Católicos no Havaí e Damian De Veuster. Revista BRASIL-EUROPA 126. ACADEMIA BRASIL-EUROPA. Bispo, A.A. (Ed.) e Conselho Especializado. Organização de estudos culturais em relações internacionais

 
 

Por motivo da passagem dos 25 anos de oficialização alemã do Instituto de Estudos da Cultura Musical do Mundo de Língua Portuguesa (SP 1968), realizaram-se trabalhos no Havaí referentes a questões culturais de imigrantes e descendentes de portugueses no arquipélago. Com esses trabalhos, o ISMPS pretendeu salientar um de seus principais objetivos, ou seja, o de considerar questões lusológicas mesmo em contextos não marcados pela lusofonia (Veja Tema em Debate, nesta edição).


Um dos principais fatores diferenciadores da cultura dos imigrantes portugueses e grande parte de seus descendentes diz respeito à sua Catolicidade, uma vez que foram confrontados com uma sociedade determinada pela formação missionária de congregacionalistas inglêses e norte-americanos e pelo apoio ao Anglicanismo da família real. O Catolicismo contava com uma história particularmente difícil no Havaí.


O ISMPS retomou, com esses trabalhos in loco, sob novas perspectivas atualizadoras, estudos desenvolvidos pelo Instituto de Estudos Hinológicos e Etnomusicológicos (Institut für hymnologische und musikethnologische Studien) da organização pontifícia de música sacra, desenvolvidos de 1977 a 2002 sob a direção do editor desta revista.


A imigração lusa, principalmente das ilhas atlânticas, representou uma nova fase na história do Catolicismo no Havaí. Trouxe um aumento considerável de fiéis e uma intensificação da vida religiosa, determinando reorientações e novos desenvolvimentos. A língua portuguesa passou a ser estudada pelos religiosos, a ser utilizada em pregações, no ensino religioso e em cantos comunitários. Os imigrantes trouxeram sobretudo consigo formas tradicionais de culto a santos e expressões lúdicas desconhecidas não só dos havaianos não católicos como também de missionários provenientes de outros contextos culturais.


Os novos impulsos causados pelo aumento do significado do Catolicismo no Havaí teve repercussões amplas, e a história da Igreja no Pacífico entrou numa nova fase de sua história desde a chegada dos portugueses. A presença dos portugueses e de seus descendentes teve consequências também para a história religiosa dos Estados Unidos, em particular da California, e para as relações entre a Europa e o Havaí.


Exemplo do impacto representado pela vinda dos portugueses: Hilo


A imigração portuguesa das ilhas atlânticas para as plantações de açúcar na maior ilha do Havaí foi de tal porte que causou a duplicação da população católica da cidade de Hilo.  O Pe. Charles Pouzo SCC (1819- 1895), que dirigia a paróquia local desde 1845, ainda que dominando várias línguas, sentiu-se obrigado a aprender o português, passando a realizar pregações em inglês, havaiano e português. Sob o Pe. James C. Bessell SSCC, pároco em Saint Joseph desde 1909, com a ajuda de famílias de portugueses, construiu-se uma nova e ampla igreja, consagrada em 1919.



Um madeirense como Vigário Apostólico das Ilhas Havaianas: Stephen P. Alencastre (1876-1940)


O imigrante que mais elevada posição alcançou na Igreja do Havaí foi Estêvão Pedro Alencastre, conhecido como D. Stephen Peter Alencastre. Nascido em Porto Santo, na Madeira, veio ao Havaí quando criança, ali recebendo formação. Estudou na Bélgica, entrando para a Congregação dos Santíssimos Corações de Jesus e Maria (Picpusianos), inserindo-se, assim na tradição história e espiritual que havia até então determinado grande parte da história missionária da Polinésia. (Veja artigo na edição anterior desta revista) Tornou-se, a partir de 1926, Vigário Apostólico das Ilhas Havaianas, o quinto e o último, seguindo-se à sua morte a criação da Diocese de Honolulu.


