Doc. N° 2266
Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria científica © 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1999 by ISMPS e.V. © 2006 nova série by ISMPS e.V. Todos os direitos reservados - ISSN 1866-203X - urn:nbn:de:0161-2008020501
110 - 2007/6
Contribuições
Pe. José de Anchieta, S.I. A formação do Brasil colonial
Leonardo Ferreira Kaltner *
O principal documento acerca da fundação do Brasil é, sem dúvida, o relato da Carta de Caminha, o escrivão da frota do Descobrimento. Este documento, escrito em 1500, cujo manuscrito autógrafo em português quinhentista já foi amplamente divulgado, é considerado como a certidão de nascimento do Brasil. Nele encontramos as principais motivações coloniais, um retrato do primeiro contato do indígena com o europeu e ainda temos uma mostra do estágio lingüístico da Língua Portuguesa que chega ao Brasil. A Carta de Caminha, estudada pelo ilustre filólogo português Jaime Cortesão e por Sérgio Buarque de Holanda, grande historiador do Brasil-colônia, levou à seguinte conclusão: que os relatos da Carta não se apropriavam apenas do contexto da colonização, não se referiam apenas ao que os europeus viram naquele primeiro contato, mas o relato de Caminha estava influenciado por outra narrativa, pelas narrativas de Plutarco, editadas em latim em 1491, e à descrição das Fortunatae Insulae, as Ilhas Afortunadas, o Paraíso Terreal. Assim, em primeira instância, a descoberta do Brasil era o encontro do Paraíso Terrestre, a partir disso podemos inferir que seria interessante para entendermos a colonização buscarmos uma análise deste processo, que se pode fazer pela mediação das obras do Humanismo português e do classicismo greco-romano.
Todavia, do momento histórico de Caminha, de 1500, até 1548, a colonização do Brasil mostrou-se lenta e desinteressada. Em 1548 com a instituição do Governo-geral, uma máquina administrativa foi criada no Brasil, assim a colônia começava a surgir, com a chegada dos jesuítas. Depois, já no governo de Mem de Sá, em 1558, quando temos alguma integração do litoral brasileiro, próxima ao que seria hoje, efetivamente podemos dizer que o Brasil passou a existir.
Monumento a Anchieta, Praça da Sé, São Paulo. Foto A.B.E. 2007 A política colonial de conversão do gentio à fé católica, junto à miscigenação foram possibilitando a ocupação do território. Neste período histórico, o entendimento entre os administradores da colônia e os jesuítas foi fundamental para a estabilidade da política colonial, sendo a mediação ideológica destes grupos o Humanismo Renascentista.
Humanismo e navegações no século XVI
O Humanismo é um movimento intelectual e espiritual renascentista que se manifestou, entre os séculos XIV e XVI, tendo seu surgimento na Itália com o poeta Petrarca (1304-1374). A origem do termo na Língua Portuguesa é controversa. Houaiss registra-o como advindo do francês humanisme, este por sua vez do alemão Humanismus, registrado em 1808 na obra do pedagogo bávaro F.J. Niethamer.
Como movimento intelectual, o Humanismo foi um período de profundo estudo das Humanidades, responsável pelo ressurgimento do antigo pensamento greco-romano, que resultou na composição de várias obras novilatinas, na confecção de dicionários, no trabalho de ecdóticos e gramáticos por toda Europa. A educação humanista tornou-se universal e as obras de Anchieta, escritas no Brasil, fazem parte deste contexto internacional.
A expressão novilatina portuguesa, concomitante com o Humanismo renascentista, gera um interessante contexto linguístico. Vemos que o latim no século XVI, em Portugal, concorre com as línguas da corte, português e espanhol, para a composição de obras de cronistas, historiadores e poetas, como atestam diversos escritores do período.
Em relação à língua portuguesa, Celso Cunha explica-nos que esta, por sua padronização sistemática tardia, seria mais apropriada à poesia do que à prosa (CUNHA, 1977, Cap. 6, O português e sua origem rural, p. 66-73):
Língua de contrastes, sob certos aspectos excessivamente conservadora, sob outros muito evolvida; ... ; língua de clérigos e notários, de bons latinos, mas também língua de guerreiros e conquistadores; língua mais apta para poesia do que para a prosa, o português apresenta todas aquelas liberdades e indecisões que caracterizam as línguas de base essencialmente rural... (pg. 67)
E mais adiante:
... é hoje, na elocução européia, uma língua acelerada, pelo obscurecimento das vogais pretônicas e postônicas. Não ditongou as vogais tônicas em sílaba aberta, como o francês, o italiano e o espanhol. O seu vocalismo tônico oral é o mesmo do latim vulgar, conservação que nos mostra como era tensa a pronúncia das vogais do latim lusitânico. É uma das poucas línguas de civilização que possuem vogais nasais e em número maior do que qualquer outra. (pg. 67)
E por fim:
A própria gramática descritiva se vê em permanente dificuldade para estabelecer normas rígidas no particular, porque as exceções, em geral, comprimem a regra (pg. 68).
