Doc. N° 2038
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96 - 2005:4
Contextos euro-japoneses e o estudo das relações culturais transatlânticas e interamericanas Reflexões no Jardim Japonês da Bayer-Leverkusen, Alemanha
No âmbito do "Projeto Transatlântico", a Academia Brasil-Europa se dedica ao estudo das interações entre processos culturais transatlânticos e interamericanos. Após cursos preparatórios e sessões preliminares realizadas nos EUA e no Caribe, passou-se a dar atenção a outros vínculos interferentes no complexo transatlântico/interamericano. Nos encontros realizados, salientou-se sobretudo a necessidade de consideração de processos asiático-americanos e/ou transpacíficos, assim como euro-orientais. Com o objetivo de dar retomar estudos dedicos às relações culturais entre o Oriente e o Ocidente, já tratados em vários eventos, tais como aqueles levados a efeito por ocasião da passagem de Macau à China, realizou-se, no dia 16 de julho de 2005, uma sessão da Academia no significativo ambiente do Jardim Japonês da cidade alemã de Leverkusen, sede da indústria Bayer, que ali mantém um Centro de Comunicações. Esse jardim, uma relevante obra de paisagismo transcultural, foi uma das iniciativas de Carl Duisberg, significativo nome na história das relações culturais internacionais.
Nesse ambiente, as reflexões foram dirigidas às conexões do projeto em andamento com outros programas de estudos da A.B.E., entre eles o da Poética da Urbanidade e Cultura, Natureza, Música. Considerou-se a concepção filosófica e a simbologia do paisagismo japonês, comparando-as com concepções ocidentais. Lembrou-se de alguns exemplos da filosofia e da arte da organização de espaços ambientais de cunho japonês no Ocidente, e das possibilidades futuras de aportes interculturais recíprocos nas propostas paisagísticas. Nesse âmbito salientou-se a necessidade de esforços mais intensos no sentido de desenvolvimento de uma filosofia intercultural para o estudo de questões ecológicas no âmbito das interações transatlânticas e interamericanas. Esses problemas ambientais seriam expressões de um complexo cultural que precisaria ser analisado nos seus fundamentos conceituais e, para isso, um diálogo com concepções orientais, tais como aquelas expressas na arte paisagística poderiam fornecer subsídios relevantes. Não se pode esquecer que concepções orientais, em particular japonesas, já forneceram impulsos significativos para as artes plásticas e para a música..
Recordou-se, sobretudo, do significado da colonização japonesa no Brasil e dos aportes culturais de nisseis em várias regiões do país. O estudo das relações culturais nipo-brasileiras foi iniciado, no âmbito das organizações vinculadas à A.B.E., em meados da década de 70, tendo levado a desenvolvimento de projetos e publicações. Esse importante vínculo do Brasil com o Japão não pode deixar de ser esquecido no âmbito do projeto Transatlântico/Interamericano.
L.H.
Observação: o presente texto oferece apenas um relato suscinto de eventos, estudos e projetos. Não tendo o cunho de estudo ou ensaio, não inclui notas e citações bibliográficas. O seu conteúdo deve ser considerado no contexto geral deste número da revista. Pede-se ao leitor que se oriente segundo o índice desta edição (acesso acima).