1. Aufzählungszeichen"Memória da África?" Problemas de fontes do passado totalitário. Revista BRASIL-EUROPA 130/17, Bispo, A.A. (Ed.). Academia Brasil-Europa. Organização de estudos culturais em relações internacionais

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  3. A.B.E.

  4. Grevelsberg. Foto A.A.Bispo

Revista

BRASIL-EUROPA

Correspondência Euro-Brasileira©

 

Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 130/17 (2011:2)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
da
Organização Brasil-Europa de estudos teóricos de processos inter- e transculturais e estudos culturais nas relações internacionais (reg. 1968)
- Academia Brasil-Europa -
de Ciência da Cultura e da Ciência

e institutos integrados

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2010 by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2731


Grevelsberg. Foto A.A.Bispo


"Memória da África?"
Significado e problemas  de fontes fotojornalísticas do passado totalitário
nos estudos das relações Portugal-África
75 anos de "Aventuras e Experiências em Angola" de Willem Jaspert (1901-1941)


"Memória da África?", ciclo de estudos Portugal-África-Alemanha-Brasil da A.B.E. na região Ennepe-Ruhr pelos 125 anos da elevação a cidade de Grevelsbert, local de nascimento de Willem Jaspert


 

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Grevelsberg. Foto A.A.Bispo

Grevelsberg. Foto A.A.Bispo

Grevelsberg. Foto A.A.Bispo

Grevelsberg. Foto A.A.Bispo

Grevelsberg: arte no espaço urbano. Fotos A.A.Bispo, arquivo A.B.E.

 
Grevelsberg. Foto A.A.Bispoaa

O estudo das relações Portugal-África na primeira metade do século XX exige, para ser conduzido adequadamente, a consideração de contextos internacionais mais amplos, em particular daqueles que relacionam Portugal com a Alemanha. Somente assim pode-se compreender o significado transcendente dessas relações para a própria história disciplinar dos estudos dedicados ao mundo de língua portuguesa. (Veja Tema em Debate nesta edição)


A intensificação desses estudos e mesmo a institucionalização dos estudos brasileiros e portugueses na Alemanha na década de trinta, demonstram, na sua inserção em desenvolvimentos políticos, a necessidade de particular consideração de questões relacionadas com a África portuguesa também sob a perspectiva do Brasil.


Por essa razão, a A.B.E. e os institutos a ela integrados vem se dedicando há décadas à atualização teórica dos estudos das relações culturais Portugal-África através de considerações mais cuidadosas da própria história desses estudos, ou seja, unindo estreitamente e reciprocamente estudos culturológicos com aqueles da própria ciência (science of science).


O interesse alemão por questões relativas à África portuguesa da década de 30 apenas pode ser explicado pelo significado de problemas relativos à política colonial na Alemanha e em Portugal (Veja outros artigos nesta edição).


A relevância política dessas questões e as características das concepções de formação, informação e instrução popular do regime nacionalsocialista explica a inclusão de artigos relativos às antigas colonias portuguesas na África em órgãos de grande divulgação. É tarefa daquele que hoje relê essas publicações tentar comprender as razões político-culturais que justificaram um tal interesse pela África portuguesa.


Esses textos, assim, não podem ser considerados acriticamente como subsídios à história ou à "memória da África" no sentido superficial do termo, mas antes à memória da própria Europa nas suas relações com questões coloniais, em particular africanas. Para além de todo o interesse documental que possuem, devem ser lidos na inserção histórico-cultural adequada de seus autores e da função dos órgãos que os publicaram.


W. Jaspert

Um exemplo: Willem Jaspert. Pelos 125 anos de elevação a cidade de Gevelsberg


Um dos autores que merecem ser relembrados no corrente ano de 2011 é Willem Jaspert, autor de relatos de viagens e de romances, nascido em Gevelsberg, cidade da Vestfália.


A passagem dos 125 anos da elevação à cidade de Gevelsberg torna oportuna a lembrança de seu nome. Apesar de pequena, Gevelsberg destaca-se hoje pela sua significativa vida cultural e musical. É uma cidade marcada por obras de arte contemporânea no seu espaço urbano.


Para a comemoração dessa data, desenvolveram-se pesquisas históricas locais que levaram à organização de uma edição comemorativa. Nessa coletânea, o período que vai de 1919 a 1933, ou seja, de fins da Primeira Guerra até a tomada de poder dos nacionalsocialistas foi tratado pelo pesquisador local Friz Sauer. (125 Jahre Stadt Gevelsberg. Von Engelbert zum Ennepebogen - Geschichte und Geschichten unserer Stadt, ed. Cidade de Gevelsberg, 2011)


Um contexto histórico marcado por inflação, por dificuldades econômicas, por desemprêgo e pela propagação de idéias nacionalsocialistas permite que se compreenda alguns traços da vida e das atividades de Jaspert, embora ainda pouco estudadas.