Por outro lado o latim, nesse aspecto, foi favorecido, no Renascimento, por já possuir uma ortografia e sintaxe de usos definidos. Enquanto uma tardia gramática da própria língua portuguesa e a ortografia baseada na fonética, como temos em Caminha, por exemplo, tornariam as variações do português facilitadas, dificultando a escrita, sem uma tradição de correção gramatical na prosa. Dessa forma, como língua rural em Portugal, vem ao Brasil para ser dominante em uma aristocracia também rural.
Diversas obras são escritas em português e latim, ao longo do século XV e XVI, a relação, porém, entre estas línguas, ultrapassa o simples bilinguismo sincrônico . Daí, o vínculo entre o latim e o português implicaria, na visão diacrônica, uma escolha, mais do que por puro bilinguismo, entre uma ou outra língua no registro poético. No corpus anchietano, escrito em quatro línguas, a escolha linguística é sua principal chave de compreensão.
O latim, língua originária do Lácio, derivada dos troncos indo-europeu, itálico e itálico-céltico, chegou à Ibéria em dois períodos da expansão romana: no século III a. C., e em 197 a.C., sendo fundada a Hispânia, província de Roma. O latim hispânico, sermo hispaniensis, língua prontamente assimilada na região ibérica, sobreviveu, com devida transformação, a duas maciças invasões: em 409 d.C. pelos germanos, e em 711 d.C. pelos árabes, esta última que durou ao menos sete séculos .
A resistência do inicial sermo hispaniensis mostra-nos a profundidade de romanização deste território até o surgimento do romance, resistência que se deu graças a manobras políticas no período do Império Germânico e acompanhou sempre a fé católica em sua manutenção, como com os mouros. Este sermo hispaniensis, já próximo do romance, distanciava-se muito do latim clássico, por mudanças estruturais nos séculos vindouros à queda do Império romano.
Assim, no ocidente da Hispânia, após a queda de Roma, expulsão dos povos germânicos, como os alamanos, e a diluição do domínio árabe, no século XII, o latim bárbaro já era suplantado por um nova língua românica: o português. Esta no último ano do século XV, pelas navegações dos Grandes Descobrimentos pelo oceano Atlântico, aporta no Brasil e é registrada na Carta de Pero Vaz deCaminha, uma língua com trezentos anos de expressão.
Porém, o latim clássico não se havia de todo perdido, e nunca em outra época tanto se produziu na forma mais culta da língua do Lácio como no Humanismo. Um grande esforço de comparação de manuscritos medievais, elaboração de gramáticas e edições críticas criaram o conceito de uma língua clássica, e após sua conceituação, o latim clássico tornou-se a expressão do Humanismo português herdado da tradição francesa e italiana.
Depois da queda de Roma somente encontramos a partir do Humanismo um latim tão próximo aos cânones linguísticos do período clássico. Embora o latim humanista careça de certos acertos fonéticos que somente a filologia pôde determinar, como a pronúncia e grafia de ditongos, podemos afirmar que foi o Humanismo um período histórico do qual restam fontes conhecidas e documentais em que o latim clássico foi a principal expressão literária.
A partir do século XV, em Portugal, duas expressões linguísticas concorriam: o latim clássico e o português, a língua universal dos humanistas e a particular, a escrita etimológica de uma língua fixada no tempo e a fonética, ainda em vias de normatização. Contudo, historicamente, o latim humanista difere do latim da Roma republicana ou imperial. Pois os romanos viveram as fases da língua latina diacronicamente, uma etapa de cada vez. Assim, o latim à época de Plauto e Catão não era o mesmo à época de Cícero ou Virgílio. Da mesma forma que diatopicamente o latim na região em que vivia Apuleio não era o mesmo de César ou Sêneca. Disto, também, infere-se que o conhecimento que os autores romanos tinham de sua cultura era restrito à sua época e à anterior, geograficamente aos lugares romanizados em que viveram ou visitaram.
Somente na era moderna, do Renascimento, a cultura clássica pôde ser vislumbrada em sua totalidade, ainda que fragmentária, e a partir disso que o conceito de latim humanista pôde ter uma expressão clássica baseada no conjunto da latinidade. Graças à arte comparativa dessa época temos edições de textos clássicos, o trabalho dos ecdóticos em edições críticas, comparando os manuscritos, em sua maioria do século X, além da edição de gramáticas e dicionários, com o início dos estudos clássicos e a reinterpretação da Antiguidade.
Não podemos falar do Renascimento português sem nos referirmos às navegações ocidentais do século XVI. Os Descobrimentos luso-hispânicos foram empreendimentos antes globais do que nacionais, frutos de um desenvolvimento que se inicia na Baixa Idade Média com a crescente monetarização européia. Sua recepção pelos homens de letras portugueses vai do excepcional deslumbramento, registrado por uma visão épica, a uma lamentação ética e econômica, principalmente no caso do Brasil, sob a égide do Mercantilismo.