As suas atividades foram marcadas pela expansão e solidificação da rêde de igrejas e de instituições católicas no arquipélago, correspondentes ao novo significado do Catolicismo com a presença de grande número de portugueses e seus descendentes. Dedicou-se ao fomento e à formação do clero havaiano, fundando o seminário que traz o nome do mártir do qual tinha o próprio nome, o Saint Stephen's Seminary no Kalihi Valley. Em Honolulu, realizou trabalhos de renovação da Catedral de Nossa Senhora da Paz por ocasião do Centenário da Igreja Católica no Havaí, em 1927, dando ao templo, frequentado pelos portugueses e seus descendentes, a feição que ainda hoje o caracteriza.


No seu trabalho de expansão da formação católica no Havaí conseguiu o auxílio de outras ordens religiosas, entre elas a das Sisters of St. Joseph de Carondolet. Essa congregação fora fundada em Le Puy en Velay, França, pelo jesuíta Jean-Pierre Médaille e Françoise Eyraud e suas cinco companheiras, em 1650, tendo tido na sua história a experiência de perseguições à época da Revolução Francesa. Estava presente nos Estados Unidos desde 1836, quando religiosas vindas de Lyon desenvolveram ações junto a grupos indígenas. Um dos seus dois conventos, o de Carondelet, na periferia de St. Louis, tornou-se ponto de partida para outras fundações nos Estados Unidos e no Canadá. No Havaí, a congregações estabeleceu fundações em 1938.


Um exemplo da ação construtiva de D. Stephen P. Alencastre em várias ilhas do arquipélago havaiano é a Christ the King Church, em Lahaina, Maui, por êle consagrada a 31 de Outubro de 1932.





Pressupostos para o estudo da contribuição portuguesa à Igreja do Havaí


Os estudos culturais relativos ao impacto representado pelo aumento da população católica do Havaí com a chegada dos portugueses na cultura local e na própria cultura dos imigrantes exigem a consideração dos seus pressupostos históricos, ou seja, da história do Catolicismo nas ilhas havaianas, marcada por excepcionais dificuldades.


Já em 1819, havaianos de círculos de liderança na sociedade, entre êles um dos ministros de Kamehameha II (1802-1824), William Pitt Kalanimoku (ca. 1768-1827) e os governadores de O'ahu, Boki (ca. 1785-ca. 1829) e Kuini Liliha (ca. 1802-1839) haviam recebido o batismo pelo sacerdote da nave Uranie, Abbé de Quelen, no âmbito da viagem de Louis de Freycinet (1779-1842).


Um nome significativo nas tentativas de fomento do Catolicismo foi o de Jean Baptiste Rives (John Reeves) (ca. 1793-1833), amigo de Kamehameha II (1797-1824) e que o acompanhou à Europa, quando também esteve no Brasil. (Veja artigo sobre Liholiho nesta edição)


As atividades de Rives na Europa relacionam-se com a vinda dos primeiros missionários católicos para o Havaí. Transportados pelo navio francês La Comète, que partiu de Bordeaux em novembro de 1826, passando pelo Brasil ao contornar a América do Sul, com estações em Valparaíso, Arequipa e Lima, os missionários chegaram a Honolulu a 9 de julho de 1827.


Esse primeiro grupo de missionários era liderado por Alexis John Augustine Bachelot SSCC (1796-1837), da Congregação dos Santíssimos Corações de Jesus e Maria (Picpusianos), encarregada da missão católica de grande parte da Polinésia (Taiti, Marquesas, Havai) (Veja artigo no número anterior desta revista).


Bachelot, que havia realizado seus estudos teológicos no Colégio irlandês de Paris, foi ordenado presbítero em 1820 e, em 1825, nomeado a Prefeito Apostólico para as Ilhas Sandwich (Havaí). Essa Prefeitura Apostólica passaria posteriormente ao Vicariado Apostólico da Oceania Oriental, governado a partir de Valparaíso, ou seja, da América do Sul. Na sua missão, foi acompanhado pelos irmãos Patrick Short e Abraham Armand, além de seis irmãos leigos.