Assim, entende-se que a sua experiência na África foi feita como viajante sem maiores meios financeiros, tendo que ali procurar trabalho para sustentar-se. A visão que oferece de Angola é sobretudo a de um homem audacioso que procurou oportunidades de vida nos empreendimentos de exploração e desenvolvimento que tornavam promissora aquela colonia portuguesa. Os seus textos adquirem, assim, interesse histórico-cultural em si, como testemunho de uma situação e como voz de um europeu que atuou como trabalhador na África.


Em 1926/27, Jaspert realizou uma expedição na África que ficou designada com o seu nome, publicando o seu relato, em 1929, como "aventura africana" (Afrikanisches Abenteuer, Auf der Walz durch Urwald, Sumpf und Steppe, Erlebnisse der Jaspertschen Afrika-Expedition 1926/27, Minden: Köhler 1929).


Um ano depois, nesse mesmo sentido de divulgação popular, publicou "O mistério do continente negro" (Das Geheimnis des schwarzen Erdteils, Berlim: Hobbing 1930). Também em 1930 apresentou o seu estudo sobre os grupos étnicos de Angola Central (Die Völkerstämme Mittel-Angolas, Frankfurt/M: Baer 1930).


Uma obra da qual não se conhece a data de publicação é aquela em que descreve a sua experiência como maquinista de locomotiva na África. (Als Lokomotivführer durch Afrika)


O seu nome foi conhecido na década de trinta também pelos seus romances (Der Löwenbund, 1933; Der Gespensterhoffmann: E.T.A. Hoffmanns romantische Lebensgeschichte, Berlim: Siegismund 1939).


No período da Guerra, publicou literatura de recreação para soldados (Kuddelmuddel: Lose Blätter aus vergilbten Akten, Poesiealben (...), Deutsche Soldatenbücherei, 1940; Olle Kamellen: 200 Anekdoten von berühmten Leuten, Königen und Kaisern, Berlin: Siegismund 1941).


Com amplos conhecimentos de línguas, traduziu do bantu, português, além do inglês, francês e tcheco.


No âmbito da literatura de viagens, Jaspert não se destacou apenas pelos relatos de suas experiências africanas. Tornou-se conhecido também por uma publicação sobre a Irlanda (Irland, Berlim: Siegismund 1939). A inserção política de suas publicações pode ser avaliada no fato de que o seu romance sobre as lutas de libertação da Irlanda foi incluído na lista dos livros a serem excluídos das bibliotecas alemãs após o término da Guerra (Der zunehmende Mond: Der Tatsachenroman vom irischen Freiheitskampfe, Berlim: Siegismund 1941).


Textos praticamente esquecidos de Willem Jaspert são aqueles que relatam as suas aventuras e experiências em Angola na revista Durch alle Welt. (Veja artigo a respeito desse órgão em número anterior desta revista)


Todo um número dessa revista, o de março de 1936, esteve sob o signo de Angola, sendo ilustrado, na sua capa, com uma imagem do cume no planalto de Benguela denominado em alemão "Die grosse Kurfürst".


Esses textos, partes de um só artigo, assumem interesse sob diferentes aspectos. Oferecem dados de interesse histórico-cultural para Angola, para o estudos de colonos alemães em Angola e de colonos vindos do Sul da África no país, contendo informações de interesse etnológico.


As várias partes desse trabalho são, assim, consideradas nesta edição separadamente. (Veja os artigos respectivos)



Sinopse como ponto de partida para os trabalhos do ciclo de estudos "Memória da África?" realizado pela A.B.E.




Indicação bibliográfica para citações e referências:
Bispo, A.A.."'Memória da África?'. Significado e problemas  de fontes fotojornalísticas do passado totalitário nos estudos das relações Portugal-África. 75 anos de 'Aventuras e Experiências em Angola' de Willem Jaspert (1901-1941)". Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 130/17 (2011:2). http://www.revista.brasil-europa.eu/130/Memoria_da_Africa.html


  1. Observação: o texto aqui publicado oferece apenas um relato suscinto de trabalhos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui aparato científico. O seu escopo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição e o índice geral da revista (acesso acima). Pede-se ao leitor, sobretudo, que se oriente segundo os objetivos e a estrutura da Organização Brasil-Europa, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral e de onde poderá alcançar os demais ítens relativos à Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência (culturologia e sociologia da ciência), a seus institutos integrados de pesquisa e aos Centros de Estudos Culturais Brasil-Europa: http://www.brasil-europa.eu


  2. Brasil-Europa é organização exclusivamente de natureza científica, dedicada a estudos teóricos de processos interculturais e a estudos culturais nas relações internacionais. Não tem, expressamente, finalidades jornalísticas ou literárias e não considera nos seus textos dados divulgados por agências de notícias e emissoras. É, na sua orientação culturológica, a primeira do gênero, pioneira no seu escopo, independente, não-governamental, sem elos políticos ou religiosos, não vinculada a nenhuma fundação de partido político europeu ou brasileiro e originada de iniciativa brasileira. Foi registrada em 1968, sendo continuamente atualizada. A A.B.E. insere-se em antiga tradição que remonta ao século XIX.


  3. Não deve ser confundida com outras instituições, publicações, iniciativas de fundações, academias de letras ou outras páginas da Internet que passaram a empregar designações similares.