As navegações portuguesas sucedem após uma grande estagnação econômica da Idade Média feudal, que só Veneza, Nápoles e Gênova puderam evitar pelo comércio, através do mar Mediterrâneo, com a antiga capital do Império Romano do Oriente. Em seguida a Europa atravessou um período de crescente monetarização, transfigurando os feudos descentralizados e autônomos, que deram lugar a cidades, regidas por um poder central e absoluto, garantido não só pela força, mas pelo poder divino. Assim nasciam os Estados modernos absolutistas.
Havia, então, na Europa do século XII ao XIII, dois eixos de navegação comercial dominantes, um ao sul, desde as viagens de Marco Polo, quando os itálicos passaram a dominar o comércio de especiarias, como cravo, gengibre e pimenta. Por sua vez, estava na Europa setentrional a liga hanseática, no Mar do Norte e no Mar Báltico, associação de cidades alemães do século XIII, substituta do domínio viking desses mares. Este povo com vastas rotas de comércio acumulou ao longo do século X considerável riqueza, inclusive de prata, tendo negociado com os árabes e com Bizâncio.
Logo, essa hegemonia talassocrática bipolar de itálicos e germânicos defasava a navegação ibérica no Mediterrâneo. À Espanha, Portugal, também Holanda, Inglaterra e França, restaria como possibilidade singrar as águas do Ocidente, morada mitológica do gigante Atlas, o Oceano Atlântico, as portas da Hespéria.
A antecipada formação do Estado português e sua autonomia devem-se a uma crise real ibérica entre 1383-1385, quando um revolta pela sucessão do Rei Fernando I, sem herdeiros, pôs em choque D. João de Castela, apoiado pela nobreza feudal, de cavaleiros e proprietários de terras, e D. João, Mestre de Avis, apoiado por comerciantes e artesãos, gente mais voltada às navegações.
Esse certame, entre um mundo arcaico-agrário e o moderno-mercantil, um mundo aristocrático e o burguês, foi vencido pela modernidade. Assim, D. João I, Mestre de Avis, vence em Aljubarrota a batalha final e Portugal nasce como um Estado moderno e absolutista.
Depois de vencida a batalha, devido ao apoio de comerciantes desejosos de uma expansão comercial, com o apoio do Estado, e para afastar de sua côrte uma nobreza desejosa de glória em novos combates, tendo por outro lado a pressão da hegemonia supracitada do Mediterrâneo, a liderança portuguesa cogita outras vias de expansão. Surge a política expansionista na África e, a posteriori, a procura por uma rota austral de navegação, pelo Atlântico, tentando evitar, além da concorrência européia, as caravanas árabes que atravessavam o deserto, buscando a fonte do ferro, chumbo, estanho, trigo, seda, açúcar, marfim e verniz das Índias.
A profunda relação dos portugueses com os árabes, geradora da cultura moçárabe, inclusive com semitas, faz deste povo oriundo inicialmente de romanos e celtiberos o mais propício para a dinâmica comercial do século XVI. Pois miscigenados, acostumados a um clima tanto africano quanto europeu, foram os portugueses mais que os vikings, por exemplo, capazes de fixar bases de comércio orientais, as feitorias, e, com um contigente populacional mínimo, fundar um vasto império ultramarino.
Em 1415, D. João I conquista aos mouros a cidade de Ceuta, litoral norte da África, e constrói sua primeira armada. Para governá-la envia seu filho o Infante D. Henrique. Até 1412 o limite das navegações portuguesas foi o Cabo Bojador. O Infante, em Algarve , cria a Escola de Sagres, reunindo marinheiros de diversas nacionalidades, geômetras, astrônomos, a fim de que o ajudassem a otimizar suas técnicas de navegação.
Logo, em 1416, Gonçalo Velho atinge as Canárias (PERES, 1943, p. 44-45), e em 1434, no reinado de D. Duarte, o Bojador é ultrapassado (op. cit., 1943, p. 79). A partir daí uma crise no expansionismo africano e na sucessão real atrasariam para o reinado de D. João II, com o navegador Bartolomeu Dias, que dobraria o Cabo da Tormenta, a travessia do último marco para alcançar as Índias pelo Atlântico (op. cit., 1943, p. 213). A saga africana findar-se-ia com Vasco da Gama em 1498 (op. cit., 1943, p. 291) , já no reinado de D. Manuel. Transposto o Cabo da Tormenta torna-se o cabo da Boa Esperança. Este périplo é o tema de Camões em Os Lusíadas, da mesma forma que a colonização do Brasil é o tema do De Gestis de Anchieta, um rumo ao oriente, outro ao ocidente.