A missão havaiana, portanto, considerou as exigências impostas pelo idioma europeu predominante no Havaí, ou seja o inglês, incluindo religiosos irlandeses. Na sua orientação espiritual, porém, era resultado de um desenvolvimento histórico-eclesiástico francês, estreitamente vinculado com a Restauração que se seguiu à Revolução Francesa. (Veja artigo no número anterior desta revista).


Perseguição por parte dos congregacionalistas e "Edito de Tolerância"


Os missionários católicos, porém, não foram bem recebidos no Havaí. Influenciados pelos missionários protestantes, tendo a sua entrada impedida por lideranças locais, em particular pela chefe Kaahumanu, apenas desembarcaram no dia 9 de julho, festa de Nossa Senhora da Paz, padroeira da Congregação dos Santíssimos Sacramentos de Jesus e Maria, do Havaí e lembrada na invocação da atual catedral.


O primeiro batismo foi celebrado em novembro de 1830. Forçados por Kaahumanu, foram expulsos do país sob Kamehameha III (1814-1854) em dezembro de 1831, dirigindo-se às missões da Califórnia, na região da atual Los Angeles. Os nativos católicos sofreram represálias e mesmo agressões físicas e torturas. 


Na memória católica, surge como importante  a antiguidade do Catolicismo no Havaí, salientando-se a sua persistência em unterground mesmo no período das perseguições por parte dos congregacionalistas.


Em 1835, a situação local foi avaliada pelo irlandês  Ir. Columba Murphy, a partir de Valparaíso, tendo podido entrar pelo fato de, como simples irmão, não poder ministrar os sacramentos. Em setembro de 1836, chegou o padre picpusiano Arsenius Walsh para dar continuidade à obra de Murphy, entrando através da intervenção do capitão da nave francesa La Bonite, podendo, porém, atuar apenas entre os estrangeiros, não junto aos nativos. Em abril de 1837, Bachelot e Short, retornaram, sendo novamente expulsos, conseguindo por fim desembarcar sob a proteção de capitães britânicos e franceses.


Para a defesa da ação católica, a França enviou a nave Artemise, chegada a Honolulu em julho de 1839 sob o comando de Cyrille-Pierre-Théodore Laplace (1793-1874). Em consequência, a 17 de junho de 1839, Kamehameha III promulgou o "Edito de Tolerância". Em sinal de reconciliação com os católicos, o rei doou um terreno para a construção de uma igreja.


Com a tolerância, o bispo Etienne Jerome Rouchouze SSCC (+1843), Vigário Apostólico da Oceania Oriental, transferiu-se de Valparaíso a Honolulu. Veio em companhia de outros Picpusianos, entre êles Louis Dèsirè Maigret (1804-1882). A pedra fundamental da igreja foi lançada na festa de Nossa Senhora da Paz, a 9 de julho de 1840. Teve início também a construção de igrejas paroquiais de missão em outras ilhas do arquipélago e escolas. Estabeleceu-se uma tipografia para a impressão de missais e livros com hinos em havaiano.


Em 1847, erigiu-se canônicamente o Vicariado Apostólico das Ilhas Sandwich, redenominado posteriormente em Vicariado Apostólico das Ilhas Havaianas. A Vigário Apostólico foi nomeado Louis Desirè Maigret, que levou ao término a construção da catedral de Nossa Senhora da Paz.




Elos com os Picpusianos da Alemanha e da Bélgica à época da chegada dos portugueses


O vinda dos imigrantes portugueses do Atlântico, madeirenses e açorianos, ocorreu à época de D. Bernard Hermann Koeckemann (1828-1892), Vigário Apostólico das Ilhas Havaianas desde 1881. Proveniente da pequena cidade de Ostbeveren na Vestfália, Bernard Hermann Koeckemann obteve sólida formação em Münster, um centro do Catolicismo alemão. Tendo-se decidido a seguir a vida religiosa e missionária, transferiu-se para Leuven, na Bélgica, onde entrou na Congregação dos Santíssimos Corações de Jesus e Maria. Indicado para a missão no Havaí, partiu para Honolulu em 1854. Foi ordenado sacerdote em Honolulu, em 31 de maio de 1862 e a bispo em San Francisco, em 21 de agosto de 1881.


