispo
Continuidades e descontinuidades: diferentes referenciações em instituições


A igreja de Santa Cruz de Cochim pode ser ponto de partida para considerações relativas às complexas relações entre continuidades e descontinuidades na história e os múltiplos referenciais na memória da comunidade cristã da Índia.


Os vínculos com Portugal mais recentes se manifestam no oratório externo dedicado a Nossa Senhora de Fátima, lembrando a visita da sua imagem a Cochim, em 1949. Em edifício adjunto à igreja, ao lado de outras instituições, tem a sua sede uma sociedade que traz o nome de Fátima.

A igreja abriga um Sodalício de Nossa Senhora de Fátima na tradição portuguesa, relacionado com um Sodalício de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, para os anglofones, além de uma legião de Maria.

Coonan Cross. Cochim. Foto A.A.Bispo

Essas entidades marianas trabalham juntamente com a Sociedade de São Vicente de Paulo/Conferência Santa Cruz, com a Ordem Terceira Franciscana, relacionada no passado com a Liga Missionária Cherupushpa, A Associação Católica Latina de Kerala, o Movimento Juvenil Católico de Kerala, o Conselho da Associação Católica de Mulheres, a Sociedade de Desenvolvimento Integrado de Mulheres, além de associações corais, o Our Choir, anglofone, o Tarana, Gloria Choir e o Coro da Basília, para cantos da tradição latina.


Também na parte exterior da igreja, ao lado do seu coro, em inscrições, antigos membros da comunidade, de ascendência inglêsa ou portuguesa, conservaram restos da construção secular substituída pela atual igreja. São essas relíquias que trazem á consciência o passado mais remoto do templo e dirigem a atenção a seu significado na história da administração eclesiástica no âmbito da expansão mundial do Catolicismo com os descobrimentos portugueses.


Capela da fortaleza de Cochim e a sua dedicação a São Bartolomeu


A história da igreja de Santa Cruz remonta aos primeiros anos da presença portuguesa em Cochim. Os primeiros religiosos, vindos com Pedro Álvares Cabral, celebraram inicialmente em oratório particular e, posteriormente, em igreja de madeira levantada na fortaleza e dedicada a São Bartolomeu. A igreja de Santa Cruz foi a primeira construção de pedra da localidade.


Em 1503, Alfonso de Albuquerque recebeu a permissão para construir um forte na embocadura do rio. Foi no interior desse forte, edificado com troncos de palmeira presos com armações de ferro, é que se edificou a igreja de madeira, primeiramente dedicada a São Bartolomeu.


De um documento datado de 9 de setembro de 1511 tem-se conhecimentos dos objetos existentes para serviço da capela da fortaleza de Cochim feita por Lopo Fernandez a 10 de fevereiro de 1511. Muitos objetos já se encontravam danificados ou enferrujados. Entre eles um sino que estava no castelo que servia na vigia,  três retábulos, um de Deus Padre e dois de Nosso Senhor Crucificado, oito livros de igreja, a saber tres grandes de canto e três missais e dois batistérios, duas campanhias pequenas, uma roda de campainhas copm onze peças, um sino grande, toalhas de Flandres para o altar (Documentação para a História das Missões do Padroado Português do Oriente: India, coligida e anotada por António da Silva Rego I (14599-1522): Lisboa 1991, págs. 124129, documento 49)


Uma questão que não tem recebido a suficiente atenção é o fato de ter sido a capela da fortaleza de Cochim dedicada a São Bartolomeu (Veja: http://www.revista.brasil-europa.eu/130/Sao_Bartolomeu_na_Alemanha_e_em_Portugal.html). Essa invocação, porém, indica que os portugueses procuraram inserir o seu empreendimento na Índia em antiga tradição. Já possuiam, assim, antes de terem encontrado os "cristãos da Índia" ou de S. Tomé, conhecimentos de uma cristianização da Índia à época dos apóstolos. A tradição de um apostolado de São Tomé era viva entre os cristãos de Kerala, não havendo a memória de uma atuação de São Bartolomeu.