Em 1481, Cristóvão Colombo dirigir-se-ia a D. João II pedindo uma frota. Na ocasião expunha o seu projeto: o nascente pelo poente, isto é, atingir as Índias por uma navegação ocidental, singrando o Atlântico, mas a côrte negara o dispêndio com novas rotas, porque toda a política expansionista se concentrara na África. Somente em 1492, Colombo conseguiria atingir o Nouus Mundus, as Américas, com esquadra espanhola, sob tutela do Rei Fernando de Espanha, desta viagem restou-nos o relato da carta De insulis in mari Indico repertis, que batizou o continente de Nouus Mundus.
Já em 1494, cientes do Nouus Mundus, Portugal e Espanha assinam o Tratado de Tordesilhas, reconformando a hegemonia espanhola concedida pela Bula inter coetera de 1493, pela autoridade do papa Alexandre IV .
Em 1485, mesma década da viagem de Bartolomeu Dias e da apresentação do projeto de Colombo a D. João II, temos a chegada do humanista italiano Cataldo Parísio Sículo a Portugal. Chamado como preceptor de D. Jorge de Lancastre, filho bastardo de D. João II. Cataldo doutorara-se em direito civil e pontifício na Universidade de Ferrara em 1484.
Por intermédio de Fernando Coutinho, que, mais tarde, se torna bispo de Lamego e Silves, Cataldo fora contratado para o cargo de orator, secretário latino e orador oficial de D. João II. Assim, o humanista dividia suas atividades entre a política administrativa, as relações públicas internacionais e a educação, que são três dos eixos de ação do humanismo.
Cataldo formou uma geração de brilhantes alunos como D. Pedro de Menezes, Leonor de Noronha, D. Jaime, D. Diniz, entre outros, ao mesmo tempo que fomentou o latim na vida pública de Portugal. Sua figura é decisiva por mostrar que a formação de humanistas seria útil ao Estado português (cf. TANNUS, 1988, p. 18-26, RAMALHO, 1969, p. 31 e seguintes).
Todas essas transformações simultâneas na corte de D. João II culminam, após seu falecimento, com o reinado de D. Manuel, chamado o Venturoso, que vê Portugal alcançar as Américas, nas terras do vindouro Brasil. Dessa forma, Portugal insere-se em um sistema global de comércio, enquanto as humanidades clássicas instalam-se na cultura portuguesa.
Porém, será somente com D. João III que, fundados a Universidade de Coimbra e o Real Colégio das Artes, e com a instituição do Governo-geral no Brasil, teremos o surgimento das duas principais deste período histórico: José de Anchieta e Mem de Sá. Portanto. Como procuramos demonstrar, há um profundo vínculo entre as Navegações e o Humanismo clássico, ambos fundamentais na formação do Brasil, ambos os grandes dínamos da colonização do Brasil, como é narrado no De Gestis Mendi de Saa, o poema épico de Anchieta, sobre a colonização do Brasil.
Pe. José de Anchieta, S. I. e o De Gestis Mendi de Saa
Monumento a Anchieta, Praça da Sé, São Paulo. Foto A.B.E. 2007 A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loyola (1491-1556), como uma das reações da Igreja Romana contra o Protestantismo. Inácio, Íñigo López nascido no castelo de Loyola, nas Vascongadas, em 1517 entra para o exército. Ferido na batalha de Pamplona, em 1521, lê sobre a vida de Cristo e dos Santos, decidindo devotar-se à conversão dos infiéis na Terra Santa, inspira-se sobretudo em São Francisco de Assis. Em 1522, no mosteiro dominicano de Montserrat depôs suas armas sobre uma imagem da Virgem.
Em 1534, fundou a Companhia de Jesus na Igreja de Santa Maria, em Montmartre, para efetuar trabalhos missionários (LEITE, 2004, vol. I, p.3). Esta é aprovada em 1537 pelo papa Paulo III, sendo seus sete fundadores ordenados padres em Veneza pelo bispo de Arbe. Os Exercícios Espirituais de Loyola foram publicados em 1538, as Constituições Jesuíticas, em 1554, mas o Ratio Studiorum, a grande súmula jesuítica, só veio a lume em 1599, síntese das ações anteriores da Companhia e guia das ações futuras (op. cit., 2004, p. 47)
O Ratio studiorum consiste em um documento importante por mostrar como, pela organização da educação, os jesuítas pregaram o maior ideal do humanismo: a igualdade do homem independente de fatores seculares. O Ratio fazia-os tornarem-se exímios linguistas que catequizavam na língua do gentio (op. cit., 2004, p. 29). Isso fê-los presentes in partibus infidelium, no Japão em 1549, na Índia, como em Fatehpur Sikri, em 1579, no Tibete, em 1624 .
Inicialmente, vieram ao Brasil, entre outros, os jesuítas: Padre Manoel da Nóbrega (1517-1570) e o mestre Irmão Vicente Rodrigues (1528-15??), que aos 21 anos tornou-se o primeiro professor de latim do Brasil, na primeira escola brasileira fundada na Bahia, o Colégio de Jesus da Bahia, erguido à época da Igreja da Ajuda em Salvador (LEITE, 2004, vol. I, p. 13).