O seu episcopado foi marcado pelo incremento do Catolicismo no Havaí com a chegada de imigrantes católicos das Filipinas, da Polonia, da Espanha e, sobretudo, de Portugal. Até então sobretudo dedicado a problemas da missão entre os nativos havaianos e seus descendentes, passou a confrontar-se com outro tipo de questões, derivadas de imigrantes profundamente enraizados em contextos culturais católicos, portadores de expressões tradicionais, mas não correspondentes às concepções restauradoras do Catolicismo a que se prendiam os religiosos Picpusianos. Passou a dedicar-se sobretudo a questões de educação católica, criando escolas para filhos de imigrantes.


Um vulto da ação Picpusiana no Pacífico: Damian de Veuster (1840-1889)


Há um nome na história cultural do Havai e das relações euro-havaianas do século XIX que supera todos os demais pelo significado global que o seu exemplo de vida adquire: o de Damian de Veuster (Jef de Veuster).


Damian De Veuster, que, segundo o desejo de seu pai deveria dirigir a sua vida ao comércio, seguiu o exemplo de seu irmão que era membro da Congregação dos Santíssimos Corações de Jesus e Maria e que atuava como missionário no Havai.

Entrou na ordem em 1860 e seguiu para a missão em 1863. Recebeu a sua ordenação sacerdotal na catedral de Honolulu, a 21 de maio de 1864. Atuou primeiramente na ilha Havai (Big Island), em Puna e Kohala, demonstrando intensa capacidade de trabalho, levantando várias capelas.

Problemas de saúde pública à época de Lunalilo (1835-1874)

O curto período de reinado de William Charles Lunalililo, apesar da sua grande popularidade, foi turvado pelos graves problemas causados pela lepra no Havaí. A população do país, outrora tão saudável, tinha sido, desde os primeiros contatos com os europeus frequentemente acometida com as mais diversas doenças e epidemias, diminuindo consideravelmente com a grande perda de vidas.

A lepra, porém, no início da década de 70 apresentava novas dimensões de dramaticidade, pois representava a separação de famílias em vida, de grave influência para a situação emocional de toda a população. A doença, contagiosa e sem cura, apenas podia ser confrontada com a segregação dos infeccionados. Se os reis havaianos anteriormente tiveram de se ocupar com questões da saúde da população, sendo o país orgulhoso de possuir o hospital que levava o nome da rainha Emma, a época de Lunalilo ficou tristemente marcada pela criação de um leprosário em Kalawao, na ilha de Molokai'i. O envio dos acometidos para essa ilha significava o seu isolamento da sociedade, e as condições locais, distantes dos olhos da administração, encontravam-se em estado incipiente.


DeVeuster e a vida na colonia de Molokai

A seu próprio pedido, o jovem missionário foi enviado aos leprosos concentrados na ilha de Moloka'i. Chegou à ilha a 10 de maio de 1873.

Vivendo com os segregados, dedicou-se a auxiliá-los, a conseguir medicamentos e a desenvolver uma colonia, com casas sólidas, jardins e hortas, um orfanato, carpintaria, erigindo uma igreja, na qual celebrava diariamente.

Exercia as mais diversas atividades, de administração, de engenharia e de representação dos segregados perante o Govêrno. A música desempenhou papel significativo na sua obra de dignificação da vida dos leprosos, chegando a formar uma orquestra. O papel desempenhado pela atividade instrumental em colonias de leprosos - como no Brasil em Pirapitingui, São Paulo - possuiu, aqui, um precedente.

Devido ao intenso convívio com os leprosos, também Damin De Veuster adquiriu a doença, diagnosticada em 1885, falecendo quatro anos mais tarde, a 15 de abril de 1889.