Segundo interpretações dos estudiosos que defendem a atividade missionária de S. Bartolomeu na Índia, este teria curado a filha doente mental de Pulumavi, levando à conversão dessa autoridade e do seu irmão. Este último era o chefe de Paithan, e Pulumavi o governador da província de Kalyan, que seria a India Felix dos antigos escritores. Segundo alguns, o apóstolo, recusando a abandonar a fé cristã, foi flagelado em Kalyan, em Maharastra, a 24 de agosto do ano de 62 AD, sendo o seu corpo atirado ao rio em Kalyan. Retirado por pescadores, o corpo foi enviado a Albanopolis na Armenia, daí mais tarde a Roma.


Segundo outra opinião, São Bartolomeu partiu em vida de Kalyan à Armenia, tendo sido ali martirizado em Hierapolis, a 24 de agosto de 90 AD. Os antigos escritores cristãos referiram-se a São Bartolomeu na Índia: Eusebius de Caesaria, tratando de St. Pantaenus, menciona que o apóstolo ali teria deixado o evangelho de S. Mateus em versão hebraica; S. Jerônimo, cita que atuara na Citerior India, martirizado pelo rei Astriges, possivelmente Aristakaran; S. Clemente de Alexandria, também tratando de St. Pantaenus, também afirma que partiu para a India.


Para o esclarecimento dessa questão, surge como necessário identificar geograficamente de forma mais precisa o que os antigos autores entendiam sob India Felix. O pesquisador indiano Fr. Cosme José Costa discute as diferentes propostas de solução da questão relativa a uma possível atuação apostólica de Bartolomeu. (Apostolic Christianity in Goa and in the West Coast, Pilar Goa: Xaverian Publication Societa, 2009). Toma aqui uma posição distinta de Albrecht Dihle, que propôs que os cristãos encontrados por Pantaenus seriam descendentes dos conversos por Bartolomeu. Ao chegaram missionários sírios de Edessa, com as Atas Apócrifas de S. Tomé, teriam êles transmitido aos cristãos nativos a lenda da evangelização da India por S. Tomé; assim, Bartolomeu seria o verdadeiro apóstolo da Índia ("Neues zur Thomas-Tradition", Jahrbuch für Antike und Christentum 6, 1963, 54-70). Para José Costa, essa hipótese não pode ser aceita, considerando-se a documentação do apostolado de Tomas existente em Kerala. Entretanto, poder-se-ia aceitar que os cristãos encontrados por Pantenus teriam sido os cristãos de S. Bartolomeu se a India Felix for identificada com a região de Kalyan.


Com a construção de um novo assentamento, com casas sólidas, permitida ao Vice-Rei D. Francisco de Almeida, em 1506, edificou-se a igreja como primeira das construções, ao lado das fortificações.


A construção de uma igreja solidamente construida foi resultado de exigências culturais. Se os nativos moravam em casas de madeira, cobertas de palha, mas possuiam templos de pedra, os cristãos não podiam emprestar menor importância a seu local de culto. Tratou-se, assim, de uma questão de auto-consciência e de auto-afirmação, de imagem e de poder, uma primeira expressão da necessidade de adaptação a exigências locais. Essa construção pode ser considerada, assim, como um marco para os estudos de mecanismos adaptativos dos europeus na Índia. Serve para corrigir a noção de que a adaptaçao - e a "acomodação" religioso-cultural - no Oriente deu-se com primordialmente através da integração de elementos das tradições nativas no culto e nas expressões culturais. Pelo contrário, foi resultado muitas vezes de exigências de representação, levando à acentuação de expressões, da solenização, do aparato e pompa.


Para a sua construção, Afonso de Albuquerque usou de meios tirados de taxas impostas a fidalgos (José Manuel Correia, "Evangelização portuguesa em Cochim nos séculos XVI e XVII", Congresso Internacional de História: Missionação Portuguesa e Encontro de Cultura, Actas, II,África Oriental, Oriente e Brasil, Braga: 1993, 271-284, 273).


A obra de construção da igreja de Santa Cruz prolongou-se por vários anos; em 1514 ainda nada havia. O impulsionador das obras teria sido Frei Domingos de Souza, vigário geral da Índia. Planejava-se uma igreja com três naves com cruzeiros, três capelas com abóbada, coro sobre a porta de entrada e torre com sinos. Em 1518, Pe. Sebastião Pires escrevia ao rei solicitando livros de canto, vestimentas, retábulo.