Joseph de Anchieta, S. J. (1534-1598), nascido em Tenerife, uma das ilhas Canárias, tendo estudado em Coimbra com Diogo de Teive, em seguida entrou para a Companhia de Jesus. Ordenado jesuíta, chegou ao Brasil com 19 anos na terceira expedição jesuítica para a colônia, era o ano de 1553 (op. cit., 2004, p. 372-374, p. 204). Anchieta foi professor de latim no rústico Colégio das Artes de São Paulo, improvisado, mas feito segundo os moldes do Colégio de Coimbra, enquanto, no Colégio da Bahia, teve aulas da obra Eneida de Virgílio. E, assim, o latim era uma disciplina ensinada no Brasil antes do português.
Os jesuítas em 1570 possuíam colégios de formação e aperfeiçoamento, no Brasil, feitos nos moldes do Colégio das Artes de Coimbra, no Rio de Janeiro, em Pernambuco e na Bahia, e escolas catequéticas de indígenas em Porto Seguro, em Ilhéus, em São Vicente, no Espírito Santo e em São Paulo. Seu programa de disciplinas era próximo do que seria a Ratio atque Instituto Studiorum. Sua vinda ao Brasil no século XVI, para a conversão do gentio, seria uma reação à invasão dos franceses reformistas.
José de Anchieta nasceu em 19 de março de 1534 em São Cristóvão da Laguna, na ilha de Tenerife, parte das Canárias, teve ascendência paterna basca e ascendência materna da própria ilha, juntava-se a doze irmãos. Com 14 anos, dirige-se junto a seu irmão mais velho a Coimbra. Em seguida, mostra-se um brilhante aluno ao mestre Diogo de Teive e um exímio linguista no curso de Letras feito entre 1554-55. Findo este período ingressa na Companhia de Jesus, sendo enviado ao Brasil .
A ascendência de Anchieta influenciou sua carreira eclesiástica e suas obras. Tanto seu pai João Lopes de Anchieta, que tomou parte na Revolta dos Comuneiros contra Carlos V, era grande devoto da Virgem Maria, quanto sua mãe Mência Dias de Clavicko e Llarena, filha de judeus convertidos, cristãos-novos . Era descendente da família Ancheta, basca, e Sebastião de Llarena, judeu do Reino de Castela. Dessa forma a escolha de Coimbra para seus estudos foi guiada por essa ascendência.
O conjunto das ilhas Canárias, nascedouro de Anchieta, chamadas no período clássico de ilha das Hespérides, Fortunatae insulae, é o ponto de partida para a leitura do Brasil como a Hespéria, o Ocidente clássico, representado no De Gestis, sendo a realidade da colonização narrada no poema uma ocidentalização baseada no mito hespérico, o mito do ocidente. Assim, a obra de Anchieta revela-nos, além da erudição e beleza estética, uma representação integradora do Brasil ao mundo ocidental latino do Humanismo.
A chegada de Anchieta ao Brasil, com Duarte da Costa, segundo Governador-geral, é concomitante com a fundação dos colégios e escolas jesuíticos. Dá-se o início da conversão do gentio, pela busca da integração do indígena ao comércio colonial, junto à fundação de uma nova civilização ocidental. Isto porque o colono português, que sozinho era insuficiente para dominar a terra, teve no índio escravizado sua principal mão-de-obra, inicialmente.
Concorre a isto o fato de que os franceses também lutaram para fundar uma colônia no Brasil. Logo, a conversão do indígena e mestiços à fé católica seria suficiente para firmar a presença lusitana e o domínio colonial português. Desta forma, os jesuítas vieram incumbidos de realizar metafisicamente o que fisicamente Portugal não podia realizar: fixar no Brasil uma identidade ocidental.
A educação jesuítica foi uma forma de alcançar estes objetivos, e resultou numa das cenas mais características da narração da vida de Anchieta por diversos cronistas, como sua primeira experiência de docência em Piratininga, narrada por Simão de Vasconcelos, (opus cit., 1943, cap.V, Parágrafo 3, pg. 33):
Nesta extremada pobreza se abriu aqui a segunda classe de gramática que teve o Brasil (porque já na Bahia se tinha aberto uma); frequentavam-na doze dos nossos, que com o mestre eram treze, qual outro colégio de Cristo, e outro bom número de estudantes brancos e mamalucos, que acudiam das vilas já principiadas circunvizinhas. O trabalho era excessivo. Ainda naquele tempo não havia naquelas partes cópias de livros, ... . Esta falta remediava a caridade de José... escrevendo por própria mão tantos cadernos dos ditos preceitos quantos eram os discípulos, que ensinava,... passando nisto as noites...
E no parágrafo seguinte:
No mesmo momento era mestre e era discípulo, e os mesmos lhe serviam de discípulos e mestres, porque na mesma classe, falando latim, alcançou da fala dos que o ouviam a mor parte da língua do Brasil, que brevemente aperfeiçoou, com tal exigência que pode reduzir aquele idioma bárbaro a modo e regras gramaticais, compondo arte dela, tão perfeita que, aprovada dos mais famosos línguas, foi dada à impressão e tem servido de guia e mestra daquela faculdade aos que depois vieram.