À luz dos pressupostos teológicos e culturais picpusianos

Como considerado na edição anterior desta revista, a história da congregação à qual pertencia DeVeuster remonta a contextos de perseguição religiosa à época da Revolução Francesa, vistos como blasfemos e culposos, expressão de pecado e decadência religiosa, o que levou à consciência da necessidade de penitência por parte de católicos fervorosos a favor da restauração católica e da formação sólida do clero.

A própria denominação da congregação - que faz referências aos Corações de Jesus e Maria, assim como à Adoração do Santíssimo - indica os principais conceitos sob os quais a espiritualidade da congregação deve vir a ser considerada.

Poder-se-ia, porém, distinguir dois aspectos na orientação religiosa e que, embora relacionados, permitem que se compreenda diferenças nas atuações dos missionários. A atenção dada à necessidade de penitência e contrição pelos pecados - tais como os cometidos na Revolução - correspondendo ao sofrimento e à morte de Cristo por amor e pela redenção dos pecados, explica o heroismo de virtudes e a disposição ao martírio que se manifesta de forma exemplar na vida de DeVeuster.

Por outro lado, porém, a disposição de entregar-se totalmente à restauração de um mundo fundamentado no Catolicismo apesar das tendências contrárias provindas do Iluminismo do século XVIII e da Revolução, levava a um impulso construtivo, edificador. Sob esse aspecto, entende-se o extraordinário empenho construtivo desenvolvido por missionários picpusianos, em particular na Polinésia. Os religiosos estavam imbuídos da idéia de criação de um mundo católico, marcado por igrejas, edifícios conventuais e de economia, casas, e que em alguns casos, como nas ilhas Gambler, assumiu um aspecto de sociedades autônomas e de configurações quase que estatais, lembrando sob determinados aspectos as colonias jesuíticas do antigo Paraguai.

No caso do Havaí com a sua formação basicamente protestante e tendo as escolas missionárias norte-americanas configurado a estruturação da sociedade, a possibilidade de criação dessa cidade à parte, quase que autônoma, deu-se na colonia de leprosos de Molokai.


Atualidade de Damian De Veuster

Santificado pelo Papa Bento XVI, a 11 de outubro de 2009, tendo sido anteriormente beatificado por João Paulo II°, em 1995, Damian de Veuster tem sido alvo de uma crescente atenção, admiração e veneração, não apenas no Havai e no Pacífico em geral.


A sua imagem e a urna com as suas relíquias são veneradas na catedral católica de Honolulu, frequentada também por numeroros havaianos de ascendência portuguesa, assim como na catedral de Papeete, no Taiti, e em igrejas de muitas outras ilhas do Pacífico.

Damian de Veuster surge, em especial, como grande vulto de sua ordem, a dos Padres de Arnstein ou Picpusianos.

Sendo uma congregação que atuou em condições difíceis e tendo a ação de seus missionários em contextos locais decorrido muitas vezes de forma trágica, nem sempre avaliada positivamente (Veja número anterior desta revista), o vulto modelar de Damian de Veuster ilumina a própria história da congregação, a tradição da qual resultou, as suas concepções, procedimentos e espiritualidade.

É compreensível que o missionário belga, cujos restos mortais retornaram para o convento de Löwen em 1936, seja particularmente venerado no seu país natal. Uma Fundação que traz o seu nome dedica-se ao combate da lepra e da tuberculose em vários países africanos, asiáticos e na América Latina.

O significado modelar da vida de Damian De Veuster supera porém de muito os contextos onde viveu e atuou. O despertar, nas últimas décadas, das atenções para a sua personalidade e obra decorreu paralelamente à admiração pelo trabalho abnegado da Madre Teresa, na Índia, e que tinha, ela própria, Damian de Veuster como modêlo. Mesmo em pensadores não-cristãos reconhece-se, na Índia e em outros países o respeito pela heroicidade de Damian de Veuster no seu trabalho despreendido pelos doentes e excluídos da sociedade.

Que a irradiação de Damian de Veuster supera os meios em que viveu e a esfera especificamente religiosa isso o demonstra o emprêgo de seu nome em centros de apoio (Damien Centers, Camien Ministries) a infeccionados com o virus de deficiência de imunição e doentes de SIDA/AIDS.