Diocese de Cochim: desmembramentos eclesiásticos com relação à esfera atlântica


A ereção da diocese de Cochim deve ser considerada no contexto da organização eclesiástica em dimensões mundiais. Com a expansão da ação cristã e o surgimento de comunidades nas várias partes do mundo, a sua administração exigiu contínuos desmembramentos jurisdicionais.


A criação da diocese de Cochim resultou do desmembramento da diocese de Funchal, na Madeira. Esta, que possuia a jurisdição sobre a imensa área das regiões atingidas pelos portugueses, sendo elevada a arquidiocese, em 1534, teve a sua esfera de ação reduzida com a criação de outros bispados. O desmembramento da diocese de Goa daquela de Funchal, tornando-se primaz das Índias, foi acompanhada pela ereção dos sufragâneos Malaca e Cochim. Por bula de 1 de fevereiro de 1558, criou-se o bispado de Cochim, passando a êle pertencer a região da Índia que ia da Costa do Malabar à oriental até Birma.


A igreja de Santa Cruz de Cochim foi elevada a catedral. Nela foram instituidas as dignidades de deão, arcediago, chantre, mestre-escola, tesoureiros e doze cônegos. Segundo o sistema do Padroado Português, esses religiosos eram pagos a partir dos rendimentos da feitoria, da alfândega e da fortaleza. O rei de Portugal apresentava o nome do bispo a ser nomeado por Roma, além dos nomes dos demais cargos a serem propostos ao bispo.


A primeiro bispo de Cochim foi nomeado um dominicano, D. Jorge Temudo, em 1558, passando após alguns anos à arquidiocese de Goa. Cochim passou a ser quase que passagem preparatória para o arcebispado de Goa, local onde os prelados ganhavam a experiência necessária da situação indiana e da política eclesiástica.


A veneração à Santa Cruz no Brasil e na Índia


As dedições das igrejas de Cochim sugerem uma coerência teológica para além de possíveis motivos circunstanciais. Após ter-se dedicado a primeira capela, a da fortaleza, a um Apóstolo - São Bartolomeu -, seguiu-se a primeira igreja solidamente construída, a de Santa Cruz, assim como a dos Franciscanos, dedicada ao santo português Santo Antonio.


A igreja de Santa Cruz de Cochim pode ser vista como um manifesto testemunho da veneração da Santa Cruz na cultura portuguesa à época dos Descobrimentos. Não se pode esquecer que o Brasil, cujos descobridores exerceram papel fundamental no início da comunidade cristã de Cochim, foi designado como Terra de Vera Cruz.


Assim como no Brasil, expressões da veneração de Santa Cruz permaneceram particularmente vivas através dos séculos em Cochim. Esse significado da veneração da Cruz na cultura portuguesa indica uma orientação do espiritualidade ao mistério da Morte e Ressurreição. Significativamente, práticas da Semana Santa, em particular as suas procissões, permaneceram através dos séculos como principais manifestações da cultura religiosa de Cochim. Nesse contexto, cumpre salientar a tradição da Verônica, documentada na pintura mural da igreja de Santa Cruz.


Igreja de Santa Cruz de Mattancherry e o Juramento da Cruz (Coonan Cross) dos Cristãos de São Tomé


Para os estudos de processos de transformação cultural, assume particular significado o "juramento da cruz" de Cochim, ocorrido em 1653, apenas dez anos antes da tomada de Mattancherry pelos neerlandeses. 


A capela dedicada à Santa Cruz em Mattancherry remonta a 1550. Em 1653, ali se reuniram Cristãos de São Tomé, onde se decidiram reatar os seus elos com a tradição eclesiástica oriental, de Antioquia ou Babilonia, interrompendo assim o processo de união com a Igreja Católica Romana.


Tratou-se de uma atitude reativa causada por uma crescente latinização do Cristianismo indiano remontante, segundo a tradição, a São Tomé. Essa latinização havia sido intensificada pelos jesuítas. Expressão maior desse processo unificador foi o Sínodo de Diamper, em 1599, sob o Arcebispo D. Aleixo de Menezes. Com a nomeação de bispos latinos, jesuitas, procedia-se à latinização da hierarquia, afastando de forma sensível os cristãos de São Tomé de seus elos com a tradição oriental. Esse processo não representava apenas uma questão de administração eclesiástica; tinha dimensões culturais mais profundas, uma vez que significou uma mudança de referenciais nos elos históricos, com consequências para a consciência própria de identidade dos cristãos indianos. Somente a partir desse significado mais amplo é que se compreende o movimento reativo que levou a pedidos de auxílio dos cristãos locais àqueles do Oriente e ao envio de um emissário pelo Patriarca de Antioquia.