Assim, o trabalho jesuítico, buscava inicialmente formar catecúmenos antes doutores e letrados, do que fomentar a vocação à técnica, como faziam os franciscanos. Estes, antes, valorizavam a educação por artes manuais, mais interessantes até mesmo aos índios. Foi com o curumim catecúmeno do jesuíta, com a cunhã esposa do colono e o homem indígena como escravo dos engenhos, que o Brasil no século XVI pôde firmar-se.
Para isso, muito ajudou o surgimento de uma macro-etnia miscigenada de base luso-tupi. Esta foi gradualmente substitutiva das micro-etnias tribais na colônia, junto à criação de uma comunidade social fronteiriça tanto às tabas indígenas, quanto aos burgos socialmente estratificados das capitanias, como foram as missões jesuíticas, subordinadas apenas à fé (cf. De Gestis v. 1060-1080). O vínculo entre administradores da colônia e jesuítas é bem patente no período anchietano.
A figura central do De Gestis é Mem de Sá (1500-1572), o terceiro Governador-geral do Brasil colonial, nomeado em 1558, que sucedeu a Duarte da Costa, tendo ficado no cargo até sua morte em 1572. É o herói que dá título ao poema anchietano, fidalgo, irmão do poeta Francisco de Sá de Miranda. Exercera o cargo de desembargador de Agravos, chegando ao Brasil tomou posse a 3 de janeiro de 1557, na Bahia (Cf. De Gestis, v. 162-220).
A primeira contenda que buscou resolver foi na Capitania do Espírito Santo, território mal povoado por suas condições geográficas e refúgio de nações indígenas até fins do século XVIII. Neste primeiro combate contra os tamoios perde o filho, Fernão de Sá, cuja saga é narrada no Canto I do De Gestis, a qual traduzimos mais adiante. Seu governo consistiu na expansão da colonização verticalizada, pelo litoral brasileiro, que começou a se integrar, com a fundação do Rio de Janeiro e a expulsão dos franceses em 1567.
Outras ações de Mem são narradas no De Gestis, em seus 3058 versos, divididos em quatro livros por Armando Cardoso. No livro I (versos 1-809), como dissemos, narra-se a chegada de Mem de Sá ao Brasil (1557), a morte de Fernão de Sá e a batalha do Cricaré, seguidas da fundação de vilas. No livro II (versos 810-1731) como homenagem a Mem de Sá, conforme contam cronistas que Anchieta escrevera o livro para consolá-lo da morte do filho Fernão, temos os combates narrados contra o chefe indígena Cururupeba, a fundação das primeiras vilas na Bahia (1559), a conversão dos índios ao cristianismo e o combate à antropofagia, terminando com o combate em Ilhéus.
Já no livro III (versos 1732-2301) narra-se a batalha em Paraguaçu (1559). Enquanto no livro IV (versos 2302-3058), por fim, é narrada a queda do forte de Villegagnon (31 de março de 1560), que teria como consequência futura a expulsão dos franceses do Rio de Janeiro, da baía de Guanabara, após a dissolução da Confederação dos Tamoios.
Trechos do poema
No De Gestis Mendi de Saa, a utopia edênica do Brasil, como o Paraíso terrestre, surge nos versos 141-2, quando nos mostra que os índios estão seguindo o Regnator Erebi: Qui mortem primus in orbem induxit, primus seducens fraude parentes (Rei do Érebro, que primeiro conduziu a morte ao mundo, primeiro que seduziu nossos pais pela fraude). Isto é, os índios, como homens adâmicos vivem a fase bíblica do paraíso perdido (Gên. 3, 23-24), seguindo a serpente que induziu Adão e Eva para fora do paraíso. Isto remete-nos também ao índio adâmico de Caminha: asy S.or que ajnocencia desta jemte he tal que a dadam nõ seria majs quanta em vergonha (fl. 13, lin. 20-21, in. PEREIRA, 1964, pg. 171), isto é : assim Senhor, que a inocência desta gente é tal (os índios), que a de Adão não seria maior em relação à nudez.
Notemos que, no poema de Anchieta, o Brasil está na fase do Paraíso perdido, que se mostra, dessa forma, em um ambiente de chuvas, tempestades, combates, próximo a Titanomachia, com os relâmpagos de Zeus, como o Dilúvio do Gênesis e das Metamorfoses de Ovídio, (cf. De Gestis, verso 1, ver imprecação de Mem de Sá, v. 2794-99)
Cristo ao chegar na colônia é o lumen inocciduum (v. 120), a luz que não se põe, logo, a luz que vencerá a Hespéria, o poente, o Ocidente. Podemos fazer um paralelo entre a chegada de Cristo ao Brasil (versos 118-118f) e a criação da luz no Gênesis (I, 1-7):
Lumine depressi iam humentia sidera mundi Splendidiore micant, clarumque per aethera currum Phoebus agit, radiisque nouis fugat humida caeli Nubila dispergit nebulas, multoque madescens Imbre solum siccat, splendentique axe coruscus Clara tenebroso diffundit lumina mundo.