Damien De Veuster e a luta contra a estigmatização no Brasil

No Brasil, o Pe. Damian Deveuster vem sendo cada vez mais lembrado em contextos de combates a doenças infecciosas. Esse é o caso da Prelatura de Obidos, no Amazonas, confrontada com problemas da lepra, onde franciscanos lembram da exemplaridade de Deveuster no sentido de que não se discrimine ou estigmatize os acometidos pela moléstia.

Esse movimento tem repercussões na Europa, em particular na Alemanha. Utilizando-se de  matracas que anunciavam a passagem de leprosos na Idade Média, demonstrantes, sob a direção de bispos brasileiros e alemães chamam a atenção de passantes em cidades alemãs, entre elas em Würzburg, para problemas da lepra no Brasil.

Todos os direitos relativos a texto e imagens reservados. Reproduções apenas com a autorização explícita do editor.
Indicação bibliográfica para citações e referências:

Bispo, A.A. (Ed.). "Católicos portugueses no universo protestante do Havaí. Relações culturais euro-havaianas na história missionária e Damian De Veuster SSCC (1840-1889) no seu significado atual na luta contra estigmatizações". Revista Brasil-Europa 126/13 (2010:4). www.revista.brasil-europa.eu/126/Damian-Deveuster.html



  1. Observação: o texto aqui publicado oferece apenas um relato suscinto de trabalhos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui aparato científico. O seu escopo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição e o índice geral da revista (acesso acima). Pede-se ao leitor, sobretudo, que se oriente segundo os objetivos e a estrutura da Organização Brasil-Europa, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral e de onde poderá alcançar os demais ítens relativos à Academia Brasil-Europa de Ciência da Cultura e da Ciência (culturologia e sociologia da ciência), a seus institutos integrados de pesquisa e aos Centros de Estudos Culturais Brasil-Europa: http://www.brasil-europa.eu


  2. Brasil-Europa é organização exclusivamente de natureza científica, dedicada a estudos teóricos de processos interculturais e a estudos culturais nas relações internacionais. Não tem, expressamente, finalidades jornalísticas ou literárias e não considera nos seus textos dados divulgados por agências de notícias e emissoras. É, na sua orientação culturológica, a primeira do gênero, pioneira no seu escopo, independente, não-governamental, sem elos políticos ou religiosos, não vinculada a nenhuma fundação de partido político europeu ou brasileiro e originada de iniciativa brasileira. Foi registrada em 1968, sendo continuamente atualizada. A A.B.E. insere-se em antiga tradição que remonta ao século XIX.


  3. Não deve ser confundida com outras instituições, publicações, iniciativas de fundações, academias de letras ou outras páginas da Internet que passaram a empregar designações similares.



 

Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 126/13 (2010:4)
Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e Conselho Científico
da
Organização Brasil-Europa de estudos teóricos de processos inter- e transculturais e estudos culturais nas relações internacionais (reg.1968)
- Academia Brasil-Europa -
de Ciência da Cultura e da Ciência

e institutos integrados

© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1998 e anos seguintes © 2010 by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados
ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501

Doc. N° 2620




Católicos portugueses no universo protestante do Havaí
Relações culturais euro-havaianas na história missionária e
Damian De Veuster SSCC (1840-1889)

no seu significado atual na luta contra estigmatizações


Pelos 25 anos da oficialização alemã do Instituto de Estudos da Cultura Musical do Mundo de Língua Portuguesa
(
Institut für Studien der Musikkultur des Portugiesischen Sprachraumes (ISMPS e.V.)


 












Relíquias de Damian de Veuster, Catedral de Honolulu (Título e duas últimas fotos da coluna)

Igreja de Lahaina/Maui (três imagens na coluna e texto)

Igreja de Hilo (quarta na coluna e texto)

Sino da igreja de Lahaina

Placa a De Veuster na Catedral de Honolulu

Placa a De Veuster na igreja de Lahaina
Fotos A.A.Bispo e H. Hülskath©

 

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