A atitude reativa atingiu o seu ponto culminante no juramento da cruz em Mattancherry sob complexas circunstâncias históricas. O bispo sírio Ahatallah teria sido impedido pelos portugueses em 1652 ao chegar em Mylapore, que proibiram ao arquidiácono de com êle se encontrar. Um grupo de cristãos de S. Tomé dirigiram-se então à Cruz Coonan, nela amarraram uma corda, e nela simbolicamente segurando, fizeram o juramento. Seguiu-se a nomeação episcopal do arquidiácono Thomas Mar Thomas I, o que exigia uma sagração canônica a posteriori. Com a conquista de Cochim pelos neerlandeses, em 1663, Mar Thomas I dirigiu-se ao Patriarca de Antioquia, pedindo a sagração episcopal. Esse ato foi possibilitado pelo emissário do Patriarca de Antioquia, Mar Gregorios Abdul Jaleel.


Esses cristãos reunidos em Mattancherry passaram assim a vincular-se à tradição sírio-ocidental, submetendo-se ao Patriarca jacobita de Antioquia. Supõe-se que, com essa vinculação, tivessem não apenas abandonado os elos com a Igreja Romana, mas sim que também tivessem modificado os seus antigos vinculos, que teriam sido antes sírio-orientais. Os cristãos de São Tomé que mantiveram-se unidos a Roma, com rito sírio-oriental, constituiram um "partido velho" (Pazhayakuttukar), enquanto que ao "novo" passaram a fazer parte aqueles que se submeteram ao Patriarca sírio-ocidental (Puthankuttukar). Em 1771, os bispos de Antioquia Mar Gregorios e Mar Ivanios consagraram Mar Thomas VI, que tornou-se Metropolita, cabeça dos cristãos de São Tomé denominados de Malankaras.


Apenas com o afastamento dos Jesuitas e o envio de Carmelitas italianos é que parte dos cristãos de São Tomé que haviam reagido contra a excessiva latinização retornaram ao Catolicismo Romano, levando à atual Igreja católica sirio-malabar. O seu centro eclesiástico, Angamaly, foi dirigido em geral por vicários apostólicos enviados pela Propaganda Fide.


Em placa fixada à porta da pequena igreja, veem-se inscritos a data de sua ereção, em 1550, e do 3 de janeiro de 1653, o dia do "juramento" dos Cristãos de São Tomé. Foi renovada em memória de V. T. Joseph e consagrada a 4 de janeiro de 2008 pelo Dr. John Thattumkal, bispo de Cochim. Ao lado da antiga capela encontra-se uma igreja adjacente, cuja pedra fundamental foi lançada em 7 de março de 2003, tendo sido consagrada a 25 de abril de 2004 pelo bispo Dr. John Thattumkal de Cochim. Foi dedicada à Arquidiocese de Colonia, Alemanha, pelas Irmãs de São Pedro Claver, do Canadá e de devotos locais.








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Indicação bibliográfica para citações e referências:


Bispo, A.A (ed.).. "O Brasil como "Terra de Santa Cruz" e a veneração da cruz na Índia o juramento da Coonan Cross de Cochim como reação à latinização". Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 131/3 (2011:3). http://www.revista.brasil-europa.eu/131/Cochim_Santa_Cruz.html



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Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 131/3 (2011:3)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
da
Organização Brasil-Europa de estudos teóricos de processos inter- e transculturais e estudos culturais nas relações internacionais (reg. 1968)
- Academia Brasil-Europa -
de Ciência da Cultura e da Ciência

e institutos integrados

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2010 by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2742



O Brasil como "Terra de Santa Cruz" e a veneração da cruz na Índia
o juramento da
Coonan Cross de Cochim como reação à latinização


Trabalhos da A.B.E. pelos 500 anos da conquista de Goa por Afonso de Albuquerque.
30 anos do Simpósio Internacional "Música Sacra e Cultura Brasileira" e 20 anos de sessão acadêmica na Universidade Urbaniana em Roma. Catedral de Santa Cruz, Cochim, e igreja da Coonan Cross


 







Fotos A.A.Bispo
©Arquivo A.B.E.

 

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