(Já os astros úmidos do mundo deprimido brilham com luz mais esplêndida, e Febo faz avançar o carro ilustre através do éter, e com novos raios põe em fuga a úmida neblina do céu, e dispersa os nimbos, seca o solo da grossa chuva, e fulgurante, pelo firmamento resplandecente, difunde as claras luzes do tenebroso mundo).
Entre os versos 1296a-1371, é narrada a idéia de natureza superlativa, em um momento no qual Anchieta descreve os primeiros trabalhos das missões jesuíticas. Estes versos igualam-se ao tópos humanista da aurea aetas a Idade de Ouro clássica, das Fortunatae insulae, interrompendo-se para voltar a narrar outros combates contra os índios. No De Gestis, temos, então, que somente na missão jesuítica há a realização da aurea aetas, como supracitado, vejamos o seguinte trecho:
Incipit adspirare polo iucunda uoluptas Defessos leni mulcens spiramine sensus, Oblectans animos dulcedine, pressa dolore Corda leuans, placidoque quies illabitur anno, Pectora continuis pressosque laboribus artus Agricolis recreans, fundens noua gaudia menti Spemque nouam, multo ne uicta labore fatiscat. Producunt pulchros iam nunc Brasillica flores Arua, nec arenti mandantur semina arenae, Sed fructus fecunda suos dat terra, labore Culta iugi, quam latifluis rigat imbribus unda, Diuinoque fouet caelestis Flama calore. Aspera cessit hiems, gelidae cessere pruinae Solis ad ardorem, stricto nec dura rigescunt Corda gelu; foedis purgantur sordida culpis Pectora, et ardescunt animi; quaeque ante fuerunt Frigida, iam feruent diuino uiscera amore. Sic, ubi nimbosae cesserunt frigora brumae, Tranquillo incipiunt placidissima murmure terrae Flamina, solque igni faciem recreare tepenti; Fundit opes fecundas suas, gremioque uirenti Iam renouata nitet totis pulcherrima campis, Producitque hilari uiridantia gramina uultu: Tum laetae segetes tum formosissimus annus; Tum suus arboribus nitidissimus undique siluas Flos redit innectens: tum frondea tecta uirescunt, Et uolucris dulces effundit garrula cantus: Tum parit et uitis teneros uberrima foetus Laeta suas pandens frondes, tum brachia repens Explicat, et fuso iam pullulat undique crine Palmitibus fecunda nouis: tum pendulus exit Clauiculus matris de cortice; pinguia crescunt Et folia, et laetis oneratus pampinus uuis. Iam nox atra fugit; (versos 1296a.-1319).
(O jesuíta Armando Cardoso assim traduziu estes versos: Começa a soprar do céu um prazer todo novo que afaga qual brisa suave os membros cansados, penetra docemente as almas e aos corações doloridos soergue: então o descanso alastra pela quadra tranquila, refaz aos lavradores peitos e braços caídos da faina incessante, e à mente infunde nova alegria, e esperanças novas, não a prostre vencida pelo trabalho. Já agora os campos do Brasil se cobrem de flores formosas, nem mais se confiam ao areal as sementes, mas a terra vencida pelo trabalho do arado, regada por chuvas generosas, aquecida por raios do Sol divino, em profusão dá-lhe seus frutos. Fugiu o áspero inverno, fugiram as frias geadas aos ardores do sol, e os peitos de pedra em seu gelo já se não obstinam: almas de feias culpas manchadas limpam-se e inflamam-se. Friezas de outrora são chamadas de amor de Deus. Tal qual o inverno se afasta embuçado em seu manto de brumas, quando começa na terra a soprar com seu murmúrio amigo a bruma mimosa, e o sol com seu brando calor a superfície lhe afaga: então, madre fecunda, ela se abre em tesouro e os campos, seu regaço verde, são todos renovação, e beleza, e a alegria do rosto se expande em prados ridentes. Então riem as searas, engalana-se a quadra formosa, flores voltam a pintar os ramos que em florestas se abraçam, copas são tetos de verdura, a ave desafoga em trinados a garrulice. Então a vide, farta de seiva, rebenta em tenros frutos e frondes, contente, e estende rasteiros os braços, e por toda parte a cabeleira dos ramos, fértil de tufos novos; então com seus anéis a gavinha sai da cepa materna; folhas seivosas se espalmam e em breve o pâmpano está vergando ao peso dos cachos. Já a noite negra foge...)
