Doc. N° 2102
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Publicações comentadas Comissão dos Descobrimentos de Lagos
São Gonçalo de Lagos: Hagiografias dos séculos XVI e XVII A Câmara Municipal de Lagos, Algarves, através da sua Comissão Municipal dos Descobrimentos, publicou, em outubro de 2005, o segundo número de seus Cadernos, iniciando uma série designada pelo título de Memórias. Essa série, segundo Rui Manuel Loureiro, tem como objetivo publicar trabalhos relacionados com a história local, mesmo que não relacionados imediatamente com o complexo de estudos concernentes aos Descobrimentos. Para a abertura dessa série escolheu-se significativamente um título de particular significado para o estudo da formação de identidades da cidade e da região, reunindo várias biografias do principal vulto religioso da história eclesiástica local, São Gonçalo de Lagos. Essa coletânea foi compilada e comentada por Jorge Gonçalves Guimarães, dando continuidade assim a seus trabalhos relativos ao tema, tornados públicos com a sua dissertação de mestrado de título "São Gonçalo de Lagos: hagiografia, culto e memória - séculos XVI-XVIII", publicada pela Câmara Municipal de Torres Vedras. Trata-se de uma publicação de 126 páginas. A publicação compreende uma extensa introdução e documentos, além das fontes e da bibliografia. Sob o título de introdução, o autor trata de três ítens: Santidade e identidades locais; Hagiografias dos séculos XVI e XVII e Conclusão. No capítulo dedicado aos Documentos, após a elucidação dos critérios de transcrição, oferece textos de João de França de Brito, Frei Aleixo de Menezes e Frei António da Purificação.
Pequeno Dicionário da Expansão Atlântica Portuguesa A Câmara Municipal de Lagos, Algarves, através da sua Comissão Municipal dos Descobrimentos, publicou, em outubro de 2005, o terceiro número de seus Cadernos, dedicados a um trabalho do Dr. João Veloso, membro da Comissão Municipal. Segundo Rui Manuel Loureiro, a Comissão procurou mais uma vez cumprir os seus objetivos, o de publicar trabalhos relacionados com os Descobrimentos e dar oportunidade aos autores locais de divulgarem os seus trabalhos. Trata-se de uma publicação de 110 páginas. Essa publicação oferece, em numerosos ítens, informações básicas para os estudos da expansão marítima dos portugueses. Como o prefaciante salienta, o dicionário fornece ao leitor não especializado um valioso instrumento de trabalho, permitindo primeiras abordagens. Para um leitor não precavido, a seleção e a organização dos ítens parecem ser arbitrárias, não se reconhecendo os critérios utilizados. Assim, por exemplo, sob a letra e, encontra-se, após a citação de três nomes (Eanes, Gil; Eanes, Rodrigo; Elvas, Lourenço de) a entrada "Equador" e, após mais um nome (Escobar, Pêro), os ítens "Escravos" e, como título de uma obra, "Esmeraldo de Situ Orbis". Assim se sucedem, nomes ordenados segundo sobrenomes ou regiões de proveniência, ilhas citadas segundo a denominação pelo prenome (por exemplo "Fernando Pó" sob F), outras sob ilhas (Ilha de Palma, mas Garças, Ilha das, sob G), Angra dos Ruivos sob A e não na entrada Ruivos, Cabos sob C e outras colocações difíceis de entender. Há entradas singulares, por exemplo, aquela referente à "Longitude", com a seguinte explicação: "Não é de considerar porque a sua determinação não era possível com os conhecimentos da época considerada" (pág. 68). Talvez tivesse sido um outro título mais adequado para a denominação de uma obra que, sem dúvida , é de muita utilidade para a preparação daqueles que participam nos eventos da Comissão dos Descobrimentos. Não se trata de dicionário, mas sim talvez de pequena enciclopédia ou manuel que considera assuntos, nomes e conceitos que parecem ser de particular relevância para um autor que está imerso na discussão do complexo temático das Descobertas. A bibliografia necessitaria ser revista, uma vez que não está organizada segundo critérios homogêneos, às vezes incluindo nomes de editoras, outras vezes não, às vezes o mês da edição (!), por vezes nem mesmo o ano. Uma cronologia muito útil valoriza a publicação.
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