Os índios antropófagos são descritos assim:
Obtenebrata diu barathri caligine caeci, Gens fuit australis, saeuui subiecta tyranni Colla iugo, cassum diuini luminis aeuum Traducens, multisque malis immersa; superba, Effrenis, crudelis, atrox, fusoque cruenta Sanguine: docta necem rapidis inferre sagittis; Immanesque tigres feritate luposque uoraces Et rabidos superare canes saueosque leones, Humanis auidam pascebat carnibus aluum. Multa diu scelera intentans, immanibus atri Regnatorem Erebi, (qui mortem primus in orbem Induxit, primus seducens fraude parentes) Sponte sequens factis, multorum corpora saeuo Discerpens leto, crudeli superba furore Christicolas multo populabat funere gentes; (v. 131-145).
(Quando por muito tempo foi obscurecida a treva do cego báratro, Viveu a gente do Sul, sujeita quanto a seus pescoços ao jugo do tirano selvagem, atravessando a existência vazia da luz divina, e imersa em muitos males, soberba, Desenfreada, cruel, atroz e sangrenta pelo sangue derramado: dotada em inferir a morte com rápidas flechas. Esta gente supera até terríveis tigres pela ferocidade, até lobos Vorazes, até cães raivosos e selvagens leões, pois engordava o ventre ávido com carnes humanas. Há tempos estavam intentando muitas abominações, seguindo o governante sombrio do Érebo por sua vontade, com feitos terríveis (aquele que foi primeiro a trazer a morte ao mundo, primeiro que seduziu nossos pais pela fraude). A gente do Sul que desmembrava os corpos de muitos com selvagem morte, soberba depauperava as gentes cristãs pelo cruel furor com muitos funerais).
Este poema riquíssimo narra diversos eventos histórico que foram fundamentais à fundação do Brasil, mostra-nos em registro épico as guerras e a ideologia colonial. A obra de Anchieta, escrita em quatro línguas, que advém de dois manuscritos incipientes, o de Algorta e o Caderno de poesias, além das cartas jesuíticas e uma editio de 1563 do De Gestis Mendi de Saa, em seu vasto conjunto é o documento mais importante para se estudar a origem da identidade brasileira, no século XVI.
BIBLIOGRAFIA ANCHIETA, Joseph. De Gestis Mendi de Saa. São Paulo: Loyola, 1970. Bíblia sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. 8ª impressão. Rio de Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira, 1981. BAIÃO, Antônio et alii. História da expansão portuguesa no mundo. Lisboa: Ática, 1937, 3v. BLÁZQUEZ, Josè Maria. España Romana. Madri, 1996. CANDIDO, Antônio. Formação da Literatura Brasileira. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1997. COUTINHO, Ismael de Lima. Gramática Histórica. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica, 1954. CUNHA, Celso. Língua portuguesa e realidade brasileira. 7ª ed. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 1977. Enciclopédia Verbo. Lisboa: Editorial Verbo, 2000. FARREL, S. J.. Alan. The jesuit ratio studiorum of 1599. Detroit: University of Detroit, Conference of Major Jesuits, 1970. HOLANDA, Sérgio Buarque. Visão do Paraíso- os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2000. KALTNER, L.F. O Brasil hespérico e a Bela morte de Fernão de Sá no De Gestis Mendi de Saa de José de Anchieta, S. J. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras clássicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 103 fls, mimeo. Rio de Janeiro, 2007. LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. São Paulo: Edições Loyola, 2004, 4v. NETO, Serafim da Silva. História da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Presença, 1992. PEREIRA, Sílvio Batista. Vocabulário da Carta de Pero Vaz de Caminha. Edição seguida de texto fac-similar e leitura diplomática do manuscrito autógrafo. Rio de Janeiro: INL, 1964. PERES, Damião. História dos descobrimentos portugueses. Porto: Portucalense, 1943. RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Cia das Letras, 2002. TANNUS, Carlos Antônio Kalil. Um poeta latino do séc. XVI: Antônio de Cabedo. Tese de doutoramento em Língua e literatura latina apresentada à coordenação do curso de pós-graduação da faculdade de letras da UFRJ. Rio de Janeiro: 1988, 238 fls., mimeo. VASCONCELOS, S. J., P. Simão. Vida do veneráuel Padre Anchieta. (1623) Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1943.
* O autor (*1981) é Mestre em Letras Clássicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e cursa atualmente o Doutorado em Letras Clássicas na mesma universidade. A sua dissertação de Mestrado, orientada por Carlos Antônio Kalil Tannus, versou sobre o corpus latino de Anchieta (O Brasil hespérico e a Bela Morte de Fernão de Sá no De gestis Mendi de Saa). Dedica-se à pesquisa do latim renascentista no Brasil e é colaborador do LABRHUM, Laboratório de Renascimento e Humanismo do PPGLC, Programa de Pós-Graduação em Letras Clássicas da UFRJ. Graduou-se em Letras Português-Latim pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. O seu projeto final de graduação, orientado por Helênio Fonseca, foi dedicado à análise do português da Carta de Caminha (Alguns comentários filológicos e estilísticos da Carta de Caminha). Realizou seus estudos secundários no Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria e no Colégio Federal Pedro II, Unidade Humaitá.
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